link no Youtube: https://youtu.be/DnmBa6NgAEM
A primeira eleição de Rodrigo
Pacheco para a presidência do Senado contou, inclusive, com apoio financeiro do ex-presidente genocida, refugiado
nos Estados Unidos.
Ao menos essa é a conclusão que
pode ser extraída da declaração do senador capixaba Marcos do Val, em
entrevista ao Estado de São Paulo, a respeito de haver recebido R$ 50 milhões
em emendas parlamentares como gratidão pelo apoio ao eleito.
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É certo que o senador bolsonarista
tentou voltar atrás e dar uma interpretação nova, a expressões que não nega ter
usado.
E agora o senador surpreende aos seus
eleitores e a todo o país, ao anunciar sua renúncia ao mandato, decepcionado
por ter recebido proposta de participar ativamente de um golpe de estado, inspirado
pelo fascista que comandava o Executivo. Segundo ele, o ex-presidente o coagiu,
sem êxito.
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Ao longo do exercício do cargo
Pacheco conseguiu, mineiramente, se desvencilhar de cabo eleitoral de tal peso,
assumindo posturas e adotando decisões pautadas pelo caráter de respeito ao Estado
Democrático de Direito não podemos nos esquecer que essa alteração de rota não
se deu sem idas e vindas.
Foi assim, por exemplo, com a
instalação da CPI da Covid, determinada pelo Supremo em atendimento a
provocação por senadores da oposição. Na mesma linha podem ser incluídas as
colocações em pauta e votações de PECs de cunho nitidamente eleitoral, como a
dos Precatórios e de alteração das alíquotas de ICMS.
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Menos mal: sua atuação ao longo
do processo eleitoral, especialmente em relação ao segundo turno; sua defesa da
urna eletrônica; o reconhecimento imediato do resultado do pleito e do novo
presidente eleito; e sua atuação firme ao rechaçar o golpe terrorista de 8 de
janeiro mereceram o apoio do presidente Lula.
No entanto, ganhar ontem do
candidato do golpista fujão, Rogério Marinho, em mais uma vitória apertada na disputa de
terceiro turno das eleições, deve ser saudada como como vitória da democracia.
Democracia EM RISCO.
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A começar pelo fato de Marinho prometer
colocar em pauta as medidas de vingança legislativa, inclusive de votação de
impeachment de ministros do Supremo considerados algozes dos representantes do
fascismo, apenas por não terem tolerado as patranhas e tentativas de subversão
da ordem e do direito inspiradas pelo genocida.
Quanto a isso, o próprio Pacheco
fez referência, no discurso apresentando sua candidatura, ao dizer do papel de
legislador do Senado. Sem revanchismo, mas aberto à discussão de vários temas
que envolvem o STF, através de apresentação e aprovação de leis definindo novos
comportamentos e novas relações.
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Em minha visão, muito pior seria
transformar o Senado naquilo que Eduardo Cunha e o imaturo e patético Aécio
transformaram a Câmara, na gestão Dilma II.
Incluo aí a criação de CPI dos
atos de 8 de janeiro, de interesse da turma golpista. Com que objetivo, além de
tumultuar?
Para mim, simples: criar um espaço
e ocupá-lo, com audiências e depoimentos capazes de, com apoio e recursos
oficiais, difundirem a mensagem falseada de que houve um golpe eleitoral,
perpretado com apoio dos ministros do TSE que agiu contra a lisura do pleito.
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Nesse caso, para cada analista sério
de Tecnologia da Informação e Computação,
seriam convocados vários analistas contratados a peso de ouro das terras Yanomami,
inclusive militares. Muitos militares.
Os mesmos que participaram das
tentativas do Exército e seu general de araque ministro de defesa de então, Paulo
Sérgio, contra as urnas eletrônicas, o
código fonte (não questionado) e a
inviolabilidade de todo o processo.
Com isso, o país todo estaria sob
a influência de debates estéreis, mas capazes de criarem o ambiente propício a
impedir o governo eleito de exercer seu mandato.
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Em momento de crise de
relacionamento com forças militares, tal ambiente estimularia a manutenção de
todo o movimento divisor da sociedade, mantendo os cidadãos não preparados para
o convívio social em ambiente democrático ativos nas ruas, nas portas dos quarteis.
Como se já não bastasse toda a
elite, todo o mercado financeiro e seus asseclas e toda a classe empresarial
truculenta do agroatraso, da grilagem de terras, da mineração poluidora nefasta
e assassina (mercúrio, Mariana, Brumadinho) e da porteira aberta para os crimes
ambientais em oposição ferrenha.
Como disse em entrevista à
revista Exame o inacreditável abílio diniz (minúsculo até no caráter!) temer uma
reforma tributária do tipo Robin Hood, tirando dos ricos para dar aos pobres.
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Para mim, longe de as relações com
militares estarem voltando ao seu curso normal, com o general Tomás Miguel, ex-chefe
de gabinete do golpista-mor Eduardo Villas Bôas, no comando do Exército, não pode
ser esquecido o fato de que não houve a falada insubordinação do então comandante
Arruda, do Exército; José Múcio não foi
omisso ou subserviente; e Lula deveria
ter assumido que, consultado sobre a prisão de golpistas acampados em Brasília
na noite do dia 8, contrariadíssimo, teve de ceder e adiar a ação uma vez
informado que poderia haver reação armada dos golpistas.
***
Enquanto isso, o Clube de Militares
da reserva, os militares de pijama, que se acham a salvação da pátria e suas publicações
fazem coro às falas irresponsáveis e fascistas do fujão, para quem o governo
Lula não deverá ter longa duração.
Não sei como andam os ânimos dos oficiais
graduados, responsáveis pela omissão de defesa do território nacional e pelo
desrespeito à Constituição Federal que juraram proteger e fazer cumprir, especialmente
no caso do genocídio Yanomami.
Não sei como estão os ânimos dos
jovens oficiais, atraídos pelo canto da sereia de militares no poder, de nossos
representantes do ultradireitismo fascista.
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Mas minha expectativa quanto à Ordem
do Dia no próximo 31 de março é muito ruim: criado tecendo loas ao período de
ditadura militar e sob pressão de seus colegas, o tom da nota oficial pode ser contrário ao
espírito do novo período democrático.
Por outro lado, um governo
democrático pode muito, mas não pode se omitir e deixar de se pronunciar com veemência
em tal situação.
E aí, o que fazer para apoiar a
nossa frágil democracia?
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