sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Respingos


Quando você sangra
Eu choro
Quando você chora,
Sangra meu coração
E eu nem sei
Da dor do coração ferido,
Se meu,
Se seu
Sei apenas que quando você ri,
Sinto-me realizado
Que quando você se afasta,
Sinto-me abandonado
E quando você está comigo,
Sinto-me repleto,
Pleno da felicidade que proporcionam os raros  segundos da vida
E que são o significado da eternidade
Motor que nos faz ir em frente
Vida que corre em nossas veias
Ininterrupta.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A trajetória errática do Galo

Acabou a gordura. Tudo que o Galo tinha feito no primeiro turno, entusiasmando a maioria de sua torcida fanática, e chegando mesmo a surpreender à minoria mais experiente e calejada da sua legião de fans acabou por esvair-se na noite de ontem.
Apático nesse segundo turno de campeonato, o Galo não é nem sombra do time aguerrido, combativo, veloz e de toque de bola que encantou até mesmo a crônica esportiva, em geral muito pouco disposta a elogiar times de fora do eixo Rio - São Paulo.
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É verdade que o Fluminense, atual líder do campeonato, acumula hoje tantas vitórias como insinuações de ajuda e mais que isso, ajuda mesmo, flagrante por parte dos homens de preto, sopradores de latinha.
Ainda no primeiro tempo, contra o Vasco, pênalties não marcados, uma falta e um tapa dado por Tiago Neves no jogador adversário, Fernando, se não me engano, que estava no chão, seguido por uma cabeçada no mesmo jogador, quando o vascaíno levantou para reclamar do tapa, na sequência ainda do lance, tudo sem sequer receber o cartão amarelo. Para culminar o gol de falta de Tiago Neves, chutando justo no lugar em que originalmente se encontrava a barreira do Vasco, vítima de um empurrão indecoroso de jogador do Flu, tamtém postado na barreira. Verdadeiro strike de boliche, em pleno Engenhão.
Depois vieram os jogos contra o Figueirense, que teve anulado o gol que garantia o resultado da virada. E o jogo contra o Náutico, com penalidade clara em Kim, fruto de um empurrão do Gum, não assinalado pelo apitador de lata.
Exige a consciência que se reconheça que o gol do Flu contra o Galo no primeiro turno, de Fred, foi mal anulado pelo juiz, em lance que, mesmo gerando dúvidas e sendo resolvido apenas pelas câmaras da tv, foi gol legítimo afinal.
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Mas também é forçoso lembrar que quando estava embalado e vinha em uma trajetória crescente, o Galo teve o seu jogo contra o Flamengo adiado, esse mesmo jogo que realizado ontem, pegou um Flamengo completamente diferente daquele outro. Se antes caindo pelas tabelas, trocando técnico, sem confiança, o urubu se armou, contratou pelo menos uns três ou quatro jogadores que chegaram já para fazer parte do grupo titular e, ontem fizeram a diferença. Em especial, o Cléber, o Liedson e o Cáceres.
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No Galo, ao contrário, a coisa parece ter desandado. Já de algum tempo tenho reclamado em meus pitacos de que o time não toca mais a bola com objetividade e velocidade, aproveitando as descidas de jogadores velozes como Bernard, Danilinho, Marcos Rocha, ora pela esquerda, ora pela direita, os dois últimos.
Se antes a bola vinha de pé em pé, e o time tocando a bola no chão, agora a bola é rolada para trás, cada vez mais desesperadoramente para trás, até que um chutão, de Victor, Réver ou outro defensor possa tentar fazer a ligação direta, com Jô lá na frente. Ou com algum jogador baixinho, como os que o Atlético tem na frente, começando pelos já citados Bernard e Danilinho e seguindo com Ronaldinho, Escudero e essa abstração que é o jogador (?) Guilherme.
Logo, o time do Galo perdeu a capacidade de encantar e, se Cuca classificou o jogo contra o Náutico como o pior do time; Tostão classificou o jogo contra o Grêmio como o mais feio e pior do Galo no Independência; a torcida não se cansa de lembrar como pesadelo do jogo contra a Ponte Preta, também no Independência; ontem o primeiro tempo do jogo foi, novamente, de completo apagão do time, que parece nem ter entrado em campo.
Tanto que apenas chutou a gol em cobrança de falta, aos 41 minutos do primeiro tempo, o que convenhamos é muito pouco para um time que se pretende campeão.
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Pior é que algo me diz que o time do Galo começou a modificar a forma de jogar, e a perder o brilho, exatamente depois da interrupção forçada pelo adiamento do jogo contra o Flamengo, no primeiro turno, em manobra até hoje não bem explicada, nem bem entendida, exceto pelo fato de que o próprio time carioca AGRADECEU em seu site à CBF pela mudança de data.
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Nada disso é desculpa para o time estar mal, e o técnico Cuca tem que jpensar em tomar alguma medida para mudar o panorama. Por exemplo, melhorando a saída de bola da defesa para o ataque, o que exige que Filipe Souto entre no time. Por exemplo, não permitindo que Marcos Rocha continue insistindo em entrar em diagonal pelo meio, embolando aquele espaço e deixando de aproveitar as jogadas de linha de fundo. Por exemplo, deixando de insistir com jogadores que não mostraram a que vieram como Guilherme, ou que mesmo estando aí, já demonstraram não estar à altura do time do Galo, caso ele queira mesmo ser campeão, como Serginho, Neto Berola cai-cai.
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Apenas mais duas observações: o time queimou gordura mas ainda não está tudo perdido. Observando a tabela, vê-se que ainda há bastante espaço para recuperação. Afinal, enquanto o Galo pega a sempre difícil e de péssimas lembranças Portuguesa, lá na terra deles, no domingo, o Flu vai enfrentar o mesmo Flamengo. Ok: o Flu completo de Deco e Fred e o Flamengo cansado, por ter jogado ontem.
Mas o Fluminense pega o Botafogo em seguida, quando nós teremos o Figueirense pela frente, em nosso território. E depois o Fluminense ainda tem que jogar contra o Grêmio num jogo que é do tipo que vale 6 pontos. E haverá o confronto direto entre eles, que se o Galo ganhar pode representar um grande passo para nossas pretensões. Ou seja, se não dependemos mais apenas de nossas forças, ainda há esperanças e basta ter Fé.
Ter fé que dá e jogar bem mais que o apresentado pelo time nesse segundo turno, até agora.
Além disso, torcer para que bobagens, nervosismo e perda de controle, como o de Réver ontem, não venham nos prejudicar novamente.
Réver errou e ao fazê-lo, quebrou a possível tentativa de reação que o Galo parecia esboçar no Rio.

Buscar ser feliz


Há o que sabe rir
Há quem só saiba chorar
Há quem veja o pôr-do-sol
E há quem não queira olhar
Há quem veja a lua cheia
Outros só veem a poeira
Há quem prefira a alegria
Outros são pura reclamação

Há quem sabe curtir o momento
Outros não sabem o que é sentir
Os que dão valor ao sentimento
E os que só sabem mentir
Há os que sabem se divertir
Esses são bem humorados
Outros que não se deixam sorrir
Estão sempre amargurados
Há quem transforma um lamento
Em letra que inspira a canção
Há quem da vida faz liberdade
Outros fazem da vida prisão

Quero poder abrir os olhos
E enxergar o prazer
Que as pequenas coisas trazem
E dá para a gente fazer
Basta querer ser feliz
Basta só acreditar
Optar pelo sorriso
Basta não querer chorar

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

25 de setembro - uma homenagem mesmo que tardia


A PASSAGEM DE GILDA


Às vezes eu a via
Descendo a Bahia
Andando absorta
A fisionomia serena
A figura alta, esguia
Sempre elegante.

Pensava chamá-la
Gritar o nome amigo
Que tantas vezes eu já pronunciara
Mas calava-me
Temia romper o encanto
De vê-la desfilando como em nimbos
Temia interromper o diálogo
Que, mentalmente,
Parecia que ela vinha estabelecendo
Com os anjos

                        D. Gilda hoje não desce mais a Bahia
                        E não a vejo mais passar a meu lado
                        Iluminando mesmo as manhãs
                        Do mais radiante sol
                                   Meu grito, soluço
                                   Não pode mais atingi-la

Mas estou certo
Que continua caminhando
O mesmo olhar postado no infinito
O mesmo semblante plácido
A mesma postura elegante
Desfilando por entre estrelas
Acompanhada ainda
Do mesmo séquito de pequenos
E alegres anjos.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Apague a luz


Apague a luz
Quando você sair
Por aquela porta
E me deixe dormir
Para que eu possa
Resgatar nos meus sonhos
A tranquilidade
Os momentos que juntos curtimos
Os instantes que vêm nos mostrar
Como é tão fugaz, a felicidade

Apague a luz
E não vire a cabeça ao sair
Por favor, não olhe para trás
O passado não importa
Não saia com remorso
Não vacile ao cruzar
Por aquela porta
E me deixe dormir
E fugir nos meus sonhos,
da realidade
Fixar nas imagens que trazem você
A meus braços para saciar
Toda minha saudade.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Felizes Dualidades


Duas são as pernas
duas são as mãos
os braços que pendem do corpo
como dois são os pulmões

Dois são os olhos que revelam o mundo
desvendam caminhos
refletem  a alma
dois são os estados de espírito
um representa a fúria,
o outro é a expressão da calma

Dois são os nossos ouvidos
os pés que suportam o corpo
e servem de condução
dois são os hemisférios do cérebro
um rege a sensibilidade
o outro é onde reina a razão

Dois são o yin e o yang
o sexo definidor
o masculino e o feminino
duplo o juízo de valor
Dois também é o par perfeito
o par ou ímpar do jogo
a noite que segue o dia
o sim ou não, com certeza
os momentos de alegria
os instantes de tristeza

Se tanta dupla há na vida
felicidade maior
seria ter duas filhas
nascidas de uma vez só
E como botões que se abrem
pra saudar a primavera
trazendo cor a este mundo
brotaram em  nosso jardim
duas espécimes belas
duas flores, ou princesas
Uma chamada Fernanda
A outra, de nome Gabriela