Recesso de aulas. O trânsito fluindo de forma a permitir que os motoristas possam observar o espetáculo que a natureza nos oferece, da floração dos ipês rosas. Ou roxos. Pouco importa a cor. Vale o espetáculo das cores. Dos cachos que despontam dos ipês. Das flores.
Enquanto isso, a umidade continua marcando sua presença, embora um friozinho de inverno e o céu azul firme não nos deixam esquecer dos agasalhos.
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Mas a questão do tempo,em especial a do aquecimento global preocupa, a ponto de o Papa Francisco ter concedido uma audiência a 60 prefeitos de várias cidades de todo o mundo, como parte da conferência climática para tratar - e cobrar das autoridades nacionais -, do tema do aquecimento global. Que só faz aumentar a preocupação de todos.
Especialmente quando se noticia que o mês de junho foi o de maior aquecimento experimentado desde 1880.
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Quente o tempo. Quente também os bastidores da política nacional, contrariando a calmaria que costuma marcar o período de recesso parlamentar, iniciado no último dia 17.
Tudo por conta da operação Lava Jato e das estrepolias de funcionários da Petrobras, empreiteiros, políticos, juízes, procuradores e advogados que insistem em não deixar o calor da fogueira abaixar.
Mais especificamente, as páginas dos jornais são dominadas pela figura desse impoluto presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ex-assistente de Paulo César Farias, de saudosa memória do período mais collorido da nossa história republicana.
Depois de aprontar estrepolias outras na Telerj, e alçado a um dos principais postos na linha de sucessão oficial da República, o nosso valoroso deputado foi citado em depoimento de um dos delatores da Lava Jato, como tendo usado da chantagem para achacar a soma de U$ 5 milhões de dólares, em proveito pessoal.
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Ninguém nega que seja para lá de suspeitos esses vazamentos de depoimentos de um processo que, ao que se noticia, corre em segredo de justiça. E mais ainda, ninguém considera correto que os vazamentos sejam feitos da forma com vêm sendo realizados, sempre em finais de semana, sempre prontos para estampar a capa desse revista que nos enche de orgulho, a revista que a rigor ninguém nem precisaria ler. Porque basta vê-la e aqueles que nas suas páginas têm guarida.
Mas, deixa para lá.
Aproveito a deixa apenas, para recordar Jânio de Freitas em sua coluna de ontem na Folha, comentando a resposta dada pelo Juiz Moro, à razão de ter deixado o nome do deputado presidente da Câmara ter vindo a público.
Conforme Freitas, o juiz teria, corretamente, informado que não há como paralisar a verdade, ou o depoimento.
Embora, como nos lembra o jornalista, para escapar de ter de repassar parte do que investigava para o Supremo, como manda o instituto do foro privilegiado, toda vez, no início dos depoimentos tomados, que aparecia o nome de algum político, o juiz rapidamente interrompia a fala do depoente, impedindo que sobre o citado fosse dito qualquer coisa que pudesse dar indício de mal comportamento. Apenas ficava para todo o sempre, pairando no ambiente da audiência o nome...
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Agora não. Já está na hora de queimar nosso presidente ditatorial da Câmara e, agora, não há como impedir o depoente de se manifestar, em mais uma das várias estrepolias que cercam a operação, o crime, e seu desvendamento, inclusive na esfera judicial.
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Eduardo Cunha, a se defender, prefere sair atirando. Fazendo ameaças que nem mesmo disfarçam mais a chantagem que trazem embutidas.
Passar à oposição. Instalar as CPIs do BNDES, e outras que podem trazer prejuízo ao ambiente de segurança já suficientemente degradado no país. Votar a aprovação - justíssima- da correção do FGTS, elevando as despesas do governo em momento em que só se fala e se pensa em ajuste fiscal. Votar a toque de caixa, sem qualquer exame mais aprofundado as contas de presidentes anteriores à Dilma para permitir que as contas de 2014 possam entrar em pauta com rapidez. Acenar - inclusive participando de almoços com ministros do Supremo, para a aceitação de qualquer solicitação encaminhada pela oposição da tese do impeachment da presidenta.
Ou seja, atira para todos os lados, inclusive indo ao STF, para inquirir o porquê de seu processo estar em juizado de importância inferior, quando ele tem por sua condição, o direito de apenas o Supremo poder tratar de seus desvios de conduta.
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Apenas um detalhe: se há razões para ameaças e até onde essas razões se sustentam, não há como negar que é por culpa ou falha do governo. Ninguém pode ser objeto ou vítima de chantagem apenas por ter o comportamento ilibado de uma freira castiça.
Além do mais, várias das medidas votadas ou ameaçadas irem à pauta por Cunha são, sem sombra de dúvida justas e em benefício do povo brasileiro. Nesse caso refiro-me APENAS AO PROBLEMA DA CORREÇÃO DO FGTS. Em letras garrafais para não parecer que aprovo outras atrocidades que a agenda atrasada e conservadora do presidente da Câmara está colocando em votação.
Para completar, se é absurdo que a presidenta Dilma se encontre em almoço ou jantar com o presidente do Supremo, em viagem a Portugal, tendo apenas o ministro da Justiça como testemunha, claro que não se pode dar o mesmo tratamento ao encontro de Cunha com Gilmar Mendes.
Afinal, pela folha de ambos, os dois parecem ser muito semelhantes. E sempre muito cônscios de suas responsabilidades para com o país.
Verdadeiros altruístas e desambicionados das causas que interessam ao povo brasileiro.
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Mas Cunha sai atirando, ameaçando e, para não ficar assistindo ao circo pegar fogo quieta, Dilma por seu turno, faz peregrinação por esse Tribunal de exceção, não por ser fora da lei, mas por ter muito pouco de tribunal e da seriedade que se espera dos órgãos da Justiça, e que eles fizeram por granjear ao longo do tempo.
TCU cujo filho do presidente também já teve seu nome ligado aos delatores e delações da Lava Jato.
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No meio da lama que insistem em fabricar, mesmo em período de clima quente e seco, apenas um pitaco a mais, sobre o assunto, por agora.
É no mínimo curioso o comportamento adotado pela mídia impressa e televisiva, em relação às delações. Quando feitas em relação a alguém vinculado ao governo, ou dos partidos da base aliada, ou alguma autoridade, só falta o mundo vir abaixo.
É feito um verdadeiro escarcéu e, a cada vez, mais perto de Lula e de Dilma as cobranças vão chegando. E a presidenta, seu governo, o país ficam por um fio.
Mas, quando o nome do delatado é de senador do PSB, ou do PSDB, como o do senador paulista candidato a vice-presidente na chapa do Menino do Rio, ou do ex-governador de Minas, ou de Cunha (esse com menos preocupação com a "honra" do atingido), o que se vê é o mesmo manto sepulcral de silêncio que mantém o mensalão mineiro fora dos holofotes, dormindo em berço ou arquivos esplêndidos.
Ou o mesmo destino do caso dos escândalos do Metrô de São Paulo...
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Melhor deixar a política de lado, no momento, já que a degradação do ar não precisa de muito mais ajuda.
Mas, é que o recesso que atingiu ao país e não atingiu ao mundo oficial tem provocado intensa discussão sobre a incapacidade de o governo honrar sua meta prometida de superávit fiscal para o ano de 2015.
No mesmo tipo de derrota a que a imprensa acompanha muda, hoje, com Levy no comando da economia e, antes, já estaria fazendo o maior carnaval de críticas ao ministro Mantega, ou melhor Dilma, já que o ministro genovês era apenas um pau-mandado.
Pois bem, recurso a receitas não recorrentes, como o caso da receita de quem mandou dinheiro para fora do país, sem pagar impostos, não apenas são citados como são medidas elogiadas. Afinal podem trazer perto de 30 bilhões ao Tesouro.
Na época de primeiro mandato, não apenas iriam dizer que era mais um artifício politiqueiro, para tapar buracos da má administração federal, como iriam também lembrar de que tais recursos que se tenta agora atrair são frutos de crimes fiscais, caixas dois, etc. que estariam sendo, devidamente sendo legalizados.
E aplausos estariam soando, sem dúvidas para os donos de tais recursos.
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Mas, deixemos o fato de que o PIB do primeiro mandato não cresceu, mas não caiu feio, como se prevê. Que a inflação não ficou na meta, nem se comportou, sempre lambendo ali ou flertando com a ruptura do limite superior de 6,5%, quando agora parece que deve superar os 9,5%, etc. E que o superávit primário não deverá superar 0,4%, o que tem levado o governo a discutir a redução da meta fiscal.
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Enquanto discute nova meta, bem inferior à primeira anunciada, o governo estuda mais cortes.
Começando com Dilma vetando o aumento de 70%, algo mais ou menos, para os funcionários do Poder Judiciário, alegando o interesse público.
A verdade é que já passou da hora de algum órgão de imprensa sério divulgar que há muito tempo as perdas salariais dos servidores federais vêm se acumulando. Alcançando já mais de 27% apenas no período correspondente ao primeiro mandato da doutora.
Mas, isso iria jogar por terra o discurso de quem é contra o governo, apenas por ser contra, ou apenas por não saber do que está falando...
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Enquanto isso, tal qual a chuva de gols da Alemanha, a inflação sobe. O desemprego aumenta. Amplia-se a queda da renda real do trabalhador no país, o que deixa Samuel Pessoa e sua turma de colegas bastante satisfeitos por estar em curso a medida dita pelo professor, necessária para combater a inflação, ou seja, de arrocho salarial. Ou redução real do salário.
Afinal, parece que o professor acredita que o melhor para o país é pobre não ter ganhos de salários, nem distribuição de renda, nem nada que limite os privilégios daqueles a quem gosta de agradar.
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No futebol, o refresco temporário. O Galo vai bem. Líder e com o time jogando muito bem, mesmo nas derrotas.
Enfim, estamos de recesso, mas assunto é o que não falta.
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