quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Pitacos de Fim de Ano e de fugas covardes. De Votos de Feliz Ano de 2023: ano de re(Construção).

 




link: https://youtu.be/u_-kmyJMMJc


Há mais de um mês (desde 15 de novembro) não tenho postado qualquer pitaco seja sob a forma de texto seja em vídeo.

Por trás de minha inércia, confesso uma certa fadiga, um estado de letargia provocado por toda a energia empenhada na tentativa de desobstruir o governo e o país do entrave e do lixo anticivilizatório colocado em marcha e refletido pelo desgoverno e pela figura mais asquerosa e repulsiva, representada pelo mais medíocre mandatário jamais considerado apto para o exercício da presidência dessa República tão maltratada.

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Assim, seguindo a mesma lógica de comportamento do despresidente fujão, que preferiu enterrar de vez sua autossuficiência, arrogância e indigência mental, nos presenteando a todos com uma merecida folga, também esses pitacos passaram por um período de hibernação.

À espera de alguma decisão da atual equipe do desgoverno, capaz de demonstrar um mínimo de reconhecimento da derrota; um mínimo de espírito público, de respeito aos valores democráticos, de grandeza de caráter e de comportamento, impossíveis de serem adotados por personagens tão rasas.

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Ao contrário, as poucas manifestações do despresidente foram no sentido de alimentar, de forma sub-reptícia, atos terroristas, eufemisticamente tratados como atos golpistas, mas nem por isso menos criminosos.

Nesse sentido, as raras aparições e manifestações do líder fascista derrotado e de seus familiares, nada mais procuraram que funcionar como apitos de cachorros – ‘dog whistle’ – instigando à parcela de seguidores, conservadores fanáticos ou apenas fascistóides, a permanecerem acampados à frente dos quarteis, implorando por uma eventual e antidemocrática intervenção militar. Parcelas sob a liderança do desvairado, expulso das fileiras da tropa há muitos anos.

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Sabe-se hoje que, ao lado de pessoas realmente passíveis de servirem como meras e simplórias marionetes manipuláveis em seus valores religiosos, comportamentais e até políticos, tais acampamentos também serviram de abrigo ou pior, como incubadoras para grupos terroristas extremados, dispostos a sacrificar centenas de vidas em prol da conquista de seus objetivos.

Para que jamais caia no esquecimento: comportamento inspirado no de um certo tenente, disposto a instalar e explodir artefatos explosivos até em quarteis onde estavam alguns daqueles a que se visava beneficiar.

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Ao lado da postura típica do  ‘quem cala consente’, esse ser abjeto, covarde, inclinado a agir sob a proteção das sombras e dos porões (de torturas!) resolveu, despudoradamente, fazer valer o peso de sua caneta e do cargo de que se despede, de forma aética, imoral e mesquinha.

Nesse sentido, decidiu editar decretos, portarias e atos que, de forma análoga às minas terrestres permitiriam, com explosivos de alto teor, minar as trilhas e caminhos de seu sucessor, disseminando o terror.  

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Por tudo isso, opta pelo ato final de covardia: a fuga. Tanto da cerimônia simbólica e civilizada de passagem da faixa presidencial, quanto do alcance dos braços longos da Justiça, em razão de seus inúmeros crimes.

Para alguns, foge para estar distante, afastado de possível cena de crime por ele arquitetado e do qual deve ser acusado como mandante.

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Enquanto isso, Lula, o presidente eleito se vê às voltas com todo tipo de armadilhas, das quais o perfil de extrema direita do futuro Congresso exige que faça toda sorte de malabarismos e contorcionismos, visando montar minimamente uma base de apoio parlamentar, que lhe permita cumprir a tarefa de reconstrução das instituições de Estado destroçadas, enquanto cria as condições para incluir a camada mais carente da população no orçamento, e garantir a essa parcela, de forma digna,  o acesso aos serviços públicos mais necessários.

A dificuldade de sua tarefa não pode ser menosprezada, especialmente tendo em vista a composição da equipe ministerial integrada por nomes indicados por partidos cujos interesses e visões de mundo são tão distintas.

Esperar coerência, consistência e unidade de propósitos é, mais que uma tarefa hercúlea mesmo para um político do porte e da sagacidade de Lula, é uma verdadeira prova de fé e boa vontade.

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A ausência de pitacos não me impediu de participar de alguns programas de discussão e debates focando, especialmente, o famigerado Teto de Gastos, e se estendendo para a Proposta de Emenda Constitucional da Transição, agora aprovada.

O programa Espaço Plural,  da Rede Estação Democracia, pode ser visto no link do Youtube, a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=PDuZOLMxwXw.

Também o programa Palavra Aberta da rádio Itatiaia, pode ser visto no link: https://www.itatiaia.com.br/editorias/palavra-aberta/2022/11/19/palavra-aberta-para-que-serve-o-teto-de-gastos-economistas-explicam

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Quanto à PEC da Transição ou da Governabilidade, chama a atenção a reação da Folha de São Paulo, tratando-a como a PEC da Gastança.

De um jornal que acaba de dispensar esse monstro do jornalismo profissional que é o Jânio de Freitas, não é de se esperar comportamento muito diferente senão o de total e completa vassalagem ao mercado e aos 'Farialimmers' de sempre.

Afinal, a Folha precisa de anúncios e anunciantes para sobreviver, o que justifica plenamente sua guinada ao neoliberalismo destrutivo de uma economia de viés distributivista. Nada como a inabalável profissão de fé, no deus mercado.

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Curioso, como mostra o imprescindível economista André Lara Resende em seu último artigo, “Os Juros, outra vez!” no Valor Econômico (24/25 e 26 de dezembro de 2022) é a Folha e economistas de viés liberal não terem se comportado com tamanha voracidade crítica aos desacertos do Posto Ipiranguedes (periguete?), e às PECs do calote dos Precatórios, ou da compra de votos ou PEC Kamicase.

Nem terem criticado a geração de déficits pelo desgoverno que  felizmente chega ao fim. Nem como alerta Lara Resende não se insurgirem contra a gastança do pagamento de  juros da dívida, tão gasto público quanto aqueles gastos com Saúde, Educação, Assistência Social, etc.

Mas, entende-se: ninguém critica aquilo de que é beneficiário.

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Um Feliz 2023 para todos. Especialmente para o novo, multifacetado e eclético governo Lula.


terça-feira, 15 de novembro de 2022

Chiliques dos mercados e de seus porta-vozes e as razões de tais manifestações. Equívocos da midia na análise de nomes da transição

 


Posso estar enganado, isso acontece com alguma frequência.

Mas em minha opinião, os tais mercados, eufemismo para designar os mercados financeiros rentistas, especulativos e seus interesses, apoiou ou não se opôs ferrenhamente à eleição de Lula em razão de sua promessa de manutenção e fortalecimento da democracia.

Foi DEMOCRACIA que Lula ofereceu aos mercados. E se ele entregar democracia ao longo de seu mandato, já terá cumprido sua promessa a esse segmento.

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Acredito que o mercado já precificou o fato de Lula ter, no decorrer de sua campanha, prometido ampliar o valor do Bolsa Família em definitivo, para o valor de 600 reais.

Ter se comprometido em criar o adicional de 150 reais por crianças, além de adotar política de elevação real do valor do salário mínimo e correção da tabela do Imposto de Renda, há tanto defasada.

Tudo isso, sem abandonar a recomposição de gastos sociais, que incluem farmácia popular, infraestrutura educacional, e tantas outras mazelas fruto da desconstrução posta em marcha por seu antecessor.

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O significado dessa plataforma traduz-se em que Lula prometeu valores políticos para os mercados e econômicos para os menos privilegiados, com os benefícios consequentes para todo empresário do setor produtivo.

Para os mercados: democracia. Para os segmentos menos favorecidos da população, Economia e medidas destinadas à redução de desigualdades social, de acesso a bens sociais, de renda e de oportunidades.

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Antes que os críticos me acusem de ingenuidade, alegando que aos mercados pouco importa se a forma de governo adotada assume caráter democrático ou autoritário, contraponho as premissas que alicerçam meu raciocínio.

E parto do reconhecimento de que dominados por modelos de inspiração tristemente neoliberal, os interesses dos mercados privilegiam o individualismo, a busca de obtenção de lucros a qualquer custo, que se aliam ao ideal farsesco de meritocracia em prejuízo de interesses mais coletivos, mais sociais.

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No entanto, apoiar a ameaça do governo que se despede seria uma aposta de risco, em razão da inconstância do trágico titular do cargo e sua reconhecida formação intervencionista, autoritária, populista.

Reeleito, mais fortalecida a hipótese de um autogolpe, o país poderia se encaminhar em direção a um governo autocrático, onde a promessa de manutenção de um liberal reconhecido como  ministro da Economia, estaria constantemente posta em dúvida.

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Nesse sentido, aliado aos interesses de sua familícia, não seria prudente nem mesmo acreditar que restariam alguns nacos de ganhos para os agentes com menos vínculos com a ‘família real’.

Isto posto, qual a razão do chilique dos mercados em reação ao discurso em que Lula apenas ratificou sua não conformidade com as travas ao exercício do poder, como a Lei do Teto de Gastos?

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Para mim, apenas o anúncio e a difusão pela mídia de um movimento baixista nas bolsas, levou incontinenti a que parte dos detentores de títulos corressem para se livrar dos títulos micados.

Desnecessário lembrar que tal comportamento, que redundou em perda de 150 bilhões de valores na Bolsa, não representam perda, a rigor, salvo para os pequenos e menos qualificados investidores, portadores de menos recursos.

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Não duvido que enquanto esses investidores amedrontados corriam para realizar seus capitais, a preços declinantes, na ponta oposta os grandes investidores, institucionais ou não, adquiriam papeis na baixa, ponde em prática a lei primeira do jogo bursátil: comprar na baixa e vender na alta.

Além do comportamento especulativo peculiar, tal movimento serviu como um alerta ao presidente eleito, para que cumpra o prometido, mas não vá com muita sede ao pote.

Alerta com cara de chantagem, reforçado pelas análises encomendadas e pouco sérias dos famosos ‘jornalistas financeiros’ encastelados na mídia, que se atreveram até a exigir a indicação, por Lula, de seu homem forte da Economia.

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Da lei de teto e suas travas à inclusão do povo no Orçamento, trataremos em outro pitaco, quando abordaremos a relação de tal lei à criação de espaços de ampliação da circulação privada de mercadorias, aptas a permitirem o surgimento potencial de grandes oportunidades lucrativas.

Neste pitaco, a título de conclusão, trato da ignorância da mídia e seus analistas econômicos, até mesmo para analisar os nomes dos integrantes da equipe de transição.

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É fato reconhecido que André Lara Resende é formado e se doutorou em escolas econômicas de tradição ortodoxa, liberal.

Também é sabida seu passado de banqueiro e toda sua contribuição gigantesca para a elaboração de planos, desde o heterodoxo e  fracassado plano Cruzado até o exitoso Plano Real, de forte inspiração liberal, embora não tão ortodoxo em sua gênese: A moeda indexada, uma proposta para combater a inflação inercial.

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Pois bem, Lara Resende vem, há algum tempo, realizando uma autocrítica e uma crítica aguda aos modelos monetários adotadas pela ortodoxia da Escola Neoclássica e suas variantes mais modernas e mais sofisticadas, criticando os pressupostos e as recomendações de políticas, principalmente a forma de tratamento da noção de austeridade fiscal.

Em seu último livro, provavelmente jamais lido pelos entendidos jornalistas econômicos, “Camisa de Força Ideológica – A crise da Macroeconomia” ele mostra claramente a inflexão que sofreu em seu pensamento.

Mas também essa sua mudança e suas novas visões e propostas eu deixo para um próximo pitaco.

 

 

 

segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Eleições, a vitória de Lula e as expectativas que ele cria, para o que conta com meu apoio integral, o que não o torna menos crítico

 




30 de outubro, data da vitória de Lula, da democracia e do povo brasileiro, na batalha contra a barbárie expressa na tentativa de implantação de um projeto fascista, autoritário, violento e elitista.

Curiosa e coincidentemente, como assinala a Folha (Acervo Folha – Há 100 anos), nessa mesma data, há um século atrás, a Itália se curvava à vitória sem resistência do movimento fascista, com o rei Vittorio Emanuele 3º convidando Benito Mussolini para chefiar a formação de um novo governo.

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O resto da história e a tragédia a que ela deu origem todos conhecemos, apesar da ignorância da grande maioria da população quanto ao significado da data.

E foi o medo de repetição da mesma tragédia, ao lado da fome, da violência, do arbítrio, da destruição das instituições, das constantes ameaças de golpe e da falta de respeito às regras do convívio social e às bases do Estado de Direito, junto ao estímulo ao armamento, que levaram o povo a dar um basta ao avanço do fascismo em nosso país.

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Insisto que a vitória obtida pelas forças populares e democráticas no 30 de outubro deste 2022 caracteriza a vitória em uma batalha.

Ainda estamos longe de ter vencido a Guerra. Tal certeza impõe que,  todo o povo, continuemos alertas, vigilantes.

E que o governo eleito seja capaz de propor a pacificação e a união de todos os brasileiros, sem abrir mão da utilização de todo o arsenal de instrumentos que lhe permitam analisar, entender e explicar as razões situadas nas mais profundas entranhas que deram origem a tal movimento.

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Compreendidos os fundamentos do avanço do movimento fascista, deve o governo usar de todo instrumento para verificar e punir, com o rigor da lei, a todos os sujeitos e grupos que se aproveitaram da fragilidade e do cansaço da calmaria institucional para liderarem o processo destinado a implodir o regime constituído.

O julgamento dos responsáveis identificados, nos rigores estritos da legislação, bem como sua punição severa deverá ser rigorosa, sem dar espaço para as contemporizações ‘por cima’, que acabam normalizando e relegando ao esquecimento atitudes que se não liquidadas, se regeneram como as cabeças da Hidra. E retornam com mais furor e mais ímpeto, em futuro cada vez mais imediato.

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Deve-se evitar aqui, o apoio e simpatia que parte do povo italiano devotou à assunção do fascismo e de  seu líder, aclamado como salvador.

E, para tanto, o governo eleito não poderá nunca se esquecer de seu eleitorado, de sua origem, de sua base e de todas as circunstâncias que, ao longo dos anos, permitiram que essa parcela da população ficasse marginalizada, excluída, tratada com a desconsideração dada aos seus anseios, a suas reivindicações, aos seus problemas e até às propostas de solução por eles sugeridas.

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Para evitar que o desespero permita que esse eleitorado passe a integrar as fileiras do autoritarismo e da violência, são tratados como manadas úteis, o governo popular eleito deverá trazer à luz as camadas da população até agora mantidas sob o manto da invisibilidade.

Dadas as condições econômicas e financeiras do país, e as limitações impostas pela realidade que a todos condiciona, é importante que tais grupos de eleitores passem a integrar Comitês Populares de discussão e apresentação de prioridades, que possam alimentar um processo verdadeiro de planejamento e orçamento participativo.

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Ao integrarem as células primárias da discussão da alocação de recursos, com cada segmento apresentando suas carências mais urgentes e as propostas de soluções mais desejadas, tais comitês darão espaço à negociação e à definição de necessidades mais prioritárias, reconhecendo e respeitando, e acatando orientação dos recursos para os problemas mais prementes.

Trazer o povo para o orçamento. Trazer o povo sofrido para a luz, e dar-lhes vez e voz, é a principal forma de transmitir a todos os cidadãos a consciência e a confiança de que todos são igualmente respeitados e considerados.

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A interação dos Comitês é também, e pode ser ainda mais incentivado, terreno fértil para a troca de ideias e experiências que permitam o desenvolvimento inovador de soluções criativas, de resultados mais eficazes e eficientes.

Em minha opinião, Lula tem todas as características para liderar esse processo de transformação da sociedade brasileira em uma sociedade mais inclusiva, de oportunidades mais igualitárias na origem. Mais  capaz de gerar e aproveitar melhor os espaços de ampla liberdade, autonomia e valorização do esforço pessoal e das conquistas individuais.

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Lula e seus auxiliares, com ou sem cargos formais, poderá servir de elemento catalisador das transformações que permitam à sociedade brasileira avançar no processo civilizatório que tem como origem e um de seus pilares, o processo de redenção pela Educação, pelo avanço do processo científico e tecnológico, pelo avanço da pesquisa e desenvolvimento aplicado à melhoria da qualidade de vida de todos e para todos.

Quanto aos mercados, por sua capacidade de conciliação e composição com os diferentes, pela proposta de abrir espaço à participação dos divergentes, Lula é o personagem mais talhado para estimular um projeto de desenvolvimento econômico produtivo, ambientalmente sustentado e capaz de ampliar a escala de geração e acumulação de excedentes, com espaço para a preservação dos lucros empresariais e a possibilidade de criação de fundos destinados a avanços de todas os estratos sociais.

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Paz, Esperança, Amor vencendo o ódio e todos se aproveitando das conquistas da criação da riqueza como o processo social que a caracteriza.

É isso que eu, que nunca havia votado em Lula, tradição rompida vitoriosamente agora, passo a esperar do novo presidente eleito.

E para essa plataforma, asseguro dar o melhor de mim, meu apoio e minha análise e opinião críticas.



quinta-feira, 27 de outubro de 2022

A classificação de Risco da CEF e a provisão para perdas: UMA CORREÇÃO

 O pitaco ontem tratou de operações de crédito consignado para beneficiários do antigo bolsa família, atual auxilio Brasil. 

Para isso, fiz uma pesquisa que, apesar de extensa, lamentavelmente não cobriu todo o assunto na profundidade devida, pelo que peço desculpas. 

Meu colega de Banco, João Manoel foi quem observou e me alertou para que eu fizesse a correção devida.

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A questão é que  quando o crédito é concedido com a transferência de direitos creditórios formalizados legalmente , há um deslocamento da avaliação de crédito para a situação do pagador desses direitos. 

Em outras palavras, o risco da Caixa  deixa de relacionado ao risco do tomador (beneficiário) e passa a ser considerado em relação ao Governo. 

Além disso, considera-se ZERO o risco da União no caso de garantias dos títulos públicos federais.

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Conclusão: não há risco à  CEF, nem a necessidade de se contabilizar provisões para perdas, que serão cobertas pelo Governo Federal.  

Abre-se APENAS, mais um rombo para as já deficitárias contas públicas, por meio de aumento da dívida pública. Além disso, há também apenas MAIS UMA pedalada fiscal, semelhante a outras dos tempos de Dilma, com suporte na Caixa. O que não deixa de ser curioso para um ministro rastaquera, que se acredita um liberal... de araque.

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O que não impede a continuidade de ameaça de privatização da CEF.

quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Auxílios ilegais e imorais, créditos consignados e os riscos de crédito e de privatização da CEF

 



Em julho desse ano, visando pavimentar o caminho que poderia conduzi-lo à reeleição, e em flagrante desrespeito à legislação  eleitoral, o governo conseguiu aprovar uma Emenda Constitucional que decretava um fantasioso Estado de Emergência, destinado a permitir implantar um vergonhoso pacote de benefícios eleitorais.

Com um custo estimado próximo dos  51 bilhões, a chamada PEC do fim do mundo,  que chamei de Pec da universalização da Corrupção trazia, entre outras medidas e na tentativa de comprar o voto dos mais necessitados, um aumento do valor do Auxílio Brasil, de 400 para 600 reais, a serem pagos somente até dezembro.

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Para não restar qualquer dúvida quanto ao caráter despudoradamente eleitoreiro da PEC,  a proposta de lei orçamentária encaminhada em agosto pelo governo previa, o pagamento do valor de 405 reais para o substituto do Bolsa Família.

Tudo isso sob a conivente sonolência e a inação cúmplice do Tribunal Superior Eleitoral.

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Já tendo arrombado tanto a porta quanto as contas públicas, sem qualquer punição, em agosto, por meio de uma Medida Provisória, o governo aprovou a concessão de crédito consignado para os favorecidos com o Auhxílio Brasil.

Com base nesse aparato legal, a Caixa já registrava mais de 1,8 bilhões de créditos concedidos nessa modalidade em outubro, quando o TCU recomendou a suspensão dessas operações.

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Com um custo de  juros de 3,45% ao mês, ou 50,23% ao ano, e comprometimento máximo da de 40% do valor do benefício pago, a prestação não poderia superar os 160 reais, não podendo o crédito se estender por período maior do que 24 meses.

Sob tais condições, não foram poucos os analistas que alertaram para os perigos embutidos e as condições draconianas de tal operação.

Vários deles, inclusive, destacaram que, passado o mês de dezembro, e com o benefício de volta ao seu verdadeiro valor de 400 reais, restariam ao devedor apenas 240 reais para financiar os gastos de alimentação e sustento de suas famílias.

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Considerado o valor de uma cesta básica, acima do valor dos 600 reais do auxílio, a tomada do empréstimo acarretaria um problema insolúvel no futuro imediato.

Adicionalmente, para atender aos limites fixados, o valor máximo do benefício não poderia superar os 2500 reais, o que daria para acertar a vida financeira do beneficiário e, dificilmente, para tentar a sorte como empreendedor. Ainda assim, ao fim do período do contrato ele teria pago o montante 48,6% a mais que sua dívida.  

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Meu interesse aqui não é repisar os riscos e dramas do devedor da operação. Meu foco é entender o silêncio do Banco Central, responsável pela fiscalização e manutenção da saúde do sistema financeiro nacional.  Para atender a esta função, o Banco adota um modelo de supervisão prudencial, visando reduzir riscos.

Para deixar mais clara minha preocupação, recorro à Resolução 2682, de 1999, que estabelece os critérios de classificação das operações de crédito e regras para a constituição de provisão para créditos de liquidação duvidosa.

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A Resolução prevê que compete à instituição financeira a classificação de risco de crédito – o risco de o devedor não conseguir pagar sua dívida, ou não fazê-lo na hora contratada -  fixa algumas variáveis que devem guiar tal classificação.

Em relação ao devedor e seus garantidores a classificação do nível de risco deve considerar sua situação econômico-financeira e seu grau de endividamento.

Em relação à operação, deve-se considerar, as características das garantias, particularmente quanto à suficiência e liquidez.

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Se ninguém põe em dúvida a suficiência e liquidez do consignado ( o valor do auxílio é a própria garantia), há que se questionar seriamente a situação econômico-financeira do devedor. Afinal, exatamente sua reconhecida situação de penúria é que o habilita a receber o antigo Bolsa Família.

Em relação ao seu grau de endividamento, a situação fica mais drástica, a se considerar o alto volume de inadimplência da sociedade brasileira e as taxas e contas todas em atraso.

E olhe que em seu parágrafo único, a Resolução ainda afirma que o crédito de titularidade de pessoas físicas deve levar em conta as situações de renda (?) e de patrimônio (???) bem como outras informações cadastrais do devedor.

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Quanto à classificação de risco, maior o risco maior a perda potencial estimada e maior a provisão para perdas, ou seja, a dedução do lucro da instituição.

O que permite que uma instituição lucrativa e sólida venha a começar a apresentar perdas que possam ..... JUSTIFICAR SUA INEFICIÊNCIA e, no caso de instituição pública, levar à discussão de sua PRIVATIZAÇÃO.

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Para quem tem um guedes na mão e nenhuma empatia para com os que vivem na miséria absoluta; para quem tem planos e estudos para achatar o salário mínimo, reduzindo todos a uma situação de igualdade na penúria, nada mais interessante.

O que não deveria ser novidade, tantas as vezes que a CEF já foi objeto de declarações de privatização e venda retalhada de suas várias carteiras lucrativas.

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Enquanto isso, a prévia de inflação, o IPCA-15 sobe em outubro, para 0,16 % , ou 6,85% em 12 meses, para uma inflação cujo teto máximo era de 5%.

Com queda em grupos de transportes (combustíveis, em especial, gasolina e etanol), comunicação e artigos de residência. Os dois primeiros sob influência da redução ‘inconstitucional’ do ICMS.

Por outro lado, roupas, saúde e alimento e bebidas, gastos que afetam mais de perto aos menos favorecidos prosseguem em elevação.


segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Shakespeare e o significado dos nomes; ações fora da ordem legal; plano de redução da desigualdade de renda e ataques aos agentes da lei

 


Link: https://youtu.be/4y-yRgM45Gg


Parafraseando Shakespeare, ‘O que há, pois, num nome? Aquilo a que chamamos pedofilia, mesmo substituído por  “pintou um clima” com meninas adolescentes venezuelanas, cheiraria igualmente podre’.

E o comportamento igualmente criminoso.

E o que se espera é que o autor da frase seja levado às barras da justiça, para prestar satisfações à sociedade, e ser punido por seu crime.

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E sem querer assumir a imagem daquele que não tem pecado para atirar a primeira pedra, acredito que deva satisfações, igualmente penosas, a sua mulher, a terceira, na hipótese de ela ter o  respeito pela família que proclama aos quatro cantos.

Afinal, mesmo tendo recebido 89 mil reais de depósitos de Queiroz, nunca esclarecidos, supõe-se que, sendo religiosa e ligada à família, será difícil aceitar a traição realizada sob a forma de  “pensamentos, palavras e obras”.

Mais doloroso ainda, deverá ser perdoar aquele que se apresenta como paladino da família brasileira.

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Daí que soa falso, tanto a ida da primeira dama ao encontro das crianças estigmatizadas, quanto a defesa da família cristã, feita pelo casal.

E apesar dessa falsidade não ser desmascarada e denunciada em alto e bom som,  nas igrejas evangélicas, a verdade é que #quempraticapedofilianãopresevaafamília.

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 A respeito das irregularidades de moro


Relacionada à prática de maus feitos, não há como fingir não ver e não abordar o comportamento do autointitulado paladino da Justiça e chefe da luta contra a corrupção.

Não bastasse dar tratamento especialíssimo a Alberto Youssef, o doleiro envolvido e condenado no escândalo criminoso do caso Banestado, que teve seu nome novamente envolvido em atividades criminosas ligadas à Lava Jato, o juiz parcial e venal concedeu-lhe o benefício de nova delação premiada. Agora, desde que envolvendo o nome de seu inimigo.

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Embora com ressalvas e nenhuma ingenuidade, até entendo o tratamento irregular dispensado a alguém, que não apenas demonstrava poder, quanto ainda possuía amigos tão poderosos quanto.

Afinal,  como informado pela Folha de São Paulo, Youssef foi responsável por financiar horas de voo de jatinho à campanha do senador Álvaro Dias, ainda em 1998.

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Tempos depois de cumprida a missão a que se impôs, de afastar Lula da disputa eleitoral de 2018, e agora como ministro do maior beneficiário da perseguição desencadeada contra o favorito das pesquisas naquele ano, o marginal ex-juiz foi extremamente complacente com seu colega deputado e ministro da Cidadania,  Onyx, flagrado pelo crime da prática de caixa 2.

Arrependido, e se dispondo a pagar a multa que lhe foi fixada, Ônyx recebeu o perdão do ministro bolsonarista Marco Aurélio, do Supremo, logo quem?. Marco Aurélio extinguiu a pena que poderia redundar até em cassação do mandato, o que foi plenamente justificado pelo incorruptível moro. Afinal, nada como o perdão para quem já se penitenciou!

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Mais tarde teve o caso da acusação de moro ao presidente, sob a denúncia de seu chefe querer interferir na Polícia Federal para beneficiar e esconder o mau comportamento de seus filhos, o que lhe valeu sua demissão do ministério.

Como a sem-vergonhice muitas vezes se faz acompanhar de certo esquecimento, o bandido  eleito ao Senado pelo Paraná, agora se torna assessor ou ‘coach’ do meliante a que acusava, nos debates contra o seu inimigo.

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Por mais que o país conviva com pobreza sem igual e com um vergonhoso déficit habitacional, não MORO no covil em que essa figura perniciosa se encontra.

Mas, nada como atuar em prol de seus 'princípios'. Ainda mais se há a possibilidade de, em eventual golpe por dentro, a composição do Supremo ser ampliada, o que reserva a esse vigarista, ao menos em tese, uma indicação.

Ali, ao lado, de Aras, encontrará o devido espaço para se confraternizar com outros iguais, igualmente sem caráter.

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 Planos de guedes e Jefferson

Por fim, necessário abordar dois fatos recentes, talvez relacionados, e ambos capazes de revelar o mau-caratismo e a opção preferencial por fazer o mal à população brasileira.

O primeiro fato, a descoberta da proposta de guedes de repetir a malfadada política de arrocho salarial dos tempos do governo de ditadura militar. Por ela, as recomposições salariais passam a não guardar relação com a inflação passada, mas a serem fixadas com base em uma inflação futura, artificialmente reduzida.

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E nem adianta guedes negar sua ideia genial de reduzir a desigualdade de renda per capita no país, pela condenação à morte por inanição da parte pobre da população.

Afinal, a ideia em estudo vem à luz, justamente por falta de planejamento de um governo inepto.

E não há como não acreditar que tenha já sido feito um teste com a mortalidade provocada pelo governo na pandemia da Covid.

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O segundo fato, surgido para que o plano de guedes seja esquecido, é a reação do aliado do presidente, Roberto Jefferson, à ordem de retorno à prisão preventiva.

Talvez o ataque a balas a policiais e agentes da Polícia Federal, fosse uma tentativa de se imolar, tornando-se um mártir, como aventado por Gabeira.

Talvez esse o motivo de o padre fake, Kelmon, estar no local, para ouvir a última confissão fake de um suicida fake.

Enfim, eles que são os manipuladores da boa fé que se entendam.

O que não evita de perceber que, mais uma vez, malograda a ação, Jefferson já tenha sido rifado por seu chefe. Gesto que seu chefe e amigo repetiu – queimando e abandonando – com todos os que o apoiavam e que podiam fazer sombra a seus intentos absolutistas.

 

 

 

quinta-feira, 20 de outubro de 2022

A intolerância e as várias mentiras de um mundo de realidades paralelas

 




 Link para a apresentação no Youtube: https://youtu.be/zSF7mOmyRHI

Em A Sociedade Aberta e os seus Inimigos, o filósofo Karl Popper aponta 3 contradições ou paradoxos - aquele tipo de pensamento ou declaração contrária aos princípios mais básicos do pensamento humano. Um desses ilogismos seria o paradoxo da liberdade. Outro, o da democracia.

A terceira contradição seria o paradoxo da tolerância, assim apresentada:

"A tolerância ilimitada leva ao desaparecimento da tolerância. Se estendermos a tolerância ilimitada mesmo aos intolerantes, e se não estivermos preparados para defender a sociedade tolerante do assalto da intolerância, então, os tolerantes serão destruídos e a tolerância com eles.”

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E segue esclarecendo não ser favorável à supressão de filosofias intolerantes, desde que fosse possível combatê-las e mantê-las sob crítica junto à opinião pública. “...Suprimi-las seria ... imprudente.”

Mas, destaca que “devemos-nos reservar o direito de suprimi-las, se necessário, mesmo que pela força”

E conclui que: Devemos-nos, então, reservar, em nome da tolerância, o direito de não tolerar o intolerante. Devemos exigir que qualquer movimento que pregue a intolerância fique à margem da lei.”

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Em suas várias dimensões, o fascismo ou extremismo de direita não pode ser tolerado como natural. E, dada a ausência do uso de argumentos racionais em sua escalada para dominar a sociedade e fazê-la se curvar aos seus desejos, não podemos levar à última consequência nossa fé na defesa das liberdades de expressão, de opinião, de informação.

Há que se ponderar o risco de a intolerância destruir o espaço que lhes assegura o direito mesmo de ser intolerante.

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Alerta que deve nortear nosso juízo de valor sobre pretensa “censura” do TSE e de seu presidente, sempre açodado como cão policial a farejar nacos de projeção pessoal, não raro embaladas de cunho autoritário.

Mas, admita-se que, ao menos até aqui, pau que dá em Chico bate em Francisco.

O que o leva a adotar medidas sujeitas a críticas, que calam órgãos da imprensa como as impostas à Jovem Pan, sob a alegação de divulgação de fatos sem a necessária comprovação e o uso de adjetivações que visam apenas criar alarde, sem o devido respeito à dignidade e honra alheias.

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Por outro lado, também impede que afirmações feitas espontâneamente por um candidato, sem pressões, ameaças ou chantagem, sejam utilizadas, como se o deslize do falastrão merecesse ficar em sigilo, secular talvez, de forma que a sociedade não pudesse ter acesso ao que pensa e como age, aquele que quer conduzir seus destinos.

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Então, rendendo minhas homenagens ao professor Conrado Hubner Mendes e ao brilhante Curriculum Vitae que analisa em sua coluna de hoje na Folha, me atrevo apenas a reproduzir frases do candidato que tenta se mostrar como alguém do povão, sem qualquer verniz cultural, que de fato não possui.

Frase de 25 de abril de 2019: “O Brasil não pode ser o país do mundo gay, do turismo gay. Temos famílias.” E emendou que, se alguém, “quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher, fique à vontade”...

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“... olhei umas menininhas bonitas, de 14,15 anos, arrumadinhas, no sábado, numa comunidade, e vi que eram parecidas. Pintou um clima, voltei, ‘posso entrar na sua casa?, entrei’.... todas venezuelanas.”

Frase da confissão que o exibicionista presidente do TSE não permitiu que fosse usada em campanha eleitoral.  

Se a moda pega e a procuradoria não pudesse usar a confissão de um réu no tribunal do juri, o que seria da aplicação do Código Penal?

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Foi esse mesmo candidato que mandou tirar de circulação propaganda do Banco do Brasil, porque a massa quer respeito à família.

A propaganda que procurava apostar na diversidade para ampliar a clientela daquela instituição, continha apenas negros, negras, tatuados e transexuais.

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Não vou falar do elogio da tortura e de torturadores ou da crítica à incompetência das forças militares em exterminar os povos indígenas, como nos Estados Unidos.

Tampouco devo falar de sua fixação com uma sexualidade mal resolvida, expressa em frases desde o famoso ‘golden shower’, até o falso imbrochável, ou as ameaças de estupro a colegas no Congresso, ou de como tratou sua filha, como uma fraquejada.

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Há outras várias mentiras, como a de a economia estar crescendo, quando o índice do Banco Central, IBC-BR registrou queda de 1,13% em agosto.

O governo, que comemora a queda artificial e já interrompida da gasolina, em benefício dos ricos, aliada à deflação, enquanto esconde a queda de arrecadação dos Estados, responsáveis pelo resultado fiscal positivo até o primeiro semestre do ano.

O governo fala em benefícios e preocupação com os mais necessitados, através da precarização do trabalho e do aumento de sua exploração, verificado por queda de renda para os das classes D e E, contra aumento dos da classe A.

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Nada disso importa. Importa é que ele agride mulheres, pretos, LGBTQIA +; agride e desrespeita o Evangelho, mas tem o apoio de todas esses grupos agredidos.

Fenômeno talvez explicado pela síndrome de Estocolmo, papel a que todos foram conduzidos pela máquina de ódio e de construção de realidades paralelas que ele e sua gangue conseguiram colocar em funcionamento.


terça-feira, 18 de outubro de 2022

Conhecereis a mentira, mesmo disfarçada com as vestes da verdade

 



Na programa de propaganda eleitoral gratuita, o candidato à reeleição comunica uma alteração em relação ao versículo bíblico que costuma citar.

Sai João 8,32 (“e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”), entra João 8,44:

"Vocês pertencem ao pai de vocês, o diabo, e querem realizar o desejo dele.

Ele foi homicida desde o princípio e não se apegou à verdade, pois não há verdade nele. Quando mente, fala a sua própria língua, pois é mentiroso e pai da mentira.

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O profundo respeito que tenho por todas as crenças e formas de manifestação da fé, de que são testemunhas os seguidores destes pitacos, exigem que eu procure esclarecer melhor o significado do texto sagrado. 

Para tanto, sem ser teólogo, recorro às diversas interpretações das Escrituras que o Google nos permite acessar.

Entre elas, aquela que relaciona o pecado do homem à sua origem, ao fato de ser fruto do pecado original.

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Nascidos no pecado, os homens trariam consigo a negação de Jesus e de seu significado: ‘Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.” (João, 14,6)

Nesse sentido, seriam filhos do diabo e, como filhos de seu pai, iriam procurar seguir, obedecer e realizar seus desejos.

Por ser a negação de Deus, da Verdade, o diabo seria o pai da mentira, e mentiroso, tanto quanto seus filhos.

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Quanto ao diabo, além de não se apegar à verdade que não reconhece, desde o início foi HOMICIDA, termo que se aplica tanto à negação da verdade quanto da vida, como nos ensinam os dicionários: “aquele que acarreta ou pode acarretar a morte de muitas pessoas.”

Nesse sentido, o capitão Porcina, que era sem nunca ter sido (sua promoção se deveu à sua exclusão!), surge na propaganda acusando seu adversário de característica que é intrinsecamente sua, de fato e de direito.

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Afinal, não é necessário procurar muito para verificar a quem corresponde a descrição de ser “aquele que acarreta a morte de muitas pessoas.”

Sejam povos originários da floresta Amazônica, sejam mais de 685 mil brasileiros vítimas da Covid, sem ar, sem oxigênio, sem respiradores e sem equipamentos para entubação. Sejam os milhares de cidadãos a quem remédios sem eficácia foram recomendados ou pior, receitados por falso médico.

Quem comete os crimes contra a segurança alimentar, os comete contra a vida. E o país empobreceu em todo o mandato da nossa Porcina do Planalto.

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Se estamos à beira de uma das várias batalhas do Bem contra o mal, os exércitos que defenderão o mal estarão sob a chefia da Mentira e seus seguidores - os modernos fariseus, adeptos dos falsos Messias, dos falsos mitos.

Situação que já ficou clara, em muitas ocasiões, e mais uma vez no último debate.

Em que o chefe das forças do mal adota comportamento de ator treinado, ensaiado para não permitir que sua personalidade venha a se chocar e contrapor-se à representação que deverá encarnar.

Se parece às vezes ter dificuldades na expressão e nas falas e ‘deixas’ tantas vezes ensaiadas, isso se deve não à traição de sua consciência, incapaz de se manifestar. Deve-se a suas dificuldades de compreensão do texto que foi obrigado a decorar e das falas e termos cujo significado é incapaz de entender.  

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Daí listar a dificuldade de enumerar apenas algumas das mentiras ditas no debate

Comecemos com a sua versão de que o governo fez diminuir o preço da gasolina, depois de apresentar projeto que reduziu a alíquota do imposto de competência estadual, o ICMS.

Sim, o parlamento votou o projeto que interfere em competência privativa dos Estados e ele sancionou a fixação de um máximo de 17% de ICMS.

Sim, isso reduziu a carga tributária cobrada sobre os combustíveis. Com isso houve uma redução no preço. 

Mas...

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Sem contar com provável juízo do Supremo quanto à inconstitucionalidade da medida, e de possível rombo fiscal no caso de determinação de a União ter que ressarcir as perdas destes recursos tributários às instâncias estaduais e municipais (que se beneficiam de 25% dos recursos desse imposto, sob o título de transferência constitucional), o preço dos combustíveis depende, fundamentalmente do preço do barril do óleo cru mercado internacional.

E o preço do barril de petróleo, depois de uma queda importante, voltou a subir e deverá continuar em elevação nos próximos meses.

Fator que explica a alta de 1,47% no preço médio da gasolina nos postos de combustíveis na última semana.

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Mas, defensor da liberdade econômica e da privatização a qualquer custo, o governo federal vendeu à Acelen, o controle da Refinaria Mataripe, antiga refinaria Landulpho Alves.

Empresa privada, a Acelen já elevou duas vezes o preço do combustível neste mês de outubro, sob o argumento de ter de acompanhar o preço dos combustíveis no mercado externo.

Resultado disso: o retorno do fantasma da inflação, que Porcina informa que conseguiu controlar.

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Mais uma mentira!

Exceto pelo fato de que, usando do poder político e postura eleitoral criminosa, o Pai da Mentira determinou que a Petrobras, estatal e sob seu comando, mantenha os preços, mesmo a custa de dificuldades potenciais para o caixa da companhia.

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Além das mentiras do controle da inflação e dos preço dos combustíveis, o mau ator quer parecer ter sido o autor do auxílio emergencial de 600 reais, quando uma breve pesquisa na internet nos revela que o sinistro Guedes anunciou, a 18 de março de 2020, o pagamento de auxílio de 200 reais incluído no projeto de decretação do Estado Calamidade aprovado pelo Congresso em razão da pandemia.

Ocorre que, no parlamento, e com apoio da oposição, foi aprovado auxílio de 600 reais, valor criticado pelo Porcina.

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O que pode ser visto em live de 27 de agosto de 2020, em que afirmou que o país não tinha condições de seguir gastando R$ 50 bilhões mensais até o fim do ano. Isso, apesar de reconhecer que 600 reais não são muito para quem recebe. E admitiu que 200 era muito pouco.  

Mas foi ele quem afirmou que “Eu falei na semana passada que R$ 600 é muito. O pessoal bateu em mim”.

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Outras mentiras ou fábulas afirmam que, ou  prometem:

- ter sido um dos primeiros países a comprar e vacinar a população, com amplo programa de vacinação, embora 35 outros países já vacinavam sua população quando a Anvisa aprovou e o governador João Dória foi o responsável pela aplicação dos primeiros lotes de Coronavac, que ele desdenhou.

- não ser o autor da ideia do Orçamento Secreto, que combinou de vetar para que o veto fosse derrubado. Como se sabe, esse orçamento é hoje o maior instrumento de corrupção do país, feito para manter o apoio do vestal Centrão (ou venal Centrão!) e impedir o impeachment.

- ser o responsável pela melhoria da qualidade de vida da população, fato negado por estudo da Tendências Consultoria, que indicou que nos últimos 10 anos, as classes D e E (ganhos de até 3100 reais) experimentaram perda de renda de 2,9%. Em contrapartida, os mais ricos situados na classe A tiveram ganhos de 19,1% no mesmo período, ampliando a desigualdade social.  

- um  Auxílio Brasil de 600 reais para 2023, apesar de recursos assegurados em Orçamento de apenas 405 reais.

- promete respeitar os acordos do clima, e as metas de desmatamento, quando todas as ações de prevenção de crimes ambientais foram abandonados.

- por fim, nega as intenções que o fizeram entrar em um ambiente onde meninas, VENEZUELANAS, algumas bonitinhas, estavam se arrumando como se fosse para venderem o próprio corpo.

Tenha ou não pintado um clima, a frase lembra muito o comentário do deputado cassado arthur ‘mamãe falei’ do val sobre as ucranianas pobres e bonitas. E impossível não lembrar de sua afirmação  de que não estuprava a deputada Maria do Rosário porque ela não merecia.

 

 

 

 

 


quarta-feira, 12 de outubro de 2022

Tentativas de manipulação da fé e o necessário respeito à fé de distintos matizes e à Verdade, neste dia da Padroeira

O conteúdo deste pitaco está disponível em vídeo no link: https://youtu.be/vI3DRvFSwfs


No dia consagrado à Nossa Senhora Aparecida, homenageada por d. Pedro I com o título de Padroeira do Brasil, seria melhor que pudéssemos nos dedicar a assuntos  capazes de nos permitir atingir a um patamar moral mais elevado, mais generoso, mais alto astral.

Temas que permitissem a este pitaco não ter de tratar de um traste que se faz passar por um ogro ameaçador e que, no fundo não é mais que um desequilibrado covarde.

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Antes, compartilho informação, extraída do Google, a respeito da visita feita por D. Pedro I  à Santa, na viagem que terminou com a declaração de Independência do 7 de setembro.  

Conforme o relato do portal cultura/uol, o futuro imperador prometeu à Aparecida torná-la Padroeira do Brasil, caso se tornasse governante do país.

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Feito o registro, voltemos à questão do comportamento do ignóbil que tenta a reeleição e que, para conseguir seu objetivo, não se constrange em tentar apelar para a apropriação de símbolos e festas características da religiosidade e a fé do sofrido povo brasileiro.

Povo, especialmente o mais pobre que ele nunca respeitou, e do qual sempre optou por manter enorme distância, mesmo quando esse povo padecia do desespero causado pela falta de ar, oxigênio, conforto, e vacinas.

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Isso a gente entende: afinal, quer que ele faça o que? Ele não é coveiro. Pra que ligar para uma gripezinha? E qual a razão de cobrar dele a ida a um hospital, qualquer um, para mostrar sua solidariedade? Para ele assistir o mimimi desse povo de cujo voto ele agora depende?

Não! Este sociopata preferiu as motociatas, os passeios de lancha e, talvez até essa seja a explicação para se enfiar em navio da marinha para participar da romaria fluvial do Círio de Nazaré, em Belém.

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Diferente da Igreja Evangélica e seus bispos e pastores, que se prestam a dar apoio a qualquer promessa de maior poder e mais recursos e favores para seus líderes, e APENAS PARA OS LÍDERES, a reação da Igreja Católica foi imediata, denunciando a exploração do evento com finalidade alheia à de sua realização.

Ao invés de prestar vassalagem ao energúmeno (=possesso), a CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, por sua presidência, emitiu dura nota, que se inicia com citação do Eclesiastes 3,1: “Existe um tempo para cada coisa” 

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A nota segue em seu tom de reprovação lamentando que se faça uso e se intensifique a exploração da fé e da religião ... para angariar votos no segundo turno.

E segue condenando que momentos especificamente religiosos sejam usados por candidatos para tratarem de assuntos relacionados às eleições. E vai além para ressaltar que a manipulação religiosa tanto agride o Evangelho, quanto o momento grave que o país vivencia, pois que desvirtua os valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas que necessitam ser debatidos e enfrentados em nosso Brasil.

Por fim, cobra um compromisso autêntico com a verdade e o Evangelho.

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Antes de prosseguir, é URGENTE uma observação: a comparação do comportamento da igreja católica com a evangélica não diz respeito à questões ligadas à fé, à verdade, à mensagem, a forma de interpretação das Escrituras ou ao ensinamentos e comportamentos transmitidos e cultivados como norma de vida.

Longe disso! Tenho um respeito gigantesco por todos os que professam e cumprem os princípos de sua religião e sua espiritualidade. Por todo o povo crente, cristão, que procuram e encontram conforto espiritual na Palavra.

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Nesse sentido, meu comentário a respeito do apoio e da vassalagem de alguns líderes, bispos e pastores evangélicos a promessas e favores em prol de seus interesses pessoais nada tem de crítica a todo o rebanho de crentes. E para deixar claro, não se trata de generalização, já que não é o comportamento da maioria desses pastores.

Ao contrário, mostra preocupação com mulheres e homens de boa fé, que em seu fervor, se deixam manipular por líderes que apenas usam da Verdade. E do caminho, para seu enriquecimento pessoal, poder e uma vida de fausto.

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Feita a ressalva, a nota da CNBB nos remete a uma questão: na luta que o biltre empreende para continuar no poder e fugir ao seu destino – a CADEIA, há sempre a referência de se tratar de um confronto entre o Bem e o Mal. Mas, que lado representa o Bem? Qual o Mal?

A nota serve para dar a resposta inequívoca: o MAL é o biltre. O manipulador e explorador da fé com intuiro de obter votos. Aquele que desvirtua o Evangelho.

Aquele que, em desespero, não cumpre o ensinamento do próprio Cristo:  A César o que é de César. A Deus o que é de Deus.

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Quanto ao outro candidato, reconhecidamente de formação religiosa, nunca desrespeitou outras crenças e religiões; sempre lhes concedeu apoio e atendeu a suas reivindicações em prol de seus seguidores.

Mas, a própria Bíblia fala do perigo da insinuação insidiosa de Satanás, sob a capa de um falso profeta, um falso Messias, adorado por falsos cristãos (Apocalipse, 1:7:1).

Messias falso e seguidores falsos, que tentam jogar os ingênuos contra o Caminho, a Verdade e a Vida eterna.

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No momento que atravessa nosso país, se aproveitam de estarem na posição mais elevada do Poder político para disseminar inverdades contra o candidato que representa comida no prato; emregos; salário digno; educação inclusiva e libertadora; respeito à diversidade e mais importante ainda: RESPEITO À CONSTITUIÇÃO E À DEMOCRACIA.

Sim, já disse aqui que Lula pode não ser santo, MAS não é de corrupção que estamos tratando. Estamos tratando da manutenção de uma quadrilha no poder, da permanência de uma família que comanda uma gangue que rouba, corrompe, desvia recursos públicos a partir da contratação de funcionários fantasmas que sustentarão as rachadinhas, origem dos recursos em espécie utilizados para pagamento da aquisição de imóveis em nome da produção de laranjas da família.

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Estamos falando de quem prega a tortura e elogia torturadores, desrespeita direitos humanos básicos e prega a exterminação de todos que pensam de forma divergente.

Estamos falando de quem prega o golpe, seja incentivando quarteladas seja por avançar sobre outros Poderes, como fez em relação ao Congresso e o vergonhoso orçamento secreto, e como ameça fazer ampliando o número de ministros da Suprema Corte e alterando as normas de funcionamento da Casa da Justiça e da Constituição.

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Para dar continuidade a seu projeto de poder, que lhe permite e aos seus  escapar das grades, este ser abjeto e vil, não se sente incomodado de patrocinar o corte de recursos destinados ao financiamento da área da saúde pública, tanto a curativa como a preventiva e a social, condenando ao desamparo e à falta de atendimento e conforto, especialmente aos mais desvalidos na hora da dor e da  doença.

Não fica avexado de cortar os recursos destinados à Educação, tanto de crianças, jovens e adultos, única forma de criar as condições para que nossa população possa se tornar consciente, autônoma, crítica e capaz de se qualificar para obter melhores condições de trabalho e de remuneração além de permitir o desenvolvimento da área de desenvolvimento científico, técnico e tecnológico, capaz de levar o Brasil à fronteira do conhecimento e de sua aplicação produtiva.

Tudo isso, para irrigar a vergonha do orçamento do maior modelo de corrupção jamais visto no país.

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O meliante ignóbil e sua familícia acusam Lula de ter sido presidiário, culpado de corrupção. Acusam de ter se beneficiado de desvio de recursos em proveito próprio.

Que fique claro: ao contrário do inominável, preso por ato terrorista que resultou em sua exclusão do Exército, Lula foi preso para tirá-lo das eleições de 2018 em que era favorito; acusado por indícios nunca comprovados, por um juiz incompetente para julgar a causa, além de suspeito, parcial e  venal.

A verdade é que utilizando o direito para perseguir e punir e afastar adversários (“lawfare”) o poder judiciário exorbitou suas funções inventou provas e as divulgou para satanizar Lula e queimar sua imagem.

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O tiro saiu pela culatra e Lula retorna mais forte que antes.

Por tal comportamento desmascarado pela VAZA JATO, os medíocres da banda podre da Justiça, meteram os pés pelas mãos: o processo contra Lula foi anulado e considerado nulo de pleno direito.

De volta ao seu início e agora na jurisdição correta, o processo  torna-se prescrito, por culpa exclusiva dos açodados ‘guardiães da lei e da justiça’.

O que significa dizer que o processo está encerrado.

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Por isso e pelo preceito constitucional de presunção de inocência, Lula É INOCENTE. (tanto quantos a inocência do ex-tenente por falta de provas mais robustas!)

Ou seja: no caso do capitão na reserva, havia provas. Apenas que não robustas.

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Mas quem faz parte do Exército dos anjos caídos, não perde o hábito de difamar e criar e espalhar mentiras. Assim:

- afirmar que não falou em aumentar o número de ministros do Supremo é apenas COVARDIA,  a que já estamos ficando acostumados.

- Dizer que Marcola e outros criminosos votam e fazem campanha para Lula é apenas falsear a verdade para manipular os inocentes: Marcola está em Presídio Federal de Porto Velho, prisão de segurança máxima, sem facilidades de contato com o mundo exterior. Como preso condenado em última instância é IMPEDIDO DE VOTAR pela LEI.

- Não admitir que recebeu o laudo da auditoria das urnas eleitorais feito pelas Forças Armadas, reconhecendo a impossibilidade de sua violação, e continuar insistindo na manipulação do resultado, apenas demonstra ser alguém que acredita nas fantasias que cria em sua mente deturpada e doentia.