quarta-feira, 27 de agosto de 2025

Agosto, o "mês do cachorro louco" e seus impactos recentes] na vida de nosso país

link: https://youtu.be/TDAGAKTVYNg Foi anunciado ontem pelo IBGE o resultado do IPCA 15 para o mês de agosto, índice estatístico considerado a prévia da inflação e que difere do IPCA, índice de inflação oficial apenas pelo período de coleta dos dados. Enquanto o índice oficial abrange os dias de 1 a 30, o IPCA 15 abrange o período de do dia 16 de um mês ao dia 15 do mês em curso. Recebida sob comemoração da grande imprensa, o índice revelou uma redução da inflação em agosto, indicando ter havido queda de 0,14% nos preços, fazendo o valor acumulado em 12 meses alcançar 4,95%, contra 5,30% em julho e o acumulado nos 8 meses de 2025 atingir os 3,26%. Os dados, dignos de otimismo por indicarem a tão desejada convergência da inflação para o intervalo de tolerância do regime de metas, de 4,5 % ( 3% da meta alvo mais 1,5%), foram causados, por quedas nos preços do grupo Habitação, em grande parte em razão da queda na energia elétrica; à queda na energia elétrica residencial e no grupo de alimentação e bebidas, conforme apurado pelo IBGE. *** De meu ponto de vista, a justa comemoração pelo resultado divulgado e a tendência que sinaliza, exigem perguntar que contribuição para este resultado deve ser atribuída à política monetária recessiva e de arrocho praticada pelo Banco Central, capaz de elevar a taxa básica de juros para o patamar pornográfico de 15%. E, como dissemos em vários pitacos anteriores, além de transferir renda para os endinheirados agentes do mercado financeiro, detentores dos títulos da dívida pública, desviando para estes “glutões de apetite insaciável” recursos que toda a população paga para o financiamento de gastos em prol da melhoria da condição de vida de todos, os juros pornográficos em nada contribuíram para a queda dos preços. Afinal, se caiu o preço da energia elétrica foi devido ao pagamento de um bônus que reduziu as contas residenciais pagos por Itaipú, devido a valores indevidos pagos a mais em períodos anteriores. Isso, apesar da cobrança de bandeiras vermelhas, em razão da escassez de chuvas e do reduzido nível dos reservatórios. Por outro lado, ao contrário de anos anteriores, as condições climáticas e a maior regularidade do regime pluviométrico contribuiu para maior regularidade na produção, colheita e comercialização de produtos alimentícios, com queda de preços de vários produtos da cesta básica (frutas, tomates, batata, cebola, arroz, feijão, café, etc.). O que o Banco Central fez foi apenas e mais uma vez obedecer às ordens do mercado, a quem está subordinado, informalmente, razão que o leva a pressionar, pela aprovação da Proposta de Emenda Constitucional 65, de 2023, que formaliza a submissão do Banco aos capital financeiro, além de “privatizar” a autarquia, e permitir a privatização das funções geradoras de resultado do Banco (gestão de reservas, controle e definição dos meios de pagamento), além de permitir que talvez meia centena de auditores possam romper o teto de pagamento do funcionalismo público, caso não percam o emprego para experts do mercado. Conclui-se que, apesar de ter efeitos importantes, inclusive antecipar eventual movimento de queda dos juros, dando mais gás ao processo de crescimento da economia, e apesar da chantagem do Trumpista alaranjado e seu tarifaço, em conluio com a família dos traidores golpistas, meros falsos patriotas, nada indica êxito da política do Banco em relação ao controle da inflação e nem a continuidade de prévias deflacionárias. *** Outro destaque do mês de agosto que vai se encerrarndo foi o segundo tempo do golpe iniciado em 8 de janeiro de 2023, por congressistas da oposição que ocuparam, mais uma vez, as dependências do Congresso, no retorno das atividades legislativas. A invasão e o assalto à Mesa da Câmara, praticada pela oposição e, felizmente frustrada, revelam o baixo nível de respeito à democracia e ao povo brasileiro e à Casa para que foram eleitos. E serve para mostrar a coerência e consistência de objetivos de quem quer o Brazil cada vez mais big (bigger), seja lá fora, como o poeta romântico Bananinha bolsotário e o neto do último ditador, Figueiredo, seja aqui dentro do território que pretendem transformar em quintal. Mesmo que sem a competência do Fundo de Quintal, e de Arlindo Cruz, que se foi no mês do “cachorro louco”. *** Em agosto o partido Novo, defensor das bandeiras mais emboloradas e antigas da política nacional – muito adequadas ao tempo da República Velha, lançou Zema candidato à presidência da República. O político que, sem pagar um tostão da dívida do Estado, por força de liminar de que se valeu, do STF, conseguiu fazer multiplicar a dívida total recebida mostrou, desde logo, sua vocação para ocupar os ‘trending topics”, o que é muito positivo em tempo de likes e redes sociais. Desta vez, mais que o político que quer subsidiar e até vender o patrimônio público do Estado aos amigos, de preferência àqueles que financiaram sua campanha, Zema obteve likes em se mostrar como um político da paz, não “beliscoso”. Que se soma a sua capacidade de escutar (“eu ouvo bem”) e ao seu conhecimento literário (perguntando se Adélia Prado era funcionária da rádio em que dava entrevista). *** E, apesar do trumpista alaranjado mostrar sua vontade imperial, desrespeitando o mandato fixo de Lisa Cook, diretora do FED, o que serve para mostrar que, mesmo em países antes democráticos e republicanos, a tal independência do Banco Central só funciona quando os músicos seguem a batuta do maestro sem questionamento, não há como reconhecer: os Estados Unidos caminham para uma forma autocrática de governo, senão uma plutocracia. E apesar de todas as ameaças do efeito laranja, não há como, cada vez mais, não perceber e se manifestar: o povo de Israel não é, nem poderia ser, genocida. Essa acusação deve ser atribuída ao governo de Israel, sem apoio popular, mas com apoio e armas do trumpista. Genocida, e responsável por crimes de guerra são Netanyahu e seus ministros, e os sionistas que os elegem e apoiam. É isso.