quarta-feira, 31 de outubro de 2012

A (FALTA de) Ética na Política, no Futebol... em nosso país

O Brasil precisa, urgentemente, promover um amplo debate sobre a Ética e as questões que dela decorrem. Ou daquelas que são originadas de sua falta.
Para não esticarmos demais o nosso pitaco de hoje, cansando a quem nos venha visitar, comecemos pela questão do mensalão, de José Genoíno e seu desejo de assumir, na condição de suplente, a cadeira de deputado federal na Câmara.
Isso, depois de entrada em vigor da Lei da Ficha Limpa, fato enaltecido até pela publicidade com que o TSE- Tribunal Superior Eleitoral comemora o êxito das últimas eleições.
Ok, dirão os "cumpanheiros", na eleição passada, a de 2010, ainda não vigorava o documento legal. Portanto, como a lei não retroage para punir a ninguém, Genoíno não apenas pode concorrer, como pode se tornar suplente, o segundo de sua coligação. O que lhe daria o direito de tomar posse nesse momento em que abre-se uma vaga para seu partido na Câmara.
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Curioso é que, quando da reforma da Previdência, ainda no governo FHC, foi criada uma regra de transição que introduzia um pedágio na contagem de tempo para aposentadoria. E a alegação utilizada para justificar juridicamente o tempo extra exigido foi a de que para todos que não tivessem cumprido as exigências legais para obter o direito, o que havia era uma situação denominada de EXPECTATIVA DE DIREITO.
Portanto, como a expectativa de direito não configurava direito adquirido, o ato era legal. E ponto.
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Lembro-me disso nesse momento, porque a alegação feita pelo partido de Genoíno, nessa hora é a de que, como suplente, ele teria/tem o direito. Desde 2010, quando a lei da Ficha Limpa não vigorava.
Para mim, o que ele ou qualquer suplente tem ou teria seria mera expectativa de direito. Agora, sim, dentro do novo quadro legal, é que o seu pretenso direito poderia passar a existir. E agora, sob o tacão da Ficha Limpa, ele se torna impedido, condenado que foi pelo STF.
E condenado ele já foi, e já está, mesmo que ainda não tenha sido fixada sua pena, dependente de uma dosimetria cada vez mais conturbada.
Mas, conturbada, em minha opinião, é apenas a dosimetria. Não a condenação.
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Alegar como feito ontem em um jornal de TV,  acho que o da Band, que Genoíno ainda teria o direito por que seu julgamento não foi justo, são como diria o irmão dele, pego embarcando com dólares na cueca, "outros quinhentos".
Tudo bem. Peço desculpas de antemão, já que o irmão não é Genoíno, e esse não pode ser condenado por um ato ilegal cometido por seu irmão.
Mas, dizer que não havia provas contra Genoíno, como foi dito por líderes do PT, não é apenas a forma mais rápida e simples de desmoralizar o partido que nasceu sob a bandeira da luta pela ética na política nacional. É chamar-nos a todos de tolos.
Porque, por força do cargo que ocupava ou não, por inocência ou por completa confiança que depositava nos seus cumpanhêros, o certo é que Genoíno assinava os cheques e contratos de empréstimos feitos em nome do Partido. Contratos e documentos que, hoje, já se comprovou que eram ilegais e que podeiam envolver até recursos públicos.
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Pelo passado dele, que eu particularmente respeito, já que de um jovem que tentava lutar para libertar o país de um regime ditatorial, autoritário; pelas lutas de que ele participou, colocando inclusive a vida em risco, na busca de construir um país social e economicamente mais justo, mais democrático, mais igualitário, melhor para se viver, por tudo isso e a imagem que ele criou a partir daí, Genoíno deveria ser, agora, o primeiro a reconhecer como foi ingênuo e como errou por essa mesma ingenuidade. E acatar o fato de que assinou sem ler, e quem assim procede, é responsável por sua ingenuidade.
É por esse  passado de luta em defesa da ética que Genoíno deveria, nesse momento, ser impedido de alimentar qualquer pensamento em prol de sua posse na Câmara. Para não jogar lama no passado ou em sua história de vida e conseguir passar para as gerações futuras a imagem de quem, mesmo tendo um passado digno, deixou-se envolver e foi parte de um presente sombrio, do qual pelo reconhecimento de suas faltas, torço eu, conseguirá se livrar no futuro.
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Mas, gastei mais tempo com Genoíno, até por sua postura e reação mais antipática (não dele diretamente, mas daqueles que o cercam) do que a adotada por outros. Refiro-me especificamente aos casos de agressões relatados, no dia da eleição de segundo turno, contra repórteres da Folha, do CQC, entre outros.
Talvez o problema dele, seja o desespero de não estar na Câmara. E ter apenas uma expectativa de que isso possa se concretizar.
Porque a situação dele só difere nesse aspecto daquela ostentada por João Paulo Cunha, que exerce o mandato de Deputado federal, ou de outros líderes de outros partidos, como o Valdemar da Costa Neto, do PL.
Esses, embora também condenados pelo STF, no mesmo episódio do mensalão, já são deputados e não têm expectativa de direito, mas direito adquirido e com todas os requisitos preenchidos.
Nesse caso, diferente do de Genoíno, compete à Câmara, por falta de decoro, já que todos condenados, abrir o processo de cassação de seus mandatos, afastando-os daquela Casa, para o bem da ética. Sem delongas.
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Ainda na política, deveria se dado mais espaço, em todos os canais de mídia,  à decisão da Comissão de Ética no Serviço Público, que inocentou o Ministro Fernando Pimentel das acusações que, em outras épocas em que o Ministro acusado não era o amigo da presidenta, valeram a demissão, por exemplo, de Palocci.
Pimentel, se não fez pior, fez o mesmo que Palocci, em relação à consultorias, sempre estranhas, curiosas e muito bem remuneradas. E como outros, também defenestrados, andou de jatinho, de carona com empresários.
Mas, pelo visto, Pimentel, tudo pode, mostrando que mesmo com Dilma vale a máxima que dá aos amigos tudo, e aos inimigos a lei.
Logo, Pimentel, responsável por ter enterrado o PT em Belo Horizonte, quando colocou  a prefeitura da capital no colo de Aécio, na doce ilusão de que em troca de sua traição, receberia posteriormente o apoio a suas pretensões mais egoísticas e individuais.
Pois, é! Deu no que deu.
Mas, nada como ser amigo de quem tem poder. Ele continua ministro, e mais que inocentado, a nova comissão de ética só faltou dizer que ele recebeu foi pouco. E que deveria aproveitar muito mais os jatinhos dos amigos.
E tudo isso aconteceu depois do encerramento da etapa das condenações do mensalão pelo STF.
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E tem gente, na firme convicção de que o país será passado a limpo, depois do mensalão.
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E a questão ética ou de sua ausência também tem exemplos, cada vez mais costumeiros no futebol, para misturar duas paixões populares: futebol e política.
A começar do caso ocorrido com Ronaldinho Gaúcho, indiciado e levado a julgamento, severo, por um auditor, que foi o responsável pela relatoria do processo, e que já o havia condenado, antes, nas páginas das redes sociais, flamenguista apaixonado que o pretenso julgador é.
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Depois, a questão de como foi tratada a anulação do gol de falta de Ronaldinho Gaúcho, contra o Fluminense, por um empurrão dado na barreira.
Devo dizer que, aqui, refiro-me à forma como a imprensa reagiu, e parte da torcida do Galo.
A torcida, mesmo admitindo que se houve a falta, o gol teria de ser validado, por não ter o deslocamento da barreira influenciado na sequência do lance.
Mas, do ponto de vista da questão ética, a alegação de outra parte de torcedores de que, lance semelhante a favor do Fluminense não foi anulado, erro que legitimaria o lance do Galo.
Da imprensa, especialmente a carioca, que se esforça para nunca parecer séria, a alegação de que não havia como ficar relembrando o primeiro caso, o que favoreceu o caso carioca. O lance do Galo deveria ser anulado e o foi, corretamente. E pior: o mais seria mera choradeira do time mineiro. Como se o melhor e mais conveniente, para não ser acusado de chorão seria "esquecer" a falha gritante - e capaz de beneficiar sim, o time do Fluminense.
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Agora, temos mais alguns lances: Fred dá um tapa em Júnior César, já transformado em mero empurrão para dar reínicio logo à partida, que estava sendo retardada por atitude anti-desportiva do lateral atleticano.
Ou seja: só o jogador do Galo errou. E Fred estava certo de querer reiniciar logo o jogo.
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Deco dá uma cotovelada visível em jogador do Curitiba. Mas, segundo a imprensa carioca, ou parcela dela, apenas estava correndo de braços abertos, forma característica que ele adota quando corre com a bola dominada. E sem querer, acertou o rapaz que vinha logo atrás em seu encalço. Tudo muito natural.
Não fosse Deco, um cracasso. O que não retira dele a condição de um dos jogadores mais maldosos do futebol na atualidade.
Acho difícil que qualquer dos jogadores, com tanta pressão sejam denunciados no STJD e venham a pegar algum gancho. Bem diferente do caso do R49.
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Por fim o Palmeiras, em seu desespero contra o rebaixamento.
A vergonha aqui, fica por pedir a anulação do jogo por que seu jogador marcou um gol que não poderia ser nunca admitido.
Ao por a mão na bola, ludibriar o juiz, Barcos teve a postura mais anti-esportiva possível. Mas, passando por cima de tal ilegalidade, o Palmeiras vai exigir que o jogo seja anulado por que o juiz, que validou o gol, voltou a atrás, informado do lance em completa irregularidade.
O STJD acatou o pedido do Palmeiras e vai julgar o lance e decidir pela anulação ou não da partida.
Já Barcos... que a essa altura merecia suspensão das mais longas...
Bem, não ouvi ou vi nenhuma referência a qualquer indiciamento dele, por sua postura tão aética.
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Enfim: ao se falar de ética, ou da falta dela,  assunto é que não falta em nosso país.


Das Ausências


Dormir sob a coberta das estrelas
Ou sob a nuvem cinza chumbo que cobre o céu
O que importa o que te cobre o leito vazio
O que fazer para afastar a sensação de frio?

Pode a carícia do edredom ser meu conforto?
Pode suprir a sensação de abandono?
E o que nos trás a escuridão das trevas?
Onde a luz?
Onde o calor que sem perdão me negas?

Revirando insone pela ausência de aconchego
O que fazer para acalmar meu pensamento
Qual o remédio para recuperar o sossego
Que não encontro desde sua despedida
Quem sabe guardado em sua bagagem
Perdido desde a sua partida

Sinto o frio que a noite faz
A solidão que sua falta traz
Espaço que apenas um arrepio
Vem ocupar tentando servir de alívio

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Borrões de corpo


Em meu correio eletrônico
Recebo fotos de mulheres nuas
Profissionais
Amadoras
Morenas, loiras, ruivas
Negras, orientais,
Altas, baixas,
Magras, magérrimas
Ou gordas, bem gordas
Capazes de liquidarem meu desejo

A maior parte dos retratos
Revela o silicone e o botox
A cirurgia corretiva
O photo-art que extrai as celulites
Desfaz estrias
Elimina as rugas
E transforma a mulher em mera imagem
Anulando o tempo que insiste em passar
Tornando-as cada vez mais novas
Lindas, distantes, abstratas
Um sonho apenas
Ou ficção

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Haddad e o poste: como Lula vence mais uma

Para desgosto da Veja e de seus leitores. Para desgosto de todos os conservadores de plantão, enrustidos ou não, Haddad foi eleito ontem, prefeito de São Paulo.
Vitória de Lula, que já havia feito referências a um poste, e ao fazê-lo permitiu que eu me lembrasse de um provérbio italiano, muito comum há muito tempo atrás: "se tutti i cornuti portassero un lampione, che bela illuminazione!".
Pois bem, contra tudo e contra grande parte da mídia, Globo incluída, Lula elegeu um segundo poste e, como ele mesmo falou, a cada poste que elege, mais o país vai se iluminando.
A frase é boa, mesmo quando os jornais são dominados por manchetes de apagões de energia elétrica, cada vez mais comuns. E no momento em que, trazendo novamente à lembrança a frase do juiz da Suprema Corte americana, que via na luz do sol  o melhor detergente, finalmente o nosso Supremo venha lançar alguma nesga de claridade sobre a penumbra que recobre a política nacional e seus labirintos.
O Supremo julga, mesmo que às vezes com o senso de justiça zero, prejudicado por uma conspiração da mídia conservadora e dos interesses mais escusos das classes sociais que vêm ampliando a cada dia mais a perda de seus privilégios em nosso país e condena o Partido dos Trabalhadores e suas lideranças.
Qual o Coliseu romano, a cada juízo ou voto emitido, o sangue que jorra em profusão vai atingir uma platéia que uiva ensandecida, e que se regojiza com o circo a que assiste, insuflada pelos poderosos meios de deturpação de massa, cujas lutas têm outros (e mais secretos e pútridos) interesses.
Do lado de fora da arena, entretanto, o povão que se acotovela não tem condições de pagar os preços dos ingressos para ver a carnificina. Alguns, ao contrário, ali estão na tentativa de buscarem alguma brecha para tentarem empreender, vendendo seus churrasquinhos ou cerveja de latão a 3 reais.
É esse povo, que tem conseguido alguma oportunidade para comecar a melhorar sua qualidade de vida ou de trabalho, que tem se beneficiado nos últimos tempos das políticas que custaram tão caro ao país. É toda essa gente antes marginalizada e excluída que é a origem do ódio que muitos conservadores destilam contra o sapo barbudo do PT que resolveu dar início a um sempre prometido resgate (de direitos e cidadania)  "nunca antes na história desse país" (sic) tentado.
E dá-lhe a criação de cotas e a ampliação dos programas de bolsas que trouxeram, esses sim, para a luz do sol, aqueles antes condenados a viverem uma vida sem cor, sem luz, sem energia. Apenas trabalho e exploração.
É esse povo que aproveitando ter a oportunidade de vislumbrar a luz do sol, aprendeu a gostar da iluminação e prefere e opta por postes iluminados, demonstração inequívoca de que sabe que o mensalão e a podridão que o acompanha foi o preço pago às elites e privilegiados, em troca da aprovação das conquistas que obteve.
E mais: sabe que o mensalão é um marco na história de nosso país, por ser a oportunidade primeira em que o corruptor é punido, essa figura que deveria ser punida sempre, e que no Brasil de antes de 2000, sempre escapou por ser a representação do lado mais poderoso. E rico.
Então, sendo a primeira vez, o mensalão e seu julgamento já têm uma importância ímpar, o que não pode servir para que, pelo alvoroço provocado pela novidade, se esqueça de que também os corruptos devem ser punidos. Afinal, não é porque agora se consegue punir os personagens ativos do processo, que os corruptos passivos de sempre devam ser esquecidos. Bagrinhos ou não, não podemos nos esquecer da quantidade de gente, de siglas, de partidos envolvidos, E NÃO APENAS O PT. Sejam quem for. Estejam onde estiverem.
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É isso que a Globo, a Veja, e outros que tais não perceberam e que, como o povo costuma entoar: "o povo não é bobo. Fora a rede Globo".
Mas, como a Globo não tem título de eleitor, não pode votar. E o povo vota. Com Lula. Com quem os resgatou da miséria de vida que levavam e os tratou de forma mais digna, mais humana.
Vá lá. Lula não é santo. Fez o que fez guiado por vários interesses, inclusive por demagogia. Mas, foi o primeiro que fez, na história recente. E, depois de dado o primeiro passo, ninguém segura mais aquele que aprendeu a andar.
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A respeito do mensalão, e só para não deixar passar em branco, concordo com colunista da Folha, acho que o Jânio, ontem, domingo de 2° turno de eleições: há algo de muito podre no sistema que é capaz de condenar os Nardoni, a menos tempo que o operador Marcos Valério.
E isso, considerando que o crime financeiro, mesmo sem sangue, é capaz de provocar muito mais males que um assassinato brutal. Afinal, enquanto o crime financeiro atinge - e até mata, a milhões, indistintamente, o outro, da barbárie, atinge a apenas um, mesmo que uma criança inocente e indefesa.
Em minha opinião, então, o crime financeiro é sim, passível de ser punido com rigor - o que significa cadeia!!! Mas, definir penas com mais virulência que as de outros criminosos muito mais selvagens, é algo que deve ser debatido.
Por que o gosto de sangue que parte da classe média de cabeça formada pela mídia deseja contém um amargor corrosivo, capaz de ficar muito mais tempo trazendo prejuízos não para a boca e garganta, mas para o cerébro ou a própria alma.
***
Tudo isso para repetir, eu que tenho cá minhas críticas ao oportunista e boquirroto Lula:  via Haddad, o poste, o ex-presidente foi o grande vencedor do segundo turno da cidade de São Paulo.

Declarações e sonhos


Parece que você jogou fora           
A chave que abre o seu coração     
Mas acho que passou da hora
De você mudar sua opinião
Por que se viver sozinho
É melhor que estar mal acompanhado
Eu não mereço o castigo
De não ter você a meu lado

Menina, seu egoísmo
É punição que não mereço
Para poder te conquistar
Eu me transformo em meu avesso
Mas você não dá atenção
À vida que te ofereço
Você prefere a solidão
Que eu evito a qualquer preço

Você tem medo que os sonhos
Terminem em frustrações
E as promessas que faço
Sejam meras ilusões
Por isso teme que a vida
Volte a te fazer sofrer
Mas a vida sem paixão
Não é vida, nem é viver

A chave que você me diz
Que um dia você jogou fora
Não pode servir pra impedir
De eu ter uma chance agora

E você não pode negar

De eu realizar meu querer

E o meu querer é te amar

Porque te amando é que eu posso viver

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Canto ao Papagaio


Quem vê o morro
Pode ter medo
É o Papagaio
Vigiando o São Pedro
Tantos casebres
De tantas cores
Que servem para abrigar
Trabalhadores
Gente que sai cedo pro trabalho
E desce a pé pra não gastar na condução
O trocado que pode ser empregado
Para o litro de leite e o pão
Para saciar a fome das crianças
Que é a escola e o combustível do ladrão
Quem vê o morro pode até ficar com medo
Mas o morro como qualquer outro bairro
É lugar de gente honesta e bandido
De gente boa, quem não presta e é temido
No morro há dias de festa e foguete
De meninada brincando os pés no chão
Mas também sobra confusão e até receio
Que muita briga termine em tiroteio
Como em qualquer região desta cidade
Onde mora pessoas que se acham ser gente bem
Já que a violência e a maldade
Não é exclusividade de ninguém.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Declaração


Quando te vejo
Sinto ferver o meu sangue
Risca meu corpo um arrepio
Perco a noção do tempo
Nem sei se faz calor ou frio
Sinto meu corpo tremer
E secar minha garganta
Toda vez que  te vejo
Você me enfeitiça, me encanta

Meu coração se acelera
Meu peito parece explodir
Eu fico mais ofegante
Invade-me um formigamento
Que parece me dominar
Você é o ar que respiro
A luz desse meu amanhã
Fantasia que alimento
Sonho que busco realizar

A seu lado não encontro palavras
Sem assunto não sei o que falar
E com tantas coisas para dizer
Posso apenas gaguejar
Você é a coisa mais linda
O poema de Deus cá na terra
É verso que recito de cor
O verbo maior que conheço
Menina, você é meu amor.