Na falta de qualquer manifestação que possa ser minimamente confundida com sentimentos mais nobres de sensibilidade, de empatia ou apenas de preocupação com o que acontece à sua volta, o psicopata no Planalto diz não ter nada a ver com a morte.
Para
ele, foi apenas “uma briga de duas pessoas lá em Foz do Iguaçu”.
Para
o general Mourão, seu vice, “evento lamentável. Ocorre tod final de semana... gente
qeu provavelmente bebe e extravasa as coisas.”
***
Um
parênteses: Mourão, o general vice... bem ser vice é algo que deveria ser
melhor compreendido. Afinal, ser vice é uma opção pessoal. Mas uma coisa é ser vice
de quem lustra nossa biografia.
No
caso de Mourão, ele mostra que seu perfil encaixa-se à perfeição ao titular do
cargo. E ele é o vice ideal de um miliciano, genocida e inculto sociopata. De
recursos mentais reduzidos à mais completa indigência.
***
Mas
Mourão assinala algo importante. Foi ele que expôs o fato de todos os
envolvidos serem ‘da área policial’.
Sinal
de que a deformação de caráter que a princípio poderia ser identificada apenas
no Exército e na formação militar, tem impactos também entre grande parte dos
que têm formação militar ou policial no nosso país.
Conclusão
a que chego com todas as devidas e necessárias ressalvas, de policiais valorosos
e heróicos, do Corpo de Bombeiros, e que sofrem em silêncio com os absurdos que
assistem em outras companhias.
***
Destaco
que não são apenas os militares, ou o pessoal policial – como a delegada Iane, justamente
afastada – capazes de mostrarem comportamento tão próximo à selvageria e
barbárie, tão ao gosto dos psicopatas e sociopatas, ou simplesmente inescrupulosos
que infestam as hordas fascistas cujos líderes ocupam cargos importantes do
governo.
Para
o líder do governo Ricardo Barros, agressões podem ocorrer ‘eventualmente’
durante o período eleitoral, como ocorrem em estádios
de futebol ou em brigas de trânsito, mas não são um elemento sistêmico
do processo político brasileiro.
Como
é bom saber disso. A violência não é estrutural. É algo inusitado e fora de
controle. A exceção!
***
Não!
Para
Rodrigo Pacheco, o candidato a capacho e líder do valhacouto (=esconderijo ou
abrigo) dos venais fiéis das verbas do Orçamento Secreto, as cenas “repugnantes, chocantes, expressão
pura .... do momento de muito ódio, de muita intolerância” devem merecer
especial atenção dos pré-candidatos que têm quase 80% das intenções de voto.
Para
ele, ambos os candidatos têm responsabilidade muito grande na fala, na forma de
conduzir as campanhas, sem ficar jogando a culpa um para os outros.
Ambos
devem repudiar qualquer ato de violência.
***
E
chegamos na midia, que acordou para a polarização que o país está vivendo e que
deve ser mantida sob controle.
Polarização.
Do dicionário, concentração em extremos opostos.
Do
que se depreende, dois bandos de pessoas armadas, tresloucadas, prontas para darem
início a um conflito de dimensões jamais imaginadas, recheadas de sangue inimigo,
transformado em troféu de guera.
***
Mas,
o terrorista que ocupa a presidência do país alega que nada tem a ver com o a escalada
de violência que estudos do Observatório da Violência Política e Eleitoral
(vide Folha de São Paulo de hoje, p. A7), indicam ser maior nessa primeira
metade do ano que os dados do último pleito.
Com
o alerta de que o pior ainda pode estar por vir.
***
A
bem da verdade, é importante recordar neste pitaco que, em nome de Jesus, o
filho de Deus feito homem, e maior
representação do Amor e da compaixão e solidariedade, também a Igreja por ele erguida
foi responsável por assassinatos e mortes cometidos em Seu nome. Para difundir
sua mensagem de Paz na terra entre os homens de boa vontade.
Não há como esquecer que a Igreja é formada por homens, pecadores, que a morte do Filho de Deus buscava redimir.
***
E se os seguidores do Cristo foram capazes de cometerem tantos atos
contrários a suas lições, em seu nome, o que esperar de quem por mera figura de
linguagem, teria dito que 30 mil teriam que ter morrido na ditadura militar de
64 a 85; que teria que levar os petistas e outros esquerdistas para a ponta da
praia; ou teria que fuzilar petistas.
Para quem já ouviu o áudio do julgamento do Tribunal Militar que o
considerou indigno de permanecer nas fileiras do Exército, é risível que o
terrorista venha falar em sentido figurado. Um homem com vocabulário de menos
de 500 vocábulos e incapaz de iniciar frases com maiúsculas.
Um homem para quem os livros e as bibliotecas são mais mortais que armas
e clubes de tiro.
***
Minha indignação só não é maior com o crime de ódio e intolerância
política, em razão de estarmos vivendo momentos sombrios em todos os campos de
nossa vida social.
Onde os temerários guardas da esquina arvoram-se no direito de excluírem
qualquer ilicitude de seus atos covardes, como a agressão de dois guardas
municipais em Belo Horizonte a um motoqueiro, o advogado que viu e filmou a
ação e sua namorada.
Onde balas perdidas sempre acham o corpo de um jovem negro de periferia,
ou meninas de 4 anos de idade, disparadas tais balas sempre pelas forças
policiais em constante conflito com as milícias ou as gangues do tráfico.
Onde membros da prestigiosa Polícia Rodoviária Federal reeditam
câmaras de tortura e de gás eternizadas pelo Holocausto.
***
Onde médicos se dão ao direito de abusarem sexualmente de clientes
indefesas, apenas para darem vazão a suas taras. Juízes se dão ao direito de
não cumprirem sua missão de serem os responsáveis pelo cumprimento das leis.
Onde um criminoso, sob as vestes de um juiz, comete atos contrários
à legislação apenas para punir desafetos portadores de opiniões políticas, ou
convicções religiosas divergentes.
Onde militares são os primeiros a desrespeitarem a farda que usam,
optando por se sobressaírem pela postura exclusiva de guardiões do monopólio da
violência institucionalizada.
Sempre em detrimento da segurança que juraram defender, e dos
interesses do povo que os sustenta.
***
De fato, o sociopata terrorista do desgoverno pode lavar as mãos em
relação aos casos de violência insuflados por seu discurso de ódio.
Na verdade, talvez ele não seja mesmo o responsável por toda essa
situação de mortes e ódio. Talvez isso seja imputar-lhe uma responsabilidade
maior que a que lhe compete: como porta voz ou o idiota que dá rosto à
manifestação de uma escória que insiste em resistir nas sombras do poder.
***
Termino com um poema expressão de toda minha indignação:
Não tenho lugar de fala
meu lugar é o que cala
dorme quieto, no fundo da garganta
rouca de tanto querer gritar.
Contra
o peso dos grilhões e da chibata
da labuta que escraviza e que mata
extrai de mim o humano e me transforma
neste desejo de luta por liberdade e igualdade.
Meu lugar cala no peito
de quem, sem medo de errar
deseja amar, seja como for ou do jeito que der
por saber que errado é não amar.
Cala no peito a injustiça cega
que omite a metade em mim, do que sou
um X apenas, metade da herança que domina
a raça
humana
desde a maternidade
e que por ter a força de verdade
me cala em seu colo
lugar em que descanso em liberdade
colo onde me calo e me situo
enfim, alguém, inteiramente à vontade.
3 comentários:
Está cada vez MAIS indignante viver nesses tempos, nesse país e nesse mundo…
Infelizmente estamos num retrocesso sem precedentes para a nossa geração, em que a solidariedade foi substituída pelo ódio irracional e violência extrema aos que pensam diferente, orquestrados pelos neofascistas.
O assassinato de Marcelo Arruda foi crime político, assim como o de Mariele e Anderson, assim como o de Kevin e tantas outras vítimas de um facismo latejante que para nosso horror só tem crescido ... O patrocinador é o atual presidente e sua prole. Não me refiro aqui apenas aos filhos naturais, mas também àqueles que compõem a manada de seguidores, tão bem representada por jorge josé.
Infelizmente creio que irá piorar...
Fernando Moreira
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