quinta-feira, 31 de julho de 2025
Galípolo, o menino de ouro, o PIX e o tarifaço de Trump
https://youtu.be/Qn6FJNih3xs
Vai se encerrando o mês de julho. Inaugurado em meio à disputa entre o Executivo e o Congresso Nacional, centrada na elevação das alíquotas do Imposto sobre Operações
Financeiras - IOF promovida pelo governo federal (Decretos 12 466, 12 467 de maio e Decreto 12 499, de junho).
Alegando desvio de função na utilização de um imposto de caráter regulatório para elevação da arrecadação federal, visando o alcance das metas previstas no arcabouço
fiscal, o Congresso Nacional votou e aprovou o Decreto Legislativo nº 176, de 26 de junho, sustando a eficácia da medida do governo.
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Com a medida o Legislativo colocava o governo nas cordas, usando como pretexto o discurso de a sociedade não tolerar mais a prática de se elevar a carga tributária, com a
finalidade de se restaurar o equilíbrio fiscal, em detrimento de um corte no gasto classificado como perdulário (especialmente os gastos sociais).
No fundo, a medida mal disfarçava uma espécie de chantagem cuja finalidade era tão somente permitir a liberação de emendas. Intenção que, de verdade, pode ser provado
pelo fato de os deputados ampliarem o número de cadeiras – e os gastos – do número de representantes na Câmara, além de apresentação de projeto que anula a proibição de
acúmulo de aposentadoria parlamentar com exercícios de cargos no legislativo, em qualquer esfera do governo.
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Judicializada a questão, o STF se pronunciou de forma salomônica em 16 de julho, declarando a validade do normativo governamental, com a supressão da cobrança do IOF em
operações de risco sacado.
Em sua justificativa, a decisão reconhecia a competência do governo para promover alterações nas alíquotas do IOF, sob amparo de dispositivo constitucional e sob o
argumento de correção em distorções de operações financeiras e cambiais. Quanto ao risco sacado, quando o lojista negocia recursos com um banco para pagar antecipadamente
aos seus fornecedores, tornando-se devedor do banco a um prazo maior, a operação não foi considerada ser uma operação de crédito.
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Com o Congresso em recesso parlamentar a partir de 18 de julho, e praticamente às moscas, e a economia mantendo sua trajetória de crescimento e queda do desemprego,
aliada à redução percebida nos preços de alguns produtos alimentícios nos supermercados, os fatos de maior repercussão no mês ficaram restritos às medidas para reposição
dos valores indevidamente descontados dos pagamentos dos aposentados e pensionistas do INSS; às medidas cautelares decididas pelo Ministro Alexandre de Moraes e aprovadas
por outros 3 de seus compamheiros, com uma única exceção, em relação ao ex-presidente, inelegível e acusado de crimes contra o Estado democrático de Direito, Bolsonaro; e
às medidas adotadas pelo boneco reborn alaranjado que, agindo como criança mimada, resolveu tarifar em 50% todos os produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos.
Quanto ao alarido do trumpete alaranjado desafinado, suas decisões flutuam ao sabor do vento e, como aconteceu com outros países anteriormente, suas decisões já se
modificaram, sofrendo atraso no início de sua vigência e com vários produtos ficando de fora da pesada tarifação.
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Mas eu não poderia e nem me sentiria bem em tratar das questões ligadas ao tarifaço, se não abordasse o verdadeiro genocídio promovido por Israel e políticos e partidos
sionistas na Faixa de Gaza. Algo que nos traz descrença e desesperança no ser humano e em sua capacidade de aprender e não repetir os erros.
Afinal, logo as vítimas do brutal crime do Holocausto, na primeira metade do século passado, tornaram-se, alguns deles, algozes de uma nova proposta de solução final.
Agora contra a totalidade do povo palestino que, sob a desculpa de necessária punição a grupos classificados como terroristas como o Hamas, estão sujeitos às mais
bárbaras atrocidades: deslocamentos forçados de grupos populacionais, falta de água, gás, energia, medicamentos, além de serem vítimas de ataques com armas de alto poder
de destruição, quando não são vítimas de cruel plano de morte por destrunição e fome.
Queria começar este texto com a frase “Um fantasma ronda o Oriente Médio: o fantasma do genodídio e dos crimes contra a humanidade”.
Somos todos a favor do Estado da Palestina.
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Curiosamente, entre as desculpas várias, múltiplas, usadas pelo trumpete laranja, está a de que nossa Justiça e os responsáveis por sua aplicação abusam de seu poder e
autoridade, devendo, alguns dos mais altos magistrados, serem objeto de punição por lei draconiana, com a aplicação da lei da morte financeira, da classe de leis como a
de Talião.
Estranha forma de se fazer intervenção, sem declaração formal de estado de beligerância, em países cuja soberania não se encontra em negociação. Tudo sob a desculpa ou a
chantagem em benefício de quem está sendo julgado por crimes contra a democracia, com todo o direito de defesa assegurado.
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Tudo sob a alegação de os magistrados estarem afrontando os direitos humanos mais fundamentais. Isso usado como desculpa por quem atua contra os imigrantes sem reconhecer
o direito mínimo de que deveriam ser merecedores. Por quem apoia e pune ou ameaça sancionar a todos que se manifestam, não contra Israel e a maioria do povo judeu digno
de respeito, mas contra dirigentes fascistoides para quem a vida não passa de mercadoria de segunda categoria, a depender do outro.
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Aqui no Brasil, Galípolo, tratado como o “menino de ouro” por Lula, tem se mostrado o que nunca deixou de ser, melífluo, ouro de tolo. Um engodo!
Ou o menino de ouro do mercado financeiro para quem, com muita dedicação, se propõe a trabalhar. O que lhe permite manter as taxas de juros em patamar elevado, mesmo
quando a economia começa a dar sinais de desaceleração, inclusive na esteira das medidas anunciadas por trump.
Mas desde o início do ano o mercado já havia previsto 15% de juros até o meio do ano e a manutenção dessa taxa por longo período. Tal como o comunicado da decisão de
ontem do COPOM assinala. Juros que deverão ser mantidos por um bom e longo período.
Não à toa Galípolo e seus companheiros de Diretoria Colegiada do BC fazem tanta questão da aprovação da PEC 65, que facilita a privatização do Banco Central e sua captura
total pelo mercado a quem deveria controlar. O que fica mais evidente com o ataque risível do trumpete laranja ao PIX, em defesa das instituições de pagamentos
estrangeiras.
Ataque ao PIX de tamanha gravidade que a Diretoria do Banco Central ainda não conseguiu se pronunciar em sua defesa, com a contundência cobrada até mesmo pelo Planalto.
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3 comentários:
O ministro da fazenda deveria ao menos ter o cuidado de não dizer explicitamente que o objetivo era simplesmente arrecadar mais um capilé dos indefesos contribuintes. Até porque, nos níveis estratosféricos que estão os juros, elevar a cunha fiscal com o IOF não poderia jamais ser justificado como "Regulatório". O Banco Central, diga-se de passagem, declarou que não foi sequer consultado. Mas quem sabe os setúbals, moreiras salles etc absorvem esse presentinho e não repassem para o massacrado consumidor de serviços financeiros, especialmente o usuário de crédito?
Ô Paulo César, não sabia que o tribunal de nuremberg não usou a palavra genocídio no julgamento dos crimes nazistas. Usou crimes contra a humanidade, parece. Pois sou difícil conceituar genocídio. Crimes contra humanidade é mais claro mesmo. O restante assino embaixo
O Pacto político com os abastardos do Brasil inviabilizam o país. As empresas públicas e o Banco Central servem ao rentismo. Infelizmente, a esquerda que aí está reduziu o debate a ideologias, esquecendo portanto, da discussão da soberania pela prosperidade de nossa economia.
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