quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Pitacos de Fim de Ano e de fugas covardes. De Votos de Feliz Ano de 2023: ano de re(Construção).

 




link: https://youtu.be/u_-kmyJMMJc


Há mais de um mês (desde 15 de novembro) não tenho postado qualquer pitaco seja sob a forma de texto seja em vídeo.

Por trás de minha inércia, confesso uma certa fadiga, um estado de letargia provocado por toda a energia empenhada na tentativa de desobstruir o governo e o país do entrave e do lixo anticivilizatório colocado em marcha e refletido pelo desgoverno e pela figura mais asquerosa e repulsiva, representada pelo mais medíocre mandatário jamais considerado apto para o exercício da presidência dessa República tão maltratada.

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Assim, seguindo a mesma lógica de comportamento do despresidente fujão, que preferiu enterrar de vez sua autossuficiência, arrogância e indigência mental, nos presenteando a todos com uma merecida folga, também esses pitacos passaram por um período de hibernação.

À espera de alguma decisão da atual equipe do desgoverno, capaz de demonstrar um mínimo de reconhecimento da derrota; um mínimo de espírito público, de respeito aos valores democráticos, de grandeza de caráter e de comportamento, impossíveis de serem adotados por personagens tão rasas.

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Ao contrário, as poucas manifestações do despresidente foram no sentido de alimentar, de forma sub-reptícia, atos terroristas, eufemisticamente tratados como atos golpistas, mas nem por isso menos criminosos.

Nesse sentido, as raras aparições e manifestações do líder fascista derrotado e de seus familiares, nada mais procuraram que funcionar como apitos de cachorros – ‘dog whistle’ – instigando à parcela de seguidores, conservadores fanáticos ou apenas fascistóides, a permanecerem acampados à frente dos quarteis, implorando por uma eventual e antidemocrática intervenção militar. Parcelas sob a liderança do desvairado, expulso das fileiras da tropa há muitos anos.

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Sabe-se hoje que, ao lado de pessoas realmente passíveis de servirem como meras e simplórias marionetes manipuláveis em seus valores religiosos, comportamentais e até políticos, tais acampamentos também serviram de abrigo ou pior, como incubadoras para grupos terroristas extremados, dispostos a sacrificar centenas de vidas em prol da conquista de seus objetivos.

Para que jamais caia no esquecimento: comportamento inspirado no de um certo tenente, disposto a instalar e explodir artefatos explosivos até em quarteis onde estavam alguns daqueles a que se visava beneficiar.

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Ao lado da postura típica do  ‘quem cala consente’, esse ser abjeto, covarde, inclinado a agir sob a proteção das sombras e dos porões (de torturas!) resolveu, despudoradamente, fazer valer o peso de sua caneta e do cargo de que se despede, de forma aética, imoral e mesquinha.

Nesse sentido, decidiu editar decretos, portarias e atos que, de forma análoga às minas terrestres permitiriam, com explosivos de alto teor, minar as trilhas e caminhos de seu sucessor, disseminando o terror.  

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Por tudo isso, opta pelo ato final de covardia: a fuga. Tanto da cerimônia simbólica e civilizada de passagem da faixa presidencial, quanto do alcance dos braços longos da Justiça, em razão de seus inúmeros crimes.

Para alguns, foge para estar distante, afastado de possível cena de crime por ele arquitetado e do qual deve ser acusado como mandante.

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Enquanto isso, Lula, o presidente eleito se vê às voltas com todo tipo de armadilhas, das quais o perfil de extrema direita do futuro Congresso exige que faça toda sorte de malabarismos e contorcionismos, visando montar minimamente uma base de apoio parlamentar, que lhe permita cumprir a tarefa de reconstrução das instituições de Estado destroçadas, enquanto cria as condições para incluir a camada mais carente da população no orçamento, e garantir a essa parcela, de forma digna,  o acesso aos serviços públicos mais necessários.

A dificuldade de sua tarefa não pode ser menosprezada, especialmente tendo em vista a composição da equipe ministerial integrada por nomes indicados por partidos cujos interesses e visões de mundo são tão distintas.

Esperar coerência, consistência e unidade de propósitos é, mais que uma tarefa hercúlea mesmo para um político do porte e da sagacidade de Lula, é uma verdadeira prova de fé e boa vontade.

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A ausência de pitacos não me impediu de participar de alguns programas de discussão e debates focando, especialmente, o famigerado Teto de Gastos, e se estendendo para a Proposta de Emenda Constitucional da Transição, agora aprovada.

O programa Espaço Plural,  da Rede Estação Democracia, pode ser visto no link do Youtube, a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=PDuZOLMxwXw.

Também o programa Palavra Aberta da rádio Itatiaia, pode ser visto no link: https://www.itatiaia.com.br/editorias/palavra-aberta/2022/11/19/palavra-aberta-para-que-serve-o-teto-de-gastos-economistas-explicam

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Quanto à PEC da Transição ou da Governabilidade, chama a atenção a reação da Folha de São Paulo, tratando-a como a PEC da Gastança.

De um jornal que acaba de dispensar esse monstro do jornalismo profissional que é o Jânio de Freitas, não é de se esperar comportamento muito diferente senão o de total e completa vassalagem ao mercado e aos 'Farialimmers' de sempre.

Afinal, a Folha precisa de anúncios e anunciantes para sobreviver, o que justifica plenamente sua guinada ao neoliberalismo destrutivo de uma economia de viés distributivista. Nada como a inabalável profissão de fé, no deus mercado.

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Curioso, como mostra o imprescindível economista André Lara Resende em seu último artigo, “Os Juros, outra vez!” no Valor Econômico (24/25 e 26 de dezembro de 2022) é a Folha e economistas de viés liberal não terem se comportado com tamanha voracidade crítica aos desacertos do Posto Ipiranguedes (periguete?), e às PECs do calote dos Precatórios, ou da compra de votos ou PEC Kamicase.

Nem terem criticado a geração de déficits pelo desgoverno que  felizmente chega ao fim. Nem como alerta Lara Resende não se insurgirem contra a gastança do pagamento de  juros da dívida, tão gasto público quanto aqueles gastos com Saúde, Educação, Assistência Social, etc.

Mas, entende-se: ninguém critica aquilo de que é beneficiário.

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Um Feliz 2023 para todos. Especialmente para o novo, multifacetado e eclético governo Lula.