quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Dez anos de blog, comemoramos o buraco negro do Nobel da Física e da política nacional

 Roger Penrose, Reinhard Genzel, Andrea Ghez foram anunciados, essa semana, como os vencedores do Prêmio Nobel de Física, pela Academia Real de Ciências da Suécia, como reconhecimento por seus trabalhos e descobertas sobre os buracos negros.

O fato de uma mulher estar entre os premiados já é, por si só, motivo de uma menção nesse pitaco. Afinal, a americana Andrea é apenas a quarta mulher a obter tal reconhecimento, em área considerada, erroneamente, masculina.

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Em razão da complexidade, do desconhecimento, e até algum temor infundado que cercam esses fenômenos, o prêmio teve o mérito de aguçar minha curiosidade, induzindo-me a ir procurar socorro no mestre Google que me apresentou, entre outros, o endereço do site Gizmodo Brasil, hospedado no portal Uol.

Foi lá que tomei ciência de que os buracos negros são produto de uma evolução estelar, ou “o resultado da morte de uma estrela supermassiva”.  

Explicando melhor, é como se uma estrela de dimensão e massa muito maior que o Sol, fosse o local onde se travasse uma batalha: de um lado, forças centrífugas, resultantes de fusões nucleares no interior do astro; de outro lado, uma força da gravidade descomunal, sugando tudo para seu interior.

Ao longo do tempo, o combustível que alimenta as forças direcionadas para fora começam a se esgotar, restando vitoriosa e única a força da gravidade, capaz de fazer a estrela entrar em um processo análogo à autofagia, e começar a contrair-se toda, até entrar em colapso.

Nesse instante transforma-se em um buraco negro, fenômeno que exige massa muito maior que a do Sol e que conta com campo gravitacional de intensa força.

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Duas observações merecem ser feitas: embora a massa seja um fator importante, cientistas afirmam que o que fator definidor do buraco negro é a sua densidade.

Para ilustrar, para se transformar em buraco negro, a terra toda teria que se contrair até virar uma uva.

Segunda observação: é tamanha a força do campo gravitacional criado que tudo é engolida pelo buraco, dele não conseguindo escapar nem a luz, cuja massa tem valor quase nulo, de onde vem seu nome de buraco negro.

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No entanto, para não alimentar temores infundados, é o equilíbrio de forças inicial que mantém, por exemplo, os planetas em suas órbitas em torno do Sol, provendo a estabilidade de nosso sistema.

E, segundo cientistas, se fosse possível que um buraco negro substituísse o Sol, na hipótese de ter a mesma massa que ele, a situação de estabilidade não seria necessariamente alterada. Essa estabilidade guarda relação com a distância, o que leva os objetos na Terra, por exemplo, mesmo com massa menor que a do Sol, a sentir mais a gravidade de nosso planeta que a daquela estrela.

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Por mais interessante que seja conhecer um pouco mais do fenômeno do buraco negro, alguns dos leitores desses pitacos poderiam perguntar a razão de uma postagem como essa.

Começo respondendo que é para marcar a passagem, nesse 7 de outubro, dos 10 anos do blog Também quero dar pitaco.

Tempo em que 127 amigos, e alguns poucos curiosos, se inscreveram e passaram a nos seguir. Período em que 1728 pitacos foram publicados, tratando de assuntos vários, desde assuntos econômicos, a temas políticos e esportivos, até assuntos diversos que marcaram nossa sociedade e nossa vida.

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Aos amigos leitores, devo expressar minha gratidão, para com sua paciência, sua confiança e, em especial, sua coragem.

Mas devo confessar que, se houve algum ganho real que pude experimentar, tal benefício foi o de me obrigar a ir pesquisar sobre os temas que desejava tratar. Nesse sentido, a importância maior do blog foi me proporcionar os motivos para alimentar minha curiosidade e meu conhecimento.

Como dizem e acredito que vivemos enquanto aprendemos, devo admitir que o que o blog me proporcionou foi aprendizado. E vida.

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Mas, feito esse auto de fé, voltemos ao tema do blog de hoje, usando o paralelismo com a história do buraco negro.

Afinal, no último 5 de outubro comemoraram-se os 32 anos de nossa Constituição cidadã. Que como cidadão de submundo periférico da América do Sul, não teve ainda reconhecidos todos os seus direitos. Daí alguns artigos não terem sido regulamentados até essa data (o Artigo 192, que trata do Sistema Financeiro sendo um deles; bem como outros que tratam da taxação de grandes fortunas, no sistema tributário) e outros já terem sido alterados, revogados, cancelados, ao menos pela sociedade, como o debate da prisão em segunda instância.

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Tudo bem, sabe-se que a sociedade humana muda e que a Lei Maior não pode impedir sua evolução. Sabemos que estamos atravessando um momento de mudança, conservador que seja, mas de alterações.

Mas nossa democracia, tenra, tênue, vinha se mantendo viva, dinâmica, efervescente nesses 30 e poucos anos, como uma estrela supermassiva em ebulição, em movimentos de fusões, rupturas, erros e acertos, sempre mantendo o equilíbrio.

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OK, você venceu: equilíbrio entre os mais ricos e poderosos. Equilíbrio e estabilidade no grau de exploração de outras parcelas de classes ou categorias sociais. E total desequilbirio, mesmo estável, em relação a camadas consideradas então invisíveis, tamanha a importância que lhes era atribuída (ao menos até a pandemia).

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Mas nossa democracia, essa superestrela, libertária, pujante, rica tanto em termos de sua potencialidade material, quanto de seus valores, sua riqueza cultural, de repente passou a ser objeto de questionamento.

A um só tempo não querendo assumir os deveres, encargos e responsabilidade de construir uma nação justa, digna, o tempo inteiro sob a vigilância e controle da sociedade civil, muitos cidadãos cobravam soluções para problemas, melhorias nas condições de vida, que delegavam a algum ser supremo, heroi da população.

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Acho aí o primeiro erro, que se eterniza. Ao longo de 30 anos, a população escolheu a figura de herois populares para decidir os rumos de sua vida. Abrindo mão e transferindo para os “salvadores da pátria” as decisões que deveriam ser menos comodamente realizadas.

Entendo que é mais cômodo e menos trabalhoso deixar que outros tomem as decisões sobre nossas vidas. Afinal, se as coisas não derem certo, sempre teremos a quem culpar.  Entendo que assumirmos as rédeas de nossa vida e nosso destino, impõe a todos nós, um sacrifício de entrega, muitas vezes, sem benefício direto e individual para nós mesmos.

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Entregue as decisões que nos afetavam coletivamente às mãos de poucos “abnegados”, que além de tudo não tinham que prestar contas a nenhuma instância de maior participação popular, não é de admirar que os governantes de ocasião se sentissem no direito de se retribuírem – se locupletarem – pelo trabalho de abnegação e sacrifício, em prol de  uma sociedade distraída.

Às muitas migalhas distribuídas, corresponderam com corrupção. Essa, quando descoberta, gerou no grupo dos acomodados, uma reação sem precedentes. Como se também eles não fossem culpados, por omissão.

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Ao fim e ao cabo, a corrupção sugou nossas forças e nos sugou junto para a ideia de um governo conservador (como pareciam ser, antigamente, os governos autoritários!).

Não todos, claro. Afinal, ainda temos perto de 70% que tentam reagir à atração da força gravitacional da acomodação e passividade.

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Aí chegamos ao buraco negro, representado por forças que já existiam no interior de nossa democracia, mas que se alimentando de um discurso de responsabilização dos outros e de propagação do ódio, foi elevado à condição de, mais uma vez, Salvador da Pátria verde amarela. Um mito.

Que como qualquer força pré-existente, só pode crescer nas mesmas atividades escusas e, muitas vezes com fortes traços de ilicitude. Quando não indícios de vinculações espúrias com aqueles que, armados, apresentam-se como “cavaleiros da força”, mesmo que do lado Darth Vader da força.

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Bolsonaro, fortalecido economicamente nas sombras e nas entrelinhas das ações políticas, fortalecido pelo seu oportunismo político, por sua esperteza que lhe permite governar, pelo desgoverno é nosso buraco negro.

Como afirmou Marcelo Freixo, Bolsonaro é o serial killer de nossa Constituição. Ele suga para a escuridão e as trevas qualquer resquício de avanço ou mesmo a mera manutenção de valores democráticos.

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Não há como se iludir com seus gestos de maior cordialidade, recentes.

Ele é a ilusão do buraco que não ameaça e que atrai, por não parecer estar onde se localiza.

Mas, não por sua pessoa, ainda que negativa e negacionista. Mas por sua prática, de governar sem governar, de fazer e desfazer e afirmar e negar, com a mesma falta de comprometimento com a verdade ou a realidade, ou a ciência. Ou com o povo.

Buraco negro, consegue corroer por dentro as instituições. Consegue promover a desconstrução por simples nomeação para postos chaves de seu desgoverno, pessoas contrárias e com práticas antagônicas ao que lhes era atribuído.

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E enquanto adota o comportamento do político populista, abre a porteira e deixa passar a boiada.

Cercando-se sempre dos piores auxiliares, em sua grande maioria, com um vício de origem, a julgar pelas qualificações que apresentam à sociedade sempre em currículos fajutos, ampliados por fake courses.

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Quando o auxiliar parece destacar-se, por algum equilíbrio, o presidente o queima e o transforma em fuligem. Essa fuligem a que o presidente transfere a responsabilidade para sair de mãos abanando, limpas, lavadas.

Enquanto isso, a fuligem fica suspensa no ar interior escuro do buraco cósmico.

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Outubro quente, no clima, na temperatura e no debate político. De quebra, link da gravação de um debate sobre Programas de Benefícios Sociais

 Outubro se inicia prometendo... Quente. Tanto em termos climáticos, quanto do fogo que continua ardendo, não apenas no Pantanal. Para uniformizar os problemas, as preocupações, a fuligem e a poluição, ardem as matas no interior de São Paulo e no interior de Minas. 

O incêndio se alastra enfolfando o Parque da Serra do Cipó, parte da Serra do Curral, do Rola Moça, na maior parte das vezes, por culpa do homem. Que intencionalmente ateia fogo para abrir espaços para pastagens e/ou plantio de soja, por exemplo, ou de forma não intencional, mas descuidada, age sem avaliar os resultados previsíveis de seus atos e comportamentos. Isso quando seu comportamento não revela apenas a falta de  educação, quando atira um palito de fósforo ou um resto de cigarro em rodovias, dando origem a um desastre a que o clima seco serve de combustível natural. 

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Em meio à observação de tanto desastre que ameaça as matas ciliares, as nascentes, a preservação dos nossos cursos d'água para não falar da poluição e fuligem levadas pelo vento, que ameaça, nos centros urbanos, a saúde da população sujeita a respirar um ar de qualidade cada vez pior - confesso que, embora tardiamente, até hoje não consegui entender uma passagem do discurso de Bolsonaro, na ONU. 

Ali, discursando em defesa do comportamento de seu (des)governo em relação à preservação do meio ambiente, da floresta amazônica, de nossos mananciais, da biodiversidade, o presidente afirmou que nossa floresta é úmida e, por isso, não queima. 

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Ora, agindo talvez como o personagem de Elio Gaspari, Eremildo, o Idiota, ou quem sabe como a saudosa Velhinha de Taubaté, do grande Luiz Fernando Veríssimo, tendo a concordar com o presidente. Não é possível pegar fogo onde há tanta água, tanta umidade, o que indica que o presidente deve estar certo. 

No entanto, tal raciocínio nos faz defrontar com um problema de lógica, obviamente não considerado por esse gênio da raça que nos governa e sua vasta cultura e conhecimento: se a floresta é úmida e não queima, como é que no lado oriental, ali onde os ribeirinhos, caboclos e os índios - especialmente esses últimos- plantam e vivem desde antes da chegada do europeu a nosso país, o fogo se alastra? 

E, seguindo a linha de pensamento que atribui ao comportamento tradicional desses "selvagens" -  que desconhecem as mais avançadas técnicas de cultivo -,  a responsabilidade pelo fogo, como explicar que esse entorno ocidental da floresta ainda não foi extinto, mantendo-se preservado? 

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Tanto no risível discurso na ONU, quanto em outras várias oportunidades que se apresentam, é de uma  bizarrice atroz os argumentos que esse desgoverno insiste em apresentar para rebater aquilo que considera "acusações mentirosas, levianas, falaciosas" de que somos vítimas. 

Do alto de sua arrogância e incapacidade de pensar mais amplo, nossas autoridades insistem em manter um discurso hipócrita em defesa dos interesses nacionais, em defesa de nossa soberania, ameaçada pelo ataque cerrado desferido por outros povos e países cujo desejo inconfesso é o de se apossar da Amazônia e das riquezas de sua biodiversidade. 

Curioso é que, em todas as medidas que adota em relação a nosso bioma e nossa riqueza, o que fica patente é a miopia dessas nossas autoridades, incapazes de verem oportunidades de geração de riqueza em outras atividades exceto exercidas com base nas práticas tradicionais da monocultura de lavouras comerciais de exportação, como a soja, ou nas atividades pecuárias, ou ainda, de mineração. 

Ou seja: esses que têm a responsabilidade de pensarem e proporem o desenvolvimento de atividades geradoras de riqueza de base tecnológica, mais limpas e menos predatórias, ligadas à indústria de fármacos, química, etc. apenas conseguem enxergar e propor a exploração de atividades vinculadas à exploração extensiva de nosso território. 

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Pior ainda. Muitas vezes, essas autoridades agem ou se manifestam movidos por rompantes cujo objetivo é aguçar os brios de uma população que se deixa manipular por valores tão abstratos e de tão pouca utilidade, tendo em vista a  melhoria das condições de sobrevivência digna da população brasileira. 

Valores como patriotismo, nacionalismo (em sua visão mais canhestra) são utilizados para encobrir a postura equivocada e omissa do governo que, dessa forma, sente-se apoiado para passar da defensiva ao ataque mais rasteiro aos que os criticam.

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Argumentam que os europeus, que hoje cobram comportamento responsável de nosso país, foram no passado autores de devastações e agressões ao meio ambiente muito mais prejudiciais. 

Como se os valores de defesa dos recursos de nosso planeta tivessem existido desde sempre, e não fosse, justamente a constatação da degradação provocada pela atividade humana,  que provocasse a necessidade de uma mudança. 

Mudança salutar, não há como negar. Mas cujo reconhecimento, embora tardio, deve ser comemorado como revelador da evolução positiva proporcionada pela experiência humana.  

Nesse sentido, a lógica implícita no discurso de que ao nosso país deveria ser tolerada a exploração irracional e predatória do nosso território, apenas porque outros assim se comportaram no passado, é tosca e suicida para dizer o mínimo. Ambienticida. 

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Além de ilógico, o argumento ainda contém inverdades. Afinal, afirmar que somos o povo que mais preservou suas florestas, alegando que os europeus destruíram a cobertura vegetal de seus territórios não é apenas mostrar um desconhecimento da própria história econômica da humanidade e da evolução de nossa civilização. 

Significa não assumir que nosso descaso com a questão da ecologia foi, e continua sendo, um dos fatores que explicam o desmatamento da Mata Atlântica, reduzida hoje, a uma ínfima proporção do que era anteriormente.

O que, em termos absolutos, pode significar uma área desmatada maior que alguns dos territórios dos países vítimas de nossos ataques. 

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O pior é que é essa riqueza ambiental que, mais uma vez, é vítima da porteira agora aberta, para dar passagem à  que interesses econômicos possam vir a explorar e eliminar o pouco que ainda resta de conservação de restingas, de mangues, tão indispensáveis à manutenção de toda espécie de vida.

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Mas, se causas naturais explicam o outubro quente, outros fatores contribuem para a elevação da temperatura. Especialmente no campo político. 

Exemplo disso, é a discussão entre os sinistros do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e o nosso Pinóquio-mor, o sinistro da Economia, Guedes. 

Uma breve listagem de atos, falas e promessas desse que foi escolhido como o Posto Ipiranga desde o início do governo é suficiente para justificar o apelido e revelar a adulteração que sofreu o combustível à venda neste Posto.

Afinal, foi Guedes quem prometeu privatizar todo o patrimônio público, para arrecadar até 1 trilhão de reais. Como foi dele a promessa de eliminar o gigantesco déficit público já no primeiro ano de sua gestão. Como foi ele que afirmou que, graças ao esforço de investimento privado, tanto nacional quanto aquele atraído do exterior, a economia brasileira iria  retomar o seu crescimento. 

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Sem competência para dar andamento às reformas que prometeu entregar ao governo, preferiu trocar o discurso econômico por ofensas a altas autoridades estrangeiras, fazendo coro no desequilíbrio e na grosseria, ao seu patrão, como forma de mostrar alinhamento, na falta de resultados. 

Preocupado em reduzir o principal gasto público, representado pelo gargalo da Previdência e do pagamento de pensões e aposentadorias, com potencial de colocar em risco até mesmo o limite do teto de gastos, dedicou-se, inutilmente, à aprovação da Reforma da Previdência. 

Seu destempero, a falta de jogo político, somados à arrogância o derrotaram. Não fosse seu Secretário da Previdência, justamente Rogério Marinho e a participação fundamental na figura de fiador de Rodrigo Maia, a reforma não teria sido aprovada. 

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Não querendo dar sinal de fraqueza, começou a difundir dados de uma falsa recuperação econômica, no final do ano de 2019, desmentida pela pandemia que nos atingiu a partir de fevereiro/março.  

Mas Pinóquio não se deu por vencido e, continuou colhendo derrotas como sua proposta de pagamento de um auxílio emergencial no valor de 200 reais, para amenizar o sofrimento e a própria sobrevivência de milhões de pessoas, consideradas antes invisíveis, excluídas do mercado de trabalho e de consumo.  

Em boa hora, mais uma vez, o Congresso não deixou que tal ideia tivesse curso, elevando para 500 reais o valor do benefício mensal a ser pago, mais tarde elevado para 600 reais para um Bolsonaro interessado em não parecer ter ficado a reboque. 

Nesse instante, Pinóquio prometia uma retomada em V, também inviável. 

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Tendo sido derrotado em tudo que tentou ou se propôs a fazer, e para não ficar no ostracismo absoluto, retomou as investidas que já havia protagonizado antes, contra seus colegas de equipe técnica e companheiros de Ministério. 

Sua atuação na reunião fundante do Brasil da Falácia, dia 22 de abril, mostra seu grau de desespero e, mais uma vez, falta de humildade, ao se referir à leitura, no original, do livro de Keynes. 

Livro que leu e não entendeu nada, mesmo depois de releituras que alega ter feito. 

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Mais recentemente, movido por sentimentos pouco nobres, voltou a mirar seu armamento contra Maia, que o derrotou uma vez mais no Fundeb e no adiamento da medida que eliminava a opção de desoneração da folha de pagamentos.

Quando viu a oportunidade de desenhar o programa salvador da popularidade de seu patrão, o renda cidadã, mostrou mais uma vez sua incapacidade, tendo sido atropelado pela área política, representada  por seu ex-secretário, Rogério Marinho, agora sinistro do Desenvolvimento Regional. 

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Para financiar o programa que se transformou na menina dos olhos da virada populista do governo Bolsonaro, nas reuniões internas da equipe,  sugeriu o uso de fontes que permitissem contornar o obstáculo do limite do teto fiscal de gastos, em verdadeira manobra de ilusionismo, digna de um (mau) prestidigitador. 

Descoberta sua ação, partiu para o ataque àqueles que aprovaram as fontes por ele sugeridas, preferindo lavar as mãos e eximir-se de qualquer responsabilidade quanto ao anúncio das fontes. 

Pois é. Este é o Pinóquio, capaz de grosseiramente partir para o ataque a colegas, apenas por terem destacado sua participação ou omissão, nas discussões no Palácio. 

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Com outubro tão quente, por seu lado, o presidente para efeito interno, apenas lava as mãos, mostrando maior preocupação com a saúde  de seu ídolo maior, Trump, alcançado pela gripezinha que já matou 145 mil brasileiros. 

Para o mal ou para o bem, parece que Trump se recupera bem, embora a passos lentos, tendo em vista não ter feito uso da medicação recomendada por Bolsonaro: a cloroquina. 

Menos mal. 

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Sobre o bolsa cidadã e os pontos fortes e fracos de programas de benefícios sociais, fomos convidados para participar de um debate no último sábado, na Rádio Itatiaia, programa Palavra Aberta. 

A seguir, apresento o link da gravação do programa, para aqueles que tiverem interesse: 

https://www.itatiaia.com.br/central-de-audio/13/palavra-aberta.

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É isso.