Dizer do acumpliciamento de Aras e de Arthur Lira com a lista de crimes continuados e progressivos praticados pelo 1-Neurônio, que ocupa o governo visando destruir o Estado nacional, é prática tão repetitiva e inútil, quanto tentar ouvir um disco de vinil arranhado.
No
caso de Lira, o comportamento indecoroso tem bem mais que elementos apenas de
peleguismo ou bajulação explícita, que também estão presentes. A razão de fundo
é a posição privilegiada do nefasto deputado, como operador do maior esquema de
compra de votos já operado no Legislativo do país.
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Como
disse um analista outro dia, o esquema de corrupção que Lira comanda, face à
fraqueza e inépcia do ex-terrorista, serve para não deixar dúvidas de como eram
Anões os deputados apanhados fraudando os recursos do Orçamento,
tais como João Alves.
Não
por acaso, João Alves, o felizardo ganhador de mais de 200 prêmios de loteria e
líder da operação de desvio de verbas públicas na Comissão de Orçamento, era
também representante das Alagoas.
Como
Lira, como Renan, como Collor de Mello, como PC Farias que, mais que uma coincidência, é um traço revelador da percepção e da inteligência do nobre povo das Alagoas.
Afinal, basta o conterrâneo revelar potencial para a prática de alguns malfeitos,
até de alguns delitos, a população alagoana decide fazer uma faxina, mandando-os
para fora do Estado de forma a irem se instalar em Brasília.
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Desnecessário
observar que a conclusão acima contém dose explícita de cinismo, embora seja trágico
que a terra que nos propiciou um Teotônio Vilela, escolha como seu representante, hoje, gente de calibre tão minúsculo.
Na
mesma linha de raciocínio, como acusar Fernando Henrique da compra de voto do
acreano Ronivon Santiago quando de seu interesse na aprovação do projeto de
reeleição, pelos módicos 200 mil reais denunciados
pela imprensa?
E
o que dizer do criminoso esquema de compra de votos engendrado por Zé Dirceu e Lula?
Antes
de mais nada: foram todos esquemas criminosos de desvios ou mau uso de verbas
públicas.
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Esquemas semelhantes
aos desvios de dinheiro público de menor alcance, como as “rachadinhas”, a
contratação de funcionários fantasmas nos gabinetes das casas do povo, as Wal
do Açai ou da vida boa, o uso de verba de moradia para ‘comer mulher’, a compra
de 30 mil notebooks para distribuição aos 255 alunos de uma escola.
A
lista é longa e inclui tratores, o gasto de 26 milhões de reais na aquisição de
kits de robótica com preços superfaturados para
escolas sem água encanada - por acaso das Alagoas! Vergonhosamente incluí também vacinas
e até bíblias e ‘santinhos’ de ministros.
Se
a lista dos crimes é extensa, o gênio do mal não poderia ter sossego até que
fosse desenvolvido um novo modus operandi. Um novo esquema LEGALIZADO de
chegar ao mesmo resultado IMORAL, sempre perseguido.
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A
nata da bandidagem do país, bem longe do PCC, do CV e das penitenciárias de segurança
máxima que abrigam os líderes dessas facções, optou por desenvolver o Secretão:
o Orçamento Paralelo que possibilitou a aplicação, nos últimos anos, de mais de 45 bilhões de
reais, 16 deles apenas nesse ano de 2022, em.... obras municipais sem destinação
específica, ou obras vinculadas à Codevasf.
Aquelas
obras que o terrorista alega que pode até haver algum tipo de desvio, já que
são muitos contratos...
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Com
o que o fato de ser uma pequena quantidade de obras e um valor insignificante quando
comparado ao gigantesco volume de contratações, obras e recursos, servisse para
normalizar o que antes era merecedor de veemente condenação.
Portanto,
Lira seria o equivalente, em termos metafóricos, à personagem de Ali Babá e os ‘300
picaretas’ de Brasília, identificados por Lula.
Fosse
outra persona, honesta, o poder de Lira não serviria de base para o apoio venal
que presta, nem à vassalagem a que se entrega levemente constrangido.
De
forma inocente e idealista, talvez até poderia levá-lo a dar um basta e por um
fim à sangria, à hemorragia invisível de recursos que poderiam ser utilizados
para finalidades mais modestas, como reduzir a fome do povo.
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Quanto
à sabujice de Aras, é decorrente apenas do chamado vício dos vícios: a vaidade.
Sem
o mérito necessário e sem preencher as condições indispensáveis para realizar o
sonho de ter assento na Corte maior do país, que o seu protegido não desiste de
apequenar, vale-se da única arma de que dispõe: a omissão, a prevaricação, sua
transmutação pública em mero fantoche.
Ao
contrário de Lira, o que o move não assume o caráter financeiro, embora há de se considerar todas as vantagens que o cargo de ministro do Supremo lhe
renderá até o fim de seus dias.
Isso,
sem contar o prestígio que o cargo pode lhe proporcionar e o benefício que, em algumas ocasiões e para
certas personalidades, vale muito mais que a simples pecúnia: o poder. A ciência
de ter poder para ... acumular cada vez mais poder...
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Inegável, Aras é um caso clássico daqueles a que se encaixa bem a descrição ‘quem espera....
será que alcança?’
Há
que convir que sua aposta é arriscada, já que o candidato a que está umbilicalmente
vinculado pode não ser o vitorioso. E, ainda que fosse eleito, demonstra ser portador de um raciocínio tosco que, aliado à empatia de uma ameba, poderia levá-lo a não indicar o esperançoso Aras.
Aqui
faço apenas uma observação trivial: se Aras está onde se encontra, causando males à
sociedade brasileira, muito disso se deve ao Centrão.
O
Centrão de Lira, do orçamento Secretão, de Rodrigo Pacheco e seus 3 bilhões de
gastos para se tornar presidente do Senado, e dos espertos senadores que, sob a
desculpa de que Aras não iria criminalizar a política, o aprovaram na Sabatina
para recondução ao cargo.
A culpa de Lira e sua dívida vai muito
além de acompanhar o chefe da milícia.
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Mas a desfaçatez maior a que desejo
me referir hoje é a de Lindôra, a procuradora para quem as denúncias vazias contra o presidente deveriam ser todas arquivadas.
Enfim, se eu ou qualquer curandeiro, acreditássemos que as ervas e
os chás curam, e tratassemos àqueles de boa fé e desesperados que nos procuram com
tais remédios, não estaríamos sendo charlatões. Basta para isso que manifestássemos a convicção plena de que de nossa pajelança viria a cura da enfermidade. E que não
cobrássemos pela consulta ou tratamento, embora não estaria infringindo nenhuma norma
se aceitássemos as oferendas que nos trouxessem.
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O gênio inovador de Lindôra Araújo,
não se revela apenas na agenda de encontros secretos que mantém com o
presidente.
Revela-se sobretudo na nova tese
que traz para o estudo da área penal: se qualquer pessoa que sonhava em fazer a
medicina se frustra e não cumpre os requisitos para exercer tal função, basta
que tenha a firme convicção de que pode tentar algo para dar alívio ao paciente
enfermo, que estará justificado seu tresloucado comportamento.
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De mais a mais, mesmo não sendo
médica, acredita que o uso de máscaras não deve ser algo impositivo, nem condena o estímulo ou a prática à desobediência ao uso do equipamento de proteção, desde que a pessoa, em distintas
ocasiões e circunstâncias, seja e aja como um fiel defensor de suas ideias negacionistas.
Pela subprocuradora, acabamos com
o crime. Ele deixa de ser tipificado, desde que o criminoso tenha por costume
agir de acordo com o comportamento moralmente passível de apenação.
Esta é a mulher que, no meio do
mundo de funções masculinas, age como qualquer outro homem canalha, certamente
enfraquecendo a luta das milhares de mulheres de valor do país. O pior que
deseja e acredita em ser a próxima PGR, caso o 1-Neurônio seja eleito.
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Até iria comentar declarações de Ciro,
negando apoio a Lula, em eventual segundo turno.
Prefiro não fazê-lo. Acho que não vale
a pena. Não se chuta cachorro morto, nem se foi morto por seu próprio veneno.
Ciro mostra cada vez mais, o acerto
de quem nunca teve confiança em elegê-lo. De quebra, assim como Pétain, dependendo
do resultado das eleições, se apocalíptico, poderá ser alçado à nossa História.
Às páginas ou o mais provável, à lata
de lixo.