terça-feira, 28 de janeiro de 2014

E alguns pitacos, para retomar o assunto e antes que alguns amigos mandem emails criticando

Dilma esteve em Davos, mostrando ter de fato se dobrado à lógica manipuladora dos mercados, em especial, os financeiros. Agora, à grande banca internacional.
De Davos, onde fez um discurso que, se não agradou aos presentes, mostrou que é uma presidenta que não é contra a atuação da classe empresarial e do mercado no processo de desenvolvimento de nossa economia, além de se mostrar uma presidenta, ao menos, lúcida.
Em Londres, Tombini, presidente do Banco Central, mostra ter entendido, como já havia antecipado o professor Belluzzo, que brigar contra o mercado é dar murros em ponta de faca. E, mesmo com alguma ponta de desencanto, dá sinais de ter entendido o recado conservador que recomenda ao governo a elevação da taxa básica de juros para atrair capitais externos, para combater a inflação e para forçar o Executivo a adotar comportamento mais responsável, entendendo-se por isso, assegurar mais que o equilíbrio fiscal, que o governo gere superávits primários para demonstrar sua capacidade de pagar os juros aos credores.
De Davos a Cuba, onde foi participar de conferência com países das Antilhas. Associação de Estados Caribenhos e Latino Americanos, de qual o Brasil faz parte.
Antes, uma escala técnica e custosa em Portugal, razão para a reação histérica de nossa embolorada e poeirenta oposição, seja lá o que isso signifique.
Em Cuba, participou da inauguração de um porto, o terceiro maior da América Latina, financiado com recursos obtidos junto ao BNDES.
Antes que venham dizer que o Brasil está dando dinheiro a Cuba, ou que o BNDES não teria razões para financiar projetos de investimento de, e em, Cuba, convém lembrar que nosso velho Banco de Desenvolvimento financia também, e em especial, países como os Estados Unidos, no ano de 2012, no valor de algo em torno aos R$ 250 milhões, e R$ 460 milhões em 2013. Financia ainda à Venezuela, além de México.
Nesse ranking, Cuba ocupa apenas a terceira posição em 2012 e 2013, nesse último ano, com quase um terço apenas do valor financiado ao "pobre" Estados Unidos.
E nem nos esqueçamos de que foi, por exemplo, à AES, empresa americana, que o Banco financiou recursos para que a companhia estrangeira participasse do processo de privatização do setor elétrico nacional, e vencesse. A mesma AES que depois não pagou as prestações acordadas, querendo dar o calote.
Tudo isso, por que o Brasil  não tinha recursos para investir e melhorar as empresas, o que obrigou a privatizá-las. Com o recurso brasileiro que nós não tínhamos...
Confuso?
Não, apenas muito esperto. E típico da privataria protagonizada pelos tucanos..essa ave rara...
***
Então não venha o Estadão com a sua manchete de que Dilma dá recursos para Cuba, ou não venham os que não querem ler e nem refletir a respeito, dizer que Dilma está dando nosso dinheiro para um país que nós não aprovamos...etc. que essa lenga-lenga não tem qualquer base lógica. Apenas uma base ideológica, de ranço bastante atrasado, para dizer o mínimo.
***

Acidente em Goiás

Só para dizer que pudemos ver, pelas filmagens que há sim, milagres que acontecem. Sejam lá as causas físicas por trás de sua explicação.
O pequeno menino e a avó, atropelados por um carro branco que passou por cima de cada um deles por duas vezes, uma vez praticamente sobre o pescoço do menino, e ambos sem saírem feridos com qualquer gravidade, é sinal de que, há mais coisas entre o céu e a terra que supõe nossa vã filosofia. Ou nossas crenças.
Foi um milagre.
Tal qual o milagre da vida. E ele está presente para quem quiser ver. Ou crer.


Legítima Defesa

Fosse o manifestante de outra origem talvez o caso não tivesse tanta atenção. Afinal, tataraneto de um ex-presidente da República (Wenceslau?), sobrinho neto de Aureliano Chaves, ex-vice-presidente e governador de Minas, a ação da PM paulista contra o rapaz acabou tomando outros rumos.
Até o nome do jovem, segundo os noticiários de TV, já foi modificado. Agora o sobrenome Proteus já não tem o mesmo destaque dado ao outro sobrenome, o Chaves.
Mas, independente desse detalhe, alegar que Fabrício, o jovem baleado tentou atacar a um PM caído, como mostra a imagem (que de tão borrada não mostra nada!) do filme realizado, com um estilete e que, por legítima defesa, a PM atirou nele, por duas vezes, é no mínimo, sacanagem. Ou pouco caso com nossa  inteligência.
Pelo que sempre soube, desde os tempos de estudante, só há legítima defesa quando o revide a qualquer ataque à segurança pessoal se der com a mesma intensidade, a mesma arma, a mesma condição que aquela de que se valia o agressor.
Falar em legítima defesa na luta de um estilete contra arma de fogo é brincadeira.
Ainda mais quando eram três os policiais, pelo que aparece na imagem, contra apenas um rapaz que corria e que se volta ao ver um dos policiais caídos.
Não dá nem para falar que ele voltou para ajudar o PM a se levantar.
Mas a PM de São Paulo e o secretário de segurança do PSDB já definiu o caso como legítima defesa.
Da mesma forma que nada fez para evitar a criminalização dos rolezinhos, tão comuns quando feitos pelos alunos de colégios privados da classe  média, por exemplo de nossa BH ( os lojistas do Pátio Savassi que o digam e os alunos do Padre Machado e Dom Silvério ou Santo Antônio que o digam!).
Mas, pelos alunos bem nascidos da classe média, pode.
Não pode, apesar de ser igualmente desconfortável, quando e se feito por esses "marginais dos morros"...
Só chorando, por que não dá, definitivamente, para rir...

De Volta: mas ainda de cabeça nas férias em João Pessoa, com BOAS referências da cidade

Pois é! Estamos de volta. Ainda com aquela preguiça típica de quem volta da praia, e deseja mais curtir uma soneca, que desempenhar qualquer atividade com alguma carga intelectual.
Mas, estamos de volta. De João Pessoa, Paraíba, cidade que me surpreendeu por sua limpeza, por sua beleza, por sua tranquilidade.
E, principalmente, por conta dos preços.
Pra começar, ficamos no Ambassador Flat, um hotel localizado na Av. Cabo Branco, 1890, próximo à maior e melhor das praias da capital, a de Cabo Branco e Tambaú.
Situado a algumas quadras do Busto de Tamandaré, ponto de encontro da cidade e onde estava sendo realizada uma agenda de shows que incluíram Vanessa da Matta, Bete Carvalho, Dudu Nobre, Frejat, e incluiria ainda, J Quest, Gal, etc.
Tivemos a sorte e o preparo físico necessário para assistir ao espetacular show da simpaticíssima Vanessa da Matta e, na semana seguinte de Frejat.
Mas, voltando ao Hotel, há que se recomendar uma passada por lá também por outras qualidades apresentadas, como por exemplo, o fato de as roupas de banho serem trocadas com assiduidade, como também as roupas de cama. O quarto ser limpo diariamente, com capricho. O café da manhã do Hotel valer mais que os R$23 reais que pode ser pago pelo café avulso, contendo diariamente, além de uma salada de frutas, melão, mamão, melancia, abacaxi, banana; ovos mexidos, acompanhados de salsicha, ou carne moída, ou pedaços de frango; tapioca, macaxeira, bolos de todos os tipos, sanduíches, pão francês, pão doce. Ou seja: um verdadeiro almoço. Servidos com simpatia por todos do hotel.
Além disso, o tratamento dispensado pelo Filipe, pelo Neto no restaurante e, especialmente pelo Alisson, no bar, são cativantes.
O restaurante do Hotel, denominado Gravatá, tem pratos muito bem feitos, honestos e com preços bastante acessíveis.
***
Para rodar João Pessoa e as praias vizinhas, tivemos a oportunidade de conhecer e poder alugar um carro com a MF rent-a-car, onde fomos atendidos por um de seus proprietários, o Fernando, muito simpático e que nos proporcionou um ótimo carro Gol, 2014.
O telefone da locadora é 83-87244789 e eu recomendo.
Quanto às praias, fomos visitar as praias de Tambaba, a praia com área reservada por lei à prática do naturismo, onde homens não podem entrar sozinhos e seguranças zelam pelo respeito às normas; a praia de Arapuca, mais bonita e selvagem que Tambaba, de quem é vizinha. Entretanto, se pode ser vista de um mirante, para se chegar à praia de Arapuca é necessário perguntar a algum dos tomadores de conta do estacionamento, já que só se chega lá por uma trilha em meio ao mato.
Também estivemos na praia de Coqueirinhos, linda e na praia vizinha, de Tabatinga, em minha opinião a mais bonita de todas. A mais tranquila e com um excelente Art Bar, com direito a estacionamento sob a sombra de muitas árvores.
Estivemos nas praias de Manaíra, Comboinha, fomos no Marujo, estivemos passeando em Areia Vermelha e fomos ainda na praia de Pipa-RN, distante há 120 km de João Pessoa.
Em Pipa, estivemos na praia de Madeiro, e depois revendo a praia do Amor e a pousada em que estivemos passeando há mais de 15 anos.
***
O centro histórico de João Pessoa é imperdível, especialmente a Igreja Franciscana, onde funciona um museu.
Vale a pena, pela beleza, passar uma tarde por todo o centro histórico.
Mas, o que mais me chamou a atenção foram os preços, sempre honestos.
Como exemplo, cerveja Brahma, comum, a R$ 4,99, ou latinhas de várias marcas, a 5 reais.
Quiosques com bares ao calçadão de Cabo Branco, cobram preços bastante convidativos, como o de R$ 2,50 pelo coco gelado. Também ali, são servidos peixes de várias espécies. Considerados muito bons e bem feitos, por quem teve a oportunidade de prová-los.
De minha parte, tirando os pratos de carne do Gravatá, no Hotel, fomos ao Terere, churrascaria de nível internacional, com atendimento e qualidade que nos faz lembrar do Forno de Chão, com preço de R$ 55 reais, o rodízio.
A mesa de frios e de comida japonesa é farta e rica.
O único senão foi a churrascaria Sal e Brasa, com acomodações que, na entrada, encantam mais que o Tererê, por sua sala de espera, e pelo preço de R$ 38 reais, de forma arredondada, pelo rodízio. Pena que o atendimento e qualidade do serviço é muito ruim, ou foi de baixíssima qualidade, ao menos no que diz respeito a minha família.
Esse, eu não recomendo, pela má qualidade do atendimento e até das carnes, servidas, já com muita má vontade. Até do boi, vai saber...
***
A ida e volta pela Avianca me deixou surpreso. Além de um conforto que não se vê mais nas aeronaves, com espaço para pernas de qualquer passageiro, um lanche, ainda bastante honesto.
Nota 10, para o vôo.


quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Aviso de recesso

Nosso blog entra em recesso a partir de hoje, para uma merecida viagem de descanso.
Retornamos dia 25.
Até lá e tudo de bom para os que nos honram com sua leitura.

Ainda o superávit primário e as receitas ditas extraordinárias

Volto a insistir no mesmo tema, do superávit anunciado pelo ministro Mantega que, segundo a tônica das análises de mercado, só foi possível por força de uso de receitas extraordinárias, a principal das quais as receitas do Refis.
Por receita do Refis, entende-se aquelas obtidas pela renegociação de dívidas tributárias anteriores, não saldadas na época certa pelos contribuintes.
O que os analistas afirmam, corretamente, é que, sem a entrada desses valores, significativos, o governo teria deixado de cumprir a meta, razão porque argumentam que está havendo uma maquiagem das contas públicas.
Independentemente da razão, entretanto, o que se tem de concreto é que o governo federal entregou o resultado que prometeu.
Mas, aos analistas preocupa que o fato de que o governo ampliou os seus gastos de custeio, especialmente pela elevação dos gastos de transferência, e abriu mão de arrecadação, na tentativa de estimular a recuperação da demanda agregada e da economia, que não ocorreu.
Mantida a tendência das contas, o que se verifica é que os gastos continuarão a se elevar e o governo não terá mais a ajuda de receitas extraordinárias para projetar um superávit capaz de tranquilizar os mercados, a partir já de 2014.
Mas, toda a preocupação com o superávit tem a ver com a capacidade do governo de, ao final do exercício fiscal, ter assegurado recursos para pagar os juros de sua dívida mobiliária, de forma a que não seja necessário ir ao mercado se endividar ainda mais, para obter recursos para esse pagamento sagrado.
Ou seja, trata-se não apenas de assegurar o pagamento dos juros compromissados, mas de impedir que a evolução da dívida pública saia de controle e passe cada vez mais, a engolir fatia importante de toda a riqueza que é produzida em nosso país, em um ano.
Dito dessa forma, tudo parece muito correto e sem dar espaço para questionamentos.
Mas... em anos anteriores em que contribuintes, em especial pessoas jurídicas, ou seja, firmas e empresários ou empreendedores, deixaram de pagar o que era devido, e ficaram inadimplentes com o Fisco, o resultado da arrecadação não foi também reduzido, levando a que a queda da receita limitasse nossa capacidade de pagar o serviço da dívida e até de diminuir o valor do principal ?
Essa sonegação não acabou por obrigar o governo a manter seu endividamento, e não prejudicou as metas de política fiscal, sem que nenhum analista culpasse aos sonegadores, preferindo responsabilizar ao governo pelos fracos resultados alcançados?
Ora, quando o empresário ou o contribuinte pessoa física sonega, o que é crime (embora a pessoa física tenha cada vez menos espaço para tal comportamento, principalmente se seus proventos são fruto de salários), e a receita não atinge o valor esperado, ninguém fala nada. Não houve senão falha do governo em coibir a sonegação, ou então em não cortar suas despesas normais, caso o superávit seja reduzido.
Mas, quando o governo vai atrás e cobra seu crédito, e recebe, ele está usando de receita que não deveria por não ser receita rotineira.
Ao meu juízo, esse raciocínio, cujo objetivo é criticar o governo e o seu padrão de gastos, cada vez mais voltado para as classes mais carentes da população brasileira, corre o risco de se fundamentar em um crime, que alguns preferem ignorar e até consideram como demonstração, quem sabe de eficiência ou esperteza.
Já que sonegadores são os mais ricos, empresários e banqueiros, etc. uma vez cometida a sonegação, sua conduta passa a ser considerada normal, já que quando o governo os alcança e cobra o devido, esses valores passam a ser algo extraordinário.
Para mim, essas receitas não têm nada de extraordinário, senão que foram digamos, provisionadas durante longos períodos, para poderem se transformar em um fundo de recursos de que o governo agora lança mão.
***
Está certo que o resultado das contas públicas sem essa utilização poderia ser classificado como preocupante, e até digno de uma discussão séria.
Especialmente, em se tratando de resultados esperados ou projetados para os próximos anos.
Mas, uma discussão séria deve levar em conta que o padrão de gastos que o governo vem mantendo, e que os analistas tanto criticam e querem alterar ou reduzir é o que tem tirado da miséria e incluído no mercado de bens, milhões de famílias brasileiras. É a política que tem tentado eliminar o minorar a exclusão social, e que tantos prêmios tem rendido ao nosso governo, já que na direção da criação e fortalecimento de um verdadeiro sistema de mercado na economia brasileira.
Claro, é um sistema que, invertendo a mão dos vencedores, exige daqueles mais ricos e mais influentes a aceitação de perdas. O que não é trivial.
Afinal, como em todo o mundo civilizado e desenvolvido, são os mais abonados que devem financiar a melhoria da qualidade de vida dos mais desvalidos.
***
Agora, daí a considerar como extraordinário o que deveria ser o mais rotineiro - cada um pagando corretamente seus impostos - acho que é apenas uma demonstração da falta de compromisso desses analistas com a sociedade e seu rabo preso com os interesses mais poderosos.

***

Tudo isso à custa da degradação cada vez maior de nossa sociedade, que no limite cria situações de violência como a que vitimou um casal no caminho para Caeté ou o que é pior, o casal de advogados  na Serra do Cipó. Este último, por causa de R$ 170 reais.


***


quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Pitacos do início do ano: geadas, possibilidade de elevação de preços de safras frustradas, e as terríveis mortes em piscinas

Gasolina com menos enxofre e menos poluente. Ao mesmo tempo, também com o mesmo preço da gasolina antiga de pior qualidade.
Não sei o impacto do custo do enxofre na mistura que nos é servida nas bombas de gasolina. Ou do custo do elemento, se algum, cuja quantidade tenha de ser aumentada ou introduzida na mistura. Então, em relação ao preço do combustível não há, a princípio, o que ficar preocupado. Não deverá haver aumento significativo em seu preço.
Salvo, se lembrarmos que o preço do combustível, que o governo segurou o máximo que pode em 2013, permanece defasado. E que deverá ser corrigido, mais cedo ou mais tarde, caso o governo não queira provocar prejuízos maiores ao fluxo de caixa da Petrobras.
Que ontem, conseguiu captar mais de 3 bilhões de euros com o lançamento de títulos no mercado internacional, embora o preço da ação da empresa no mercado brasileiro tenha sofrido queda importante.
Mas, não o problema não é só o preço defasado.
E do problema tratarei aqui, de forma mais ampla, apenas antecipando um possível repique da inflação no nosso país, nesse início de 2014. Mais uma vez, mais por causas externas que por problemas provocados por opções de políticas.
Embora eu saiba que, principalmente em ano eleitoral, qualquer elevação por menor que seja do índice de preços será imediatamente atribuído a falhas de política do governo.
Trata-se das fortes nevascas que estão varrendo os Estados Unidos, e quebrando recordes de mais de 20 anos de frio. Com temperaturas que alcançam 50 graus negativos, quando considerada a sensação térmica.
Frio capaz de congelar, como mostrou um repórter da Bandeirantes outro dia, água fervente, lançada ao ar.
***
Pois bem, esse frio que faz criminoso foragido desejar voltar à prisão, para escapar da morte nas ruas, e já matou mais de 16 pessoas, está também trazendo prejuízos para a produção de petróleo naquele país. Como está ameaçando a produção dos laranjais americanos.
Sinal de que, em havendo frustração de safras, nós veremos o preço de nossos produtos exportáveis, como a laranja, se elevarem, seguindo a sacrossanta regra do mercado: onde falta produto, o preço sobe.
Mas, caso esse impacto venha a se manifestar em nossa economia, os críticos de plantão certamente não irão ficar vexados em ignorar o impacto das leis que eles tanto defendem, para arranjar culpados - de preferência na administração da economia brasileira - para o fenômeno da elevação de preços.
***
Agora, juntemos a essa possível ameaça de aumento do preço de certos produtos agrícolas e até do petróleo, devido aos problemas climáticos nos Estados Unidos, com a possibilidade de frustração de safra e elevação de preços de produtos agrícolas também aqui no Brasil, onde a sensação térmica tem atingido valores próximos aos 50 graus positivos, e temos aí já motivos mais que suficientes para temermos um repique dos preços nesse início de 2014.
A ver.


Calor, a trágica morte de crianças nas piscinas e a culpa do governo.

O tema é trágico, para se dizer o mínimo. Nem bem iniciado o ano, e em função do calor e temperaturas elevadas, muitas pessoas procuram se refrescar, dirigindo-se a rios, lagos, cachoeiras e cascatas e piscinas.
Só em Minas no último fim de semana, parece-me que 9 pessoas faleceram por afogamento.
Isso sem contar o casal assassinado quando passeava pelas cachoeiras que enfeitam as belas paisagens da Serra do Cipó e, lamentavelmente, as 3 crianças que morreram em piscinas, sugadas pelos equipamentos que deveriam estar melhorando a qualidade das águas das piscinas e, portanto, da vida de todos.
Um menino em Caldas Novas, outra menina em Belo Horizonte e agora, a notícia de  mais uma, presa pelos cabelos na piscina de sua casa, são casos que nos chegam ao conhecimento, deixando-nos a todos estarrecidos e sensibilizados.
Meninos, crianças ainda, se divertindo e... a fatalidade.
E pior, por motivos que nada têm de novos, e que, pelo visto, continuarão fazendo vítimas, verão após verão.
Às famílias das crianças, mais que nossa solidariedade e votos de que encontrem as forças para suportar o peso dessas perdas, devemos, a sociedade, a adoção de medidas para que, no futuro, outras famílias não venham a passar o mesmo dissabor e luto.
A sociedade há que se unir para poder impedir que esse tipo de acidentes possam se repetir, o que implica na discussão da adoção de métodos de tratamento de água mais seguros (o Minas Tênis Clube tem um sistema de tratamento da água mostrado ontem em jornais de televisão, que faz a sucção se dar em caixas de suporte fora ao lado da piscina!); de maior responsabilidade na manutenção das piscinas e ralos; na discussão de ralos que impeçam ao máximo a aproximação de pessoas, possibilitando a sucção de cabelos ou outras partes e membros do corpo; até mesmo da manutenção de tais equipamentos desligados, quando a piscina estiver em uso.
Mas, uma coisa que é evidente é que a responsabilidade de piscinas instaladas em nossas casas, nos condomínios em que vivemos ou em clubes de recreação e lazer é nossa, dos frequentadores. Da sociedade.
O que me leva a comentar a entrevista (Jornal da Band, ontem à noite) da mãe de uma menina paulista que foi vítima de situação semelhante quando tinha a idade de 10 anos. Que foi sugada e presa pelos fios de cabelo, no ano de 1998. E que sobreviveu, embora em coma desde aquele acidente terrível.
Claro que entende-se a situação da mãe, que cuida da filha em vida vegetativa, e a ela também, todos devemos apresentar nossa solidariedade.
Mas, embora e respeitado todo o seu sofrimento, em dado momento da entrevista argumentar que esse tipo de problema é responsabilidade do descaso e da inação das autoridades públicas é, no mínimo, em minha opinião, transferir para o governo e a seus ocupantes, uma responsabilidade que é nossa. Que transita no âmbito da vida privada, onde se manifesta, e que não pode ser jogada sobre os ombros do governo.
Digamos, por suposição, que ela se referisse às leis que o governo deveria criar para funcionamento das tais piscinas. Como obrigar a casas particulares ou aos condomínios prediais a adotarem procedimentos como manutenção de salva-vidas, equipamentos de maior segurança, etc. que trazem mais custos para todos, podendo tornar inviável a utilização da área de lazer?
Creio que cabe aqui a reflexão feita por Frei Betto no livro Fome de Deus, quando trata do que denomina de Privatização da Moral e Imoralidade Vigente. Para ele, à p. 141, "... privatização da moral" conduz a uma situação em que a contradição a que dá origem e alimenta, seja reduzida, "... pelo consenso ideológico vigente de que o social escapa à responsabilidade pessoal de quem não participa diretamente do poder."
Ou seja, em nossa moral, optamos por transferir para outras pessoas ou esferas, as nossas obrigações e nossas responsabilidades.
Claro, não é o caso da mãe, que sofre há mais de 16 anos, mas é de nos levar a uma reflexão sobre o quanto temos abandonado - e sido vítimas de não assumirmos as responsabilidades nossas.

***


segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Esquecimentos e o Galo no Marrocos em 2014, para o Élcio ficar feliz

Eram muitos colegas, e a memória às vezes nos trai. Daí o meu esquecimento em relação a alguns, que não poderiam nunca ficar de fora de meus cumprimentos e votos de Felicidades no Ano de 2014.
Felicidades para eles, ou ele, no caso em especial, que vi que deixei de fora. Esquecimento que não tem perdão.
Falo do Élcio, colega-irmão e amigo do Banco Central, que só não citei antes por ser um dos cruzeirenses mais chatos que tive a oportunidade de conhecer e conviver.
Embora tenha convivido com ele, no momento em que o time dele não conseguia ganhar nada de importante (aposentei-me antes do título brasileiro de 2013). E tenha nesse mesmo instante, visto o meu Galão vencer a Libertadores, libertando-nos do fardo que era saber que eles já tinham vencido essa taça por duas vezes.

Caro Elcio, li agora seu comentário, seus cumprimentos, que me deixaram envergonhado (desculpe mesmo não tê-lo citado) e sua gozação.
Está bem, aceito a gozação.
Tanto que confesso estar torcendo para que em 2014 nós, atleticanos, tenhamos o prazer e a oportunidade de dar a vocês cruzeirenses novas alegrias, tornando a ir disputar o campeonato mundial de clubes no Marrocos e dando-lhes a mesma satisfação ao sermos transformados na chacota do futebol mundial.
Rezo ardentemente para termos mais essa oportunidade de deixarmos vocês tão felizes.
Até para que eu possa cantar, a plenos pulmões, e prá Marrocos eu que vou.

Grande Élcio, para você e sua família os meus votos de um Feliz 2014 e cheio de conquistas. Inclusive essa, que repito, o prazer de nos zoar quando formos derrotados, novamente, em Marrocos.
Grande abraço


***
O mesmo desejo de alegrias, Paz e humor, com grande dose de amor, desejo para o Juliano, o Jordan, outros cruzeirenses a quem quero ver felizes em 2014, quando formos derrotados novamente no Marrocos.

Superávit do governo federal, críticas à economia brasileira e a ameaça ou promessa "Não vai ter Copa"

Para tristeza dos analistas de mercado de sempre, o ministro Mantega anunciou na última semana, antecipando em um mês a data geralmente usada para a divulgação, que o governo federal conseguiu atingir a meta de superávit fiscal prometida. Aliás, superou a meta de 73 bilhões de reais, em parcos R$ 2 bilhões. 
Alegando antecipar o anúncio, para acalmar os nervosinhos (esses mesmos analistas do mercado), o ministro anunciou um superávit de R$ 75 bilhões, ainda sujeito a pequenos ajustes.
Como era de se esperar, a ação do ministro não foi suficiente nem para acalmar o mercado, nem sua porta-voz, a grande imprensa, que preferiu destacar que foi o segundo pior superavit fiscal obtido desde 2003, ano que marca o início das gestões do PT.
Além desse destaque, optaram também por destacar que o resultado foi obtido apenas pelo uso de receitas extraordinárias, que não se repetirão em anos vindouros, como as do leilão do campo de Libra no valor de R$ 15 bilhões e receitas de R$ 20 bilhões de recuperação de dívidas tributárias. 
Não foram capazes de analisar, contudo, que a perda de arrecadação em razão das medidas de desonerações de impostos também têm prazo para serem encerradas, como por exemplo, o IPI de automóveis que já teve um acréscimo em sua alíquota na virada desse 2014. 
Nem foram capazes de admitir que, parte da queda do valor do superávit - que provocou o abandono da meta prevista no início do ano de 2013, alterada para menos a partir da metade do ano-, se deveu às medidas de cunho tributário que o governo se viu obrigado a adotar, na tentativa de impedir que nossa economia sofresse um impacto ainda maior como consequência dos efeitos da crise que continuou assolando as economias de todo o planeta, em reação ainda à crise financeira de 2008.
Porque, melhorando as condições da economia internacional, das economias de nossos parceiros, ou seja, melhorando as condições de liquidez internacional, o governo poderá desmontar os instrumentos - fiscais e monetário-creditícios, de que teve de lançar mão.
Logo, não são apenas as receitas que são extraordinárias. Algumas das medidas que afetam o resultado obtido podem ser também passageiras.
***
Mas, o anúncio do superávit não foi suficiente para acalmar os mercados nem a imprensa que continuou martelando que a meta de todo o setor público não será alcançada. Afinal, estados e municípios não conseguirão atingir o previsto, no montante de R$ 47, 8 bilhões. 
Anteriormente, quando esses entes não alcançavam seu resultado previsto, a responsabilidade de cobrir a diferença recaía sob o governo federal. Isso mudou, a partir de 2013.
Mas não se vê nenhum analista de contas públicas tecer qualquer comentário quanto a essa dificuldade de governos, em sua maioria não petistas, não cumprirem suas metas. 
Afinal, a grande imprensa está toda dominada por um desejo de impedir que a continuidade da gestão petista, em especial a de Dilma, que andou por tanto tempo às turras com o poder financeiro, patrão último de nossa imprensa livre, imparcial e honesta.
***

Enfim, Jânio

Na direção contrária de seus colegas, vale a recomendação da leitura da coluna publicada ontem na Folha, de Jânio de Freitas, intitulada "A Campanha da moda".
Para aqueles que não têm ou não tiveram a oportunidade de acesso ao colunista e ao texto, faço aqui, um breve apanhado do conteúdo.
O jornalista começa criticando a todos - inclusive seus colegas de imprensa, que entraram na moda ELEITOREIRA de dizer que 2013 foi um horror.
Alega que todos se preocupam muito em analisar e destacar o pífio crescimento do PIB, de próximo a 2%, deixando de dar atenção a um índice muito mais relevante, o que se relaciona à taxa de desemprego e sua queda espetacular, para o patamar de 4,6%. 
Bastante inferior ao índice menor em 5 anos da economia americana que caiu de 7,3 para 7%. Ou atém mesmo que da Alemanha, tão elogiada. 
Prossegue mostrando que o programa Bolsa Família, alterado, retirou 22 milhões de pessoas da faixa de pobreza extrema e que o Minha Casa, Minha Vida entregou mais de 1 milhão de moradias beneficiando a população mais carente. 
Contudo, alinha trechos de falas de analistas e consultores do mercado financeiro, todos mostrando como nossa economia está mal. Para Sérgio Vale, citado no texto, " infelizmente, veremos mais promessas de ampliação do Bolsa Família e do salário mínimo, que, no frigir dos ovos é o que tende a reeleger a presidente" .... que deverá em 2014, se "apequenar ainda mais".
Citando Schwartsman, mostra que a política que produziu o desemprego em queda e a retirada de milhões de brasileiros da pobreza, é uma "aposta fracassada", que resultou em "piora fiscal, descaso com a inflação e intervenção indiscriminada, predominando a ideologia onde deveria governar o pragmatismo".
Deve-se advertir que a citação de  ideologia, como sinônimo de algo ruim, ocorre apenas quando as medidas do governo são adotadas na direção contrária ao que o citado economista acredita ser o mais correto. Ou seja, não há nenhum benefício em se tirar da miséria vinte milhões de brasileiros, se isso for à custa de menor superávit fiscal, por força do aumento de despesas voltadas para a melhoria da qualidade de vida da população. 
Pragmático e benéfico é o gasto público, como o pagamento de juros, cada vez mais elevados, de preferência, se destinado aos setores que compõem a elite financeira do país e ao nosso poder econômico. 
Ao final, Jânio cita trecho do artigo de Pedro Luiz Passos, empresário, que definiu a moda de ataque à política de Dilma como "o negativismo que permeia as análises sobre a economia brasileira, em contraste com a percepção de bem estar especialmente da base da pirâmide de renda." 
Concluindo: quando a política favorece ao outro, mais necessitado, é ideológica e incorreta. Não pragmática. Quando favorece aos nossos interesses e amigos, é política de melhor qualidade. 
A primeira merece que a tratemos como algo podre, como uma doença que deve ser extirpada. Daí a campanha de difamação. 
Que conta com a colaboração do pessoal do Manhattan Connection, tão entendidos de economia,  e de tudo que atende aos interesses do poder dominante, que dá preguiça ouvir. 
***

E sobre a Copa do Mundo, na coluna do Vinícius Torres Freire

Para ler, refletir e preocupar o tema da coluna do articulista da Folha, também publicada na data de ontem.
Trata de protesto marcado para o próximo aniversário da cidade de São Paulo, o dia 25 de janeiro, para retomar os movimentos iniciados em junho de 2013, e repetir os atos daquele período, agora, utilizando-os como arma eleitoral.
O que preocupa não é o movimento, de resto perfeitamente legítimo e democrático, principalmente se conseguirem impedir e conter os ataques de vandalismo ali infiltrados.
O problema é o mote, "NÃO VAI TER COPA".
Especialmente se declarações como as  do presidente da Fifa, em entrevista concedida na Suíça, continuarem sendo feitas, com críticas contundentes à nossa capacidade de organizar um evento como o desse porte. 
É isso. 

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Saem os primeiros resultados econômicos do ano de 2013 e a Economia brasileira não acabou!!

Saem as primeiras notícias da economia brasileira, relativas ao ano de 2013, recém encerrado.
Infelizmente, para os que são críticos mordazes da atual gestão, os números estão indicando que a economia não está na crise que eles tanto apregoaram e/ou desejaram, seja por motivos políticos-partidários, seja mesmo por um temor exagerado.
Pelos dados preliminares da FGV, a inflação fecha o ano em um valor menor que aquele de 2012, na casa de 5,63%. Elevada? Sim. Mas nada capaz de justificar a forma utilizada por Boris Casoy para comentar o resultado por ele anunciado. Afinal, não houve a disparada da inflação que ele quis transmitir aos seus telespectadores. A inflação ficou dentro do intervalo aceitável do sistema de metas prometido pelo governo.
Quanto ao resultado da balança comercial, muito ruim, não devia ser surpresa para ninguém com um mínimo de informação a respeito do comportamento da nossa economia.
O resultado fraco - superávit de US$ 2,6 bilhões, embora possa ser o menor saldo obtido desde o início desse século XXI, apenas confirma e dá força a todos quanto vinham criticando a política cambial adotada no país. Afinal, como o professor Belluzzo teve a oportunidade de repetir ontem em entrevista nos jornais televisivos, o real está muito valorizado e, para que possa ser a sua cotação possa atingir um patamar mais tolerável, deveria sofrer uma desvalorização de próximo de 30%.
O professor reconhece os custos, especialmente para a inflação de tal desvalorização. Mas, tem razão ao afirmar que a política de câmbio flutuante, tanto cultuada pelos mercados é, em parte, a razão de nossas exportações terem declinado 1% em relação ao mesmo valor de 2012.
Agora, se somarmos ao câmbio que atua contra nossos interesses, o fato de que nossos principais parceiros estão comprando menos, em função da continuidade da crise internacional iniciada em 2008, é possível entender-se melhor o resultado obtido. Do lado das importações, que cresceram 6,5% em relação ao ano de 2012, mais uma vez além do câmbio, que favorece os produtos com preços e custos formados em dólares, há outros fatores, como a perda de competitividade de nossa indústria, a reduzida evolução da produtividade por trabalhador, etc.
***
Curioso, ao meu ver, é o fato de que os órgãos de imprensa repercutem a notícia do pequeno saldo obtido, em tom crítico e, de forma bastante dissimulada, complementam a informação revelando que o saldo foi artificialmente inflado, já que plataformas petrolíferas no valor de R$ 7,7 bilhões foram contabilizadas como exportações de nosso país, embora os equipamentos não tenham saído do país.
Ora, o mercado financeiro está cheio de situações em que empresas vendem ativos fixos e desmobilizam recursos no sentido de fazerem caixa e, depois fazem operação de recompra ou até de leasing do mesmo ativo, o que é considerado política inteligente da empresa, dependendo claro, dos custos financeiros envolvidos.
Até mesmo nós, cidadãos comuns, nos acostumamos a receber e até fazer operações de venda a vista, por exemplo, do nosso carro, com a compra do mesmo bem, a prazo.
Ou seja, operações que permitem que façamos gestão de caixa e que podem ser muito interessantes.
Mas, se é o governo ou a Petrobrás que faz essa mesma operação, a crítica é feita, de forma velada, sem que se explique que essa é uma operação comum no mercado.
Quanto à aparente "maquiagem" dos dados, o fato é que os estaleiros nacionais produziram as plataformas e as venderam para empresas estrangeiras. Entraram recursos no país. Isso caracteriza exportação e não há nenhuma maquiagem nisso.
Se a empresa ou agente estrangeiro que adquiriu a plataforma resolveu mantê-la no país, e alocou-a à Petrobras, o que houve é que o valor pago pelo arrendamento ou locação pela Petrobras, irá representar elevação de gastos nas contas de serviços ou transferências de rendas. Afetará outra conta do nosso balanço de contas correntes, não representando nenhuma situação irregular.
Essa conta de pagamento de aluguéis e serviços sim, será muito deficitária, e deverá ser objeto de maior preocupação. Embora atenção maior será dada, desde já,  aos gastos de turistas no exterior.
O interessante é que a essa altura, nenhum órgão de imprensa se recorda de que, parte das importações foram infladas, nesse ano de 2013, por contabilização no início do período, de importações realizadas em 2012. Ou seja: para que a balança de 2012 não ficasse muito ruim, o governo decidiu que iria contabilizar o resultado de importações de petróleo em 2013.
E, por esse motivo, a importação na conta petróleo é maior esse ano, do que o realmente gasto. A menos que, e isso ninguém está informando, o mesmo comportamento repetiu-se esse ano. E 2014 irá sofrer o impacto da contabilização de importação de óleo realizada nesse 2013.
***
De meu ponto de vista, o que vejo como mais significativo é que, com queda de nossas exportações, estamos perdendo mercados no exterior e, mercado perdido é o mais difícil de ser recuperado, em momento posterior.
Parece-me ser nesse sentido, a análise de Álvaro Fagundes, na Folha, nesse dia 3 (caderno Mercado - A11). Embora sua argumentação seja fundada na falta de acordos comerciais e de investimentos do nosso país com outros membros do G20, ou nossos maiores e mais importantes parceiros, como EUA, Alemanha, Japão e China, ou mesmo a Argentina.
Mas, isso fica para outra postagem.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Pitacos sobre a passagem de ano; gastos de janeiro e os montes de lixo dos shows da virada

Sol e calor "de rachar" na estreia e no primeiro dia útil deste 2014.
Como não poderia deixar de ser, as pautas dos meios de comunicação, de forma unânime, procuram enfatizar as dificuldades financeiras que o mês de janeiro proporciona a toda a população, fruto do acúmulo de gastos com os presentes de Natal e Fim de Ano, das despesas com o pagamento de impostos, que chegam tão religiosamente quanto a virada do Ano e as chuvas violentas e desastres de verão.
A esse respeito, é bastante significativo e curioso que toda a imprensa dê destaque às calamidades e destruição trazidas pela chuva incessante, invariavelmente cobrando das autoridades públicas ações que, em geral, não foram adotadas, ficando apenas em repetitivas promessas.
Nesta hora, os comentários nos jornais noturnos é sempre o mesmo: será que as autoridades não agiram porque não esperavam as chuvas de virada do ano? Será que os setores responsáveis não sabiam que essa é a temporada de chuvas e que, querendo ou não, as tempestades virão?
Pois bem. A situação serve, à perfeição, em minha opinião, para a situação das finanças pessoais no início do Ano.
Afinal, tão certo como o fato de que haverá  reveillon e queima de fogos no dia 31 de dezembro, e que o Ano Novo irá começar no dia seguinte repetindo o tradicional "capo de mesi, capo de anni" do capodanno, o mês de janeiro é o mês de recolhimento aos cofres públicos do IPTU municipal e do IPVA, sobre a propriedade de veículos e cuja receita é compartilhada entre estados e  municípios.
Ora, sabendo disso, porque não nos planejamos, ao longo do ano, guardando uma pequena quantia a cada mês e criando um fundo para o pagamento desses tributos?
Será que, tal qual as autoridades que criticamos, também nós não sabíamos dos impostos de janeiro?
E para aqueles que têm família e crianças ou jovens em idade escolar, será que se esqueceram ou esquecem de que é o início do ano a época de renovação de matrículas - em especial de cursos complementares, gastos com material escolar, uniformes e renovação de contratos de prestação de serviços de transportes escolares? Isso, sem contar que janeiro é um mês de maiores gastos em função das férias e do calor...
Afinal, mesmo que não seja possível sair em viagem de férias, em função do custo absurdo de passagens aéreas e hotéis, sem contar no desconforto que viagens e aeroportos e estações rodoviárias, ou até mesmo as rodovias, representam, como deixar os meninos presos em casa, ou em apartamentos?
Como arrumar atividades para que os menores possam  botar  fora toda a energia acumulada e incapaz de caber e ser saciada com atividades exercidas em ambientes cada vez menores? E claro, todas essas atividades, realizadas em ambientes externos implicam em gastos com transportes, tickets de ingressos, lanches que exigem recursos que concorrem, necessariamente, com os pagamentos de início do ano.
Mas, tal qual o governo, também nós deixamos tudo para a última hora, e acabamos bancando nossas despesas de formas irracionais, muitas vezes acumulando dívidas, ou lançando mão de recursos de créditos muito caros.
Enfim, a ausência de planejamento é não apenas visto como uma característica, senão como um dos principais e mais comentados - e até comemorados -  traços de caráter do povo brasileiro.
E daí o interesse da mídia e a mesma ladainha de sempre, cumprindo o papel de orientar as pessoas a evitarem se encalacrar em dívidas e crediário desde o início do Ano, para que os votos de Feliz Ano Novo tenham uma mínima oportunidade de se concretizarem.
***

Pitacos sobre a sujeira

Nesse início do ano não poderia deixar de tecer  algum comentário sobre as comemorações e shows da virada de ano, principalmente nas praias do país.
Não para comentar da sempre bela e magnífica queima de fogos, que enfeitam os céus e enchem as telas de nossas televisões, nos brindando com um espetáculo de luzes e cores deslumbrante.
Da descrição do espetáculo de fogos, as tevês e jornais e fotos já dão conta à larga.
Gostaria de comentar aqui do outro lado da festa, do que acontece ao final dos shows, mais propriamente, da sujeira acumulada nas praias. Sujeira e lixo resultantes da aglomeração e da completa falta de educação e urbanidade de nossa população.
Nada contra o farofeiro. Nada contra o piquenique nas areias, à espera dos shows musicais e da queima de fogos. Nada contra a garrafa de champanha ou espumante, e do convívio dos copos de plástico com as latinhas de cerveja ou refri.
Mas, finda a festa, porque as pessoas que levaram comidas e bebidas para a praia não demonstram a preocupação em limpar o ambiente em que passaram horas de diversão e alegria?

Lembro-me de um colega que esteve no Japão acompanhando uma partida de futebol, e de seu espanto ao verificar que os torcedores japoneses, em geral em família, chegam aos estádios, acompanham os jogos, comem, bebem, comemoram e se divertem e, ao final de tudo, limpam completamento o local onde se instalaram. De tal forma que seria quase dispensável a presença da equipe de faxina ao final.
Em sacos plásticos, que depois depositarão nas lixeiras, eles se divertem e se preocupam em manter limpo o local que lhe deu abrigo.
Aqui no Brasil, ao contrário, a marca das festas é lixo, muito lixo acumulado que transmitem um aspecto de desolação que não condiz com o evento realizado.
Hoje, dia 2, os jornais noticiam 3 toneladas de lixo recolhidos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. No dia de ontem, as fotos estampavam a praia de Copacabana, onde um casal mais afoito não se incomodou de dormir ali mesmo, em meio a todo o lixo que as pessoas deixaram.
Engraçado que justo no Rio há uma legislação destinada a punir aqueles que jogam lixo nas ruas. Com multas para os que são apanhados praticando esse comportamento abjeto.
E logo em Copacabana, na praia, no último dia do ano, quando as pessoas botam para fora o melhor de si, o que os turistas deixam na Princezinha do Mar é uma montanha de  lixo. Prova de toda a falta que educação traz a um povo.


quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Feliz 2014, um Ano que temos tudo para fazer Novo, de verdade

Chegou 2014. Em meio a fogos de artifícios que encheram os céus, desde a Nova Zelândia, para nós brasileiros ainda no início do dia 31, até Fortaleza, Salvador, João Pessoa e Natal que, de fora do horário de verão, entraram o Ano Novo com uma hora de atraso.
O que não significa que não coloriram os céus com chuvas de lágrimas e fogos que explodem em gotas de esperanças coloridas.
Chegou 2014! Então, a todos, um Feliz Ano Novo.
Um Ano de muita PAZ, muita LUZ, muita Alegria. Saúde e Força.
Ano que se inicia com boas notícias, de ligeira recuperação do piloto heptacampeão de automobilismo, Schumacher que, embora ligeira, ainda apresenta uma velocidade incompatível com aquela que sempre foi a característica do alemão.
Ainda assim, apesar do estado crítico em que ainda se encontra, o fato de estar com o quadro clínico estabilizado é alvissareiro.
E tomara que o alemão possa sair dessa, para que possa continuar vivendo plenamente.
O que, como a mensagem de fim de ano que recebi do colega Cristiano, reproduzindo texto de Clarice Lispector, significa viver todos os riscos que são o que tornam nossa vida digna de ser vivida.
***
E que 2014 possa ser um ano de menos violência, tanto nas ruas das grandes cidades, quanto e principalmente nas estradas, manchadas nesses últimos dias, ao menos aqui em Minas, pela perda de 70 vidas preciosas em acidentes, muitos dos quais evitáveis.
De menos violência e menos intolerância. De mais calma e tranquilidade, especialmente para aqueles que têm a obrigação de enfrentarem dia após dia, o estresse e a loucura do trânsito caótico.
De menos violência e menos brigas nos estádios, cada vez mais transformados em arenas onde a selvageria praticada pelas torcidas organizadas e pelos criminosos por elas acobertados, faria corar de inveja qualquer cristão atirado aos leões, ou qualquer romano ávido pelo pão, circo e afinal, saciado com sangue.
De menos violência nos MMAs da vida, que de esporte têm apenas a centelha original da competição e da disputa, já que são muito mais demonstrações de nossa barbárie e nossa estupidez.
Que o diga Anderson Silva e sua contusão, uma fratura que não é exclusividade das lutas, sem dúvida, mas que servem de alerta para toda a selvageria contida em uma atividade que expõe o corpo humano a tanta agressão.
Que nosso Ânderson, já em início de seu processo de recuperação, em casa e junto de sua família, possa alcançar sua plena recuperação nesse início de 2014.
***
Mas chegou 2014 e, com o Ano Novo, já encontram-se às nossas portas a Copa do Mundo, em junho e julho, provavelmente as manifestações de rua e, posteriormente, as eleições. Sem sombra de dúvida, em minha opinião, o evento mais importante do ano, embora empanado pela disputa da Copa, apenas um trimestre antes.
Porque, se derrotada a nossa seleção canarinha, e instalados a frustração e o pessimismo no nosso espírito coletivo, ou ao contrário, conquistado o título, o sexto, não resta dúvida que, num caso, a oposição irá querer se aproveitar do fracasso, responsabilizando o governo, ou serão os partidos da base do governo, e o próprio governo, que irão querer capitalizar a vitória. De qualquer maneira, nem um lado, nem outro contribuíram para qualquer que venha a ser o resultado do torneio, salvo talvez em nossas análises, levarmos em consideração que foi o governo, com o uso -INDEVIDO- de recursos públicos, que contribuiu com financiamentos, isenções, etc. para a construção ou reformas dos estádios, aqueles templos que seriam erguidos exclusivamente pelo capital privado, se alguém acreditou mesmo em mais essa mentirinha...
***
Pois bem, chegou 2014 e nesse Novo Ano, desejo que a economia brasileira possa manter, ao menos, alguma estabilidade, longe de um crescimento e uma melhoria espetacular, mas bastante mais afastada de qualquer possibilidade de crise.
Que a inflação possa ser ainda mantida sob controle, senão na meta, o que não é necessariamente obrigatório ou até desejável, ao menos dentro do intervalo de tolerância, que existe exatamente para essa finalidade: controlar a doença, sem matar o doente.
Que nosso câmbio possa ser cada vez mais conduzido em direção à sua cotação mais benéfica para os interesses de nosso país, permitindo que possamos evitar uma cada vez maior deterioração de nossa balança em conta de transações correntes.
Que possamos, então, depender menos do capital externo que deixará de ser nosso salvador, para passar a alcançar sua verdadeira e exata dimensão, de parceiro de nosso desenvolvimento.
Que possamos manter os gastos do governo sob controle, sem esquecer que são justamente estes gastos tão criticados e combatidos, que cobramos que sejam efetuados, para que possamos dar padrão Fifa a nossa Educação e nossa Saúde, do povo brasileiro.
E que são estes gastos, representados por melhores remunerações de professores e médicos e de instalações melhores e mais dignas de trabalho, que exigimos que sejam financiados, embora, toda vez que a remuneração de médicos e professores seja majorada, isso tenha, necessariamente um impacto sobre a folha de pagamento do funcionalismo, medida que a torna imediatamente objeto de crítica dos mesmos que bradam que o governo deve cortar gastos, e que deve investir - PESADAMENTE - em Educação e infra-estrutura, por exemplo.
***
Que votemos em outubro, mais com a razão que o coração. Mais com o pensamento no coletivo e nos interesses maiores, que nos nossos interesses mais imediatos e pessoais, embora eu saiba, claro, que esse é apenas o discurso de um desejo que, no mundo dominado por interesses, fica apenas no discurso. Parte daquele conjunto de boas intenções, sem viabilidade.
***
Que o futebol mineiro continue a brilhar em 2014, e que o Galo possa voltar a nos proporcionar, agora em dobro, as alegrias (não os sofrimentos!) do ano de 2000 e Galo.
***
Enfim, que tenhamos um Ano para viver intensamente. E que possamos e sejamos capazes de vivê-lo intensamente.
Bem vindo 2014.
E Felicidades a todos os meus amigos e leitores, entre os quais cito a seguir vários, aproveitando para retribuir-lhes os votos que nos manifestaram, no Natal e na passagem de Ano: o grande colega e amigo, professor José Antônio Torres; o Fernando Baiano, o Anibal, o Ewerton, o Borela, o João Manuel, o Pedro Cifuentes, os Andrés, o Sérgio Leite, a Alessandra, a Vera, a Mariângela, o Tribuzi, o Vitor, todos do Banco Central em nome dos quais aproveito para cumprimentar a todos os demais, apenas por economia de espaço. E mais os amigos, Ricardo Boynard, Avelino, Fani, Mário  que estão curtindo merecidas e eternas  férias.
O Pieroni, o Marquinho Miranda, o Luciano da Copasa, o Ramires e a Helo, o Toninho, o Fernandinho e Cacá, o Gaeta, o Marcelo Copasa, o Reco e todos os amigos de Galo e de bares...
Enfim, tudo de bom para todos e um Feliz 2014.