terça-feira, 7 de outubro de 2025
15 anos de pitacos, sem bailes de comemoração ou uma valsa envolvente
Completamos neste 7 de outubro, 15 anos do blog Também quero dar pitaco (link tambemquerodarpitaco.blogspot.com).
Neste dia, ia começar recordando a apresentação feita na ocasião, em que dizia que achava que pudesse ter algum conteúdo a abordar, alguma coisa a dizer ou a escrever, de
algum interesse. Afirmava: “No fim das contas, uma certeza eu tenho. Mesmo que não te acrescente nada, alguma coisa que eu postar vai te incomodar. E as dores mais
incômodas nos fazem parar e refletir.”
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No texto que rascunhei tratando desse período, abordava a deterioração de nossa qualidade de vida, do apodrecimento de nossas relações sociais e humanas, do esgarçamento
de nosso tecido social, acarretando o aumento da barbárie urbana, da violência e a banalização da vida, em especial de jovens adolescentes, pretos, pobres, moradores das
periferias.
Constatava a ampliação do descaso pela vida, pelo respeito e dignidade; a naturalização dos sinais de exclusão e invisibilidade social; o aumento de todo tipo de
radicalismo, como o racismo, a xenofobia, a misoginia, a intolerância religiosa, exemplos de formas de negação da alteridade e não aceitação das diferenças.
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No cenário internacional, atentados, golpes, guerras frias e quentes, passaram a ocupar cada vez mais nossa atenção, sob as desculpas mais inescrupulosas e fajutas, como
a existência de armas químicas ou nucleares, os narcoestados, o patrocínio de atos terroristas.
Inertes, acompanhamos o ressurgimento de partidos e filosofias proscritas, ocupando espaços públicos e provocando o protagonismo de governos de inspiração fascista,
nazista, autoritários.
Sob um silêncio cúmplice e omissão criminosa, assistimos até mesmo ao genocídio, à aniquilação ou solução final de todo um povo, praticada por aqueles que, há pouco
tempo, foram vítimas de tal infâmia.
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Em nossa sanha inconsequente e irresponsável, agredimos e destruímos o nosso meio ambiente, nossa casa, nossa terra, nosso planeta, nosso alimento e nossa salvação.
Observar e refletir sobre tais mazelas não é, nem pode ser considerado, desespero ou ato de desestímulo. Ao contrário, deve servir como marco de tomada de consciência e ponto de partida para que retomemos nosso ímpeto e nossas lutas. Afinal, compete a cada um de nós lutar para preservar e manter vivo aquilo por que mais nos interessamos: a qualidade de nossa vida.
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Sempre sem deixar perder a fibra e disposição e, de forma cândida ou panglossiana, optando por ter em mente a lição de Gonzaguinha: viver e não ter a vergonha de ser feliz.
Porque: “É a vida, é bonita e é bonita”.
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