segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Histórias de técnicos, de heroísmo e bravura, do Galo Forte e Vingador: Bicampeão.

Em 2002, depois de confirmar sua permanência no comando técnico do time do Atlético, Geninho recebeu uma proposta do Corinthians para mudar de clube.

O técnico justificou sua atitude de romper o compromisso, deixando o Galo sem técnico, com base em questões profissionais: o contrato oferecido pelo clube paulista era baseado em cifras mais atraentes.

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E, embora nosso futebol seja profissional, todos sabemos o quanto ele carrega de paixão. Mesmo por aqueles que deveriam manter uma postura mais racional, como os integrantes da diretoria.

Mas, como todos sabemos, não é esse o caso de Kalil, então diretor de futebol do Galo Carijó.

Na ocasião, sentindo-se traído, Kalil afirmou que Geninho nunca mais poria os pés no Galão da Massa. Promessa não cumprida.

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Em 2008, apesar dos protestos da torcida, Geninho voltou ao Galo onde ficou por apenas 4 meses.

O técnico não aguentou a campanha ruim que o time vinha fazendo (53% de aproveitamento) e que custou a perda do campeonato mineiro para o principal rival e, em seguida, a desclassificação da Copa do Brasil.

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Cuca

Em 2011, o Galo contratou o técnico Cuca para ocupar o lugar de Dorival Júnior.

As primeiras seis partidas no comando do Galo foram de derrotas, eliminação da Copa Sul Americana e a proximidade da zona de rebaixamento.

Mas, o pior pesadelo ainda estava por vir: no final do ano, quando o time de Cuca poderia decretar o rebaixamento de seu principal adversário à série B do campeonato brasileiro.

O resultado, 6 a 1 para os adversários, deixou o time 'inimigo' livre da degola, nos presenteando com a maior goleada já sofrida.

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O Galo não vive e não pode viver apenas de glórias passadas, e o vexame já estava cravado. Mas vale registrar que esse jogo não foi o único com placar de 6 a 1 em jogos dos 2 times. Houve 2 outros, em 1936 e depois em 1942, ambos com goleadas do Galão.

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Contrário à atitude padrão no futebol, Kalil manteve o treinador que,no ano de 2012, levou o time ao vice-campeonato no Brasileirão.

Depois, em 2013, Cuca comandou o time do Galo ao título de campeão da Taça Libertadores da América, adotando um estilo de jogo que iria dar origem ao chamado padrão Cucabol.

No final daquele mesmo ano, campeão da Libertadores o Galo foi ao Marrocos, para disputar o título mundial.

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No entanto, ainda no vestiário, antes mesmo de estrear no torneio contra o Raja Casablanca,  Cuca comunicou que estava deixando o comando do time, por um contrato milionário na China.

Foi esse comportamento, análogo ao de Geninho que levou em parte, à reação hostil que ele teve de enfrentar em seu retorno ao Galo, nesse ano de 2021, para se sagrar campeão do Brasileiro série A.

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Dono de uma campanha memorável, o Galo conquistou o campeonato de forma brilhante, avassaladora, o que se constata com a pontuação obtida pelo time, inferior apenas à obtida pelo Flamengo de Jorge Jesus em 2019, para a disputa do campeonato com apenas 20 times.

E, independente de Everson, Hulk, Nacho e Zaracho, Savarino, Júnior Alonso e Nathan Silva, Keno, Jair e Allan e outros nomes que irão ficar gravados para sempre nas páginas imortais da história do Galo Forte e Vingador, há que se reconhecer méritos no trabalho do técnico.

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Mas, apesar de toda a gritaria e comemoração que me deixou rouco, devo admitir que o título não me faz deixar de ter críticas ao time e ao técnico.

Primeiro, por que não consigo entender a teimosia da entrada de Tche Tche em vários dos jogos do Galão.

Em minha opinião, ocupando uma faixa do campo já povoada por Jair, Allan e Zaracho, a entrada do jogador emprestado pelo São Paulo acabou prejudicando o rendimento de Nacho, o argentino que foi contratado para ser o grande maestro do time.

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Além da parte física e do desgaste pelo ritmo de atividades, Nacho acabou o campeonato com um desempenho nitidamente inferior àquele demonstrado no início.

Outra questão, essa de preferência pessoal é a opção pela entrada de Tche-tche, em prejuízo do jogador Alan Franco, em minha opinião jogador de mais qualidade que o brasileiro.

Por fim, o problema maior: desde pequeno aprendi que futebol é jogado para frente, não para trás. E que ficar atrasando a bola para seu próprio gol acaba chamando o time adversário para cima de sua equipe.

Foi o que vi acontecer em alguns jogos  e, embora possa se alegar que isso ajudava a abrir o adversário, propiciando contra-ataques ao rápido ataque do Galo, acho tal comportamento muito arriscado. Além de gerador de desnecessário sofrimento. 

Há comentaristas que falam em saber sofrer. Melhor, para mim, é não criar chances para sofrer.

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E nesse momento faço outra critica e até com um misto de curiosidade e perplexidade: se grande parte das contratações milionárias realizadas para montar o time esse ano foi de homens de armação e homens de área, por que ficar atrasando bola para Everson, um goleiro e, como tal, menos apto a fazer lançamentos de média e longa distância?

A alegação de este comportamento ser próprio dos jogadores, em razão de circunstâncias típicas do transcorrer do jogo, não me convence, em razão da repetição.

Não concordasse ou orientasse os jogadores nesse sentido, o técnico poderia cobrar outro tipo de postura, em minha opinião.

Não foi o que vi acontecer.

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Mas, se tenho essas criticas, devemos dar a César o que é de César.

E, acredito que muito da formação do grupo unido, compreendendo tanto jogadores quanto o pessoal de apoio, massagista, roupeiro, funcionários mais humildes e pessoal administrativo, deve-se a decisões de Cuca, sempre inclusivas, em exemplo de que a União faz a Força.

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Assim, Parabéns ao Cuca, e ao Galão da Massa, Bi-campeão, campeão desse 2021.

E, quem sabe, rumo à conquista da Copa do Brasil.

 

 

 

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