quinta-feira, 28 de maio de 2015

Demissões, desemprego e aplausos do mercado ao ajuste fiscal

Mais do mesmo.
Recebi ontem, de um aluno, o Matheus Meireles, uma mensagem de facebook. Na mensagem, um filme gravado com um celular, mostrando a fila que se formou de pessoas interessadas, candidatas a uma das 100 vagas para trabalhar no Carrefour, em Betim.
Mais de 5000 pessoas na fila, segundo dizia o responsável pela filmagem!
E isso, para trabalhar em um supermercado, ou seja, nenhum trabalho tão empolgante ou de remuneração tão atraente.
Mas é trabalho. E isso é que conta.
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Agora, no portal UAI do Estado de Minas, a manchete de que a FIAT deverá dispensar 16 mil trabalhadores em junho.
GM, Mercedes e Scania também deverão fazer ajustes no número de funcionários de seus quadros, seja usando o eufemismo das férias coletivas, seja suspensão de contratos de trabalho.
Na GM, a produção será suspensa praticamente durante todo o mês.
Em minha opinião, o que deve ser salientado é que não se trata apenas de paralisação ou queda de vendas apenas de automóveis de passeio, mas também caminhões e ônibus.
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E ainda tem gente que insiste em falar que tudo isso é resultado do estrago da política econômica de Dilma I.
Não há como negar que houve muito problema na política de Dilma I. Afinal, foram concessões em grande quantidade, feitas na tentativa de se estimular o setor industrial, especialmente as grandes empresas dos setores industriais mais poderosos, a manterem seus planos de produção. Na verdade, o que se objetivava era a manutenção a qualquer custo do nível de emprego.
E, convenhamos, com ou sem a ajuda de Fies, com ou sem o reconhecimento de que os que perdiam seu emprego abandonavam a força de trabalho, deixando de serem parte da População Economicamente Ativa do país já que os programas assistencialistas permitiam essa opção, o fato é que o emprego foi mantido. Inclusive com elevação do emprego formal, aquele de carteira assinada, o que significa que apenas em parte a explicação da retirada de pessoas da PEA pode explicar a situação.
Mas, é forçoso reconhecer que os empresários, seja por que motivo for, até mesmo pelo de desconfiança em Dilma e suas políticas, não se sentiram estimulados a ampliar a produção, muito menos a investirem.
E, se mantiveram empregos, pode ter sido justamente por estarem sendo aquinhoados com benesses oficiais que mais que compensavam o custo de manter o número de funcionários. Além de os empresários preferirem essa situação que o sempre elevado custo de demissão.
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Pois bem. Percebido que os empresários não reagiam aos estímulos, ao invés de ampliar o leque de bondades o que o governo deveria ter feito era parar com tais ações e medidas, que apenas estavam fragilizando suas contas. De um lado, nem o país crescia, trazendo junto a arrecadação, e apenas os gastos se elevavam.
Bem, o desequilíbrio fiscal foi a consequência de tudo isso.
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Mas, quando vamos parar de fingir que essa política que está sendo adotada, de caráter profundamente recessivo é que vai reabilitar e reequilibrar o país? Quando vamos começar a dar a César o que é de César, ou a Levy e ao sistema financeiro de quem ele é subordinado, o reconhecimento de que eles irão mesmo resolver a situação dos ricos do país. Enquanto a dos pobres, bem... e quem está preocupado com eles, entre os analistas do mercado?
Não é preciso ser suficientemente esperto e inteligente, nem entender profundamente de economia para saber que a conta do ajuste recairá toda nos ombros da classe mais beneficiada até aqui, por todos esses anos de políticas assistencialistas do PT.
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Também não é preciso ser muito atento, para verificar que a intenção é essa mesma, ao menos dos que comandam os destinos do país: fazer regredir todas as conquistas que permitiram às classes mais desfavorecidas passarem a fazer parte do mercado de consumo, gastando em shoppings, comprando automóveis e entulhando as ruas, ou ocupando os espaços de aeroportos e fazendo algazarra em aviões ou navios, incomodando por sua falta de cuidados (para não dizer de educação) a nossa classe mais favorecida.
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E o financiamento de campanha acabou passando

Ao menos em primeiro turno, por mais de 330 votos, e depois de deputados do PSOL terem, inutilmente tentado mostrar que a proposta já havia sido derrotada na noite de anteontem. Que a votação da nova emenda aglutinativa era apenas a tentativa de um segundo turno.
Discursos para cá, discursos para lá, a nova proposta de Celso Russomano foi aprovada. Permitindo o financiamento de pessoas jurídicas para os partidos, e não diretamente para os candidatos.
E ainda querem nos convencer que houve mudanças. Afinal, não era isso que os partidos, inclusive o PT, o PP e outros que tais alegaram todo o tempo, no caso do Petrolão, por exemplo?
Não foi isso que Vaccari falou, as doações foram legais, todas para o partido, o que exime de responsabilidade qualquer Lula, ou Dilma ou outro candidato?
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Ainda há a necessidade de que se faça uma segunda votação da matéria mas, a julgar pelo rolo compressor que os interesses das grandes empresas pode colocar em funcionamento, não creio que essa reforma será capaz de engrandecer a Casa ou a atividade política.
O que apenas serve para confirmar como nossa omissão, a omissão da sociedade, nosso desinteresse pelas questões que atingem diretamente nossa vida coletiva, social, permite gerar.
Verdadeiros monstros, como os Eduardos Cunhas que ainda têm poder na Casa.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

De debates econômicos; A quem interessa (ou quem se beneficia) dos ajustes; Cunha e a reforma política

Debates econômicos travados pelos jornais não costumam ser de interesse de muitas pessoas, mesmo economistas ou aqueles que estão estudando para se tornarem profissionais da área.
Justamente por esse motivo, vou reproduzir aqui, sem pedir a autorização da autora, a coluna em réplica que a professora Leda Paulani, da FEA-USP publicou na edição de ontem, da Folha de São Paulo.
O artigo, intitulado "Alexandre e o país das finanças" é uma resposta a coluna anterior de Alexandre Schwartsman, publicada na mesma Folha em 20 de maio, em que o professor do INSPER e ex-diretor do Banco Central fazia críticas à artigo da professora.
Mas, vamos ao texto que é o que interessa e está, além de muito bem escrito, colocando os pingos nos is e mostrando a verdadeira face e os interesses de Alexandre, e outros como ele, que rezam pela mesma cartilha indigesta do capital financeiro.
Ao texto pois:

OPINIÃO

Alexandre e o país das finanças

Alexandre tem séria dificuldade em compreender o que é substantivo (Leda e o País das Maravilhas, Schwartsman, Folha, 20/5/2015). Vendo adjetivos por toda parte, não distingue o que realmente conta. Tentemos despertá-lo do sono dogmático.
Sugere ele que o que deveria me inquietar é a evolução da dívida pública em relação ao PIB, não seu valor absoluto, pois em cinco anos, de 2010 a 2015, passou ela de 52% para 62% (acréscimo de dez pontos percentuais).
A quem tanto aprecia história, lembro que, entre 1997 e 2002 (intervalo igual de cinco anos), a dívida passou de 31,8% para 50,5% do PIB, acréscimo portanto de quase 20 pontos, sem que se percebesse então qualquer sinal de desespero dos analistas. É exagero falar em terrorismo econômico?
Mais dados: nos 12 meses encerrados em março último, as necessidades de financiamento do setor público bateram os 7,8% do PIB, cerca de R$ 436 bilhões. Desse valor, porém, apenas R$ 39 bilhões (0,7%) devem-se a despesas governamentais acima das receitas. O restante, por assim dizer, a bagatela de R$ 397 bilhões, deve-se ao pagamento de juros da dívida, um "serviço" cujo "preço" (a "taxa de juros") é o governo quem determina. Onde está a gordura?
E não venham dizer ele e seus pares que a estratosférica taxa de juros é necessária para conter a inflação. Concedendo algum crédito à tese de que a taxa de juros é variável incontornável na determinação do comportamento dos preços, o que importa aí é a evolução das expectativas –a qual, independente da direção, pode ser a mesma no nível dos 5% ao ano, dos 8%, dos 12%, dos 15%, ou outro número qualquer.
Por que 13% é pergunta que deve responder o Copom, o mercado que avaliza a taxa e os colunistas que aplaudem tamanha aberração.
Nem venham dizer ele e seus pares que a absurda taxa é necessária para garantir a atratividade dos capitais externos.
Em primeiro lugar porque, faz anos, as taxas nominais nos principais mercados do mundo são extremamente baixas, quando não negativas em termos reais. Em segundo lugar porque esse capital cigano, que não esquenta assento, não ajuda o país, antes o contrário.
Ninguém é contra o governo ajustar suas contas, racionalizar despesas, otimizar recursos etc. O ajuste fiscal, porém, em bases sempre conservadoras, punindo o trabalho e os mais pobres, enquanto eleva despudoradamente a renda mínima do capital, interessa exatamente a quem?
Infelizmente para a maioria esmagadora e esmagada da população, o país de Alexandre e seus pares tem triunfado e tripudiado, minando os esforços, mesmo mínimos, de engendrar uma nação.
Eis por que, entre o país das finanças de Alexandre e as maravilhas de ter um país digno do nome, nunca hesitei um instante em minha vida, um sonho do qual ainda não podemos acordar, sob pena de se perder o sentido substantivo de estudar economia. 

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Acho esse fecho especialmente feliz. Não apenas por se tratar e fazer referência a um sonho de promover as mudanças sociais capazes de transformarem nossa sociedade em um lugar mais digno de se viver, mais humano, mais solidário. 
Mas por deixar claro o sentido substantivo de todos os que escolheram fazer o curso de economia: o de ser o elemento ou um dos elementos capazes de provocarem as mudanças necessárias. Mesmo que alguns classifiquem tais mudanças de utópicas.

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Reforma Política

Enquanto isso, Eduardo Cunha vai autoritariamente impondo sua vontade na Câmara, especialmente na votação dessa Reforma Política que vai acabar atendendo apenas aos seus interesses e aos interesses dos grupos que representa.
Daí ter desconsiderado o relatório da Comissão que passou mais de três meses analisando propostas de Reforma, e cujo relator, indicado por ele, deixou de ser completamente subserviente, como interessava ao presidente da Casa.
O resultado foi que Cunha levou direto o texto da reforma para votação na Câmara, já tendo obtido a primeira vitória, vendo a Casa rejeitar as sugestões de PT e PSDB, de alteração do sistema eleitoral. 
Com isso, o modelo distrital misto ou de lista fechada foram derrotados, abrindo espaço para a aprovação do voto apelidado de distritão.
Conforme já comentamos, não há como formar opinião sobre cada sistema, já que a reforma não foi nunca objeto de uma campanha popular de esclarecimento, onde prós e contras foram analisados, ou sequer, apresentados.
Pois bem, particularmente, até acho que o distritão, onde se elege o mais votado, é o melhor. Mas, já se disse que isso interessa de perto à Igreja Evangélica, da qual Cunha faz parte. 
E só a existência desse tipo de interesses já exigia que a discussão fosse mais ampla, e menos a toque de caixa.
Pior é que Cunha quer incluir na Constituição o financiamento de campanhas por empresas, que é a fonte de toda a corrupção que temos assistido há tempos em nosso país.
Mas, vindo de Cunha, nada é impossível. 
E, assim, ele se fortalece cada vez  mais para se transformar no candidato à presidência em 2018, defendendo os interesses mais direitistas e conservadores que se puder imaginar. 

terça-feira, 26 de maio de 2015

Dos mercados, de Levy e do fator previdenciàrio

Só para constar. Está estampado no portal UOL de hoje: Levy barrou taxação de grandes fortunas, projetado por Mantega.
Estudo encomendado à assessoria do Senado pela senadora Gleisi Hoffmann chegou à conclusão de que, caso adotado o IGF - Imposto sobre Grandes Fortunas, atingindo os 200 mil contribuintes do país, a arrecadação obtida poderia alcançar a 6 bilhões de reais por ano.
Pelo que diz a matéria, e já foi confirmado em outra ocasião pelo ministro, Levy considera o tributo ineficiente.
Opinião diferente de José Roberto Afonso, um dos maiores entendidos em política fiscal no país, do IBRE/FGV, e economista vinculado ao PSDB, para quem a arrecadação é factível.
Afonso apenas observa que antes de se criar mais esse imposto, deveria haver uma correção de distorção no imposto sobre propriedades. Conforme o economista, o ITR - imposto territorial rural, que atinge os grandes proprietários de terras, arrecada menos que o IPTU cobrado em Copacabana.
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Importante lembrar que países mais desenvolvidos, embora possam não ter o imposto sobre grandes fortunas, cobram imposto sobre heranças, como Inglaterra e Estados Unidos, imposto que seria mais eficaz, inclusive do ponto de vista distributivo, em relação às gerações futuras, para Mansueto Almeida.
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Mas, Levy não quer o imposto, ou por julgá-lo mesmo ineficiente, ou por preferir alterar e promover a revisão de direitos trabalhistas e previdenciários.
O que não deveria causar surpresa em ninguém.
Afinal, o mesmo portal traz também matéria cuja chamada informa que o mercado, os investidores estão todos sensíveis a manifestação de desprestígio a Levy, ainda por conta da ausência do ministro na entrevista em que foi informado o contingenciamento para o ano.
Segundo a matéria, ficamos sabendo que Levy é tido como o defensor da ortodoxia nos cortes do governo, mas impressiona muito mais a frase que transcrevo abaixo:
"O [ministro] Levy é o homem de confiança do mercado. Sua saída causaria volatilidade e aversão ao risco porque o ajuste fiscal estaria em xeque, assim como a política econômica", disse João Brügger, da Leme Investimentos.
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Precisa dizer alguma coisa mais? Sem qualquer constrangimento ou cerimônia, ficamos sabendo que o Ministro Levy pode até não ser o homem de confiança de Dilma. Mas, seguramente, é o homem de confiança do mercado. Aquele espaço mesmo em que vivem os aproximadamente 200 mil brasileiros que deveriam pagar o imposto de grandes fortunas, caso o ministro fosse mais desobediente.
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Mas, para tranquilizar ao mercado, Levy conseguiu, mesmo muito rouco e tendo até mesmo que chamar um médico para atendê-lo durante a reunião, bater o martelo e obter o compromisso da área política do governo para a aprovação da proposta do ajuste fiscal.
Ou seja: o mercado pode dormir descansado. Desculpe-me. Pode faturar descansado, já que com as bolsas funcionando 24 horas ao dia, não dá para o mercado parar de faturar. 
Dormir é mais com a gente, população comum, que perdemos os nossos direitos, e ainda corremos às ruas para saudar quem nos trata com a (falta) de consideração que merecemos. 
Afinal, não somos o patrão. Nem somos ou constituímos o mercado.
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Fator previdenciário e Fator 85/95

Na semana passada a edição em papel da Folha (20 maio) trouxe excelente entrevista com o advogado Wladimir Novaes Martinez, que vem a ser o criador da proposta de aposentadoria a partir da aplicação da regra 85/95. 
Não há dúvida que o problema previdenciário é grave e deve ser atacado, de frente, para que se preserve o patrimônio que é de todos nós, da previdência.
E que nenhum maluco iluminado venha, aí à frente, sugerir o final da previdência pública, de repartição solidária inter-geracional, como a que temos em nosso país.
Mudanças de regras são necessárias, e têm sido feitas em todo o mundo. Aqui também precisam de ser feitas, depois de ampla discussão que possa levar toda a população a entender as razões das alterações. 
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O advogado Martinez sugere que se elimine a aposentadoria por tempo de contribuição, que impede a aposentadoria precoce, em momento em que a longevidade se amplia de forma a que, quem se aposentar cedo irá, ao final da vida, ter contribuído com menos do que os benefícios recebidos.
O que não dá é para que continue todo mundo falando, mas ninguém esclarecendo à população, que é quem vai ser afetada.
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Inclusive esclarecer em relação ao Fator previdenciário, que cobra uma parcela do valor do benefício àquele que se aposentar mais cedo, com a finalidade de induzir ao adiamento da decisão de aposentar-se.
Ora, o que temos visto é pessoas experientes aposentando-se com 53 anos, ou pouco mais, e assegurando já uma renda definida mensal, mesmo que desfalcada de parcela de corte imposta pelo fator previdenciário.
Depois, essa mesma pessoa continua no emprego ou em seu trabalho, com a renda assegurada, e começando de novo a receber, e contribuir.
Mais tarde, quando de fato for aposentar-se, ainda tem o benefício da desaposentação, o que faz com que o valor assegurado de ganho desde sua aposentadoria até o momento de parada efetiva, foi apenas um gasto a mais para a sociedade.
Há que se pensar em melhorar essas questões, e buscar soluções e sugestões de todos os segmentos da sociedade.
De forma séria. Começando pela midia que, como sempre, tem um  papel educador importante na matéria.
Mesmo que não queira assumir esse papel.


segunda-feira, 25 de maio de 2015

Sacanagens esportivas: em Mônaco, o inglês perde para a eficiência da equipe alemã, e um alemão vence. Em Curitiba, até o futebol do Galo foi em branco.

Dois eventos ontem, na área esportiva não podiam passar sem algum pitaco.
Primeiro a mais estranha decisão já tomada por uma equipe de fórmula 1, de chamar seu piloto para o pit stop e troca de pneus, quando ele liderava a corrida tranquilamente e sabendo que depois da saída do safety car da pista, pouco mais que 5 ou 6 voltas seriam dadas.
Especialmente é estranho o fato de que quem errou foi uma equipe alemã, com todo o domínio da técnica e precisão que as equipes e os alemães de forma geral já granjearam mundo afora.
Tudo bem que errou contra um inglês, negro, chamado Hamilton, que em geral tem a cabeça quente. E errou para dar a vitória a um piloto alemão, branco... Que se não ganhasse ontem, de que forma fosse, veria ficarem cada vez mais distantes as chances de disputa pelo título, já que era o inegável favorito em Mônaco, onde já vencera duas vezes.
Mas, favorito ou não, a vitória lhe caiu no colo, por acaso, e falha da equipe de mesma nacionalidade que ele.
E, de quebra, o campeonato ficou mais embolado, o que desperta mais audiência.
Então, o erro providencial salvou o campeonato.
E, já que na pista Hamilton está sobrando, vamos vencê-lo no tapetão. Ou no pit.
Lamentável.
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Mas, mais lamentável ainda é ter de ouvir Galvão Bueno, esse idiota da narração esportiva no país, dizer que Hamilton devia ter mais esportiva e ficar no pódio comemorando a sacanagem que fizeram com ele.
Isso depois que esse grande entendido de corridas ter dito que ao receber a ordem de ir para o box, Hamilton poderia ter se recusado.
Logo ele, que quando viu o inglês entrar nos boxes, comentou que todos os pilotos aproveitavam-se da entrada do carro de segurança para irem para os boxes, fazerem o que Hamilton fez.
E só ele o pelotão da frente.
Bem, não satisfeito o locutor que não aprende a ficar de boca calada ainda falou que Hamilton jogou. E aproveitando-se dos cassinos que fazem a fama de Mônaco, repetiu que foi erro de estratégia, já que jogaram e deu outro número.
Em nenhum momento, falaram na transmissão de porque não chamaram os outros pilotos, ou porque o que estava para vencer a corrida é que foi o primeiro a ser chamado, arriscando que seu tempo sobre os demais não fosse o suficiente, como se provou depois.
Porque não chamaram Rosberg antes?
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E, agora o GALO, de uniforme branco e sem futebol

O segundo evento esportivo que merece um pitaco é o futebolzinho ridículo do Galo, ontem em Curitiba, contra o seu xará paranaense.
O que me faz voltar no tempo para lembrar que, na minha última manifestação nesse pitaco, elogiei o Galo, desclassificado da Libertadores, mas que caiu de pé, frente ao Inter.
Depois, veio a partida no Mané Garrincha, contra o Fluminense.
Muita gente, inclusive muita gente boa da imprensa tratou de colocar o Atlético já como favorito ao título do campeonato, com apenas 36 rodadas de antecedência.
Ainda bem que Levir Culpi não entrou na onda dessa parte da imprensa. E, se é burro com sorte ou não, disso ele não poderá ser acusado. Não terá culpa.
Afinal, quem ficou plantado à frente da TV contra o Flu viu que o Atlético se fosse mesmo esse time que todos estavam falando teria que fazer um placar não menor que 8 ou 9. Chances para 4 que ele fez e mais 2 que ele mandou no travessão, e mais outros 2 que ele perdeu ou Cavalieri salvou não faltaram.
Foi um passeio do Galo, não porque estivesse muito bem, mas porque o Fluminense jogou abaixo da crítica. Inexistiu. Poucas vezes um time jogará tão mal como o time carioca, nesse torneio.
Até parece que queriam e trabalharam para a queda do Ricardo, técnico mineiro, saído das categorias de base do Atlético.
E conseguiram, O técnico foi dispensado, mas o time continua ruim, e empatar com o Corínthians que só joga nas páginas dos jornais de São Paulo ou nos esquemas de Tite, só mostra isso.
O Corínthians pode até chegar. Afinal, tem a poderosa imprensa e a Globo por trás. O Flu pode até chegar, já que tem o melhor plantel do país, com advogados de renome e tradição, em conquistar no tapetão o que vergonha exige que esqueçamos.
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Mas, o Galo ontem, de branco - e eu queria saber porque a insistência nesse uniforme que dá tão mau agouro, foi uma lástima.
Ah! dominou todo o jogo. É verdade.
Ficou mais tempo, muito mais tempo com a bola nos pés? É verdade.
Ficou trocando passes mais tempo? É verdade.
O Atlético Paraná não tinha ataque, nem meio campo? É verdade. Tinha apenas um jogador, o Valter.
E ele deu sozinho mais trabalho que o time do Galo deu ao seu xará.
Se o Galo foi tão superior, porque o resultado?
Porque não teve inspiração, não teve objetividade e, se bobear, no jogo morno de ontem, em que o Paranaense quis apenas se defender e partir em contra-ataques, não deu ao gol adversário a mesma quantidade de chutes que Victor teve contra si. E a verdade é que Victor trabalhou muito mais, e em lances mais determinantes e perigosos que o goleiro do time paranaense.
De branco ontem, no uniforme, até o futebol passou em branco.

Anúncio das medidas e rebelião de Levy: as razões verdadeiras...

Mais interessante, BEM MAIS interessante,eu diria, não foi o anúncio do corte de 69,9 bilhões nos gastos do orçamento para esse ano de 2015, apresentado à sociedade na sexta feira, 22 de maio, dia de Santa Rita de Cássia, a santa das causas impossíveis, pelo ministro Nelson Barbosa.
Nem a desculpa meio esfarrapada para a ausência do ministro Levy, o dono da tesoura, vitimado por um resfriado. Nem, tampouco, as insinuações de que o ministro estaria insatisfeito e, quem sabe, até pensando em abandonar o barco...
Tudo bem. O ministro não estava satisfeito: o corte ficou aquém dos 82 bilhões que ele desejava. O tom da apresentação não foi tão dramático quanto  ele queria, nem tão carregado nas tintas. Embora o valor fosse praticamente o mesmo que a soma do contingenciamento orçamentário dos dois anos anteriores, 2013 e 2014, e praticamente o dobro de cada um desses anos, o que mostra a dimensão da tesourada, o ministro teme, com razão, o que o Congresso pode fazer para descaracterizar as outras medidas que compõem o pacote do ajuste fiscal pelo qual o ministro tanto briga.
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Contrariando o ministro da Fazenda, o contingenciamento foi apresentado como uma atitude comum. Dura, de valor significativo, mas comum. Afinal, como já falamos no parágrafo acima, também em Dilma I esses anúncios foram feitos. E os valores, à época já foram considerados fortes.
E cada um daqueles anos terminou com as contas públicas mais combalidas.
Por isso o ministro desejava e fazia pressão para que um discurso sombrio, catastrófico, fosse feito, de modo a impressionar a sociedade, a opinião pública e daí, ganhar cores ainda mais fortes e tenebrosas na midia, para acabar chegando ao Congresso e a cada parlamentar de forma que a aprovação na íntegra das medidas do ajuste fosse a única opção possível. Ou a aprovação ou o caos.
Sem qualquer desfiguração das medidas provisórias que integram o pacote Dilma e Levy de maldades.
E obrigando o Congresso a aprovar o pacote o quanto antes, para que as medidas, ou algumas delas já pudessem representar alguma economia o quanto antes.
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Bem, de tudo isso que cercou a apresentação dos cortes na sexta feira e os detalhes quanto a algumas desavenças internas à equipe econômica e até algumas atitudes de pirraça, etc. a midia fez questão de repercutir aquilo que foi manifestado e que consistia uma promessa do ministro Levy: o governo iria fazer política de realismo fiscal. E, tanto a arrecadação do governo prevista na peça orçamentária, quanto os gastos de investimentos, os dos programas sociais, ou os de custeio da máquina seriam apresentados sem maquiagem, transformando o orçamento em uma peça de gestão pública e não uma fantasia de intenções, algumas boas, outras nem tanto.
Por isso, o corte em investimentos, no PAC - a menina dos olhos dos governos petistas e, especialmente de Dilma, então apresentada um dia, como a Mãe do PAC. O corte nos gastos sociais, no Pronatec que D. Dilma citava tão orgulhosa na campanha eleitoral, o corte no FIES dessa pátria educadora.
Em custeio, por ser mais difícil, o corte foi pouco agressivo. Vai acontecer ao longo do período do mandato, com a não concessão de aumentos para os servidores públicos, se bobear, nem para repor a inflação do período. Vai se dar pela não reposição de quadros, mesmo naqueles casos como o absurdo caso que o Banco Central está vivendo, de contar com vários analistas concursados, aprovados, depois obrigados a fazerem o período de curso de treinamento - alguns abandonando outros trabalhos, sujeitando-se aos gastos de deslocamentos, a distância da família, etc, para agora não serem nomeados. Isso sabendo-se de que o Ministério do Planejamento aprovou a realização do concurso público - e difícil. E aprovou um número de vagas menor que o solicitado pelo Banco, o que só faz aumentar a suspeição de que encontra-se em andamento um desmanche da máquina pública.
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Tudo bem que houvesse o desmanche, se o exemplo não tomasse o Banco Central, o responsável pela fiscalização do setor financeiro como principal vítima, nesse momento.
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Mas, como afirmava, a imprensa toda elogiou o realismo agora buscado na peça orçamentária. E, já chamaram a atenção para que há ainda receitas superestimadas, em especial, pelo fato de que a recessão que está posta à mesa, servida pelo governo à população, será mais profunda e a receita sobre um PIB bem menor será, obviamente menor.
A receita prevista não será alcançada e o governo deverá ter de fazer novos aumentos de alíquotas de impostos ou novos cortes, ao longo do ano, agora com menos alarde.
Mas, se a imprensa está tão zelosa, e atenta, o comportamento da grande imprensa, conservadora, tradicional e nem um pouco confiável não muda de todo. Afinal, o uso do cachimbo faz a boca torta.
Nesse sentido, a imprensa brindou satisfeita, o fato de que o ministro Levy e as projeções, para serem realistas, acabaram aceitando que o PIB cairá 1,2% esse ano, como tantos analistas e consultores do mercado financeiro vêm indicando há tanto tempo, nas pesquisas que dão origem ao Boletim Focus, publicado pelo Banco Central.
Além de aceitarem a queda do PIB, sugerida pelo mercado financeiro - ou aquela já precificada pelo mercado, o governo e seu núcleo econômico aceitaram também a taxa de inflação que o mercado vem considerando em suas projeções e análises, de 8,3%.
Ou seja, para ser bastante realista, não basta, aos olhos da grande imprensa, e do próprio núcleo da Fazenda, trabalhar e montar modelos, mesmo que os modelos sejam falhos e não confiáveis. Não há necessidade de realizar análises ou pesquisas, etcs. Basta olhar o que o mercado está utilizando como parâmetros.
Ou como sugestões. Ou como números a serem adotados.
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Mas, quem há de perguntar: não estaria o mercado pautando o governo? Não estaria determinando as ações do governo, ao invés de se submeter ao governo?
Digo, quem há de perguntar tais questões e tentar sanar algumas dúvidas, nos órgãos de comunicação mais conhecidos, já que devem se submeter aos anúncios que os bancos e instituições financeiras pagam e mantêm os jornais vivos???
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Contra os interesses mais poderosos e fortes, ninguém se rebela. Ao menos os que são mais espertos e oportunistas...
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Mas, de tudo isso tratado até aqui, o que mais me deixa pasmo é saber pela Folha de ontem que o que mais criou mal estar no ministro e que evitou que o Ministro Levy estivesse presente ao anúncio das medidas do contingenciamento foi que ele se sentiu traído.
Não com o corte de 70, contra os 82 que, curiosamente era o que todos os analistas do mercado financeiro pregavam. Não com o tom mais ameno do anúncio.
Mas, com o fato de que, ESTÁ LÁ NA FOLHA!, o ministro queria mais tempo para preparar o espírito dos bancos, para que eles tivessem condições de se prepararem para o aumento da alíquota do CSLL, que os atingiu na quinta feira.
Ou seja, o ministro ficou revoltado ou chateado, por não ter podido passar aos seus mentores as informações que lhes permitisse não se sentirem traídos por um de seus funcionários mais próximos.
O medo do ministro foi ser tratado como traidor dos interesses de seus patrões.
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Ok. Qualquer um reagiria no caso, como o fez Levy.
Mas, a essa altura, já deve ter sido perdoado pelos seus chefes. Afinal deixou claro seu repúdio.
E até estimulou, ele mesmo a possibilidade de entregar o cargo.
O que não deixou muito preocupado aos banqueiros e donos de capital financeiro, que sabem que Dilma já se curvou e se submeteu. E, agora, qualquer outro funcionariozinho do setor financeiro pode entrar para cumprir o papel de anunciar as medidas que os patrões mandarem.
É isso.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Perder de cabeça em pé. Ao menos essa consolação

Enquanto o torcedor do Cruzeiro experimentava a sensação que tradicionalmente é experimentada pelo torcedor do Galão da massa, sofrendo mais que o necessário para passar às quartas de finais da Libertadores, o Galo não teve a mesma sorte.
Mas, convenhamos, o Galo perdeu, embora tivesse feito uma excelente partida, uma exibição que dignifica todo o time. E que valoriza sobremaneira a conquista gaúcha, desse que é, em minha opinião, o melhor time do futebol brasileiro no momento.
O Internacional sobra, com Valdívia, com o hermano que veio para substituir Nilmar e, especialmente com esse fenomenal D'Alessandro.
Além disso, apresenta uma defesa compacta, de jogadores de estatura elevada e que não brincam em serviço, dando o chutão na hora que o chutão precisa ser dado, sem querer enfeitar e limitando-se a fazer o feijão com arroz.
Básico. Mas eficiente.
Além disso têm um goleiro muito bom, embora novo, arrojado e que sabe sair nas bolas aéreas, além de ter uma reposição de bola que há muito tempo eu não via em nenhum goleiro brasileiro.
Muito bom e de muita sorte como convém a um grande goleiro.
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Ontem, sem querer ficar chorando, o Internacional contou ainda com a participação do juiz da partida que, em minha opinião, anulou um gol em que não houve nada, exceto uma trombada comum em lances de área entre Leonardo Silva e o jogador do Inter, já que Jemerson não chegou a tocar no goleiro ou em qualquer outro jogador do time gaúcho. Logo, falta não houve e o gol foi anulado incorretamente. Em momento importante do jogo, já que o empate àquela altura daria outro ânimo ao Galão.
Mas, ainda houve um segundo lance de pênalte claro em Jô, puxado na área e impedido de prosseguir na jogada. Dentro da área. E o juizão fez o favor de não ver o lance e mandar seguir a jogada.
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Considerados esses dois lances, teríamos uma grande chance de que o jogo fosse ser decidido por cobranças de penalidades, o que seria uma injustiça, não com o Internacional e pelo que ele fazia em campo, mas com tudo que o time gaúcho fez, em ambas as partidas, no Horto e em Porto.
Porque, justiça seja feita, durante todo o segundo tempo do jogo, o Atlético foi melhor e mandou no jogo, encurralando o time adversário.
Não fora o juiz e o lance de extrema infelicidade de Dátolo, o resultado da partida poderia ser outro.
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Com relação ao lance de Dátolo, em primeiro lugar, quero deixar claro que não dá para culpar ao nosso meia, que fez jogada muito parecida com aquela de Marcos Rocha no primeiro minuto de jogo, no primeiro tempo da partida entre os dois times.
E, em minha opinião, isso iria acontecer mais cedo ou mais tarde, e vai continuar acontecendo, o que é pior, já que agora virou moda o jogador para fazer hora, mesmo que esteja lá na frente, virar o jogo e querer começar tudo de novo, voltando a bola até o goleiro.
Quantas vezes aqui nesse espaço já não comentei esse comportamento, mostrando minha incompreensão com tal atitude.
Chego até a marcar lances. Na partida contra o Palmeiras, tínhamos 13 minutos do primeiro tempo e Giovanni Augusto resolveu matar a possibilidade de uma jogada de ataque, para retornar a bola lá da frente para Victor.
Confesso que não entendo como preferem jogar para trás, recuando a bola e chamando o time adversário para cima.
Enfim...
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Mas tais lances, se há alguma distração, podem redundar em uma roubada de bola, como no primeiro jogo, ou como ontem.
E, sendo uma prática que já vai se institucionalizando, não dá para culpar Dátolo. Que não vinha fazendo uma partida ruim.
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No time do Atlético, acho que Victor estava mal posicionado no primeiro gol, muito adiantado. Douglas Santos continua não dando segurança e Donizete realmente não é o jogador que o Galão precisa e merece. Embora todo seu esforço.
Entretanto, foi Patric que jogou um partidão ontem, me surpreendendo. E Lucas Pratto, que vem mostrando a cada dia o acerto que foi sua vinda.
Mas, foi só.
E como o Eu Acredito vale para as viradas impossíveis, heroicas e históricas em nossa casa, depois de termos sido derrotados fora, em geral por dois gols de diferença, não poderia ser mesmo aplicado na arena do Inter.
Lá foi tudo ao contrário. Não havia 2 gols para descontar. Não estávamos em casa.
É certo que precisávamos da vitória, mas o time que entra em campo e não precisa da vitória nem deveria entrar para o jogo.
O um a zero era placar nosso, se o gol fosse nosso. E nesse caso, as condições que criaram a mística do Galão milagroso não estavam atendidas.
Uma pena.
Mas o Eu Acredito continua firme e forte. Valendo, como sempre.
É isso.

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Deixo para comentar a queda do fator previdenciário depois que a mudança for, de fato, confirmada. Enquanto isso, fico torcendo do lado de cá, para que a injustiça que esse fator representa seja corrigida.

terça-feira, 12 de maio de 2015

Início do Campeonato brasileiro, Libertadores, Fachin e Lucros dos bancos

Começou o campeonato brasileiro sob a marca da desorganização de sempre.
No Sport TV, informaram que, copiando os europeus e americanos, a CBF faria uma abertura especial, tendo convidado o cantor Péricles para cantar o Hino Nacional.
Ainda copiando torneios internacionais, no jogo do Atlético contra o Palmeiras, no antigo Parque Antártica, os times entraram em campo juntos, pelo que antes seria o túnel central.
Perfilados os jogadores, no momento do  Hino, Péricles não apareceu e um disco reproduziu a música. No lugar da letra do Hino, talvez por não saberem cantá-lo todo, a torcida do Palmeiras fez uma alteração.
No SportTV, Milton Leite, cujos bordões não apresentam mais qualquer novidade, comentou que aquilo havia sido uma boa sacada. Um desrespeito, mas ainda assim, uma boa sacada.
Pouco tempo depois vinha a informação do repórter de campo, de que Péricles cantaria sim, mas na abertura do campeonato. O que seria no dia seguinte, depois de 2 jogos no horário de sábado às 18:30 horas, mais um jogo à noite e outro no horário experimental das 11 horas da manhã de domingo.
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Apenas para completar a fuzarca, a informação era de que cantaria ou no jogo do Cruzeiro contra o Corínthians, no Mato Grosso, ou em São Paulo, no jogo entre o time tricolor e o Flamengo.
E eu mal sabia dessa característica do Péricles, portador do dom da ubiquidade e capaz de cantar em dois locais ao mesmo tempo. Ou duas aberturas, já lá pelo meio da rodada.
É como se a porta da casa fosse colocada no meio do corredor, ou já na sala de visitas...
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Do jogo do Galo no sábado, não gostei.
No primeiro tempo, achei que o Palmeiras levou mais perigo, embora nada que pudesse mostrar uma grande superioridade. 
Para comentar rapidamente de algumas participações, achei que Tiago começou meio inseguro;  Eduardo, embora com jogadas de classe pelo meio campo começou prendendo muito a bola, enfeitando muito e sem qualquer objetividade; Cárdenas, embora se deslocando e mostrando ser quem tomava a iniciativa das jogadas, pareceu-me muito lento, talvez até desinteressado. 
Confesso que não consigo entender o porquê do sumiço de Dodô, que havia sido lançado pelo mesmo Levir Culpi no ano passado e que fez apresentações muito elogiadas no final do ano de 2014. 
Esse ano, curiosa e inexplicavelmente, não é lançado. Custa a entrar quando o faz. E quando entra, parece que já no fim do jogo, deixa-se contagiar pelo ritmo já desacelerado da partida. 
No SportTV elogiavam muito ao Maicosuel. E há que se admitir que, com a bola no pé, ele abaixava a cabeça e protagonizava suas famosas arrancadas, driblando os adversários e, até podendo levar algum perigo ao gol palmeirense. 
Mas sempre de cabeça baixa, sem ver se havia companheiro mais bem colocado, etc.
Gostei do Jô, sempre participando dos lances de área, mas sem ficar preso no meio da zaga contrária, saindo para buscar o jogo e aproveitando-se de sua característica de fazer muito bem o pivô.
Quem ficou devendo em minha opinião, pela expectativa que eu tinha a seu respeito, foi Giovanni Augusto, que é bom deixar claro, não foi mal. Ficou na média e por isso me decepcionou.
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Quanto ao resultado, não me deixou satisfeito. Não que eu esteja ficando muito exigente, mas se no primeiro tempo achei que o Galo deu campo demais ao Palmeiras, no segundo tempo, especialmente depois do primeiro gol o que vi foi, em alguns instantes, cenas de um anti-futebol. Parece que o time não percebeu que, se partisse para cima do time paulista poderia liquidar logo a partida. 
Mas ao contrário, o que se viu foi o time tocando bola de lado, fazendo cera, atrasando bolas para o goleiro Victor lá da intermediária. Demorando para repor a bola em jogo. 
Ora, se eu sou o técnico do time adversário, o que vou gritar da beira do campo é que eles estão com medo de se abrir, e vou mandar o meu time atacar a qualquer custo. 
Não deu outra: o Palmeiras conseguiu o empate. 
Passado mais algum tempo, para coroar sua apresentação, mais uma vez e com grade categoria, Jô apareceu para marcar o 2 a 1. 
E, embora a partir desse instante o Galo partiu para cima com mais vontade, perdeu gols que não é possível perder para um time que quer deseja mais que apenas participar do campeonato. 
E como castigo, tomou o empate nos últimos segundos do jogo. 
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Pode muita gente ter ficado satisfeita com o placar, o jogo em si, já que era o time B do Galo. Mas se esse é o time A do Palmeiras, vamos combinar que é um time muito fraco, sem criatividade, sem muita empolgação.
Empatar fora de casa é sempre um bom resultado. Com time que não joga todo dia, e pode até alegar uma falta de entrosamento, é muito bom.
Mas dava para vencer, se tivesse menos medo, que foi o que me pareceu quando, vencendo, ficou fazendo hora para que o tempo passasse. 
E por isso, não saiu com os 3 pontos.
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De outros jogos não posso falar nada, já que fiquei mais preocupado em ficar comemorando o dia das mães. Mas o resultado do Flamengo me deixou satisfeito. O do Grêmio foi surpreendente, contra a Ponte Preta. E o Coringão então... embora se isso levar a imprensa paulista a voltar a comparar o Corínthinas com o Barça vou começar a torcer para que aconteça mais Guaranis, no caminho do time mosqueteiro.
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Agora é a Libertadores

E agora é a decisiva partida da volta da Libertadores. Com o Galo indo ao sul enfrentar o intrigante time do Internacional. Intrigante porque tem tudo para se tornar o melhor time brasileiro desse ano. 
Mas um time que deixa D'alessandro no banco, como o técnico do Inter fez no primeiro tempo no Independência, é no mínimo esquisito.
E foi só o argentino entrar em campo para o Inter voltar a se impor e jogar melhor que o Galo.
O que só mesmo a força do 'Eu Acredito' poderia levar a um resultado positivo, como foi esse empate, também nos últimos segundos do jogo.
Quarta agora, não dá para contar apenas com a sorte ou a Fé. Claro que isso é uma arma a mais. Mas agora precisamos mostrar MAIS futebol. O que ainda está meio em falta no lado do Galo.


De Política

Apenas a expectativa pela batalha no Senado, em relação à sabatina a que será submetido Luiz Fachin indicado pela presidenta Dilma ao STF. 
Não o conheço, mas o que tenho visto é que, em função de sermos a favor ou contra a governante que o indicou, muitas vezes deixamos de considerar questões mais importantes, como a de se saber se o indicado tem condições, conhecimento, cultura jurídica e reputação ilibada, independente de suas opiniões pessoais, para integrar a mais alta Corte do país. Porque essa é uma questão de Estado e não de governo, ou governantes. 
E, de mais a mais, todos os homens, exceto se forem e se portarem com amebas, devem ter opiniões, muitas das quais com que não concordamos. Mas, opiniões pessoais são as coisas que menos deveriam ser levadas em conta nessa hora.
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Por outro lado, o PSDB veicula propaganda que critica Dilma por estar fazendo o governo que eles gostariam de estar fazendo, caso não fossem derrotados. 
No fim das contas, quem foi derrotado foi o povo. Com a rendição de Dilma aos mercados e a seus interesses e com o comportamento tragicômico do partido de oposição, o segundo, depois do PMDB.
Porque se o PSDB assumisse, tendo em vista o nome de seu ministro por antecipação, a política econômica tomaria os mesmos rumos que essa que está aí, sendo praticada. Talvez não com tanta veemência, já que, no poder, é tradição dos partidos mais ligados às classes menos favorecidas, por suas ligações, serem os que tomam as medidas mais severas.
Mas, se essa seria a política dos derrotados, porque agora quando ela é posta em prática, diria eu, lamentavelmente, a oposição vem atacar a política? 
Antes no seu discurso de campanha, alegavam que estavam pensando no bem do país. E agora? Mudou tanto assim o país, ou apenas as circunstâncias?
Não seria mais honesto fazer agora uma campanha que ironizasse quem votou em Dilma dizendo que, para copiar a proposta do PSDB o melhor seria ter eleito o PSDB? 
Mas, mostrando que interesses menores, pessoais e partidários é que contam, preferem mudar radicalmente o discurso. De tal forma que o discurso agora faz parecer que o PT transformou-se no PSDB e vice-versa.
Apenas para comprovar que são ambos, farinha do mesmo saco.
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E viva os bancos, que estão batendo recordes de lucratividade no primeiro trimestre, enquanto os menos favorecidos e mais pobres perdem seus empregos ou entram em férias coletivas.
Um absurdo, mas que mostra bem quem tem a FORÇA. E com quantos reais ou dinheiros se faz um governo.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

PEC da Bengala e Galão no Horto

Enquanto o governo faz o maior esforço para a aprovação do pacote de ajuste fiscal, que se não prejudica direitos dos trabalhadores, ao menos tem impactos que devem ser reconhecidos como desfavoráveis à expectativa de direitos, o PT e sua bancada se omitem, se escondem, se dividem.
O que faz o PMDB ficar, sozinho, defendendo o pacote conservador. Logo ele que, além de ser o maior partido da base, é também o maior partido da oposição, especialmente com a presença de seus filiados na presidência da Câmara e no Senado.
E, convenhamos, quem tem um Eduardo Cunha e um Renan como aliados, não tem nenhuma sustentação.
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Mais uma prova disso foi dada ontem, na Câmara por seu presidente, ao aproveitar-se da falta de acordo entre PT e PMDB quanto à votação do ajuste, e do consequente adiamento, para hoje, da votação da polêmica matéria.
Mais que rápido, já que sabia da existência de quorum, Cunha pôs em votação a chamada PEC da bengala, que amplia para 75 anos de idade, em substituição aos 70 anos de hoje, a aposentadoria compulsória dos magistrados da Suprema Corte.
Medida, que não poderia deixar de ser tinha como objetivo fustigar, mais uma vez, o governo, que saiu derrotado como era de se prever.
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Não que a questão não seja relevante e com vários pontos que merecem ser debatidos, considerados.
Por exemplo, o fato de que, dados os avanços da medicina, os ministros hoje, como todos os trabalhadores, e mesmo até melhor que a maioria deles dadas as condições do trabalho que executam, serem obrigados à aposentadoria aos 70 anos era perder uma vasta experiência acumulada, em prejuízo para a própria Corte.
Tal situação fica demonstrada pela verificação de que, depois que saem compulsoriamente do Supremo, os ministros passam a advogar, em geral, em causas que tramitam no próprio STF e, não raras vezes, aproveitando-se de algum benefício de serem conhecedores das engrenagens da Casa, de terem experiência, bagagem, etc. etc.
Ou seja, não raras vezes acabam vitoriosos nos processos que representam.
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Por outro lado, há os que alegam a necessidade de uma sempre desejada renovação, capaz de trazer oxigenação, não apenas para a visão dos fatos em julgamento, mas também oxigenação da própria carreira, tendo em vista que, vários magistrados de outros tribunais de instâncias menores estão na fila, esperando a oportunidade de coroar sua carreira, tendo a indicação e tomando assento na vaga que a idade iria abrir.
A decisão da PEC acarreta um engessamento dessa lista de magistrados, uma demora maior para que a lista evolua.
Do ponto de vista da oxigenação das ideias, que acho mais importante, também percebe-se que um certo conservadorismo passa a prevalecer. Não conservadorismo no sentido de que as mudanças da sociedade não estarão sendo representadas no Colegiado, mas no sentido de que mesmo com os ministros sendo capazes de se manterem atualizados, conectados à realidade em que vivem e que os cerca, ainda assim, há um certo viés comportamental que não há como deixar de se fazer presente, dado o fato de que o uso do cachimbo costuma deixar mais sequelas nas bocas que gostaríamos. Em termos de procedimentos, hábitos, métodos de trabalho, etc.
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E qual a ideia por trás da PEC? Nesse momento, apenas impedir que Dilma pudesse nomear mais 5 ministros até o fim de seu mandato, o que praticamente faria a Corte ser composta toda por indicações do PT.
Nem se toca na questão de que as indicações do presidente de plantão devem ser aprovadas e referendadas pelo Senado, o que retira ou deveria retirar, desde logo, qualquer insinuação de que o indicado está na Corte como defensor dos interesses do Executivo.
Porque se tal insinuação pudesse existir, então o papel do Senado seria imediatamente o de vetar a indicação, de forma a impedir que tal subserviência pudesse vir a se concretizar.
Ora, aprovada pelo Senado a indicação, não há mais como falar que o ministro deve favores a quem quer que seja, exceto a sua própria pessoa, a seu esforço, aos sacrifícios que fez ao longo de sua carreira para chegar até o ponto a que chegou.
De mais a mais, não raras vezes temos exemplos de ministros posicionando-se em várias matérias importantes e de interesse do governo, mais de acordo com suas convicções pessoais que de acordo com interesses públicos mais elevados.
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Aliás, temos visto até ministros votando contra suas convicções, e favoráveis a verdadeiras aberrações, apenas para não criar instabilidade institucional e permitir ao Executivo dar sequência a atos que, sob qualquer ótica deveriam merecer reprovação. O exemplo do confisco do Plano Collor, autorizado pelo STF está aí na memória de quantos viveram aquele período e aquele plano malfadado.
E a Corte que aprovou as medidas de Collor não tinha indicações do presidente, mas preferiu não criar o caos.
Então, falar que o presidente tem os ministros no bolso de seu colete apenas revela a mentalidade tacanha de quem pensa dessa forma, esse pensador, sim, dotado de uma personalidade tacanha tanto do ponto de vista intelectual quanto, e mais importante, moral.
Está aí, recente, o ministro Joaquim Barbosa indicado por Lula e seu comportamento no tormentoso processo do mensalão.
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Então, caso a preocupação fosse séria, de melhorar o funcionamento de nossas instituições; se não houvesse tão somente a intenção de, mais uma vez humilhar o Planalto, outras discussões e propostas deveriam ter sido apresentadas, inclusive quem sabe, a de fixação de duração de mandatos para os ministros, ou a de sua eleição pela população, embora essa nada entenda do que estaria sendo votado. Ou pelo menos sua maioria.
Mas, é que eleição indireta é, em minha opinião, o pior dos mundos, além de muito pouco democrática.
Na verdade, o melhor seria continuar, como em outros países desenvolvidos e com justiça considerada mais presente, com a indicação presidencial, e aprovação - séria - pela Casa do Legislativo de direito.
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Futebol emocionante

Vários e emocionantes jogos marcam essa quarta-feira. A começar pelo jogão Barcelona e Bayern, à tarde, pela Copa dos Campeões da Europa.
Depois, a partir das 19:30 horas, o Corínthians jogando no Paraguai, contra o Guarani, e mais tarde São Paulo e Cruzeiro.
Mas jogão mesmo vai ser no Independência, entre o Galão da massa e o Internacional, ambos campeões de futebol de seu estado.
Jogo de campeões. Jogo em que o Eu acredito volta a ser entoado no Horto. Jogo em que o Atlético não poderá dar qualquer moleza, já que chegamos aos instantes cruciais da Libertadores.
E não basta ganhar, mas é fundamental não levar gols em casa, já que esse é um critério de desempate.
A sorte do Galo é que Nilmar não vem para o jogo. E que, embora não o tivesse mencionado na partida do último domingo, Giovanni Augusto entrou muito bem no segundo tempo do jogo contra a Caldense, dando outra configuração ao jogo.
Ambos os jogos de times mineiros são as 22 horas.
E agora é torcer e torcer.
Vamos lá Galo!!!


segunda-feira, 4 de maio de 2015

Parabéns ao Galão campeão mineiro. Ainda assim, a grande vencedora foi a Caldense

E caiu, ontem, a invencibilidade do bom time da Caldense, que perdeu também o recorde que vinha acumulando de mais de 800 minutos sem levar sequer um gol. Uma façanha, se levarmos em conta o fato de que, por ser um time considerado do interior, deve naturalmente ter menores condições de enfrentar os times considerados grandes, da capital.
Mas, para os torcedores, jogadores, diretoria e toda a agradável, evoluída e simpática cidade de Poços de Caldas, a perda foi muito maior, já que estava em jogo o título de Campeão Mineiro de 2015.
Mas, se a perda foi enorme, e sentida, não há como deixar de fazer algumas observações.
A primeira delas, relativa ao futebol apresentado pela Veterana durante toda a competição, que lhe valeu não ter sido derrotada, mesmo tendo jogado contra Cruzeiro, América, e Atlético, esse último, em 3 partidas, das quais saiu vencedora no primeiro confronto.
A explicação para essa campanha brilhante foi o excelente conjunto e a entrega e disposição de cada jogador do time muito bem armado por Leo Condé, com justiça eleito o melhor treinador do certame pela Globo.
A postura da defesa, bem fechada, formada por jogadores de boa estatura, ainda contava com o brilho de seu goleiro Rodrigo, outro que merecia fazer parte da seleção do campeonato, por sua segurança e tranquilidade, que muito valeu para a manutenção do tempo em que a Caldense não sofreu qualquer gol.
Mas, começar a elogiar a Caldense por sua postura tática, fechada do meio para trás pode trazer a ideia incorreta de que o time de Poços adotou a retranca como meio de atuar, ao menos contra os times da Capital.
Ao contrário, o time do interior foi, no primeiro dos dois jogos das finais, superior ao Galo, com um futebol muito mais perigoso e veloz, além de mais vistoso.
E ontem, mais uma vez foi um time muito superior ao time atleticano, pelo menos nos 45 minutos iniciais do jogo, atacando com mais perigo e mais lucidez.
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Quanto ao Atlético, até começou o primeiro tempo com algum ânimo, mas logo, aos poucos, foi vendo a Caldense impor-se em campo, e engolir o meio-campo, onde Rafael Carioca estava perdido à frente da área, Dátolo não conseguia acertar jogada alguma que tentava, e Leandro Donizete como armador apenas reforça o que sempre falei dele. Não sei como consegue entrar nesse time do Galo.
É verdade que eu, como milhões de outros atleticanos gostamos e aplaudimos a garra que ele transmite, sua vibração, seu empenho, dedicação, esforço e até superação muitas vezes. Mas como muitos outros também eu acho que ele é importante para matar o jogo do time adversário.
Tanto que é célebre a forma como a grande parte da torcida refere-se a ele: cada enxadada, uma minhocada. Jogador que não perde a viagem, o que lhe vale muitos cartões, advertências e expulsões.
Mas se até esse perfil é importante em um time de futebol, não pode ser o perfil do atleta escalado para armar o jogo. Aquele que, em tese, deveria olhar  o andamento da partida, analisar ou fazer uma leitura do jogo, saber a hora de segurar a bola, de enervar o adversário, de por mais velocidade, de virar uma jogada, etc.
Donizete não tem nenhuma vocação para esse papel, mas não tem culpa de ser colocado em campo para fazer essa função, ou ficar, ao lado de Rafael Carioca, sem saber o que cada um dos dois jogadores deve fazer.
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Marcos Rocha voltou bem, mas nitidamente sem ritmo de jogo, e de quebra, ainda levando uma pegada por trás, no mesmo tornozelo machucado, talvez.
A volta de Leo Silva deu mais segurança até a Jemerson, que errou menos, mas continua, dentro da área, dando espaço para o atacante dominar a bola, de costas, e girar ou armar uma jogada perigosa, como aconteceu ontem, mais uma vez, no primeiro tempo da partida.
Douglas Santos continua mal, parece que inseguro. E, na frente, além da correria e vontade mostrada por Luan, o destaque foi Lucas Pratto, tendo que se desdobrar para buscar jogo no meio campo.
Carlos nem merece comentário, tão fraca sua participação em todo o tempo que permaneceu passeando em campo.
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No segundo tempo, contudo, Levir tirou Donizete, trouxe Dátolo para armar o time e colocou Tiago Ribeiro, para que o time não ficasse apenas com 10 em campo.
A saída de Carlos deu mais agressividade ao time, embora o meio continuasse falhando, com Dátolo ainda devendo.
Mas, o Galo conseguiu seu primeiro gol, de Tiago Ribeiro, em bola que Pratto cobriu o goleiro e, em minha opinião já estava lá dentro do gol da Caldense.
Importante frisar que o gol saiu de bola parada, a talvez mais perigosa bola parada que o Atlético tem a seu favor, em lateral quase um chute, de Marcos Rocha.
Daí para a frente, a Caldense encheu-se de brios, cresceu e partiu para buscar o empate, que não demorou a chegar em bola de falta que traiu a Victor, ao desviar-se na barreira. Sem conseguir segurar a bomba disparada, o goleiro do Galão deu chances a que o artilheiro da Veterana conseguisse igualar o marcador.
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Aí foi a hora que Levir acertou em minha opinião, tirando Douglas Santos que estava perdido, deslocando Dátolo para a lateral esquerda e colocando Jô na frente.
Alías, Jô que já deveria estar há algum tempo tendo oportunidades no ataque desse time do Galo, já que joga ali naquele pedaço de campo que, em geral, não tem quem venha ocupar.
Especialmente quando o desespero faz o time do Atlético ficar dando chutões para a frente, o que nem se justifica apenas pelo desespero.
Ontem, início do jogo, a bola lá pela esquerda, no ataque do Galo, e a jogada foi sendo atrasada para o meio, daí para a defesa até que foi jogada da intermediária para Victor, dar um chutão. Dessa vez, direto para a lateral, perdendo uma bola que era do Galo, lá na frente.
Mas, a entrada de Jô, além de poder servir como mais uma saída de bola, na base do chutão, aproveitando sua altura e o fato de ele saber fazer bem o papel de pivô, por deixar um jogador enfiado no meio da defesa contrária, atrapalha a disposição da defesa, que tem que ficar marcando mais em cima, às vezes, com mais de um zagueiro.
E, Jô, artilheiro, é isso, presença na área. Para que uma bola mesmo que despretensiosa possa bater nele, desviar-se e entrar no gol.
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Como aconteceu ontem, em que ele fez um gol de joelho, coxa, sei lá. Mas por ter desviado a bola que conseguiu tocar por estar dentro da área.
Quanto à queixa dos torcedores da Caldense e de seus jogadores, de que Jô estava em impedimento, é curioso o fato de que, pouco antes, o auxiliar fora muito elogiado pelo comentarista do Pay-per-view, justamente por estar sempre tomando as decisões corretas, nos lances.
Algumas por sorte, apenas.
Mas, para mostrar que não existe ninguém infalível, pouco depois o auxiliar falhou. Mas, uma falha que pode ser capturada pelas câmaras das televisões, já que no decorrer do jogo seria muito difícil ver e ter certeza dos poucos centímetros que Jô estava projetado mais à frente que o zagueiro adversário.
Pior, a bola ter sido desviada pelo zagueiro, o que tira a atenção do lance, já que Jô postado nas costas do jogador da Caldense.
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A Caldense tem direito de reclamar, embora nada tenham falado do penalte claro que foi feito, ainda no primeiro tempo, a favor do Galo, quando Luan foi literalmente abraçado e o juiz não viu e a auxiliar do lado de lá, que podia ter visto, não assinalou nada.
Aliás, auxiliar que falhou ao marcar impedimentos do Galo que não existiram, e que se omitiu na verdadeira briga que aconteceu à sua frente, com Luan caído, também no primeiro tempo.
Ou seja, o gol nasceu de lance polêmico? Sim.
Mas isso não quer dizer que a Caldense foi intencionalmente prejudicada e que o Galo, naquele momento, jogando na base de sempre, da superação, não estivesse fazendo por merecer.
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Mas por justiça, o título teria ficado muito bem também para a Caldense, se o empate tivesse prevalecido.
Galão campeão Mineiro de 2015.
O que dá mais força para a partida de quarta feira próxima, contra o Internacional, campeão gaúcho.