quinta-feira, 30 de julho de 2015

Pitacos sobre economia, Copom e Selic e as mudanças incompreensíveis de Levir no Galão

Está chegando agosto. Mês considerado aziago do ponto de vista da política nacional.
Afinal, o chamado mês do cachorro louco é marcado tanto pela morte de Getúlio Vargas, em 1954, quanto pela renúncia de Jânio, em 1961, estopim de toda a série de eventos que vieram a desembocar no golpe militar de 64. Foi ainda no dia 22 de agosto, do ano de 1976 que ocorreu o acidente que vitimou Juscelino Kubitscheck.
Mas, curioso, recorri à internet buscando conhecer a razão da fama do mês, cuja característica mais marcante, registrada em minha memória, é a de ser um mês de muito vento.
E descobri que foi em agosto que Hitler tornou-se o chefe do Estado alemão, além de ter tido início a Primeira Grande Guerra, de terem sido lançadas as bombas atômicas sobre o Japão, ou de ter sido iniciada a construção do Muro de Berlim.
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A explicação considerada mais razoável, contudo, diz respeito ao período do cio das cachorras, cuja maior concentração, segundo consta, se dá  nesse mês. O que leva os cachorros à loucura e a brigas.
Há ainda a informação de que era esse o mês em que os navegantes portugueses costumavam sair em suas expedições de exploração de novas terras, o que levava à redução de casamentos em Portugal, no período. Entretanto, o mês é considerado o mês das noivas na Alemanha.
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Deixando de lado as tradições e eventos que fazem a fama do mês, o mês promete do ponto de vista da política nacional.
Afinal, além do retorno dos trabalhos legislativos, interrompidos pelo recesso de julho, com uma pauta considerada de alto poder de explosão, a expectativa é de que sejam apresentadas as denúnicas pela Procuradoria Geral do senador Collor e do Presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
Também devemos testemunhar algum tipo de manifestação, pelo TSE, em relação às acusações feitas à Dilma e a sua campanha à reeleição de 2014 e teremos o pronunciamento e, talvez a decisão do TCU em relação às "pedaladas" protagonizadas pela presidenta em seu primeiro mandato.
Ou seja, especialmente com Eduardo Cunha procurando vingar-se de Dilma e seu PT, a quem atribui os descuidos de que é acusado na Lava Jato, teremos a ampliação do espaço para a pirotecnia e o espetáculo midiático que são as CPIs, com a promessa de instalação e início dos trabalhos da Comissão sobre o BNDES, e sobre os Fundos de Pensão.
Pólvora suficiente para tornar o mês muito agitado.
Adicionalmente, manifestações já programadas, uma contra o governo no dia 16 de agosto, outras favoráveis ao governo, e até em desagravo, durante o mês também podem trazer momentos de tensão e exaltação.
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Do ponto de vista da economia brasileira, depois da redução da meta de superávit primário, de 1,1% para 0,15% , anunciada na última semana pelos ministros da Fazenda e Planejamento, e da elevação da Selic em mais 0,5% no ano, conforme decisão do COPOM anunciada ontem, a expectativa é apenas de maior elevação dos níveis de desemprego na economia brasileira.
A primeira medida, que já havíamos tratado na semana passada, representou o reconhecimento, pelo governo da inviabilidade de se manter, e perseguir, a meta absurda projetada para o ano.
Enfim, as equipes do governo concluíram que não havia como elevar as receitas fiscais de um país onde a economia e o nível de atividade despenca ladeira abaixo.
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Como os gastos do governo costumam ser incompressíveis, sob risco inclusive de certo tipo de despesas acabarem acarretarem a elevação, em escala ampliada, de gastos no futuro, a queda  observada na receita traria, já devidamente precificada pelo mercado obrigou a equipe econômica a admitir a necessidade de alterar suas projeções. A bem da manutenção de uma certa transparência e da credibilidade junto ao mercado.
Entretanto se já esperada e até cobrada pelos analistas de mercado, a redução do superávit para algo equivalente a pouco mais de 10% da meta anterior foi uma surpresa.
E, desprevenido, o mercado reagiu de forma a provocar a elevação do câmbio e da queda da bolsa.
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Com relação a esse comportamento da área econômica, o destaque deve ser dado à perspectiva de que nem mesmo o superávit sugerido de 0,15% seja alcançado.
Nesse caso, e para se antecipar e não ser acusado de omitir informações, o governo já reconheceu, ele mesmo, a possibilidade de o superávit transformar-se em mais um déficit primário, agora por responsabilidade (ou irresponsabilidade) do Congresso.
Ou seja, caso o Congresso continue com sua intenção de manter o sangramento do governo Dilma, não aprovando as medidas encaminhadas pelo Executivo visando a elevação da arrecadação, já está presente no cenário a possibilidade de novo déficit. Dessa forma, a equipe econômica conseguiu limitar o espaço de atuação do legislativo, colocando-o em situação de beco sem saída.
Sob a ameaça de transferir para aquele Poder, a responsabilidade que é, primeiramente do Executivo.
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A mesma chantagem, em prol da aprovação das medidas de elevação da arrecadação, já começa a tomar corpo, agora motivada pela sinalização da possibilidade de as agências avaliadoras do grau de risco de um país retirarem a classificação do Brasil como economia merecedora de crédito.
Mais uma vez, espertamente as equipes econômicas já se manifestaram no sentido de que ou o Congresso aprova as medidas encaminhadas para sua apreciação, ou será responsabilizado por algo cuja responsabilidade maior é apenas das próprias equipes econômicas.
E que medidas são essas?
Basicamente, a questão da desoneração das folhas de pagamentos das empresas e outras medidas como a taxação do dinheiro remetido sem o pagamento de tributos para fora do país.
O que é interessante, mas inexplorado pela imprensa de forma geral.
Porque se é possível que o envio de recursos seja feito para fora do país, havendo regulamentação para tal remessa, alegar-se que haverá algum tipo de 'perdão' para que os donos desses recursos possam esquentar ou legalizar esse recurso e permitir sua internalização é, no mínimo, curioso.
No mínimo, por ser sinal de que há ciência no governo de que teve gente cometendo as irregularidades, ou mesmo crimes, quando da remessa de tais dinheiros.
E não é pouco o valor remetido ilegalmente para fora do país, já que o governo tem a expectativa de arrecadação de mais de 20 bilhões de reais.
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O que acho curioso e que ninguém destaca é que esses recursos significativos, não poderiam ser de ampla parcela da população, devendo ser vinculado a uma proporção muito pequena da população, e muito rica.
E nesse caso, a medida destinada a promover a repatriação do dinheiro deveria ser considerada como MAIS uma de impunidade. A mesma impunidade que a sociedade diz não aceitar mais de forma passiva.
A mesma impunidade que leva a verdadeiras campanhas em prol do aumento do rigor da aplicação das penas, especialmente quando os atos ilegais correspondem a atos tido como mais violentos, e cometidos, em geral pelo rapaz preto, pobre, de pequena escolaridade e morador da periferia.
Grita capaz de gerar até mesmo a adoção de medidas absurdas como a de redução da maioridade penal, tão somente para quem cometar crimes considerados hediondos.
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Pois bem. E o que é pior, se há alguma escala de comparação ou forma de mensuração: um assalto violento, a mão armada, cujo desfecho pode gerar a perda de uma vida, a da vítima, ou a canetada ou o ato de corrupção que, ao desviar recursos da educação, da merenda escolar, ou da saúde, acaba condenando, muitas vezes à própria morte milhares, ou até milhões de pessoas, por falta de recursos para proporcionar a assistência que lhes é devida?
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Bem, voltando à economia, ao elevar a Selic, pela sétima vez consecutiva, o COPOM mostra não apenas independência em relação ao governo. Mas mostra uma incapacidade grande de enxergar, por trás de estatísticas e números, os aspectos sociais que estão no cerne da economia. E que asseguram à economia ser enquadrada no âmbito das ciências sociais.
Demonstra também uma espécie de miopia, ao continuar enxergando apenas uma justificativa para o fenômeno da inflação, que vai expandindo seus tentáculos e sua influência pela economia do país.
Afinal, se os custos industriais estão elevados, não são por excesso de encomendas, ou de compras que pressionam a capacidade de produção de fornecedores.
São por decisões da própria equipe econômica, de realinhar as tarifas e preços públicos em uma tacada só.
São por força da elevação de preços de alimentos, ainda pressionados pela questão do clima.
São provenientes do poder de mercado da maior parcela dos setores produtores do país, que perdem vendas, mas não reduzem as margens de lucro com que operam.
São provenientes do câmbio, fruto da elevada taxa de juros que atraindo vultosas massas de capitais, promoveram a valorização esdrúxula do real, comprometendo nossa já abalada competitividade e levando os empresários a perceberem que a importação de insumos era mais interessante, dados os preços desses produtos no exterior, em contraposição aos valores dos mesmos bens, em reais.
Não apenas tal situação condenou vários setores da cadeia de fornecedores à quebra, como ainda gerou uma elevação significativa de nosso déficit em conta de transações correntes.
Agora, com a economia brasileira completamente estropiada, a produção em baixa, o desemprego em alta, queda na renda real do trabalhador, e aumento alucinante e alucinado dos juros, as agências internacionais avaliadoras de riscos alegam justamente a situação de nossa combalida economia, como forma de justificar a possibilidade de o país sofrer um rebaixamento de sua nota.
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Como fica claro que a situação que levou agora à mudança na sinalização da capacidade de a economia brasileira reagir e começar a ganhar força deverá se arrastar por todo o ano de 2016, a possibilidade de se concretizar a ameaça da perda do grau de bom pagador é cada vez maior.
Nada a favor das agências de risco, que em minha opinião atribuem algumas notas e emitem avaliações muitas vezes sob a ótica de interesses especulativos, que nada têm com a estrutura ou dinâmica real da economia.
Entretanto, o problema é que, se o país perde essa classificação, os grandes gestores de fundos e capitais externos devem, por força de medidas regulamentares, deixarem de aplicar no país, o que promoveria uma inflexão da entrada de captais e até, no limite, a uma inversão desse fluxo.
Com isso, a procura por dólares iria crescer o que levaria a aumento do preço da moeda estrangeira. Por força da substituição de cadeias de fornecedores de insumos nacionais por estrangeiros, já comentada, os custos industriais tenderão a se elevar ainda mais, com a elevação do preço do dólar.
Daí para que novo repique da inflação não seja elemento estranho ao cenário, obrigando o Banco Central e ao COPOM, voltarem atrás na sua decisão de que essa elevação efetuada no dia de ontem, seja a última.
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Esse quadro pode se tornar mais grave, caso o FED eleve ainda nesse ano as taxas de juros básicas dos Estados Unidos, com a transferência de recursos de nossa economia em busca da maior segurança da economia americana.
Ontem o FED não elevou as taxas, mantidas em 0,25% anuais por mais um período. Mas, a possibilidade de elevação existe e pode estar já sendo praticada em setembro.
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Apenas para reforçar o quadro: nesse caso, o dólar se valorizaria, os preços de insumos importados e alimentos e outras commodities, ou de "bens tradeables" acabaria trazendo impactos nos índices de preços, o COPOM elevaria novamente as taxas de juros; a economia brasileira aprofundaria sua recessão; a população perderia poder de compra e empregos; as receitas do governo iriam declinar e o país iria ter de conviver com novas explicações do ministro em relação às razões de ter de elevar mais uma vez a carga tributária, etc. Nossa avaliação seria agravada e novos rebaixamentos de notas poderiam ser efetuados.
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De futebol e do Galo

Em meio a todo esse cenário de crise, apenas o Galo continua sendo um oásis de alegria e otimismo.
Embora Levir Culpi, às vezes, se equivoque e faça, também ele, alguma lambança.
Foi isso que eu vi, ontem, no Mineirão, no jogo contra o São Paulo.
Sem entender bem as razões que o motivaram, Levir mudou o time e o estilo de jogo no segundo tempo, tirando Cárdenas que vinha cumprindo bem sua missão e colocando um inoperante Carlos em seu lugar.
A lambança foi ampliada com a entrada de Danilo Pires, que desmontou o que podia ainda ter sobrado do desmonte anterior, feito na estrutura do time.
Por sorte o Atlético tinha Pratto, sempre levando perigo e preocupando a defesa adversária e o meio estava bem, ontem.
Mas com um placar favorável, de 3 a zero, é inexplicável que o São Paulo tenha conseguido levar apreensão e sufoco ao time do Galo na etapa final.
Nós que ganhávamos e jogávamos bem, mas o São Paulo calou a torcida atleticana e deixou a todos nós preocupados ou temerosos.
Estranho. Mas justificado pelas mudanças malucas que Levir patrocinou.
Enfim,  Galo permanece na frente. Mas não pode dar bobeira como aconteceu ontem.
É isso.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Pitacos do recesso

Recesso de aulas. O trânsito fluindo de forma a permitir que os motoristas possam observar o espetáculo que a natureza nos oferece, da floração dos ipês rosas. Ou roxos. Pouco importa a cor. Vale o espetáculo das cores. Dos cachos que despontam dos ipês. Das flores.
Enquanto isso, a umidade continua marcando sua presença, embora um friozinho de inverno e o céu azul firme não nos deixam esquecer dos agasalhos.
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Mas a questão do tempo,em especial a do aquecimento global preocupa, a ponto de o Papa Francisco ter concedido uma audiência a 60 prefeitos de várias cidades de todo o mundo, como parte da conferência climática para tratar - e cobrar das autoridades nacionais -, do tema do aquecimento global. Que só faz aumentar a preocupação de todos.
Especialmente quando se noticia que o mês de junho foi o de maior aquecimento experimentado desde 1880.
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Quente o tempo. Quente também os bastidores da política nacional, contrariando a calmaria que costuma marcar o período de recesso parlamentar, iniciado no último dia 17.
Tudo por conta da operação Lava Jato e das estrepolias de funcionários da Petrobras, empreiteiros, políticos, juízes, procuradores e advogados que insistem em não deixar o calor da fogueira abaixar.
Mais especificamente, as páginas dos jornais são dominadas pela figura desse impoluto presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ex-assistente de Paulo César Farias, de saudosa memória do período mais collorido da nossa história republicana.
Depois de aprontar estrepolias outras na Telerj, e alçado a um dos principais postos na linha de sucessão oficial da República, o nosso valoroso deputado foi citado em depoimento de um dos delatores da Lava Jato, como tendo usado da chantagem para achacar a soma de U$ 5 milhões de dólares, em proveito pessoal.
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Ninguém nega que seja para lá de suspeitos esses vazamentos de depoimentos de um processo que, ao que se noticia, corre em segredo de justiça. E mais ainda, ninguém considera correto que os vazamentos sejam feitos da forma com vêm sendo realizados, sempre em finais de semana, sempre prontos para estampar a capa desse revista que nos enche de orgulho, a revista que a rigor ninguém nem precisaria ler. Porque basta vê-la e aqueles que nas suas páginas têm guarida.
Mas, deixa para lá.
Aproveito a deixa apenas, para recordar Jânio de Freitas em sua coluna de ontem na Folha, comentando a resposta dada pelo Juiz Moro, à razão de ter deixado o nome do deputado presidente da Câmara ter vindo a público.
Conforme Freitas, o juiz teria, corretamente, informado que não há como paralisar a verdade, ou o depoimento.
Embora, como nos lembra o jornalista, para escapar de ter de repassar parte do que investigava para o Supremo, como manda o instituto do foro privilegiado, toda vez, no início dos depoimentos tomados, que aparecia o nome de algum político, o juiz rapidamente interrompia a fala do depoente, impedindo que sobre o citado fosse dito qualquer coisa que pudesse dar indício de mal comportamento. Apenas ficava para todo o sempre, pairando no ambiente da audiência o nome...
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Agora não. Já está na hora de queimar nosso presidente ditatorial da Câmara e, agora, não há como impedir o depoente de se manifestar, em mais uma das várias estrepolias que cercam a operação, o crime, e seu desvendamento, inclusive na esfera judicial.
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Eduardo Cunha, a se defender, prefere sair atirando. Fazendo ameaças que nem mesmo disfarçam mais a chantagem que trazem embutidas.
Passar à oposição. Instalar as CPIs do BNDES, e outras que podem trazer prejuízo ao ambiente de segurança já suficientemente degradado no país. Votar a aprovação - justíssima- da correção do FGTS, elevando as despesas do governo em momento em que só se fala e se pensa em ajuste fiscal. Votar a toque de caixa, sem qualquer exame mais aprofundado as contas de presidentes anteriores à Dilma para permitir que as contas de 2014 possam entrar em pauta com rapidez. Acenar - inclusive participando de almoços com ministros do Supremo, para a aceitação de qualquer solicitação encaminhada pela oposição da tese do impeachment da presidenta.
Ou seja, atira para todos os lados, inclusive indo ao STF, para inquirir o porquê de seu processo estar em juizado de importância inferior, quando ele tem por sua condição, o direito de apenas o Supremo poder tratar de seus desvios de conduta.
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Apenas um detalhe: se há razões para ameaças e até onde essas razões se sustentam, não há como negar que é por culpa ou falha do governo. Ninguém pode ser objeto ou vítima de chantagem apenas por ter o comportamento ilibado de uma freira castiça.
Além do mais, várias das medidas votadas ou ameaçadas irem à pauta por Cunha são, sem sombra de dúvida justas e em benefício do povo brasileiro. Nesse caso refiro-me APENAS AO PROBLEMA DA CORREÇÃO DO FGTS. Em letras garrafais para não parecer que aprovo outras atrocidades que a agenda atrasada e conservadora do presidente da Câmara está colocando em votação.
Para completar, se é absurdo que a presidenta Dilma se encontre em almoço ou jantar com o presidente do Supremo, em viagem a Portugal,  tendo apenas o ministro da Justiça como testemunha, claro que não se pode dar o mesmo tratamento ao encontro de Cunha com Gilmar Mendes.
Afinal, pela folha de ambos, os dois parecem ser muito semelhantes. E sempre muito cônscios de suas responsabilidades para com o país.
Verdadeiros altruístas e desambicionados das causas que interessam ao povo brasileiro.
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Mas Cunha sai atirando, ameaçando e, para não ficar assistindo ao circo pegar fogo quieta, Dilma por seu turno, faz peregrinação por esse Tribunal de exceção, não por ser fora da lei, mas por ter muito pouco de tribunal e da seriedade que se espera dos órgãos da Justiça, e que eles fizeram por granjear ao longo do tempo.
TCU cujo filho do presidente também já teve seu nome ligado aos delatores e delações da Lava Jato.
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No meio da lama que insistem em fabricar, mesmo em período de clima quente e seco, apenas um pitaco a mais, sobre o assunto, por agora.
É no mínimo curioso o comportamento adotado pela mídia impressa e televisiva, em relação às delações. Quando feitas em relação a alguém vinculado ao governo, ou dos partidos da base aliada, ou alguma autoridade, só falta o mundo vir abaixo.
É feito um verdadeiro escarcéu e, a cada vez, mais perto de Lula e de Dilma as cobranças vão chegando. E a presidenta, seu governo, o país ficam por um fio.
Mas, quando o nome do delatado é de senador do PSB, ou do PSDB, como o do senador paulista candidato a vice-presidente na chapa do Menino do Rio, ou do ex-governador de Minas, ou de Cunha (esse com menos preocupação com a "honra" do atingido), o que se vê é o mesmo manto sepulcral de silêncio que mantém o mensalão mineiro fora dos holofotes, dormindo em berço ou arquivos esplêndidos.
Ou o mesmo destino do caso dos escândalos do Metrô de São Paulo...
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Melhor deixar a política de lado, no momento, já que a degradação do ar não precisa de muito mais ajuda.
Mas, é que o recesso que atingiu ao país e não atingiu ao mundo oficial tem provocado intensa discussão sobre a incapacidade de o governo honrar sua meta prometida de superávit fiscal para o ano de 2015.
No mesmo tipo de derrota a que a imprensa acompanha muda, hoje, com Levy no comando da economia e, antes, já estaria fazendo o maior carnaval de críticas ao ministro Mantega, ou melhor Dilma, já que o ministro genovês era apenas um pau-mandado.
Pois bem, recurso a receitas não recorrentes, como o caso da receita de quem mandou dinheiro para fora do país, sem pagar impostos, não apenas são citados como são medidas elogiadas. Afinal podem trazer perto de 30 bilhões ao Tesouro.
Na época de primeiro mandato, não apenas iriam dizer que era mais um artifício politiqueiro, para tapar buracos da má administração federal, como iriam também lembrar de que tais recursos que se tenta agora atrair são frutos de crimes fiscais, caixas dois, etc. que estariam sendo, devidamente sendo legalizados.
E aplausos estariam soando, sem dúvidas para os donos de tais recursos.
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Mas, deixemos o fato de que o PIB do primeiro mandato não cresceu, mas não caiu feio, como se prevê. Que a inflação não ficou na meta, nem se comportou, sempre lambendo ali ou flertando com a ruptura do limite superior de 6,5%, quando agora parece que deve superar os 9,5%, etc. E que o superávit primário não deverá superar 0,4%, o que tem levado o governo a discutir a redução da meta fiscal.
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Enquanto discute nova meta, bem inferior à primeira anunciada, o governo estuda mais cortes.
Começando com Dilma vetando o aumento de 70%, algo mais ou menos, para os funcionários do Poder Judiciário, alegando o interesse público.
A verdade é que já passou da hora de algum órgão de imprensa sério divulgar que há muito tempo as perdas salariais dos servidores federais vêm se acumulando. Alcançando já mais de 27% apenas no período correspondente ao primeiro mandato da doutora.
Mas, isso iria jogar por terra o discurso de quem é contra o governo, apenas por ser contra, ou apenas por não saber do que está falando...
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Enquanto isso, tal qual a chuva de gols da Alemanha, a inflação sobe. O desemprego aumenta. Amplia-se a queda da renda real do trabalhador no país, o que deixa Samuel Pessoa e sua turma de colegas bastante satisfeitos por estar em curso a medida dita pelo professor, necessária para combater a inflação, ou seja, de arrocho salarial. Ou redução real do salário.
Afinal, parece que o professor acredita que o melhor para o país é pobre não ter ganhos de salários, nem distribuição de renda, nem nada que limite os privilégios daqueles a quem gosta de agradar.
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No futebol, o refresco temporário. O Galo vai bem. Líder e com o time jogando muito bem, mesmo nas derrotas.
Enfim, estamos de recesso, mas assunto é o que não falta.


quarta-feira, 8 de julho de 2015

Crise Política de ocasião? Ou a crise é real?

Enquanto Aécio continua comportando-se como a criança mimada, o "enfant terrible" que tanta preocupação trouxe a seu avô Tancredo no passado, dando demonstrações inequívocas de não ter absorvido a derrota que a maioria do povo brasileiro lhe impôs em 2014 e, inclusive cometendo o tresloucado ato de flertar com o golpismo, traindo toda a tradição aprendida em família, o Planalto parece, cada vez mais, completamente atônito e perdido em meio à situação política do país.
Tal situação de perplexidade e descoordenação pode ser ilustrada pela notícia publicada ontem na coluna Painel, da Folha, de que, embora avisado, o governo nada fez para impedir que a CPI da Petrobras aprove a convocação de Aloísio Mercadante e Edinho Silva para prestarem depoimentos em relação às denúncias feitas contra ambos, por Ricardo Pessoa, da UTC.
Mesmo que não tivesse nada a temer, a presença do mais forte e próximo ministro de Dilma, o ministro chefe da Casa Civil, Mercadante, transformar-se-ia em espetáculo, dando margem a que a oposição fizesse desse momento, mais um instante para continuar colocando mais combustível na fogueira do golpismo.
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Sem confiança na capacidade de atuação de seu ministro mais forte, inclusive quanto à necessidade de que o governo reaja e não deixe prosperar o ambiente de crise que a oposição e parte da midia conservadora insiste em difundir, o que resta à presidenta é antecipar-se a seus auxiliares e sair em público, para contestar as acusações que lhe são imputadas e denunciar o que chama de golpismo.
Foi isso que se viu na entrevista de Dilma, concedida à Folha e publicada no dia de ontem, 7 de julho, cuja repercussão mostra que a presidenta não está disposta a cair sem lutar em defesa do mandato que o povo lhe conferiu.
Mesmo que reagindo de forma considerada pesada, típica de quem está acuada, o que é sinal, para alguns, de que o objetivo primeiro da oposição foi alcançado. A crise finalmente foi levada para o interior do próprio governo. E pelas mãos da própria presidenta.
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Enquanto isso, em entrevista concedida também no dia de ontem à Rádio Gaúcha, como notinha de pé de página, sem qualquer destaque maior nos informa, Aécio comete o ato falho ao afirmar que foi "reeleito presidente da República", quando queria referir-se à reeleição para o comando de seu partido.
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De toda a situação a que estamos assistindo, o que podemos admitir é que, cada vez mais, Dilma depende do PMDB e de seu vice, Temer, o que é curioso, já que o peemedebista é um dos que mais têm a ganhar com qualquer manobra que acabasse interrompendo o mandato de Dilma.
Enfim, para quem tem um ministro como Mercadante, na posição de relevo que ele ocupa e com a inabilidade que o ministro parece cultivar, só mesmo dependendo de aliados tão sujeitos a pressões e interesses próprios como a base aliada tem demonstrado agir.
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Mas, se Dilma está fragilizada e reage até com certo tom de desespero, como os próprios aliados reconhecem, o PSDB passa a imagem ainda pior de arrogância e de que, como afirma Elio Gaspari em sua coluna de hoje, na Folha (Caderno Poder - A6), "age como se tivesse recebido do Padre Eterno um mandato para governar o país. Replica a soberba de Lula e do comissariado petista ao solidarizarem-se com os mensaleiros".
Tudo isso, a propósito da convenção que reconduziu Aécio, domingo último, ao comando de seu partido e que, ao contrário do destaque dado pela midia em relação à recepção dada pelos petistas a seu ex-tesoureiro Vaccari na convenção petista, não teve muita repercussão.
Mas, como nos informa Gaspari, Eduardo Azeredo, o mensaleiro mineiro, que renunciou à presidência do partido justamente por sua posição de réu no caso, foi tratado como convidado de honra no evento.
Não satisfeitos, os peessedebistas incluíram na lista de oradores, a filha de Roberto Jefferson, outro mensaleiro, esse ao contrário de Azeredo, já condenado, no caso do mensalão petista.
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Mas, como diz Gaspari, com grande dose de ironia, se o petismo reage mal às  críticas e acusações, procurando culpados a quem responsabilizar por seus erros, o membro do PSDB, mais elegante, finge que não ouviu e, apenas explica de novo.
Ou seja, quer vencer pelo cansaço, ao menos àqueles que não são influenciáveis por descrições tendenciosas que a imprensa divulga como se fossem isentas de qualquer interesse.
Gaspari lembra bem.
No TSE, basta que um pedido de vistas de um ministro seja feito que, independente do placar que já esteja o julgamento paralisa-se qualquer processo de análise contra a lisura das eleições do ano passado.
Gilmar Mendes, aliás, já nos deu inequívocas demonstrações de que tal comportamento pode ser adotado e tem efeitos importantes. Afinal, o pedido de vista bloqueia a conclusão do julgamento.
Por outro lado, conforme afirmei ontem, nesse espaço, não basta o TCU indicar ou vetar as contas de Dilma no primeiro mandato.
Há que tal recomendação, para surtir efeitos, passar pela apreciação da Câmara, essa mesma instância institucional que não se preocupa em julgar desde 2002, qualquer conta de qualquer governo.
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Fica claro de tudo que o julgamento de Dilma será político, caso ocorra, e como tal, haverá reações que não são triviais.
Mas, nenhum sujeito honesto, mesmo que anti-petista e veementemente contrário a Dilma, não poderá de admitir que um julgamento por esse Congresso de contas do último de 12 anos é, no mínimo, algo escabroso, em termos de decência.
Ou então, tal julgamento é a mão do Padre Eterno, fazendo o curso das coisas voltarem à situação da qual nunca deveriam ter saído.
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Apenas uma observação, que não pode ser esquecida e que não me canso de tentar resgatar, para conservar ao menos a minha memória: arrogância maior que a do comissariado petista e de Lula foi a do idealizador do plano de governo do país por 20 anos: Serjão, o homem forte do governo FHC.
Aquele mesmo que lançou a ideia de que o PSDB ficaria 20 anos no poder, mas que, infelizmente, acabou vitimado por uma infecção pulmonar.
Pois bem, foi na declaração de Sérgio Motta que Lula se inspirou, ao que parece, para querer ficar 20 anos no poder com seu PT.
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Outra questão importante, que para muitos passa despercebida, diz respeito à relação entre Dilma, a criatura e Lula, o criador.
Em sua origem, Dilma era pedetista. Ao que parece, mais brizolista. Ou seja, mais favorável e vinculada àquele que um dia chamou Lula de "esse sapo barbudo" que deveríamos engolir.
Foi com gestões pedetistas no Rio Grande do Sul que Dilma ocupou cargos de relevo, dentre os quais o de secretaria de Energia, que a catapultou para o governo federal.
Dilma nunca foi, até então e mesmo depois, integrante do PT, filiada ao PT.
Apenas filiou-se para poder ser indicada por Lula, para sucedê-lo.
Daí que fica difícil apenas afirmar que há, na relação entre ambos, uma traição ou uma ruptura da relação entre criador e criatura. Relação que, claro, existe, mas que nunca havia existido antes, como costuma ser difundido.
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Traição maior de uma relação entre criador e criatura poderia, com mais justiça e acerto, ser demonstrada no caso de Aécio e seu avô.
Aécio agindo cada vez mais como se fosse da antiga Banda de Música dos golpistas da UDN. Contra o PSD de que seu avô era um dos expoentes.
Mas, com relação a essa postura do neto, traindo o comportamento mais cordato e pacificador do avô, ninguém se preocupa.
Uma pena.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Pitacos econômicos, políticos e futebolísticos

A correria de correção de trabalhos e provas, típica do encerramento de semestre letivo na vida de um professor acaba impedindo, muitas vezes de podermos manter uma regularidade na postagem dos pitacos, por mais que a situação recomendasse algum comentário.
Não que o ambiente econômico tivesse apresentado alguma diferença significativa do último pitaco, postado no já distante junho.
Na verdade, se houve alguma mudança, nesse aspecto, tal alteração deveu-se, exclusivamente, ao agravamento do pessimismo generalizado, capaz de fazer com que as previsões de nossos analistas de mercado, banqueiros e grandes empresários se deteriorasse.
Ao menos, isso é o que o Banco Central nos informa no seu boletim Focus, divulgado na data de ontem, que mostra que as previsões são de inflação de 9,2% para o ano.
Ou seja, quanto mais as autoridades econômicas insistem em utilizar o Sistema de Metas, que atribui ao excesso de demanda agregada a responsabilidade pela inflação, e mais adotam a política monetária contracionista, de juros elevados, para derrubar o movimento de alta generalizada de preços, mais os preços insistem em contrariá-los.
Quanto mais o Banco Central sobe os juros, mais cara fica a vida, embora a demanda esteja despencando a olhos vistos.
Situação que exigiu do governo a adoção de medidas na direção de estancar o desemprego que já ia se alastrando de forma expressiva.
Junto ao desemprego, o fechamento anunciado nos jornais de televisão, de mais de 800 concessionárias de automóveis, que já não têm mais a quem vender.
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Antes que mude de assunto e deixe de emitir a minha opinião, a medida, que vai na contra-mão do tal ajuste fiscal, é oportuna, e tenta resgatar o discurso de Dilma de que não deixaria o desemprego retornar às taxas que ela conseguiu derrubar, de forma recorde, em seu primeiro mandato.
Chamado de Programa de Proteção ao Emprego, e criado por Medida Provisória, o governo tenta evitar o aumento de demissões, permitindo que, caso haja acordo entre patrões e trabalhadores, seja reduzida a jornada de trabalho em até 30% , acompanhada de redução proporcional dos salários, pelo prazo de 6 meses, prorrogáveis por outro tanto de tempo.
Para não prejudicar o trabalhador, metade da redução da renda será complementada por recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), até o limite de R$ 900,84.
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Vale observar que se a medida é benéfica, é curioso ter sido tomada pouco tempo depois de o mesmo governo adotar medidas jogando o pagamento de abono do PIS para a frente.
A MP tem prazo de validade, até dezembro, e vai na direção correta já que, as empresas sem vendas não têm por que produzir. Sem produzirem não têm por que manter empregados. E a política do governo de derrubar a demanda leva a que ninguém queira se arriscar a fazer dívidas, passando a comprar o estritamente necessário. Quando der para comprar o necessário.
E se der para quitar as dívidas acumuladas no tempo de vacas gordas.
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Mas, voltemos ao Sistema de Metas de Inflação que eleva os juros, já que tem como principal ferramenta a elevação da taxa de juros básica da economia. A partir daí, cai o consumo a prazo, aumenta a inadimplência, empresários do comércio (especialmente do pequeno comércio, que mais emprega mão de obra) passam a não receber aquilo a que tinham direito, passam a não dar conta de honrar fornecedores, param as encomendas.
No lado da indústria, não vende o que produziu, acumula estoques e para de produzir. Nem demandam insumos (a queda no consumo de energia tem explicado o porque não houve problemas com o fornecimento desse insumo, nesse ano!), muito menos realizam inversões.
Cai o consumo, cai o investimento, mas aumentam os gastos do governo. Não por responsabilidade dos gastos correntes, ou de custeio, suficientemente podados.
Mas por força do pagamento de juros sobre a dívida. Que se eleva e se deteriora, não porque o governo gasta mais do que o que arrecada, mesmo com a arrecadação despencando, mas por força de pagamentos cada vez maiores de juros sobre uma dívida que não teria outros motivos para crescer.
A relação dívida pública/PIB se agrava, por dois motivos: a queda do PIB e a elevação do pagamento de juros.
Mas, o governo e os analistas de mercado acreditam que o governo está na direção correta...
Ou não.
Já tem gente começando a questionar o próprio ministro Levy, e não é gente que costuma estar contra esse tipo de medidas conservadoras, não!
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Na política

Do ponto de vista político, as condições tiveram perceptível agravamento, nesse início de segundo semestre, talvez por estar se aproximando a data em que Dilma terá que apresentar suas justificativas e apresentar respostas aos questionamentos que o TCU, em hora no mínimo curiosa, resolveu agir.
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No PSDB, que aproveita-se do momento para voltar à carga, seja com o discurso do impedimento da presidenta, seja por uma possível anulação das eleições pelo TSE. No primeiro caso, a razão seria a não recomendação da aprovação das contas do governo, feita pelo TCU,ou a não aprovação das contas pelo Congresso, independente da recomendação do TCU - situação esdrúxula, tendo em vista que desde 2002 o Congresso não aprecia as contas de qualquer governante.
No segundo caso, novas eleições colocam o partido que perdeu nas urnas, no primeiro e segundo turno, na situação invejável do Fluminense, campeão absoluto do Tapetão.
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Mas, vejamos rapidamente essa situação, o TSE anula as eleições de 2014, Aécio candidata-se e perde, para Eduardo Cunha, por exemplo. Ou para o ex-ministro Joaquim Barbosa. Ou ainda para a carta que não pode ser retirada do baralho, Sérgio Moro.
O que restaria do país com o presidente da Câmara governando, ele que já deu demonstrações de que é extremamente democrático, a tal ponto que sempre está votando todas as matérias em que seus interesses foram derrotados...
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Mas vai que dá Aécio. Depois de o PSDB, visando o poder, querer tocar fogo no circo, votando medidas que ampliam o gasto público e que, uma vez admitidas, levarão a movimentos de reivindicações semelhantes por outros setores da sociedade.
Ou os aposentados que conquistaram o reajuste semelhante ao do salário mínimo não irão servir de exemplo? Ou os servidores do Judiciário, com seu reajuste de 70% em média não irão levar categorias do funcionalismo - como os do Executivo, a quererem tratamento ao menos semelhante, eles que não tiveram aumento em 2011, tiveram 5% de aumento a cada ano de 2012, 13 e 14, sempre pago no início do ano posterior, com a inflação dando mais que esses valores em cada um dos anos. E agora a proposta de vinte e poucos por cento, na mesma forma de 4 parcelas anuais, sempre ao fim do ano, sendo que apenas no primeiro ano, o aumento não irá chegar nem perto dos 9,2% de inflação gerada pelo próprio governo e seu ajuste de araque...
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Porque ajuste mesmo está sendo feito apenas nas costas do povão via elevação de impostos, e dos funcionários, via reajustes que não lhes permitem manter o mesmo padrão de vida, ano após ano.
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Mas, Aécio e seu PSDB votaram e têm votado contra o Fator Previdenciário, essa cria do PSDB de tempos atrás, e caso assumissem o governo nos leva a perguntar. Conseguiriam governar com o rolo que criaram ou vêm criando?
Ou apenas irão anular as leis, por não serem mais necessárias, já que o estrago que elas criam é apenas ou deve servir apenas para limar o partido do governo?
Claro, nesse caso, teríamos um autêntico golpe de Estado.
Mas não é nessa situação que muita gente anda apostando fichas?
E Aécio, neto de um democrata, não se apercebeu disso? Que está sendo usado, talvez como inocente útil? Ou nem tão inocente assim???
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Dilma afirma que não sai. Fibra para aguentar ela tem. Mas o povo na rua é mais poderoso, e mais irresponsável, dependendo do tipo de direcionamento que pode ser dado ao movimento...
Que o povo é agressivo, não é cordial, é individualista e interesseiro, e nem honesto tem aparentado ser, várias manifestações têm ilustrado.
A situação é grave. E há cheiro de golpe no ar.
Dada a divisão em que se encontra nossa sociedade, temo por tal catinga...

Mas no Futebol

Dá Galo. Líder do campeonato, mas ainda um time com problemas. Ao menos em minha opinião.
Não sei dos outros, claro. Mas aquele enervante toque de bola que o time resolveu  adotar no jogo contra o Inter, com o time gaúcho com um jogador a menos, em alguns momentos me trazia verdadeiro pânico.
Afinal, o Inter em seus contra-ataques trazia perigo, ao menos até que Leandro Donizete tivesse sido substituído.
Mas, como não gosto do Donizete, para não parecer que estou pegando no pé, vou apenas lembrar que toda vez que ele joga, o time leva maior quantidade de gols; fica mais exposto, já que não tem jogada de saída de bola, e sai com um jogador com cartão. Quando não dois cartões...
Mas com o Inter já esgotado, o Atlético conseguiu fazer mais dois gols, podendo fazer outros.
Mas ainda há coisas a acertar e Levir sabe disso bem.
Enquanto estava onze contra onze ou no primeiro tempo, o Inter levou mais perigo ao Galo que o contrário.
Sinal de que há coisas ainda que não encaixaram...
Mas, a alegria de ver o Galo lá em cima, compensa certas falhas que têm tudo para ser corrigidas...