quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

A necessidade de reação do Galo e a prévia da inflação de fevereiro

Todo modificado, inclusive no uniforme, o Galo volta hoje ao Horto, às 19:45 horas, para enfrentar o time mexicano do Atlas.
Partida difícil, como a imprensa tem feito questão de destacar, embora eu discorde do clima de tensão que tem sido criado em relação ao jogo. Afinal, se o Atlético está sem vencer a dois jogos, e perdeu a primeira partida da Libertadores disputada no Chile, é sempre bom não se esquecer que nesse torneio, qualquer jogo em casa é jogo em que apenas um resultado importa: a vitória.
Vencer ou vencer é o único resultado que o time mandante pode almejar, especialmente se levar em conta que vai ter de enfrentar partidas em condições que podem se tornar completamente adversas, quando em visita às dependências.
Assim, a obrigação de vencer já existia antes, como a obrigação de vencer o Colo-Colo no jogo de volta, o último do Atlético na fase de grupos, e o colombiano Independiente Santa Fé.
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Também acho que há um certo exagero de todos aqueles que afirmam que a vitória cresce de importância para evitar uma crise no Galo, em função dos dois recentes e desastrosos resultados. E, embora entenda e até concorde em parte, acho que a tensão e a crise anunciada é, parcialmente, responsabilidade da própria cobertura da imprensa.
Afinal, se analisarmos friamente, o resultado de derrota fora de casa neste torneio, e ainda mais quando se enfrenta um time como o chileno, deveria ser considerado normal. O Colo-Colo é um time tradicional, já foi campeão da Copa, e vinha experimentando uma reação importante nos últimos jogos do campeonato de seu país, o que sempre tem a capacidade de elevar o moral do time.
Quanto ao jogo e à derrota domingo último contra o América, sinceramente não dá para levar em conta. Ao menos não como capaz de ser o anúncio do fim do mundo.
Porque importa lembrar que, dos jogadores que estavam em campo, muito poucos estarão sequer relacionados para o jogo de hoje. Logo, era outro time. E as críticas dirigidas a um jogo, não podem ser reproduzidas para o outro.
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Das duas partidas, se alguma observação pode ser extraída, é a de que o elenco do Galo está longe, muito longe da qualidade que a ele foi atribuída, por aqueles que insistiam em afirmar que o Galo manteve sua base e, por isso, faria um excelente papel na competição.
Eu mesmo já havia comentado aqui e com amigos que não achava o elenco do Galo pronto. Além de não ter muita confiança em alguns jogadores que, por mais que apresentem um grande futebol e deixem antever um grande futuro, não têm ainda a experiência que o torneio cobra.
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Admito, entretanto, que acima de tudo, o que está causando o alvoroço e preocupação na torcida do Galo, de onde pode surgir sim, muitos problemas caso o time não vença hoje, é a forma que os dois times diferentes perderam seus jogos.
Porque se os times e jogadores eram distintos, o comportamento apático do time, sem garra, sem gana, e pior, sem pernas, sem capacidade de reação, foi o mesmo contra o Colo-Colo ou contra o Coelho.
O time não mostrou inspiração e não mostrou transpiração. Nada, exceto o uniforme branco que a mim não agrada, como também a grande parte da torcida e que, ouvi dizer que é o uniforme que será utilizado também essa noite.
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Não é superstição. Pelo menos não só superstição. É que a camisa preta-e-branca carrega com ela uma mística, uma energia semelhante ou talvez até superior à de se jogar no Independência, ou do grito do mantra Eu Acredito.
A opção do time pelo uniforme branco não me agrada. E começo a concordar com aqueles que estão reclamando que a massa não tem mais gritado a plenos pulmões os gritos de Galo, nem cantado o hino do clube como costume, para ficar entoando apenas o 'Maria eu sei que você treme' ou o grito nada a ver de saudação ao goleiro adversário quando da cobrança de tiro de meta ou reposição da bola em jogo.
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Mas de tudo que tem sido falado, é inegável que tantas contusões musculares, quando ainda nem bem começou o ano é de se estranhar. Como também é de se estranhar que o time tenha perdido tanto de preparo físico, de disposição em campo, depois da troca do comando da preparação física.
Não estou aqui criticando os novos métodos, nem o novo profissional da área. Apenas constato e reforço a opinião já manifestada por alguns profissionais da crônica esportiva como o Lélio e o Pequitito no SportNews.
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Uma observação adicional quanto ao horário do jogo: é um horário interessante, para um jogo em dia de meio de semana. Bem melhor, sem contestação que o horário das 22 horas, que a Globo teima em nos enfiar goela abaixo.
Mas, melhor seria as 20 horas ou 20:15, em função de o horário de deslocamento para o estádio acabar coincidindo com o horário de fim de expediente, o que já por si só leva o trânsito a ficar caótico, com transporte coletivo abarrotado e sem qualquer conforto.
De positivo mesmo o fato de que dá para o trabalhador chegar em casa e ainda poder se preparar adequadamente para ter uma noite de sono tranquilo.
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Vamos lá, Galo. Mesmo com mais modificações na escalação, como a entrada de Lucas Cândido e a presença de André, no comando do ataque.
Eu Acredito.




A prévia da inflação e as reações ao seu anúncio

O maior valor para a prévia da inflação desde 2003, foi anunciada pelo IBGE para o mês de fevereiro, conforme o IPCA-15:1,33% de aumento do nível de preços.
Os principais vilões do aumento, a correção de preços posta em prática pela equipe econômica, em relação à energia elétrica; a inclusão das chamadas bandeiras nas contas de luz, responsáveis pela cobrança do valor mais elevado do custo de produção de energia pelas termoelétricas; a maior demanda de energia, em função, inclusive do verão exageradamente quente e seco, e o reajuste de mensalidades e material escolares.
Para jornalistas, âncoras de jornais noturnos, como Boris Casoy, culpa do primeiro mandato do governo Dilma, que deixou esse abacaxi de preços represados e que agora devem ser corrigidos para Joaquim Levy e seus assessores de pensamento conservador.
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Contudo, em minha opinião, Casoy apenas faz o papel de cunho flagrantemente ideológico, de blindar o ministro, cuja única atuação efetiva até aqui foi no sentido de promover cortes em gastos públicos e aumento de impostos.
Senão vejamos: se há a correção de preços represados da energia elétrica, essa correção não precisaria ser feita de uma só vez, podendo os aumentos serem mais diluídos no tempo, para amenizar seu impacto.
Também não pode ser imputada ao ministro da Fazenda anterior, por mais falastrão que fosse, a responsabilidade pelo maior aumento de demanda de energia, nem o uso cada vez mais necessário de uma energia de custo de geração mais cara.
Mesmo se o ministro já tivesse determinado há mais tempo o repasse do maior custo de produção desse tipo de energia para as contas dos consumidores, por mais que concorde que não haveria um desperdício que pode ter havido no consumo de energia, não acredito que as pessoas evitariam de  usar os aparelhos de ar condicionado, por exemplo, como forma de fugir ao calor e ao clima anormalmente seco nesse verão.
Também não pode ser responsabilizado o ministro que saiu, pelo aumento das matrículas e mensalidades escolares, que sempre assumem o papel de vilãs no início do ano.
O aumento de preços de produtos da feira, por força da crise hídrica e das condições não favoráveis do clima não pode também ser atribuído ao ex-ministro.
De resto, as passagens de transportes urbanos, outro item que pesou no índice, só não tiveram aumentos anteriores por força da reação popular, contra os 20 centavos de aumento.
Se os preços ficaram defasados, foi decisão coletiva de prefeitos, governadores, e em menor escala do governo federal e seus membros.
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Por outro lado, os juros já vêm sendo elevados desde as últimas reuniões do COPOM no ano passado, mostrando que, ao contrário do que prega a cartilha do pensamento mais conservador, juros não são o remédio exclusivo para se combater a inflação.
Apenas aumentam o gasto público que o ministro Levy diz que vai reduzir. Ou seja, a política de juros pode se transformar em um tiro no pé.
Mas nada disso importa aos que, por convicções e interesses próprios preferem ficar aplaudindo a inação do Ministro atual, jogando a responsabilidade para todos os lados.
O que, de concreto ainda traz um problema que reputo sério.
Foi anunciado por sites da mídia que, ao acompanhar sua esposa que se encontra em tratamento de doença séria  no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, o ex-ministro Mantega não pode permanecer na lanchonete do estabelecimento, por força de insultos e ameaças de que foi vítima, de parentes de outros pacientes que estavam presentes no local.
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Ou seja: o que comentários de pessoas que têm interesses a defender mais que entendimento do assunto que estão tratado pode causar é tão somente um clima crescente e perigoso de intolerância.
O que é uma situação, no mínimo, perigosa.
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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Agora o vexame foi contra o América. E de volta o debate entre poupança e o investimento

Mais um jogo do Galo. Mais uma vez fantasiado de noiva, todo de uniforme branco. Mais uma vez, um vexame.
A bem da verdade, não consigo entender porque a insistência em jogar com um uniforme que rompe a mística da camisa preta-e-branca. E, como tal, em minha opinião, já faz o time entrar em campo, senão derrotado, enfraquecido.
Ontem, pelo Mineiro e com o time todo alterado, dando oportunidades para que Levir pudesse completar suas observações sobre todo o elenco.
E já que o objetivo era realizar observações, algumas destacam-se, imediatamente.
A primeira delas, de que por mais que o Atlético possa contar com mais de 30 atletas em seu grupo, na verdade, levando-se em conta as competições em disputa, não pode contar com mais de 16 ou 17 jogadores.
A segunda observação, diz respeito à estreia de Cárdenas, que mostrou ser ágil, tanto com a bola nos pés, quanto no raciocínio. Dono de toques rápidos e sempre capaz de enxergar o companheiro mais bem colocado. Mais importante: capaz de fazer a bola chegar aos pés do companheiro.
Talvez em razão do calor, o armador colombiano deve ter se cansado. Ao menos foi o que me pareceu que justificou uma jogada no segundo tempo, em que foi desarmado com muita facilidade quando tentava a penetração pela área, pelo lado direito do ataque.
Descrevendo o lance, o locutor do pay-per-view comentou que a facilidade com que o lateral americano roubou a bola era decorrência de o colombiano ser canhoto.
Pode ser. Mas, tal característica ainda não tinha impedido que Cárdenas fizesse jogadas de efeito, inclusive, e passes e lançamentos de qualidade.
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Fora Cárdenas, o time do Atlético mostrou uma defesa fraca, com Carlos Cezar sendo batido em jogadas em que entrou de forma completamente inocente, como no lance que originou o golaço de empate do América.
A inocência de nosso lateral foi tão grande que Bryan, ao final do jogo, em entrevista, comentou que viu que tinha chance de dar um toquinho na bola cobrindo seu marcador, em um chapéu muito bonito.
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Embora não comprometessem, Tiago e Edcarlos nos fizeram ter saudades dos titulares poupados, mostrando erros de posicionamento. O que justifica o fato de Tiago ter atropelado ou sido atropelado por Felipe Amorim, em lance que terminou em gol do América.
Quanto a Emérson Conceição, não dá para avaliar. Tudo que tenta, dá errado, evidenciando o comentário que normalmente se faz de que, quando um jogador ganha confiança, parte para cima, tenta jogadas e acerta. No caso de nosso lateral esquerdo, nem bem a bola chega a seus pés, a torcida já inicia a vaia. Sem qualquer confiança, no caso do lateral atleticano, tudo que ele tenta acaba dando errado. Situação que apenas alimenta a fúria da torcida e fortalece o coro de vaias.
No meio, Pierre mostrou que, como Donizete, é apenas um trator. Esforçado, mas só isso.
Já Carlos mostrou muita disposição, marcando muito a saída de bola, dentro do que Levir deve pedir a ele que faça e que vem se tornando seu estilo.
André mostrou, tal como Jô já havia feito na partida contra o Colo-Colo, estar fora de ritmo de jogo, o que afeta o sentido de colocação, prejudicando o faro de gol. Cesinha foi veloz, apenas. Conseguiu fazer a jogada que resultou no pênalte, muito bem batido por André, com tranquilidade e frieza.
E foi só.
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Uma outra observação, é relativa ao comportamento da torcida atleticana. Logo após o gol de André, com o Galo à frente do placar e o América acabando de ter seu lateral expulso, com um a menos, a torcida entoou o famoso "Caiu no Horto, está Morto".
Não sei, mas esse é o típico grito para ser cantado ao final do jogo, ou naquelas circunstâncias em que o time adversário está completamente batido em campo.
Não era o caso do América, nem do jogo de ontem. É verdade que o Mequinha estava atrás no placar, mas o time do Atlético não estava sobrando, muito ao contrário.
E, jogando em casa, ouvir a provocação poderia apenas despertar o orgulho e a disposição do time americano. Que partiu com tudo para cima, o que apenas ampliou o vexame do Galo.
Por outro lado, pode ter também servido para prejudicar o time atleticano, se os gritos foram capazes de fazer a equipe de Levir achar que estava com o jogo resolvido.
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Embora tenha merecido, pela postura que adotou depois de estar atrás no placar, há que assinalar que ambos os lances de gols do Coelho deixam dúvidas quanto á lisura da jogada.
O que é uma pena, por parecer que estamos procurando desculpas, o que não é o caso.
O América venceu porque se empenhou mais. O Atlético perdeu porque não foi o time que a torcida esperava ou queria ver em campo.
Agora, é preciso admitir que já está passando da hora de Levir parar de justificar o mal futebol com essa desculpa de que o time não está com gana de vitória e não consegue manter o espírito competitivo.
Afinal, como comandante do grupo, é Levir que deve ser o principal agente desse estímulo que identificou estar ausente. E deve ser o primeiro a cobrar que a turma sob seu comado reaja.
Para afastar a possibilidade de outro vexame contra o Atlas, na próxima quarta.
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Poupança versus investimento

E prossegue o debate entre os colunistas da Folha, Miterhof e Samuel Pêssoa, acerca da importância, necessidade e precedência da geração de poupança como forma de se estimular e financiar o processo de investimento, assunto que tive já a oportunidade de comentar nesse blog.
Em minha opinião, de acordo com a visão de Marcelo Miterhof, é a decisão de investimento, cujo financiamento pode ser feito por criação de moeda pela Autoridade Monetária ou pelo sistema bancário, que vem à frente, com papel de destaque.
Decidido e iniciado o processo de investimento - que consiste em ampliação de gastos e demanda de máquinas, equipamentos, insumos, matérias primas e até homens-, outros empresários, instalados no setor produtor de meios de produção da economia, irão ser estimulados a gerar emprego e encomendas do material necessário para a expansão de sua produção, ou a manutenção dela, no caso dos bens sob encomenda.
E com isso, a produção se mantém ou amplia, provocando aumento da renda que vai permitir gerar a poupança financeira, que será usada para repor o financiamento do gasto original.
Em minha opinião, a poupança econômica já ocorreu, por definição, já que ela é a contra-parte da decisão de investir. Como a cara está para a coroa ou o par para o ímpar. Se houve a decisão de se produzir bens de capital, automaticamente a decisão de não utilizar os recursos para a produção de bens de consumo já decorre daí. E não destinou recursos para o consumo, significa que o processo de poupança encontra-se em curso.
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Mas, o debate prossegue, agora com a intervenção de José Luiz Oreiro, com opinião contrária e criticando a visão de Samuel Pêssoa. conforme citação do próprio Pêssoa, em sua coluna.
A referência para a busca na internet é o blog de jloreiro.wordpress.com.
Embora não tenha lido o texto, ainda, o trabalho de Oreiro o recomenda. Razão porque recomendo sua leitura.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Vexame chileno do Galo e a aterrissagem forçada da economia brasileira

Péssima a partida do Galo ontem, em Santiago do Chile, contra o Colo-Colo. Não apenas pelo resultado negativo, que pode ser revertido, ao longo das 5 partidas ainda restantes, nessa fase de grupo.
Mas considero o resultado péssimo, especialmente pelo seu impacto no moral do time. No ânimo da torcida, iludida em parte por comentários que insistiam em apontar o time como favorito.
Está certo que o time jogou desfalcado e sentiu muito a ausência, tanto de Marcos Rocha quanto de Lucas Pratto.
Mas, convenhamos, Patric não foi de todo mal. Defendeu, avançou, procurou as jogadas pelo meio e se mostrou menos talento que o titular nas jogadas de ataque, tanto quanto Marcos Rocha, não teve pernas para ir e voltar, razão que explica a avenida que se abriu por seu lado, já passada mais de metade do segundo tempo, e que originou no segundo gol do time chileno.
Mas, se Patric não estava em sua posição para matar a jogada do Colo-Colo, a participação de Jemerson, atônito, perdido no meio da área foi, no mínimo, bisonha. 
Aliás, tão bisonha quanto sua intervenção em outros lances, talvez pelo nervosismo da estréia em um torneio internacional.
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Jemerson é  um bom jogador. Não um craque. Pode se tornar um excelente defensor, embora ainda careça de experiência. Embora mostre personalidade para sair jogando e tranquilidade, não é ainda o craque que a imprensa, como sempre à procura de ídolos, procura divulgar.
Tem um grande futuro, mas como já havia falhado nos jogos contra Corínthians e Flamengo, aqui no Mineirão, nas partidas decisivas da Copa Brasil, falhou ontem. 
Nada que leve a condená-lo. Afinal, as falhas são normais. Que o diga o excelente Victor.
Mas, como já havia comentado anteriormente, Jemerson precisa de ter à frente da área, alguém que seja capaz de dar o primeiro bote. Alguém como Pierre. Alguém que faça o que Rafael Carioca tentou fazer na partida de ontem. Alguém que seja muito mais capaz tanto no combate, quanto na saída de bola, do que o limitado e violento Donizete.
Ainda ontem, falava de Donizete. Não por perseguição. Mas porque não concebo ver um jogador que, invariavelmente entra de forma maldosa, como ontem, pela enésima vez, e que erra muitos passes, ocupando a posição de titular em um time que tem em seu elenco um Josué. 
Como comentei ontem, brucutu por brucutu, Pierre parece-me de maior serventia. Isso porque, incompreensivelmente,  Fellipe Soutto não tem espaço nesse time.
Jogando com dois volantes, mas com Donizete apagado, em minha opinião, a saída de Rafael Carioca, embora compreensível, em função do cartão que tomou, e o recuo de Dátolo acabou dando muito espaço, que o Colo-Colo soube aproveitar muito bem.
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Falando de Dátolo, é sem dúvida um excelente jogador. Nada excepcional, mas um jogador capaz de fazer a diferença. 
E mostrou isso, na campanha do ano passado, quando as defesas adversárias, preocupadas em marcar o veloz e hábil Tardelli, deixavam espaço para o argentino jogar.
Nesses momentos, a qualidade e visão de jogo de Dátolo tinham condições de aparecer.
Mas, em minha opinião, jogando sozinho e sendo o foco principal da marcação do meio de campo do time contrário, Dátolo tem dificuldades muito visíveis. Especialmente por ser canhoto. Nada contra os canhotos. O problema de nosso camisa 10 é que ele só tem o pé esquerdo. Ou seja: ao receber a bola, muitas vezes tem dificuldade para rodar o corpo, dominar a bola e partir para a execução da jogada, por não conseguir usar o pé direito.
Até ajustar o corpo, dá tempo para que o time adversário o cerque, ou se arme na defesa.
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Pedro Botelho por mais bem intencionado que seja, não consegue substituir nosso Douglas.Santos. E ontem, acho que parte da responsabilidade pelo primeiro gol do time chileno pode ser distribuída entre ele, Maicosuel, que não voltou para marcar o jogador Flores e São Victor. 
Quanto a Maicosuel, confesso que ainda não vi uma partida dele que pudesse me deixar satisfeito. Ainda não vi uma exibição dele, capaz de me encher os olhos. 
Claro que a ele deve ser dado o mérito de já ter marcado gols decisivos, muitos deles importantes para os títulos do Galo, inclusive na Copa do Brasil.
Talvez fosse até necessário dar-lhe um desconto, já que não é sempre que entra jogando, o que não permite que ganhe muito ritmo.
Mas, a verdade é que Carlos faz muita falta. Fez ontem. Tem feito, dada sua capacidade, tal como Luan, de voltar para ajudar na marcação, e ficar infernizando lá na frente, marcando a saída de bola do adversário.
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Então, falhamos na zaga. Falhamos feio no meio. Falhamos na armação de jogadas e parecia que jogávamos com menos jogadores na frente, com Maicosuel desaparecido e Jô, apenas esforçado mas sem qualquer inspiração. 
Definitivamente, pela forma de jogar do Galo, Jô ou qualquer outro tanque que fique parada lá na área adversária terá muito pouca contribuição a nos proporcionar.
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Vão se lembrar que nos primeiros 20 minutos, o Atlético dominou a partida e ficou muito mais tempo com a  posse de bola. É verdade. Mas um domínio falso. Tão pouco objetivo que, a rigor, o goleiro chileno não teve que fazer nenhuma defesa mais espetacular. Coisa que Victor teve de fazer, antes de levar o frangão que levou.
Na frente, um chute de Patric sem qualquer direção, uma jogada de Jô que chutou errado, torto. Uma entrada de Luan na área, são poucos lances para mostrar que o Galo dominava. 
Confesso até que a partida transmitia essa impressão. Mas isso porque o Colo-Colo esperava a hora certa para sair jogando, trocando passes, envolvendo a defesa do Galo. 
E, nesse caso, pudemos constatar que volume de jogo não corresponde, necessariamente, a domínio da partida.
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Antes que possa transmitir uma ideia errada, não acho que Levir falhou, nem que demorou a promover qualquer substituição. A entrada de Dodô, embora considerada tardia, não mudou o panorama do jogo, já que a promessa do Galo entrou já quando o time já estava completamente esfrangalhado em campo.
Cesinha deu mais velocidade, mas também não foi suficiente para mudar o panorama do jogo.
Àquela altura, o Galo já tomava um olé, merecido.
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Falta falar do goleirão Victor, que já tinha feito uma defesa importante antes, e foi protagonista de outras, depois. Mas, que falhou feio no gol do time chileno, ao esperar que a bola picasse, ou deixá-la picar.
Mas, Victor tem crédito com a massa e com o elenco, e creio que sua falha não pode ser apontada como responsável por deixar o time nervoso. 
Verdade seja dita, o time não estava atuando bem, embora desse essa falsa impressão. E se tivesse melhor, como parecia estar, teria tido capacidade de reagir e virar o resultado.
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O resultado não é o pior dos mundos. Mas, é claro indicador de que vai ser preciso entrar logo com Cárdenas, talvez no meio, no lugar de Donizete, recuando mais Rafael Carioca.
E nós atleticanos devemos torcer para que os titulares retornem logo. Afinal, o elenco pode ter sido mantido, mas a disputa de uma Libertadores exige mais qualidade e técnica, além da necessária garra que o grupo mostra ter de sobra. 

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Enquanto isso, nos Estados Unidos

Falando para investidores nos Estados Unidos, o nosso ministro Joaquim Levy falou o óbvio. O PIB deverá retroceder nesse ano de 2015, e a inflação será mais elevada, rompendo o limite do sistema de metas. 
Que ele continue divulgando que irá gerar um resultado fiscal de mais de 100 bilhões ao final do ano, para entregar a meta prometida de 1,2% do PIB, são "outros quinhentos".
E nem precisa ser pitonisa ou adivinho para perceber que as medidas de política adotadas constituem um "hard landing". E, por si só, já seriam responsáveis por uma queda do PIB, além da elevação do desemprego, queda da demanda, da renda e da arrecadação.
O ministro promete fazer cortes de gastos, embora sem cortar de forma agressiva. 
Acho que, como o mercado e seus analistas, o governo não irá cumprir a meta de superávit primário de 1,2%. 
E, dadas as políticas restritivas adotadas, é cada vez mais provável que os números divulgados pelo Boletim Focus do Banco Central, trazendo as expectativas do mercado financeiro, acabem se concretizando. 
A dúvida é quando essas expectativas irão parar de se deteriorar. Porque da semana passada para essa, a inflação já deu novo salto, conforme as previsões dos analistas, e o PIB, de zero, já assumiu valor negativo de 0,4%. 
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Curiosa é a recepção por alguns jornalistas e comentaristas, desses números. 
Para Boris Casoy, por exemplo, tudo isso é ainda e tão somente culpa, ainda, das consequências desastrosas da política do primeiro mandato de Dilma. 
Vá lá. Havia a necessidade de correção dos preços dos combustíveis, como da energia. Mas, o ministro anterior já havia dito que faria essa correção ao longo de um período de tempo maior, de forma a diluir os impactos inflacionários dessas medidas. 
Havia a necessidade de se promover uma restauração das contas públicas, mas isso dependia não apenas do término dos subsídios e incentivos concedidos, inutilmente, como também da manutenção do PIB, mesmo que sob a pecha de pibinho, para não prejudicar os êxitos conseguidos em relação à questão do nível de emprego da economia, nem prejudicar a própria arrecadação do governo.
Ou seja: embora muitos creiam que demorar para tomar medidas amargas apenas faz necessárias medidas ainda mais drásticas, no futuro, não há provas de que, com um planejamento bem feito e sério, as medidas não possam ter um ritmo menos recessivo.
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Curioso vai ser assistir, depois de adotados todos esses remédios amargos, com os resultados previstos, e não os desejados pelo ministro e sua equipe, o empresariado ávido para investir, como os Chicago boys, acreditam que irá acontecer. 
Tão somente porque o governo diminuiu sua interferência no âmbito econômico. E apesar de o próprio âmbito econômico ou a economia, ter também sofrido redução significativa. Chegando a assumir uma dimensão incapaz de justificar até mesmo o uso da capacidade das empresas já instalada .

 

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Carnaval em BH. Blocos Caricatos. E a estreia do Galo no Chile

Fim do Carnaval, quando BH bombou e mostrou que a festa popular é muito mais animada quando é dado espaço ao povo. Afinal, como já cantou Caetano, a praça (Castro Alves) é do povo. Mas, diria eu, toda praça é do povo. Todas as praças. E ruas, e avenidas, e parques. Para que o povo possa se divertir, brincar, cantar, pular.
E, principalmente, respeitar o espaço, evitando depredações e brigas e outros atos que revelam muito mais da falta de educação do povo que da falta de estrutura para esse tipo de evento.
Falo em geral, mas penso particularmente na utilização da via pública como banheiro a céu aberto, o que deixa as ruas com marcas difíceis de apagar e cheiros difíceis de inalar.
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Mas, BH bombou, com um carnaval de blocos, onde famílias inteiras brincando, como acontecia nos famosos desfiles ou corsos que tomavam conta da Afonso Pena, no início da década de 1960.
E, sem querer, felizmente imitar o Rio com o carnaval de desfiles de Escolas de Samba, onde o turista diverte-se apenas batendo palmas; sem querer imitar São Paulo, que imita o Rio, mas não consegue promover  um espetáculo igual, até por falta de tradição, e sem querer imitar o carnaval de Salvador, com seus trios elétricos que misturam todos os ritmos e, finalmente, sem querer copiar o que se faz em Recife e Olinda, com a festa do frevo, dos maracatus e bonecos gigantes, BH mostrou que dá para fazer um carnaval animado, alegre. Desses que deixam saudades. E atraem turistas. Haja vista o que aconteceu com o bloco das Baianas Ozadas, e as centenas de milhares de foliões que foram arrastados pela irreverência e ousadia.
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A tradição do Carnaval de BH, além do corso ou cortejo, e brincadeiras dos grupos de amigos homens, fantasiados, invariavelmente de mulheres, é o desfile dos Blocos Caricatos, realizado na segunda feira, à noite, depois da passagem das Baianas e da passagem do temporal.
Embora bem mais sofisticados hoje, do que quando de seus primeiros desfiles, onde bastava o rosto pintado, o uniforme do bloco, e uma turma batucando em cima de um caminhão, além de muita irreverência, os blocos mantém, em parte a tradição. E alguns até capricham com decorações dos caminhões cada vez mais ricas e luxuosas.
Perde-se um pouco da espontaneidade, mas ganha-se em organização. E ganha-se em beleza e cores. Quanto à alegria, essa fica por conta do povo que, mesmo com a ameaça de chuva, junta-se nas arquibancadas da Afonso Pena, para cantar, sambar e aplaudir.
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Membro da bateria dos Bacharéis do Samba, espero que nossa animação possa ter contaminado o público e os jurados. E que consigamos com nossa criatividade e alegria e música fácil de ser cantadas, vencer a outros blocos, como o da Vila Estrela, cujo carro decorado de igrejas de Salvador estava muito rico e bonito.
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A estréia do Galão da Massa

Findo o carnaval, já começa o sufoco da luta do Atlético em busca de seu segundo título da Libertadores, em partida dura, contra adversário difícil e experiente, como é o Colo-Colo do Chile.
Como não poderia deixar de ser, já que a dificuldade e o sofrimento nas conquistas já parece ser tradição do Galo, o time entra desfalcado do melhor lateral direito em atuação no país, Marcos Rocha e sem a maior contratação para a disputa da Libertadores, o argentino Pratto.
Ambos com contusões musculares, fruto do esforço e empenho na partida disputada no sábado de carnaval, contra o Democrata de Governador Valadares.
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Quanto à partida de sábado, além das contusões, uma observação. E a manifestação de uma preocupação. Estive presente ao jogo contra o Shakhtar, na estreia do Galo na temporada, quando no princípio do jogo o Galo deixou o time ucraniano, que ontem empatou com a poderosa equipe do Bayern, completamente perdido. Apenas no primeiro tempo.
No final, quando parece ter perdido o interesse no jogo, e deixou de jogar com a mesma disposição, o time do Galo acabou levando dois gols e permitindo que o time visitante crescesse e dominasse.
Depois foram os jogos do Mineiro, com o Galo vencendo aos seus três adversários, em todos com o time marcando dois gols, e a defesa, contando com São Victor em algumas ocasiões, não estava levando gols.
O que já estava até incomodando, já que a todo instante o locutor da Globo Minas insistia em lembrar que o Atlético era o único time de campanha 100% e ainda sem levar gols.
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Contra o Democrata GV, felizmente isso acabou. E digo felizmente, primeiro por servir para não esconder algumas falhas que o time apresenta na marcação, algumas desatenções que Victor costuma corrigir com suas defesas milagrosas. A defesa, tanto quanto a falha de cobertura feita na cabeça de área pelos volantes apresenta falhas. Afinal, em minha opinião, Donizete não é o cabeça de área ideal, embora esforçado. Para mim, Pierre mais agressivo e tão esforçado quanto Donizete, ou Josué, com muito maior noção de passes, são mais seguros que o titular.
O segundo motivo é que ao sofrer o gol no sábado, retira-se uma grande responsabilidade dos ombros da defesa, deixando a defesa mais tranquila para enfrentar os atacantes chilenos.
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Independente da questão do gol, em todas as partidas, vencidas pelo Galo, pude notar um padrão. O Galo partia com tudo, abafava, dominava, marcava 2 a zero e, a partir daí, a partida caía em uma monotonia enorme. Parece que, já com a certeza da vitória no placar, os  jogadores começavam a se poupar. Situação que, contra o Democrata, por muito pouco não provocou a perda de um ponto. Mostrando que jogar sem interesse, só se defendendo não é tática recomendada, o time do interior por muito pouco não surpreendeu a nossa defesa, em momento do jogo que já não haveria qualquer chance de recuperação.
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Falei com meu amigo Pieroni, que me perguntou sobre minhas expectativas, que acho que o Galo tem sim, muitas chances. E boas. Mas disse também que eu temia essa queda de produção no final do jogo.
Enfim, como hoje é o início da principal competição, vamos ver se o Galo mantém a pegada, para não vir a passar sufoco, mais tarde.
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Sufoco que o Internacional vai passar, depois de cair por 3 a 1 para o bom time, e veloz, The Strongest, na altitude de La Paz.
Do que vi, o time do Inter jogou mal, mas lutou até o fim.
Mas o time boliviano não é um time ruim, e explora muito bem as jogadas com seu atacante Escobar.
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Volta à normalidade

E na volta à normalidade, o Brasil experimentando a irresponsabilidade de quantos divulgaram e alardearam uma impossível medida de confisco da poupança popular.
A ameaça de nova sacudidela nas expectativas, em função da pressão que a União Europeia está exercendo sobre a Grécia. E a recusa daquele país, em continuar sacrificando sua população, para assegurar a riqueza financeira de alguns poucos banqueiros ricos.
E, a discussão de Samuel Pessôa com Miterhof, nas páginas da Folha, com o primeiro tentando de todas as formas, justificar que, embora crucial, o investimento é benéfico apenas quando suportado por poupança suficiente para impedir que a inflação surja, enquanto Marcelo mostra, corretamente, em minha opinião, que a poupança é consequência da elevação da renda, que o investimento permite e promove.
Nesse debate, em minha opinião, Marcelo é quem tem a razão. O que não é de se estranhar, considerando-se os fundamentos teóricos e hipóteses que sustentam o raciocínio advogado por Samuel Pessôa.
Mas a discussão é interessante. E vale a pena acompanhar e esperar novos rounds.


quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Recessão e inflação: a combinação explosiva do Carnaval de 2015

Nenhuma novidade no anúncio do Índice de Atividade Econômica do Banco Central, o IBC-Br, considerado como uma prévia do comportamento do PIB e revelando a ocorrência de possível queda de 0,15% no ano de 2014.
Embora não seja a medida oficial do valor da produção brasileira, sob a responsabilidade do IBGE, e normalmente divulgado em março, o índice busca municiar a Autoridade Monetária de informações quanto ao ritmo de crescimento, tratando com  informações sobre o nível de atividade nos setores da indústria, comércio e serviços e na agropecuária.
Normalmente, seu acompanhamento orienta as decisões em relação a definição da taxa de juros básica, por parte do COPOM.
Assim, à medida que a economia começa a dar sinais de estar sendo afetada em seu nível de atividades, como parece estar se configurando agora, o Comitê responsável pela definição da taxa Selic, tende a adotar comportamento mais cauteloso, diminuindo o ritmo de elevações da taxa de juros, em face da já antecipada queda da demanda agregada, refletida na produção.
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Em nosso país, entretanto, não há motivos para se apostar na paralisação dos movimentos ascendentes da taxa básica de juros, tanto pelo pequeno índice de queda prevista, quanto do fato de que a inflação continua sendo influenciada por expectativas altistas, mesmo que justificada por causas que não guardam qualquer relação com a demanda e seu provável excesso.
Afinal, e esse é um dos pontos de crítica ao sistema de metas inflacionárias mais comuns, a ideia subjacente ao sistema é a de que qualquer movimento de recrudescimento da inflação deve ser combatido com a elevação da taxa de juros, como se toda a explicação para a inflação tivesse uma só e única causa: a demanda aquecida.
Em nosso caso, em que a previsão do IBC-Br mostra a possibilidade de obtermos a segunda pior marca de queda do crescimento da produção desde 2009, quanto foi registrada uma queda de 0,33%, a demanda já está dando sinais claros de redução.
Para tanto, contribui, em muito, as medidas do pacote fiscal - elevação de tributos sobre combustíveis, sobre operações de crédito, elevação do preço da energia elétrica, corte de subsídios, tanto nos juros para programas habitacionais, quanto para programas destinados ao financiamento estudantil - que inclui, ao lado de medidas destinadas a reduzirem a demanda privada, o corte de gastos públicos.
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Mas, até em função do tarifaço aplicado pela equipe econômica, os custos de insumos básicos se elevaram, acarretando uma nova onda de elevação de preços, que mantêm as previsões de inflação em patamar superior, bem mais elevado, que o limite de 6,5%.
E, independente de a causa da alta de preços ser a chamada inflação de custos, para o que contribui em muito a valorização do dólar, a cartilha ou receituário das Autoridades Monetárias, continua apontando apenas uma solução: a elevação dos juros.
Que, por um lado, derruba ainda mais a demanda, e com ela o nível de atividade econômica, o emprego, e a renda. Por outro, representa, um tiro no pé, já que, ao reduzir a produção e renda, diminui base importante da geração de receitas de impostos do governo.
Por outro lado, ajuda a compensar os cortes de gastos em especial de custeio, patrocinados por Levy Mãos de tesoura, por aumento da despesa de transferência por pagamento de juros da dívida mobiliária.
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Daí não é difícil perceber a reação de analistas do mercado, que não acreditam na capacidade de o governo gerar o superávit primário prometido, equivalente a 1,2% do PIB, ao final do exercício fiscal de 2015.
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As nuvens estão carregadas, pairando sobre nossas cabeças e sobre o nosso ambiente.
Mas, não para todos.
Para contribuir com o aperto de cinto a que estamos todos convocados, os deputados, aqui em Minas, votaram favoravelmente ao pagamento de auxílio moradia. Que contempla mesmo aqueles que moram na capital mineira e são aqui estabelecidos já há muitos anos.
Na Câmara, os deputados votaram uma PEC tornando obrigatório o pagamento de emendas parlamentares incluídas no Orçamento anual.
Menos mal que metade de tais emendas deverão ter como destino a área da Saúde.
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E, enquanto isso, com um furor que assusta a seus próprios correligionários e eleitores, o presidente da Câmara mais que infligir uma derrota atrás de outra ao Planalto, quer tutelar, da pior forma possível a sociedade brasileira.
Nem a que vaca tussa, como afirmou, levará a plenário a discussão da possibilidade de adoção por casais homossexuais, ou qualquer discussão sobre o aborto. E antes que os conservadores e religiosos fiquem satisfeitos e se ponham a comemorar, já está se mexendo para incluir na pauta a votação da proposta de criação do Dia do Orgulho Heterossexual.
Por si só, as medidas podem não se caracterizar como objetos de críticas pesadas, senão que de debates.
Mas a sinalização é em  um sentido que, ao menos a mim, preocupa.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Reformas políticas, dentro da Reforma

Prosseguem as derrotas impostas à presidente Dilma e ao PT, pela Câmara dos Deputados. O que, de certa forma, pode ser considerado  bastante ruim, ao menos no que se refere à instalação da Comissão destinada a discutir a reforma política.
Isso porque, se na pauta de debates consta o fim da reeleição para os cargos do executivo, invenção de FHC e seu PSDB e, completamente alheia às tradições da política brasileira, ganha força também a ideia da limitação do número de reeleições também para os cargos de representação popular, nas Câmaras e Assembleias, no contexto de um movimento que prega a existência do político profissional.
Ora, em minha opinião, se a ideia fosse tão benéfica ao aprimoramento das instituições, e ao seu funcionamento em prol da população, países com muito mais tempo de experiência democrática e mais tradição, como os Estados Unidos e outros da Europa já teriam adotado tal prática. E, embora não acredito que seja verdade, sempre, que tudo que é bom para outros países e povos de outras culturas, seja necessariamente bom também para nós, a verdade é que fico me perguntando se um Roosevelt teria podido surgir e exercer quatro mandatos consecutivos, ou o que teria sido de Churchil e sua Inglaterra ou mesmo de Thatcher e sua carreira, caso a regra valesse nesses países.
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A verdade é que, por mais que possamos ter críticas à grande maioria dos nossos políticos profissionais, nossa história está cheia de bons políticos, que exerceram com dignidade e senso público seus mandatos ou cargos, por vários anos.
Como deveria ser sempre, não acredito uma lei devesse ser a forma de se por fim à carreira de quem quer que seja, senão a vontade soberana do eleitor. A este sim, competiria decidir, nas urnas, se o político ou candidato era merecedor ou não de ser eleito.
Claro, isso em se tratando de um eleitor, não necessariamente educado, do ponto de vista da educação formal, já que todos, mesmo os analfabetos e incultos têm o direito de votar e serem votados, para serem representados ou representarem outros com seus mesmos tipos de problemas e preocupações.
Mas, um eleitor que tivesse o que poderíamos chamar de educação para a cidadania.
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No caso, se a experiência da reeleição tem dado demonstrações de ser uma ideia infeliz, com o primeiro mandato do ocupante do cargo executivo sendo muito menos dedicado à resolução dos problemas do povo e da sociedade, e mais voltado para a conquista, a qualquer preço, da obtenção do segundo mandato, o que teríamos no caso da proibição de mais de dois exercícios de mandatos de, digamos um deputado federal? Findo o prazo, uma troca de posições, com o mesmo político candidatando-se a deputado estadual ou vereador, ou quem sabe, até ao Senado, por exemplo?
Ou passaríamos a assistir à indicação como candidato, de alguém de sua família, ou de seu círculo mais íntimo de amizades, que contariam com todo o apoio e peso de seu prestígio, o que permitiria eternizar no cargo não a pessoa, mas um grupo? Ou pior, uma ideia, ou um interesse? Desde que a ideia ou interesse fosse antagônico aos nossos.
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Mas, uma reforma política não tratará apenas da questão da reeleição. Talvez de mesma importância, será debatida a obrigatoriedade do voto, em contraposição à adoção do voto facultativo. E a manutenção do absurdo, em minha opinião do tal coeficiente eleitoral, que permite que um candidato bem votado, ou muito bem votado, carregue consigo uma quantidade grande de gente sem qualquer representatividade ou expressão. Pior: sem voto.
Caso célebre, eternizado como o efeito Enéas, ou mais recentemente, efeito Tiririca.
Que permite que, na carona do milhão e meio de votos dos puxadores do partido, assumam mandatos aqueles candidatos que obtiveram 250 ou ainda menos votos.
Deixando de fora políticos que se candidataram por outros partidos, senão mais sérios, ao menos maiores, e que foram escolhidos e sufragados por 80 mil, ou mais eleitores.
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O problema da discussão da reforma que se quer debater, e aprovar, em tempo recorde, em minha opinião, é outro: o financiamento de campanha.
Que o PMDB, e seu deputado, agora presidente da Câmara, desejam sem mudanças, com o financiamento tanto através do Fundo Partidário, recursos públicos, quanto por meio de doações por pessoas físicas e jurídicas.
O que permite e alimenta, como temos visto, as coincidências de doações de grandes empresas, todas feitas à vista, e revestidas do caráter da legalidade, no valor justo combinado e desviado a título de propina, das obras contratadas pelas grandes empresas públicas.
Certo que o Supremo deve se pronunciar, a respeito do financiamento de campanhas por doações de empresas. Certo que a tendência é que o STF vete esse tipo de financiamento.
Como disse ontem, o ex-governador de Santa Catarina, Espiridião Amim, é possível que o Supremo passe a legislar, no vazio da atuação das Casas Legislativas.
Mas, mesmo aceitando-se a doação por pessoa física, em  um país com tamanha desigualdade de renda, e onde os empresários fazem retiradas de suas empresas, muitas vezes sem qualquer documento ou comprovação, permitir a doação privada por pessoa física, limita o poder econômico, mas não o impede.
Ou seja, o voto do mais rico, não valerá tantas vezes mais, como vale hoje, do que o voto do empresário (lembrando-se que, muitas vezes, eles se confundem!). Mas, continuará tendo um peso e uma importância maior que o voto dos que vivem de salários e não têm condições de contribuir para a defesa das causas pelas quais lutam e acreditam.
Exceto se fosse determinado um limite, tão irrisório para a doação por pessoas físicas, que não fosse sequer digno de discussão, a possibilidade da doação ou o montante.
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Sou favorável à proibição total de doações privadas de campanha. E uso de recursos públicos, sim. Do fundo partidário. E, de preferência em duas faixas. Uma, de valor mínimo, para partidos que não tivessem alcançado os chamados limites das cláusulas de barreiras. E um valor mais significativo para os que alcançassem os percentuais determinados para terem acesso aos recursos públicos, em função de sua representatividade.
Mas, mesmo nessa questão de cláusulas de barreira, acho a discussão complexa. Porque limitar a representação das várias concepções ideológicas e sua capacidade de manifestação, seria como, em última análise, não dar chance para a vida social fluir. Algo que, no limite, seria como o bipartidarismo com que convivemos aqui no Brasil, por tanto tempo, no período mais duro da ausência de democracia.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

O retorno das chuvas e a continuada preocupação com o não desperdício de água. Inflação e o Galo líder

Finalmente chegaram as chuvas em nossa capital. Benditas chuvas. Chuva fina, que cai mansamente, trazendo a certeza de que esta chuva penetra a terra alcançando o lençol freático.
Amenizando a ameaça de racionamento de água e, dessa forma ajudando a resolver uma série de outros problemas, alguns dos quais sequer imaginados.
Entretanto, ao penetrar a terra, trazendo também a ameaça do deslizamento de morros e encostas, onde a plantação que existia foi toda substituída pela plantação de barracos. Inúmeros e perigosos barracos. Trazendo o risco da queda de barreiras, para agravar as condições de trânsito nas estradas, onde a imprudência dos milhares de motoristas, por si só, já é uma ameaça constante.
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Bem vinda a chuva, que traz a possibilidade de elevar a capacidade de nossos reservatórios de água, e impede que tenhamos, por causa das secas, que adotar um plano de racionamento de energia, por mais cara que a energia esteja.
Impedem também a perda de alimentos, sejam os hortifrutis, sejam as lavouras de arroz e outras, dependentes da irrigação, permitindo que os preços dos produtos que chegam às nossas mesas não prossigam em sua escalada, já suficientemente assustadora.
Mas, não é só a falta de água, por si, ou a possibilidade de falta de energia, ou de alimentos em nossas mesas... a falta d'água traz outros problemas que, a princípio, somos incapazes de perceber.
Alguns, por não nos afetarem diretamente, embora suas consequências tenham o dom de se potencializarem.
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E nem estou me referindo às indústrias, para as quais a água é insumo de suma importância, e que têm que reduzir seu ritmo, o que implica em queda do nível de produção. Nem estou, também me referindo à elevação dos casos de dengue, já denunciados, como consequência da preocupação da população em armazenar água para uso doméstico, muitas vezes, em condições inadequadas e impróprias.
Foi lendo a coluna de Rosely Sayão que, na semana passada, percebi a possibilidade de termos de conviver com um outro drama, muito próximo de todos nós.
Trata-se da possibilidade de falta de água e da manutenção mínima das condições de higiene nas escolas públicas, o que levaria, inevitavelmente,  à interrupção das aulas. Afinal, especialmente em se tratando de crianças menores, a escola sem água transformar-se-ia em um antro de difusão de doenças. Algumas sérias.
Como disse a educadora, o mero anúncio de um corte de água em algumas instalações educacionais, já é suficiente para a dispensa dos alunos do dia letivo. Situação que ocorre, felizmente, em ocasiões menos rotineiras.
Mas, o que aconteceria com as aulas, e o ano escolar, caso fosse necessário o racionamento de água? E se fosse, como anunciado em São Paulo, à razão de dois dias de fornecimento d'água, para 5 dias sem o precioso e necessário líquido?
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OK. Em Belo Horizonte, ao que tem chegado ao conhecimento público, a situação não é tão precária quanto a da capital paulista. E um racionamento não teria, necessariamente que assumir contornos tão drásticos.
Mas, a mera ideia de milhares de crianças sem poderem ir às escolas, por força do racionamento, já deveria provocar calafrios.
Especialmente depois de findo o período de férias, quando as mães encerram também as suas férias, para retomarem os seus ofícios.
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A simples ideia de milhares de mães e pais sendo obrigados a faltarem ao trabalho por não terem com quem deixar seus filhos menores, motivado por um dia de greve ou paralisação, qualquer que seja o motivo, já dá ideia do caos que seria criado.
Avaliemos o transtorno decorrente de paralisações mais frequentes, por força de racionamento da água.
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A chuva, ao menos aqui em Belo Horizonte, deu o ar da graça nesse fim de semana. Da mesma forma, a chuva que cai em São Paulo, já trouxe algum alento, ao possibilitar que o nível do reservatório da Cantareira subisse. Por menos significativa que tenha sido essa elevação de seu nível.
Não devemos, contudo, nos deixar levar pelo otimismo infundado, e deixar de lado as medidas que já estavam sendo analisadas, e algumas até postas em marcha, no sentido de provocar mudança de hábitos e de comportamentos nas pessoas e no uso da água.
A preocupação com o combate aos desperdícios deve continuar, e ser incrementada, com campanhas de publicidade intensas e massivas.
Medidas punitivas ao uso abusivo da água devem continuar sendo adotadas, e o uso da água pelas atividades produtivas deve continuar sendo desestimulado, de forma a obrigar que os setores que dela dependam ou façam uso mais intenso, sejam levados a promoverem mecanismos de reaproveitamento, adoção de novas tecnologias capazes de reduzirem a necessidade do recurso. Nesse sentido, talvez até medidas de incentivo também pudessem ser estudadas e implantadas, premiando as atividades que alcançassem reduções de consumo da água.
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Em Minas, especialmente, a questão do uso de nossos cursos d'água por mineradoras, apenas para transporte ou lavagem, limpeza do metal deveriam ser definitivamente proibidos, de forma a evitar a poluição e o envenenamento dessas fontes.
E tais medidas devem ser tomadas logo.
Antes que a situação se agrave mais e que seja muito tarde.
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Crise anunciada

A inflação mais alta em doze anos,  de 1,24% no mês de janeiro, não deveria assustar a ninguém, nem provocar qualquer espanto.
Aos costumeiros e tradicionais aumentos de início de ano letivo, como material escolar, matrículas e mensalidades, somam-se os também tradicionais aumentos dos valores dos transportes urbanos, mais fáceis de serem decretados, sem maiores reações, no período de férias escolares, o que coincide exatamente com o início do ano.
Nem vamos mencionar a questão dos impostos, sempre elevados em comparação com o ano anterior, no mínimo, corrigindo os valores em relação à inflação.
Mas, nesse ano, a ortodoxia que invadiu a área econômica do governo federal, trouxe ainda, a elevação dos juros, e com isso, do crediário, a elevação do preço do combustível, e para ser mais exato, de todos os combustíveis, já que todos afetadas pela incidência da CIDE.
Não bastasse, isso, a elevação das tarifas de energia elétrica também ajudaram a alimentar a fogueira dos preços altos.
Claro, como já havia acontecido no ano passado, também a elevação dos preços de alimentos, provocado pela quebra ou redução de lavouras, como no ano passado decorrente da crise hídrica, são fatores que vão se somando.
E levando a inflação para patamares mais elevados, e as expectativas de inflação para o ano, para valores superiores ao teto do sistema de metas.
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Apenas que, como dessa feita a ruptura esperada do limite superior é decorrência de medidas que o mercado cobrava e desejava que fossem adotadas, não haverá o mesmo tratamento histérico que vimos acontecendo no ano passado, por parte da imprensa.
Ano passado, embora nada assegurasse que o limite seria rompido, a histeria da midia e dos mercados martelou, todo o tempo, a irresponsabilidade da equipe econômica, e a sua falta de compromisso com a manutenção dos fundamentos macroeconômicos, principalmente, com o sistema de metas.
Pois bem! Como esse ano os índices já dão conta de que o regime deverá ser desrespeitado. Como a equipe econômica segue a cartilha, equivocada talvez, dos mercados e da ortodoxia econômica, a imprensa muda e inerte, a tudo assiste impassível.
Afinal, a culpa das expectativas de uma inflação de mais de 7,15% ao final desse 2015, e de um crescimento do PIB que a pesquisa semanal do Banco Central junto ao empresariado já assinala ser de zero, é do governo anterior. Ou seja, a blindagem da equipe econômica dos queridinhos do 'establishment' já está toda feita.
E essa equipe econômica, que representa apenas a capitulação de Dilma pode ficar despreocupada. Inflação alta, recessão e aumento do desemprego somam e ajudam a contribuir para o aumento dos ganhos dos que vivem de juros. Ah! sim, com a certeza de que receberão o seu rendimento, ao final do ano, por força da geração de superávits primários espetaculares, por parte do governo.
Superávits que asseguram o pagamento de juros e juros elevados, isso sim, é o que interessa. E elevados, como já estão.
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Galo Líder


E o Galo,  líder do Mineiro. Ainda muito em seu estágio inicial, e com o time do Atlético ganhando por placares pouco dilatados. Talvez poupando-se para os jogos mais decisivos, da Libertadores, que começam logo após o carnaval.
Mas, a marca de 100% de aproveitamento, por si só, é digna de registro e comemoração.
Pena é que, não vi o jogo do Galo contra o Mamoré, no sábado, razão porque não posso fazer qualquer comentário. Apenas o registro.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

O retorno dos pitacos, depois de a tecnologia ter, mais uma vez, me deixado inoperante

Não eram férias, por mais merecidas que elas pudessem ser.
Ficamos fora do ar nesse início de fevereiro, por força da obrigação de reformatar meu notebook, que estava infestado de vírus.
Tecnologia é assim: você deve estar sempre preparado para ela te deixar na mão.
Pior: em um momento em que tanta informação importante estava sendo transmitida, seja dos resultados de contas públicas, com o déficit do governo central, agravado pelo de Estados e municípios, um resultado há muito tempo não visto; seja pela elevação da dívida pública; seja do resultado de 92 bilhões de dólares, arredondando, para o déficit em contas de transações correntes.
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Mas, voltamos a tempo de poder comentar da elevação em perto de 40% nas contas de luz, com o repasse de uma majoração de 6% no custo da energia proveniente de Itaipu, para o Sul, Sudeste e Centro-Oeste; e uma elevação de 19,97% que começa a vigorar em março, para as mesmas regiões citadas, em decorrência do tarifaço posto em prática pelo ministro Levy, no caso específico, tentando zerar um déficit estimado em 22 bilhões do Fundo por meio do qual o Tesouro Nacional cobria subsídios concedidos para programas sociais, como o Luz para Todos e outras benesses.
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Junto a esse pacote, o anúncio da ANEEL, que deverá elevar o valor cobrado a cada 100 Kwh de energia consumida, para compensar o fato de estarmos, nas regiões já comentadas, necessitando de utilizar a energia termelétrica, mais cara: o esquema das bandeiras que vêm agora em nossas contas de luz, e que em nosso caso, é vermelha.
O que significa que estamos na região que mais sofre da carência da energia hidrelétrica e que, por esse motivo, mais faz uso da energia mais cara: pelo que estimam, 20% do total de nosso consumo.
O valor de R$ 3,00 por 100 KWh deverá sofrer também uma correção, já que não cobre o total do custo adicional.
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Se juntarmos a isso, o fato de que, aqui em Minas, a CEMIG tem o direito de corrigir o preço da energia no mês de abril, para compensar a elevação de custos ocorrida no período de 12 meses, inclusive a reposição da perda provocada pela inflação, então o aumento deverá ultrapassar os 35%, sendo bastante otimista.
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Mas não bastassem essas notícias, todas apontando que devemos estar preparados para um 2015 de inflação, juros elevados, queda do PIB, desemprego em alta, recessão e as possibilidades cada vez mais concretas de racionamento de água e luz, o ambiente que estamos vivenciando fica ainda mais degradado, em função dos desdobramentos dos escândalos de corrupção, que tem a Petrobrás como carro chefe.
Ainda ontem, não resistindo às pressões, Graça Foster e outros diretores da empresa renunciaram aos seus cargos, uma medida que chega com um atraso de, pelo menos, alguns meses.
Nesse meio tempo, o valor de mercado da maior empresa brasileira caiu ao fundo do poço, resultado tanto de perdas estimadas e até precificadas, quanto de mero jogo de pressão. Ou especulação.
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Até amanhã, sexta, quando o Conselho da empresa irá se reunir para aprovar o nome da nova diretoria, o mercado estará em polvorosa, e muita opinião, algumas completamente estapafúrdias, serão repercutidas.
Entre elas, a opinião de que os novos nomes deverão ser de técnicos, executivos, sem qualquer vinculação política, como se a falta de uma vinculação partidária por si só, fosse indicativo de que, ao assumir cargo ou cargos de tal envergadura, em empresa pública, as pessoas não estivessem tendo um comportamento político.
Afinal, dizer que não somos políticos, apenas sugere que, politicamente, estamos de acordo com o "status quo". No final das contas, a não ação é também um ação politica.
Uma coisa é dizer que a indicação deve recair sobre nomes não vinculados a esquemas partidários, que os cargos não devem ser resultado da prática de loteamento político e que as pessoas indicadas devem ter bagagem  na direção de grandes empresas, coisas com as quais todos concordamos.
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Outro comentário interessante é o daqueles que pedem a indicação de nomes para a formação de um Conselho de Administração com perfil mais profissional, como se Fábio Barbosa, Cláudio Haddad e o controlador da Gerdau, que integravam esse colegiado quando da aprovação da aquisição de Pasadena, não fossem profissionais.
Brincadeira!
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Também nesse início de fevereiro tiveram início os campeonatos regionais, com o Atlético enfrentando o Tupi, no Horto, enquanto o time adversário viajava a Governador Valadares, para enfrentar o Democrata.
Do jogo do Galo, apenas a observação de que, depois de um início com a mesma dinâmica que desde o ano passado vem enchendo os olhos e deixando os atleticanos confiantes, o time passou a jogar um futebol lento, sem inspiração, letárgico.
Pode ser que a explicação seja o calor. Ou o fato de já estar em vantagem no placar. Ou então a confiança em que o adversário não teria como reagir, embora o time ucraniano em nossa primeira partida na temporada tenha dado início a uma reação.
A explicação pode ainda estar vinculada ao início mesmo da temporada. Mas, confesso que gostaria que o ritmo não caísse tanto, como tenho visto acontecer.
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Bem, agora é esperar o Carnaval, época que marca o início do ano em nosso país, a partir de quando as coisas importantes começam a acontecer e serem decididas.
Esperar, torcendo para que a tecnologia não me deixe mais na mão, sem assunto. Ou sem ter como comentá-los.