Confesso que tem sido muito difícil para mim, redigir os pitacos, o que antes eu fazia com muita facilidade e até alegria.
Mas, agora que a vida voltou ao normal e não tenho mais outros motivos que possam impedir a redação do texto (tais como problemas de saúde em família, etc.), a verdade é que a desculpa que me sobra é bastante trivial: não estou me sentindo apto, não me sinto preparado para emitir opiniões sobre o momento que estamos vivendo.
E não por ter deixado de acompanhar os eventos que insistem em invadir nossas casas pela telinha. Ao contrário. Mas por total incapacidade minha, e aqui reconheço essa incapacidade de entender minimamente o que ando vejo, escutando, lendo...
***
Só a título de exemplo, enquanto no Morumbi o São Paulo aplicava sonora e inexplicável goleada no Toluca, pelo placar de 4 a zero, às vezes eu sintonizava a tv Senado, onde a advogada Janaína respondia a questões de Suas Excelências Senadores.
Respondia é maneira de dizer. Ela gritava, em minha opinião, desrespeitava os senadores, procurando até mesmo ensinar-lhes o que eles deveriam fazer.
A ponto de, em certo momento, em resposta a um senador do PDT, começar dizendo que exigia ser respeitada, aos berros, dizendo que não iria tratar, naquele recinto, de relações particulares, entre ela e o cliente.
A reação foi tão curiosa, que exigiu imediata intervenção do presidente Lira, da Comissão, pedindo que a convidada se lembrasse de onde estava, e do comportamento que dela se esperava.
O que deu à advogada a oportunidade de se levantar e sair do recinto, quem sabe para se acalmar, e ir ao banheiro.
***
Já antes, havia me espantado com a douta resposta que sapecava em outro senador, que falou antes do senador Humberto Costa.
Oportunamente questionada a respeito das pedaladas, a advogada saiu com uma resposta que, no mínimo, já mostra como ela estava imbuída e preocupada tão somente com a questão de salvar o país das garras da corrupção.
Aos detalhes: o senador, corretamente dizia que, alegar que pedaladas houve antes, nos governos FHC e Lula, e que apenas ganhararam uma dimensão com Dilma muito mais espetaculosa, significava, em sua maneira de ver as coisas, que todos deveriam ser punidos, indistintamente.
Em sua opinião, haveria crime sempre e em qualquer circunstância, fosse o valor envolvido de 1 real, ou 1 milhão ou 1 bilhão.
Foi mais longe, questionou porque as pedaladas parecia estarem sendo toleradas com governadores, prefeitos, todos que ocupam cargos do Executivo, tanto pedaladas quanto as questões dos decretos orçamentários, mas não estariam sendo toleradas com Dilma.
***
Para minha surpresa, qual foi a resposta da advogada?
Começou dizendo que o problema é que os valores apresentaram crescimento exponencial, e isso era o crime de Dilma. Prosseguiu para dizer que não sabia, não detinha a informação e, portanto, não poderia afirmar nada a respeito das contas anteriores de FHC e Lula. Que conhecia tais contas apenas de informações e gráficos publicados em jornais, mas que os números de Dilma mostravam, cabalmente, o crime de responsabilidade.
Que ela ignorava e fazia questão de desconhecer ou refletir a respeito... em relação aos seus antecessores.
***
Mas, foi mais longe. E aí, é que eu percebi que estava vivendo um mundo surreal. Disse que ela apenas sabia dos valores e documentos do TCU a respeito das questões de pedaladas em 2014.
Ora, mas o STF não havia delimitado o problema do crime a ser julgado politicamente e juridicamente apenas ao mandato atual? Não é verdade que a presidenta não poderia estar sendo julgada por contas que são relativas a mandato anterior?
Independente de, como disse a advogada, o ano anterior ser pior, por ser ano eleitoral.
Ora, é outro mandato, e não cabe mais julgamento agora.
***
E olhe que eu nem estou questionando o fato de o TCU ser apenas órgão consultivo e, portanto, não ter qualquer mérito mais significativo ou qualquer outro efeito maior a recomendação - pois que trata-se apenas de uma recomendação- feita pelo tribunal, no minúsculo mesmo, em relação às contas de Dilma.
Porque é preciso deixar bem claro: as contas de 2015, as que poderiam dar ensejo a qualquer acusação de ato de crime de responsabilidade no EXERCÍCIO DO MANDATO, o próprio Tribunal não julgou nem se pronunciou ainda.
A menos que eu tenha perdido essa notícia nos jornais...nos últimos dias.
***
Mas, além de destempero total da advogada o que mais foi visto?
Primeiro, mais destempero. A advogada arrogante, tratando os senhores senadores como se tratasse com um bando de imbecis, ou ao menos os que não estavam convencidos de que Dilma não merece ser impichada...
Depois, a advogada reconhecendo que cometeu ilegalidades, como a que ela mesma revelou, de que, por amizade que mantém com Miguel Reale Jr. - o outro advogado que patrocina a causa, menos como advogado e mais como político que é, filiado ao PSDB-, ela deu aulas no lugar do professor titular de Direito, mesmo sem ter feito concurso.
Ou seja: mesmo não estando habilitada, ela estava dentro de sala de aula, ensinando a seus alunos, talvez, o respeito às normas jurídicas...
***
Bem a advogada, que admitiu que fez tudo por amor, não ao Brasil, mas ao dinheiro que a contratou para dar o parecer ao PSDB, tentava vender a ideia de ser a salvadora do país. Junto com os outros interessados diretos em forçar uma situação apenas e tão somente para poderem dar o golpe.
Desrespeitar as nossas leis e nossa Constituição.
Afinal, crime de responsabilidade, embora previsto não pode ser apenas bradado. Há que ser provado e, antes de mais nada, ter sido cometido...
***
Nesse meio tempo, surge uma senadora para fazer uma manifestação, não de inquirição ou consulta ou esclarecimento junto à advogada - talvez reconhecendo aquilo que eu já começava a me convencer: a advogada que assina o pedido de impeachment é muito fraquinha... Mas o que a senadora queria era fazer uma moção de desagravo à Janaína.
Ou seja: hipotecar solidariedade a quem estava ofendendo, aos berros, às vezes, a Casa a que a senadora pertencia.
***
Em minha opinião, já houve antes, naquela Alta Câmara legislativa gente que tinha assento e compostura. De muito melhor qualidade que os senadores que hoje ali frequentam.
***
No meio de todo meu completo assombro, devo dizer, no entanto que, conhecendo o senador Anastasia como conheço, já que tive a oportunidade de trabalhar com ele na Secretaria de Planejamento de Minas, quando ele era o adjunto do professor Paulo Paiva, e sabendo de sua reconhecida capacidade intelectual como professor de Direito Constitucional, não acredito que ele irá fazer um relatório que manche e enlameie toda sua trajetória de honra.
Não posso acreditar que o professor vá jogar na lata de lixo da história, apenas por compadrio com esse outro senador que, em minha opinião não honra Minas como faz questão de honrar o Rio, o menino do Rio: o tíbio e embolorado Aécio...não acredito que Anastasia vá fazer um relatório político, politiqueiro, negando tudo que construiu até aqui, apenas para poder alcançar o poder, custe o que custar.
***
Em minha opinião, diferente dos homens vaidosos e vazios de quem é amigo, que por isso mesmo almejam estar nas fotos oficiais no lugar central, Anastasia tem a personalidade dos grandes homens que sabe que mandam e são quem tomam as decisões e têm as rédeas sob seu comando, mesmo que sem aparecer com destaque nas fotos. Afinal, a Eminência parda, não pode tomar muita luz, para não ficar manchada.
***
Mas, já não contava mesmo com as grandes redes - de comunicação, todas venais e cheias de interesses escusos. E ainda assim, surpreendo-me com a facilidade com que trafegam e dão espaço para que os golpistas possam trafegar de lá para cá, emitindo opiniões, mesmo que omitindo rendas ou contas...
Agora, daí a virem com a bombástica notícia de que Temer não irá tentar se reeleger em 2018, caso se consuma mesmo o golpe agora.
Daí a dizer que o democrata vice vai propor uma reforma política que acabe com a invenção de FHC e seu PSDB, de reeleição, é no mínimo risível.
Logo Temer, que não tem votos nem para se eleger síndico de condomínio.
Afinal, a quem a mídia tenta iludir, quando diz que Temer não irá se candidatar?
Quando ele se candidatou e venceu uma eleição majoritária?
Como ele está pretendendo e pavimentando sua caminhada rumo ao assento presidencial?
Senão via golpe dos mais baixos e vis?
***
E tudo isso, apesar do toma lá, dá cá de cargos que a imprensa agora anuncia como a montagem do governo de salvação nacional, e antes era apenas o balcão de negócios podre da corrupção do PT.
Ok. Você golpista e antidemocrático venceu. Está vencendo.
E que pena que o país que você está construindo é tão podre e ruim. Fajuto mesmo. E você nem sabe ou percebe que está sendo manipulado por interesses da mídia mais inescrupulosa que podemos imaginar existir.
***
Tanto que vem aí, na Fazenda, provavelmente, Henrique Meirelles. Aquele mesmo que presidente do Banco Central, foi blindado por Lula, virando ministro, para que não tivesse que responder administrativamente a processos internos, instaurados pelo próprio BC.
Aquele que mantinha os juros em mais de 18%, mesmo que a inflação estivesse abaixo da meta, de 4,5%. E tudo isso tão somente, para dar lucros a seus amigos do mercado. Aqueles pobrezinhos dos banqueiros...
Não é a toa que seu nome é tão recebido por banqueiros de toda espécie. Quem não gosta de ganhar dinheiro, já perguntava Sílvio Santos a suas colegas de auditório. Quem quer dinheiro???
***
Do ponto de vista da economia, agora que se discute se deverá ou não ser dado um choque de gastos no país, com sua redução - que irá, por óbvio, acabar afetando os gastos sociais do governo, ou se tomar a direção contrária do aumento da carga tributária, apenas uma questão.
Como se sabe, atravessando o país uma depressão, como estamos, tanto é prejudicial cortar gastos, do ponto de vista da demanda agregada e da criação de empregos, quanto aumentar tributos.
Mas, porque ninguém tem mencionado que o multiplicador da economia vinculado aos tributos tem menor impacto e menor força que o gerado pelos gastos do governo?
Em bom português, as consequências, para o emprego de um corte de gastos são mais rigorosas..
***
Não poderia terminar sem tecer um comentário adicional.
Não gosto. Nunca gostei de Fernando Pimentel. Nunca confiei nele e seu próprio partido não deveria confiar, depois que ele traiu o PT mineiro, para apoiar Aécio e a indicação de Márcio Lacerda para a prefeitura de BH, há alguns anos.
Coitado! Tão incompetente que é, conseguiu a façanha de ser feito de tolo até por Aécio.
Que lhe deu um nó.
Bem não confio. Não gosto. Acho que ele é traíra. Não votei nele, não recomendaria o voto nele, em qualquer circunstância, e agora ele apronta mais essa.
Para blindar sua mulher, nomeia-a Secretaria do Trabalho. Tudo bem que não está tendo mesmo trabalho algum no país, para dar a ela alguma atividade.
Mas sua decisão de nomeá-la para escapar da punição da operação Zelotes, ou Acrônimo, ou ainda da própria Lava-Jato, apenas demonstra que minha intuição não me engana.
Ao menos minha intuição, já que do resto cada vez mais acho que entendo menos.
sexta-feira, 29 de abril de 2016
segunda-feira, 18 de abril de 2016
Um show de horrores na Câmara e impeachment para Aguirre
Domingo, 17 de abril. O relógio marcava alguns poucos minutos passados das 23 horas de um dia em que todas as atenções estavam centradas em questões e discussões políticas.
De repente, contrariando as previsões iniciais de que sairia da bancada da Bahia o voto que asseguraria o placar necessário à aprovação da remessa do processo de impeachment de Dilma ao Senado, ocorre a explosão definitiva de palmas, gritos e comemorações de alegria.
Coube a um deputado da bancada de Pernambuco o voto decisivo, de número 342.
A partir desse instante, se as imagens de todas as principais redes de televisão instaladas em plenário ainda não tinham sido suficientes para mostrar o nível ridiculamente baixo de conduta de nossos representantes, não houve mais espaço a dúvidas.
***
No afã de comemorarem a derrota que infligiam ao governo naquele instante crucial, todos os oposicionistas, favoráveis ao golpe, tiraram do fundo da garganta o grito que ali ficou guardado desde o último pleito de 2014.
E os versos de "Eu sou brasileiro, com muito orgulho e muito amor..." passou a ser entoado por todos que, finalmente, comemoravam a conquista no tapetão, daquilo que não tiveram capacidade de conquistar pela via democrática e mais difícil do voto.
***
Se até esse momento, sucediam-se as imagens supreendentes e chocantes de total descompostura de Suas Excelências, os nobres deputados, daí para a frente cheguei à conclusão que estava mesmo em um ambiente dominado pelo mesmo público, e com o mesmo comportamento das torcidas organizadas nas arenas de futebol.
Com direito a vaias, apupos, deputadas mulheres impedidas de se manifestarem, e deputados utilizando-se de plaquinhas com dizeres contra o governo e favoráveis ao impedimento, para impedirem as câmeras de focalizarem o rosto e a expressão de quem discursava.
Claro, apenas daqueles cujo partido, cujo voto já aberto ou cujo início da declaração de voto já sinalizava que seria um voto contrário ao desejado pelos elegantes e educados senhores.
***
De minha parte, apenas a constatação de que, tanto esforço fez a Globo, entre outras tevês, de dar ao evento a conotação de uma Copa do Mundo, colocando câmaras espalhadas no plenário até como forma de constranger a todos aqueles que "estavam contra o desejo do povo brasileiro (?)" ( não era esse o discurso de transformar a votação em um reality show? ) e os que tinham a convicção de que votavam a favor da preservação da democracia acabavam sendo impedidos de se manifestar, de aparecer, de dar a cara a conhecer e até a bater.
***
Talvez por que os que levantavam as plaquinhas não pudessem tolerar discursos em prol da democracia, ou em prol de valores mais elevados ligados à justiça, ao reconhecimento de que não se derruba um governo porque não nos é simpática a presidente, não se dá sequência a um processo de impeachment se não houver a comprovação de que o presidente, seja quem for, não cometeu um crime de responsabilidade. Tipificado e definido tal crime, como o exige o Direito, expressamente na lei.
***
E esses deputados que mostraram toda sua deseducação e baixeza de comportamento, muitos deles com suspeições sobre suas pessoas e suas condutas conforme informes extraídos da Lava Jato, ainda vaiavam aqueles discursos destinados a mostrar a total falta de legitimidade de um processo que não só se instaurou, teve curso e chegou até aquele momento movido pelos sentimentos mais torpes que podia dominar alguma pessoa, o senhor Eduardo Cunha.
O que eu percebi é que os nobres e incorruptíveis deputados preferiam sufocar pelo barulho de seus apupos, os questionamentos contra a figura do presidente da Casa, agora quase vice presidente de nosso país, unidos todos para fazer calar a verdade de que ontem, a corrupção venceu.
***
Curioso que os votos que, mesmo falando em Deus, na Pátria, na Família, na avó, na vaca malhada, na cadelinha, nos filhos e netos, mulheres, amantes e até em torturadores, como o fez Bolsonaro, não tivessem tempo estabelecido, nem regras, nem colegas dispostos a interromper a cantilena de citações, nem gritos de vota, vota.
Mas os que argumentavam que não havia crime de responsabilidade; os que alertavam que o processo todo destinava-se a tirar o eleito pelo voto popular para substitui-lo por quem não teve qualquer voto, nunca; os que insistiam em deixar claras as intenções contrárias a dar prosseguimento às investigações da Lava Jato, esses eram imediatamente constrangidos a votarem.
***
A transmissão de ontem foi um show de horrores e a data ficará na história como sendo aquela em que a corrupção foi combatida no nosso país. Em que as gangues que tomaram de assalto o poder foram dele apeadas, de forma definitiva. Em que Cunha, nosso santo guerreiro ficou do seu lugar, no centro da mesa principal, com o ar de escárnio e riso zombeteiro, imagem que consegui flagrar especialmente quando da declaração de voto do presidente do Conselho de Ética, o senhor José Carlos Araújo, que alertava ao presidente da Casa de que a vez dele iria chegar.
Essa imagem, do riso da vitória de quem não tem qualquer caráter e nem qualquer constrangimento de estar na posição em que ele, Cunha, ocupou, é a que vai ficar marcada em minha memória como a mais fiel expressão de quanto nosso país se apequenou e se amesquinhou, e como mostrou sua incapacidade de se emancipar e tomar em suas mãos a possibilidade de construir uma sociedade verdadeiramente justa e democrática.
***
Vergonha pelo golpe. Vergonha pelo que estamos fazendo com nossa democracia e com os votos de 54 milhões de eleitores.
***
Mas, como atleticano que sou, confesso que já devia estar acostumado. Afinal foi assim que vimos o Fluminense ganhar títulos contra nosso muito melhor futebol jogado dentro dos gramados.
Nós sabemos o que é sermos derrotados no tapetão.
E, nossa luta e nossas derrotas extracampo, apenas e talvez nos valorizem mais.
***
Semifinais do Mineiro.
Só para deixar claro minha repulsa pelo que nosso técnico Diego Aguirre, anda fazendo.
Embora não seja de Aguirre a culpa. Afinal, ele é mero contratado do Atlético. A culpa maior cabe a Daniel Nepomuceno por trazer um técnico que escala mal, mexe mal e cujo time não tem qualquer padrão definido de jogo.
O time do Atlético cada vez mais parece ser um amontoado de jogadores, sem funções claras em campo, sem saber o que devem saber, sem jogadas ensaiadas e que dependem apenas de seus momentos de inspiração, cada vez mais raros, para conseguir superar os adversários.
Fora Aguirre e suas invenções que já se provaram inócuas.
De repente, contrariando as previsões iniciais de que sairia da bancada da Bahia o voto que asseguraria o placar necessário à aprovação da remessa do processo de impeachment de Dilma ao Senado, ocorre a explosão definitiva de palmas, gritos e comemorações de alegria.
Coube a um deputado da bancada de Pernambuco o voto decisivo, de número 342.
A partir desse instante, se as imagens de todas as principais redes de televisão instaladas em plenário ainda não tinham sido suficientes para mostrar o nível ridiculamente baixo de conduta de nossos representantes, não houve mais espaço a dúvidas.
***
No afã de comemorarem a derrota que infligiam ao governo naquele instante crucial, todos os oposicionistas, favoráveis ao golpe, tiraram do fundo da garganta o grito que ali ficou guardado desde o último pleito de 2014.
E os versos de "Eu sou brasileiro, com muito orgulho e muito amor..." passou a ser entoado por todos que, finalmente, comemoravam a conquista no tapetão, daquilo que não tiveram capacidade de conquistar pela via democrática e mais difícil do voto.
***
Se até esse momento, sucediam-se as imagens supreendentes e chocantes de total descompostura de Suas Excelências, os nobres deputados, daí para a frente cheguei à conclusão que estava mesmo em um ambiente dominado pelo mesmo público, e com o mesmo comportamento das torcidas organizadas nas arenas de futebol.
Com direito a vaias, apupos, deputadas mulheres impedidas de se manifestarem, e deputados utilizando-se de plaquinhas com dizeres contra o governo e favoráveis ao impedimento, para impedirem as câmeras de focalizarem o rosto e a expressão de quem discursava.
Claro, apenas daqueles cujo partido, cujo voto já aberto ou cujo início da declaração de voto já sinalizava que seria um voto contrário ao desejado pelos elegantes e educados senhores.
***
De minha parte, apenas a constatação de que, tanto esforço fez a Globo, entre outras tevês, de dar ao evento a conotação de uma Copa do Mundo, colocando câmaras espalhadas no plenário até como forma de constranger a todos aqueles que "estavam contra o desejo do povo brasileiro (?)" ( não era esse o discurso de transformar a votação em um reality show? ) e os que tinham a convicção de que votavam a favor da preservação da democracia acabavam sendo impedidos de se manifestar, de aparecer, de dar a cara a conhecer e até a bater.
***
Talvez por que os que levantavam as plaquinhas não pudessem tolerar discursos em prol da democracia, ou em prol de valores mais elevados ligados à justiça, ao reconhecimento de que não se derruba um governo porque não nos é simpática a presidente, não se dá sequência a um processo de impeachment se não houver a comprovação de que o presidente, seja quem for, não cometeu um crime de responsabilidade. Tipificado e definido tal crime, como o exige o Direito, expressamente na lei.
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E esses deputados que mostraram toda sua deseducação e baixeza de comportamento, muitos deles com suspeições sobre suas pessoas e suas condutas conforme informes extraídos da Lava Jato, ainda vaiavam aqueles discursos destinados a mostrar a total falta de legitimidade de um processo que não só se instaurou, teve curso e chegou até aquele momento movido pelos sentimentos mais torpes que podia dominar alguma pessoa, o senhor Eduardo Cunha.
O que eu percebi é que os nobres e incorruptíveis deputados preferiam sufocar pelo barulho de seus apupos, os questionamentos contra a figura do presidente da Casa, agora quase vice presidente de nosso país, unidos todos para fazer calar a verdade de que ontem, a corrupção venceu.
***
Curioso que os votos que, mesmo falando em Deus, na Pátria, na Família, na avó, na vaca malhada, na cadelinha, nos filhos e netos, mulheres, amantes e até em torturadores, como o fez Bolsonaro, não tivessem tempo estabelecido, nem regras, nem colegas dispostos a interromper a cantilena de citações, nem gritos de vota, vota.
Mas os que argumentavam que não havia crime de responsabilidade; os que alertavam que o processo todo destinava-se a tirar o eleito pelo voto popular para substitui-lo por quem não teve qualquer voto, nunca; os que insistiam em deixar claras as intenções contrárias a dar prosseguimento às investigações da Lava Jato, esses eram imediatamente constrangidos a votarem.
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A transmissão de ontem foi um show de horrores e a data ficará na história como sendo aquela em que a corrupção foi combatida no nosso país. Em que as gangues que tomaram de assalto o poder foram dele apeadas, de forma definitiva. Em que Cunha, nosso santo guerreiro ficou do seu lugar, no centro da mesa principal, com o ar de escárnio e riso zombeteiro, imagem que consegui flagrar especialmente quando da declaração de voto do presidente do Conselho de Ética, o senhor José Carlos Araújo, que alertava ao presidente da Casa de que a vez dele iria chegar.
Essa imagem, do riso da vitória de quem não tem qualquer caráter e nem qualquer constrangimento de estar na posição em que ele, Cunha, ocupou, é a que vai ficar marcada em minha memória como a mais fiel expressão de quanto nosso país se apequenou e se amesquinhou, e como mostrou sua incapacidade de se emancipar e tomar em suas mãos a possibilidade de construir uma sociedade verdadeiramente justa e democrática.
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Vergonha pelo golpe. Vergonha pelo que estamos fazendo com nossa democracia e com os votos de 54 milhões de eleitores.
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Mas, como atleticano que sou, confesso que já devia estar acostumado. Afinal foi assim que vimos o Fluminense ganhar títulos contra nosso muito melhor futebol jogado dentro dos gramados.
Nós sabemos o que é sermos derrotados no tapetão.
E, nossa luta e nossas derrotas extracampo, apenas e talvez nos valorizem mais.
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Semifinais do Mineiro.
Só para deixar claro minha repulsa pelo que nosso técnico Diego Aguirre, anda fazendo.
Embora não seja de Aguirre a culpa. Afinal, ele é mero contratado do Atlético. A culpa maior cabe a Daniel Nepomuceno por trazer um técnico que escala mal, mexe mal e cujo time não tem qualquer padrão definido de jogo.
O time do Atlético cada vez mais parece ser um amontoado de jogadores, sem funções claras em campo, sem saber o que devem saber, sem jogadas ensaiadas e que dependem apenas de seus momentos de inspiração, cada vez mais raros, para conseguir superar os adversários.
Fora Aguirre e suas invenções que já se provaram inócuas.
terça-feira, 12 de abril de 2016
Mais do impeachment, do quadro trágico que pode ser imaginado e do Galo, com direito a pedido de impeachment de Aguirre
Em mais uma das seções que irão entrar para a história, tamanha sua confusão e baixo nível, foi aprovado ontem, na Comissão da Câmara destinada a analisar a viabilidade do impeachment, o relatório favorável a que o processo seja aberto e direcionado à análise do Senado.
***
Ao mesmo tempo, sem a participação do juiz Sérgio Moro, o que é bastante raro, vazava o áudio de Temer ensaiando o discurso de posse, no caso do impeachment ser aprovado no plenário da Câmara.
O que só pode significar que o vice já dá o jogo como ganho. Ou seja, que a votação do Congresso já tem seu resultado decidido.
De outra forma, como um político experiente e experimentado como Temer iria se deixar ser flagrado em situação tão curiosa? Especialmente quando, como raposa que é ou costuma ser, não pode ignorar o ditado popular de que de bunda de neném, da urna eleitoral e de cabeça de juiz pode-se esperar qualquer m....
***
Em relação ao placar favorável à aprovação do relatório contrário à presidenta, sem dúvida já era esperado. Afinal, em comissão de tal relevância, teriam acento os líderes partidários, vários dos quais, por motivos os mais variados, sequiosos por tirarem o PT do poder, pela única forma que, fracos como são, se acham capazes: artimanhas, tapetão e golpe.
***
Acho que bem diferente deverá ser a votação no plenário, onde a maioria é de deputados do chamado baixo clero, para os quais alguns cargos e posições que nunca teriam capacidade de atingir por méritos próprios, acabam contando muito.
Tanto que é possível que as vozes que chegam aos seus ouvidos, trazendo o clamor das ruas, podem perfeitamente bem serem superadas, pelas manifestações do ego, e da veleidade de que, de posse da caneta, poderão chegar muito mais próximo do interesse de seus eleitores, também eles, utilitaristas, ou até mais utilitaristas que os deputados.
***
Afinal, ao eleitor mediano, comove muito mais uma obra que melhore imediatamente o nível de sua qualidade de vida, com benefícios palpáveis, que uma pretensa melhoria no ambiente político do país, pela promoção de alguma medida profilática.
***
Mais ainda, quando as tais medidas profiláticas não enganam a quem quer que seja. A nossa Câmara continuará ainda por um bom tempo sendo presidida por nosso nobre Eduardo Cunha, com riscos de em ausência do pretenso presidente Temer, ou no caso de vacância do cargo, ser de Cunha o assento no Planalto.
De mais a mais, dentre os votantes no plenário, estarão vários indiciados nas operações que, justiça seja feita, chegaram ao ponto em que chegaram, tão somente porque o PSDB e os engavetadores de sua equipe, não tinham que se manifestar em relação à qualquer instauração de processo ou ato investigativo.
***
Então, não pode enganar a qualquer pessoa, mesmo que completamente desavisada, ou que tenha acabado de pousar na nossa terra vinda de Marte, o fato de o processo ora em marcha não tem nem o objetivo, nem a capacidade de varrer a corrupção do país. Presta-se apenas a varrer o PT do governo, já que aqui, de longa data, quem vem de baixo e que rouba é que é desonesto.
O que pode ser comprovado por ligeira passada de olhos nas páginas policiais dos jornais: todo pobre pego em alguma atividade criminosa é preso, às vezes torturado, outras também, é punido, embora todos sabemos que não ficará muito tempo atrás das grades, que aí também seria esperar demais...
Por outro lado, os ricos que roubam não são alcançados, exceto agora na Lava Jato; não vão presos, e nem têm seus retratos nas páginas policiais. Quando muito, se não são discretos, já que o segredo é a alma de certos negócios, deixam-se fotografar pelas lentes das colunas sociais.
***
Só para que não esqueçamos: quem rouba pouco é ladrão. Quem rouba muito é barão, já dizia a máxima popular, desde o Império.
***
De tudo, creio que o placar da votação ontem, na Comissão, não tenha sido tão ruim ao governo. Que contará ainda, no dia 17, se for mesmo essa a data, com a possibilidade de ausências de alguns deputados, daqueles que costumam acender velas a dois senhores...
***
Mas, curiosa é a reação de alguns apresentadores dos jornais de tevês, em especial a de Boris Casoy, no Jornal da Noite, edição de ontem.
Ao ver um líder governista expressar sua opinião de que, transposta para o plenário a mesma percentagem de votos que o governo obteve a seu favor na Comissão, o cálculo indicaria que a oposição não teria o número suficiente na Câmara, para perpretar o golpe.
***
Ao que o jornalista mais que rápido argumentou com o famoso raciocínio de que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Parecendo mais preocupado em não deixar a tese prosperar, na mesma hora o jornalista que detesta lixeiros, a quem não reconhece certos direitos nem de se divertirem quanto mais de aparecerem na cena pública, afirmou que ninguém deve se deixar levar por tal raciocínio e cálculo, já que são ambientes diferentes.
***
Insisto em dizer que na Câmara, onde o baixo clero tem mais peso, o governo pode até aumentar sua margem.
***
Mas, independente de concordarmos, como já foi mostrado acima, com o ministro Barroso, que lastima que o resultado do impeachment possa ser colocar no poder o PMDB e tudo de mais podre que possa estar presente na nossa política, o fato é que surpresas ainda mais amargas podem surgir no horizonte.
Supondo a aprovação do encaminhamento do processo ao Senado, com a substituição de Dilma no cargo de presidenta, e supondo a aceitação de recebimento do processo por aquela casa, pergunta-se: e se o governo Temer for ainda mais trágico, mais calamitoso e até mais tomado por exacerbações e violências de rua?
Não podemos nos esquecer que, tendo provado que não serve para ser governo, todos reconhecem que o PT é excelente na oposição. E desta feita trata-se de uma oposição que vem com sangue nos olhos, já que dificilmente deixará se convencer de que não houve golpe.
***
Então, o quadro que se apresenta é o pior dos pesadelos. Movimentos no campo, invasões de propriedade, reações e mortes, polícia e militares cada vez mais sendo chamados para dar cumprimento a sua missão, enquanto nas cidades, movimentos de paralisação e manifestações cada vez mais virulentas irão fazer o país dar curso a uma crise que não terá fim.
Pior: se uma proposta de solução para a crise for acompanhada da adoção de propostas que os setores mais elitistas e conservadores insistem em pregar.
Contendo medidas que desrespeitem direitos sociais duramente conquistados. Ou apenas que não respeitem direitos previstos na Constituição.
***
Apenas para complicar mais o quadro dantesco: se o governo Temer não tiver condições de arregimentar o apoio da classe empresarial, já que será inevitável, aumento da carga de tributos, a que os empresários manifestam tanta resistência.
***
Então, no caos, passados seis meses, poderia haver a possibilidade de Dilma voltar inocentada?
Ou de os militares voltarem?
Ou de a ideia de parlamentarismo voltar?
Ou eleições gerais com a volta de Lula????
***
Até por esse motivo sou contra o impeachment de Dilma.
Cada vez mais bombeiro que incendiário, acho que a escolha melhor é a de quanto menos mudanças menos mal... ao menos reduz o cheiro podre que nos ameaça.
***
Claro que além desse argumento, há outro forte: não há na Constituição forma de condenar algum mandatário por ser completamente incompetente. E Dilma, cujo nome ainda não apareceu em nenhum tipo de delação e acusações fundadas ou não, é isso: completamente incompetente.
***
Enquanto isso, Fernando Pimentel corre, ele também o risco de perder seu mandato.
Isso em um Estado que se orgulhava de ser o berço da Política nacional.
Imagem que levou muita gente a acreditar em contos da carochinha, deitando na fama e deixando de perceber que a arte da política exige mais que nunca sintonia com as demandas da população.
E as mudanças que o ambiente vai experimentando...
k***
Enquanto o Galo desafina
Ia falar do Atlético. Essa instituição que em alguns momentos entra em fases tão tétricas que fica difícil entender e avaliar.
Perder é do jogo. Perder por placar dilatado, também, embora mais doloroso.
Mas perder em casa e para um time que estava nas últimas posições da tabela, inclusive em parte do tempo do jogo estando rebaixado, então é de assombrar.
***
E isso na semana que vem um jogo tão importante quanto o contra o Melgar na quarta feira, pela Copa Libertadores.
***
Ao menos agiu bem o presidente Daniel Nepomuceno ao se reunir com todo o elenco e cobrar. E tem que exigir mesmo.
Embora tenha grande parcela da culpa do que está acontecendo.
Primeiro por trazer Aguirre, de quem não gosto e que acho que é um Autuori que fala embolado. E, tão ruim técnico quanto Autuori, em minha opinião.
Depois por alimentar a ideia de que temos um dos melhores plantéis, se não o melhor do país.
Porque time que tem Donizete para armar as jogadas de saída de bola, ou Eduardo para ajudar Donizete em campo ou ainda mantém Robinho no banco, sem aproveitar para treinar o artilheiro do Mineiro ao lado de Cazares, só pode mesmo dar o vexame que vimos no último domingo.
Claro que faltou vontade. Disposição. Garra. Coração.
Enquanto do outro lado tinha um time com Três Corações.
***
Ao mesmo tempo, sem a participação do juiz Sérgio Moro, o que é bastante raro, vazava o áudio de Temer ensaiando o discurso de posse, no caso do impeachment ser aprovado no plenário da Câmara.
O que só pode significar que o vice já dá o jogo como ganho. Ou seja, que a votação do Congresso já tem seu resultado decidido.
De outra forma, como um político experiente e experimentado como Temer iria se deixar ser flagrado em situação tão curiosa? Especialmente quando, como raposa que é ou costuma ser, não pode ignorar o ditado popular de que de bunda de neném, da urna eleitoral e de cabeça de juiz pode-se esperar qualquer m....
***
Em relação ao placar favorável à aprovação do relatório contrário à presidenta, sem dúvida já era esperado. Afinal, em comissão de tal relevância, teriam acento os líderes partidários, vários dos quais, por motivos os mais variados, sequiosos por tirarem o PT do poder, pela única forma que, fracos como são, se acham capazes: artimanhas, tapetão e golpe.
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Acho que bem diferente deverá ser a votação no plenário, onde a maioria é de deputados do chamado baixo clero, para os quais alguns cargos e posições que nunca teriam capacidade de atingir por méritos próprios, acabam contando muito.
Tanto que é possível que as vozes que chegam aos seus ouvidos, trazendo o clamor das ruas, podem perfeitamente bem serem superadas, pelas manifestações do ego, e da veleidade de que, de posse da caneta, poderão chegar muito mais próximo do interesse de seus eleitores, também eles, utilitaristas, ou até mais utilitaristas que os deputados.
***
Afinal, ao eleitor mediano, comove muito mais uma obra que melhore imediatamente o nível de sua qualidade de vida, com benefícios palpáveis, que uma pretensa melhoria no ambiente político do país, pela promoção de alguma medida profilática.
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Mais ainda, quando as tais medidas profiláticas não enganam a quem quer que seja. A nossa Câmara continuará ainda por um bom tempo sendo presidida por nosso nobre Eduardo Cunha, com riscos de em ausência do pretenso presidente Temer, ou no caso de vacância do cargo, ser de Cunha o assento no Planalto.
De mais a mais, dentre os votantes no plenário, estarão vários indiciados nas operações que, justiça seja feita, chegaram ao ponto em que chegaram, tão somente porque o PSDB e os engavetadores de sua equipe, não tinham que se manifestar em relação à qualquer instauração de processo ou ato investigativo.
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Então, não pode enganar a qualquer pessoa, mesmo que completamente desavisada, ou que tenha acabado de pousar na nossa terra vinda de Marte, o fato de o processo ora em marcha não tem nem o objetivo, nem a capacidade de varrer a corrupção do país. Presta-se apenas a varrer o PT do governo, já que aqui, de longa data, quem vem de baixo e que rouba é que é desonesto.
O que pode ser comprovado por ligeira passada de olhos nas páginas policiais dos jornais: todo pobre pego em alguma atividade criminosa é preso, às vezes torturado, outras também, é punido, embora todos sabemos que não ficará muito tempo atrás das grades, que aí também seria esperar demais...
Por outro lado, os ricos que roubam não são alcançados, exceto agora na Lava Jato; não vão presos, e nem têm seus retratos nas páginas policiais. Quando muito, se não são discretos, já que o segredo é a alma de certos negócios, deixam-se fotografar pelas lentes das colunas sociais.
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Só para que não esqueçamos: quem rouba pouco é ladrão. Quem rouba muito é barão, já dizia a máxima popular, desde o Império.
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De tudo, creio que o placar da votação ontem, na Comissão, não tenha sido tão ruim ao governo. Que contará ainda, no dia 17, se for mesmo essa a data, com a possibilidade de ausências de alguns deputados, daqueles que costumam acender velas a dois senhores...
***
Mas, curiosa é a reação de alguns apresentadores dos jornais de tevês, em especial a de Boris Casoy, no Jornal da Noite, edição de ontem.
Ao ver um líder governista expressar sua opinião de que, transposta para o plenário a mesma percentagem de votos que o governo obteve a seu favor na Comissão, o cálculo indicaria que a oposição não teria o número suficiente na Câmara, para perpretar o golpe.
***
Ao que o jornalista mais que rápido argumentou com o famoso raciocínio de que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Parecendo mais preocupado em não deixar a tese prosperar, na mesma hora o jornalista que detesta lixeiros, a quem não reconhece certos direitos nem de se divertirem quanto mais de aparecerem na cena pública, afirmou que ninguém deve se deixar levar por tal raciocínio e cálculo, já que são ambientes diferentes.
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Insisto em dizer que na Câmara, onde o baixo clero tem mais peso, o governo pode até aumentar sua margem.
***
Mas, independente de concordarmos, como já foi mostrado acima, com o ministro Barroso, que lastima que o resultado do impeachment possa ser colocar no poder o PMDB e tudo de mais podre que possa estar presente na nossa política, o fato é que surpresas ainda mais amargas podem surgir no horizonte.
Supondo a aprovação do encaminhamento do processo ao Senado, com a substituição de Dilma no cargo de presidenta, e supondo a aceitação de recebimento do processo por aquela casa, pergunta-se: e se o governo Temer for ainda mais trágico, mais calamitoso e até mais tomado por exacerbações e violências de rua?
Não podemos nos esquecer que, tendo provado que não serve para ser governo, todos reconhecem que o PT é excelente na oposição. E desta feita trata-se de uma oposição que vem com sangue nos olhos, já que dificilmente deixará se convencer de que não houve golpe.
***
Então, o quadro que se apresenta é o pior dos pesadelos. Movimentos no campo, invasões de propriedade, reações e mortes, polícia e militares cada vez mais sendo chamados para dar cumprimento a sua missão, enquanto nas cidades, movimentos de paralisação e manifestações cada vez mais virulentas irão fazer o país dar curso a uma crise que não terá fim.
Pior: se uma proposta de solução para a crise for acompanhada da adoção de propostas que os setores mais elitistas e conservadores insistem em pregar.
Contendo medidas que desrespeitem direitos sociais duramente conquistados. Ou apenas que não respeitem direitos previstos na Constituição.
***
Apenas para complicar mais o quadro dantesco: se o governo Temer não tiver condições de arregimentar o apoio da classe empresarial, já que será inevitável, aumento da carga de tributos, a que os empresários manifestam tanta resistência.
***
Então, no caos, passados seis meses, poderia haver a possibilidade de Dilma voltar inocentada?
Ou de os militares voltarem?
Ou de a ideia de parlamentarismo voltar?
Ou eleições gerais com a volta de Lula????
***
Até por esse motivo sou contra o impeachment de Dilma.
Cada vez mais bombeiro que incendiário, acho que a escolha melhor é a de quanto menos mudanças menos mal... ao menos reduz o cheiro podre que nos ameaça.
***
Claro que além desse argumento, há outro forte: não há na Constituição forma de condenar algum mandatário por ser completamente incompetente. E Dilma, cujo nome ainda não apareceu em nenhum tipo de delação e acusações fundadas ou não, é isso: completamente incompetente.
***
Enquanto isso, Fernando Pimentel corre, ele também o risco de perder seu mandato.
Isso em um Estado que se orgulhava de ser o berço da Política nacional.
Imagem que levou muita gente a acreditar em contos da carochinha, deitando na fama e deixando de perceber que a arte da política exige mais que nunca sintonia com as demandas da população.
E as mudanças que o ambiente vai experimentando...
k***
Enquanto o Galo desafina
Ia falar do Atlético. Essa instituição que em alguns momentos entra em fases tão tétricas que fica difícil entender e avaliar.
Perder é do jogo. Perder por placar dilatado, também, embora mais doloroso.
Mas perder em casa e para um time que estava nas últimas posições da tabela, inclusive em parte do tempo do jogo estando rebaixado, então é de assombrar.
***
E isso na semana que vem um jogo tão importante quanto o contra o Melgar na quarta feira, pela Copa Libertadores.
***
Ao menos agiu bem o presidente Daniel Nepomuceno ao se reunir com todo o elenco e cobrar. E tem que exigir mesmo.
Embora tenha grande parcela da culpa do que está acontecendo.
Primeiro por trazer Aguirre, de quem não gosto e que acho que é um Autuori que fala embolado. E, tão ruim técnico quanto Autuori, em minha opinião.
Depois por alimentar a ideia de que temos um dos melhores plantéis, se não o melhor do país.
Porque time que tem Donizete para armar as jogadas de saída de bola, ou Eduardo para ajudar Donizete em campo ou ainda mantém Robinho no banco, sem aproveitar para treinar o artilheiro do Mineiro ao lado de Cazares, só pode mesmo dar o vexame que vimos no último domingo.
Claro que faltou vontade. Disposição. Garra. Coração.
Enquanto do outro lado tinha um time com Três Corações.
terça-feira, 5 de abril de 2016
A defesa contra o GOLPE e as reações daqueles que não respeitam minimamente as leis e a democracia
Claro. Não vale muito, em especial para a Globo. Mas mesmo tendo como base os parcos fundamentos jurídicos que possuo, achei a defesa apresentada ontem, na Comissão que analisa o impeachment da presidenta Dilma, pelo Advogado geral da União muito bem elaborada.
Por óbvio, a oposição golpista, até para honrar o adjetivo, continuou com seu discurso, de que houve sim, crime de responsabilidade.
Argumentou a oposição que houve dolo da presidenta, mesmo que ela tivesse agido sob orientação, e amparada por pareceres jurídicos. E muito embora ela tivesse agido como todos os presidentes que a antecederam, em escala, reconheçamos, cada vez mais crescente.
Que não tivesse havido operação de crédito, já que o repasse dos bancos públicos para o governo foi realizado revestido pela forma legal de um convênio tampouco merece consideração.
Além disso, que os atos se deram em mandato anterior ao atual, mesmo aceitando-se que o Tribunal de Contas tivesse recomendado a condenação das contas de Dilma depois que as práticas tivessem ocorrido, o que antes não fora nunca objeto de não aprovação, também pouco importa.
Porque a oposição deseja é o Poder.
O mando.
A posição que o povo lhe negou nas urnas.
E é isso que alimenta os golpistas: a esperança não disfarçada de que no país do futebol, onde o uniforme dos que lutam contra a corrupção, é a camisa amarela da seleção patrocinada pela CBF, sempre é possível reeditar-se as vitórias que caracterizaram o Fluminense. No tapetão.
***
Mas, isso pouco importa.
Afinal, como dizia Miriam Leitão, no Bom Dia Brasil agora de manhã, há que se agir de maneira a não vender a imagem de que o país aceita que um chefe de Executivo possa fazer o que bem entender, protegido pelo manto da impunidade assegurada por uma questão de o mandato ter ou não se encerrado.
Antes de comentar o fato simplório de que essa exigência ou determinação está prevista na Constituição, quando traz as condições que definem o crime de responsabilidade que justifica o impeachment, o que parece foi esquecido por Miriam, vamos concordar com a jornalista, de que o problema só existe, em relação a questão do mandato, em função de termos hoje, em nosso país, o instituto da reeleição.
Instituto que permite que o presidente no exercício do mandato atual, não possa ser julgado por questões relativas ao mandato anterior.
Instituto da reeleição que foi criada e incluída em nossa legislação por FHC, aquele que mordido pela mosca azul de seu ministro Serjão desejava manter seu partido 20 anos no poder.
***
Bem, lembrar que a reeleição foi aprovada apenas por que houve compra de votos, como os 200 mil reais pagos ao deputado do Acre, Ronivon, não permitem esquecer, o que constitui em valores mais parcos o projeto piloto do mensalão, é coisa que os jornalistas da Globo não conseguem enxergar.
E lembrar que sem reeleição, terminou o mandato já é possível punir os atos considerados como crimes de responsabilidade, até em esfera criminal, é apenas um pequeno detalhe.
***
Mas, é necessário reconhecer que esperar de Miriam, ou de outros repórteres e apresentadores da Globo, a grandeza de pensarem diferente de sua patroa é pedir muito.
Afinal, mais que não serem capazes de pensarem por conta própria, o que percebo, em relação a esses profissionais da imprensa, é que eles têm sim vontade própria. E pensam exatamente como a própria Globo.
Claro, a empresa não iria manter em seus quadros pessoas com opinião divergente. Há sempre, e a teoria da administração já cansou de mostar isso, uma espécie de funil, de instrumento de recrutamento que privilegia a formação de um grupo hegemônico.
Daí que os jornalistas da Globo, ou da Bandeirantes, ou da Record, devem ser perdoados. E/ou quem gostaria de ter um jornal ou programas com um mínimo de isenção deveria desligar a tevê. Ou mudar de canal e assistir a amenidades.
***
Devo fazer uma outra observação: é verdade que, se houve utilização pelo governo de recursos que não estavam contemplados no orçamento; ou que se o governo não teria dinheiro para bancar os custos dos programas que não são seus, mas de toda a sociedade, e para isso usou do subterfúgio dos convênios de repasse com bancos públicos, por ele controlados, seja sob a forma que for, mesmo que legal já que antes admitida pelo TCU, o que deve ser feito é se discutir uma nova legislação que impeça que tais artifícios possam ser usados, descaracterizando as leis que visam um mínimo de controle da situação fiscal.
***
Mas isso é querer demais, eu reconheço, de uma oposição tão inepta. Tão ruim de serviço e de caráter, se é que tem algum.
***
Não houve crime, nem há motivo legal para que o país venha a ser vítima da alternativa de poder que se apresenta, com Temer e seu PMDB, e agora seu reboque, o PSDB.
Curioso o PSDB, de partido líder da oposição, de maior bancada, de partido com os membros mais distintos, sob a liderança de Aécio virou apenas o reboque, o partido que se aproveita das conquistas do PMDB.
Comportamento tão nobre como o da mulher, que se aproveita das conquistas de seu amante.
O que virou o PSDB? Mera cortesã, tirando proveito do que não consegue por méritos próprios.
E, aqui, apenas para não ficar de fora do comportamento politicamente correto, é preciso que eu reconheça que as amantes, têm muito mais a receber pelo que fazem, que aquilo que lhes é permitido. Nada contra elas, aqui utilizadas apenas para ilustrar uma situação que poderia ser equiparada à do marido que se aproveita dos ganhos e conquistas da mulher lutadora, honesta e trabalhadora.
***
Mas, gostei do que vi dos trechos selecionados pelos jornais televisivos, da defesa tecnica e política apresentada por José Eduardo Cardozo. Defesa que achei consistente, em todas as esferas que sabe-se, vai se dar a formação de juízo da questão.
Claro, acreditando que há deputados na Comissão (e no plenário) que não sejam apenas e tão somente os meninos de recado das instâncias superiores que desejam e armaram o golpe.
Golpe sim, por não cumprir o que manda a Constituição, mesmo que esquecida por Miriam Leitão.
***
Golpe sim, de tapetão, como ficou suficientemente demonstrado por Juca Kfouri, em sua coluna de domingo último, em que fazendo uma analogia com o futebol, mostra que a discussão atual, que embasa a defesa da presidenta, está centrada em duas questões completamente distintas.
Uma a de que não houve a mão na área que o juiz está alegando que deu origem à marcação do penalti.
Outra, que se houve qualquer falha no lance, houve apenas uma obstrução feita ao atacante adversário, antes que esse alcançasse as linhas definidoras da grande área.
Logo, o lance não caracterizaria a penalidade, e daí para a frente, a marcação feita pelo juiz é roubo.Simples assim.
Já a oposição argumenta que no futebol é legal a marcação de penalti, o que ninguém duvida ou discute.
Discute-se o lance real, acontecido naquele jogo e momento.
***
Mas se magistral a defesa de Juca, da permanência da presidenta pela ausência de motivos para o impeachment, é inegável que esperar que essa defesa seja minimamente considerada pela oposição é dar um voto de crédito aos políticos (da oposição) que os mesmos não tem feito por merecer. O que aliás, justifica a ida de muita gente para as ruas de nossas capitais, em manifestações de protesto.
***
Certo está é Lula ao afirmar que Temer, sem condições de alcançar o cargo pelo voto, tal qual Aécio, e outros pessedebistas, deve apelar mesmo para o tapetão.
E com apoio de um juiz e um grupo de procuradores que, antes de desejarem investigar e punir os malfeitos, apenas se preocupam em investigar um partido, como Jânio de Freitas destacou na sua coluna de domingo, também na Folha, ao examinar e citar trecho da fala de mais um desses procuradores que buscam alcançar o estrelato.
É isso.
O que estamos vendo no país é GOLPE.
E infelizmente nos obriga a lutar pela democracia, nesse momento, tendo que defender a um partido, o PT, que nunca teve qualquer simpatia, ao menos de minha parte.
Por óbvio, a oposição golpista, até para honrar o adjetivo, continuou com seu discurso, de que houve sim, crime de responsabilidade.
Argumentou a oposição que houve dolo da presidenta, mesmo que ela tivesse agido sob orientação, e amparada por pareceres jurídicos. E muito embora ela tivesse agido como todos os presidentes que a antecederam, em escala, reconheçamos, cada vez mais crescente.
Que não tivesse havido operação de crédito, já que o repasse dos bancos públicos para o governo foi realizado revestido pela forma legal de um convênio tampouco merece consideração.
Além disso, que os atos se deram em mandato anterior ao atual, mesmo aceitando-se que o Tribunal de Contas tivesse recomendado a condenação das contas de Dilma depois que as práticas tivessem ocorrido, o que antes não fora nunca objeto de não aprovação, também pouco importa.
Porque a oposição deseja é o Poder.
O mando.
A posição que o povo lhe negou nas urnas.
E é isso que alimenta os golpistas: a esperança não disfarçada de que no país do futebol, onde o uniforme dos que lutam contra a corrupção, é a camisa amarela da seleção patrocinada pela CBF, sempre é possível reeditar-se as vitórias que caracterizaram o Fluminense. No tapetão.
***
Mas, isso pouco importa.
Afinal, como dizia Miriam Leitão, no Bom Dia Brasil agora de manhã, há que se agir de maneira a não vender a imagem de que o país aceita que um chefe de Executivo possa fazer o que bem entender, protegido pelo manto da impunidade assegurada por uma questão de o mandato ter ou não se encerrado.
Antes de comentar o fato simplório de que essa exigência ou determinação está prevista na Constituição, quando traz as condições que definem o crime de responsabilidade que justifica o impeachment, o que parece foi esquecido por Miriam, vamos concordar com a jornalista, de que o problema só existe, em relação a questão do mandato, em função de termos hoje, em nosso país, o instituto da reeleição.
Instituto que permite que o presidente no exercício do mandato atual, não possa ser julgado por questões relativas ao mandato anterior.
Instituto da reeleição que foi criada e incluída em nossa legislação por FHC, aquele que mordido pela mosca azul de seu ministro Serjão desejava manter seu partido 20 anos no poder.
***
Bem, lembrar que a reeleição foi aprovada apenas por que houve compra de votos, como os 200 mil reais pagos ao deputado do Acre, Ronivon, não permitem esquecer, o que constitui em valores mais parcos o projeto piloto do mensalão, é coisa que os jornalistas da Globo não conseguem enxergar.
E lembrar que sem reeleição, terminou o mandato já é possível punir os atos considerados como crimes de responsabilidade, até em esfera criminal, é apenas um pequeno detalhe.
***
Mas, é necessário reconhecer que esperar de Miriam, ou de outros repórteres e apresentadores da Globo, a grandeza de pensarem diferente de sua patroa é pedir muito.
Afinal, mais que não serem capazes de pensarem por conta própria, o que percebo, em relação a esses profissionais da imprensa, é que eles têm sim vontade própria. E pensam exatamente como a própria Globo.
Claro, a empresa não iria manter em seus quadros pessoas com opinião divergente. Há sempre, e a teoria da administração já cansou de mostar isso, uma espécie de funil, de instrumento de recrutamento que privilegia a formação de um grupo hegemônico.
Daí que os jornalistas da Globo, ou da Bandeirantes, ou da Record, devem ser perdoados. E/ou quem gostaria de ter um jornal ou programas com um mínimo de isenção deveria desligar a tevê. Ou mudar de canal e assistir a amenidades.
***
Devo fazer uma outra observação: é verdade que, se houve utilização pelo governo de recursos que não estavam contemplados no orçamento; ou que se o governo não teria dinheiro para bancar os custos dos programas que não são seus, mas de toda a sociedade, e para isso usou do subterfúgio dos convênios de repasse com bancos públicos, por ele controlados, seja sob a forma que for, mesmo que legal já que antes admitida pelo TCU, o que deve ser feito é se discutir uma nova legislação que impeça que tais artifícios possam ser usados, descaracterizando as leis que visam um mínimo de controle da situação fiscal.
***
Mas isso é querer demais, eu reconheço, de uma oposição tão inepta. Tão ruim de serviço e de caráter, se é que tem algum.
***
Não houve crime, nem há motivo legal para que o país venha a ser vítima da alternativa de poder que se apresenta, com Temer e seu PMDB, e agora seu reboque, o PSDB.
Curioso o PSDB, de partido líder da oposição, de maior bancada, de partido com os membros mais distintos, sob a liderança de Aécio virou apenas o reboque, o partido que se aproveita das conquistas do PMDB.
Comportamento tão nobre como o da mulher, que se aproveita das conquistas de seu amante.
O que virou o PSDB? Mera cortesã, tirando proveito do que não consegue por méritos próprios.
E, aqui, apenas para não ficar de fora do comportamento politicamente correto, é preciso que eu reconheça que as amantes, têm muito mais a receber pelo que fazem, que aquilo que lhes é permitido. Nada contra elas, aqui utilizadas apenas para ilustrar uma situação que poderia ser equiparada à do marido que se aproveita dos ganhos e conquistas da mulher lutadora, honesta e trabalhadora.
***
Mas, gostei do que vi dos trechos selecionados pelos jornais televisivos, da defesa tecnica e política apresentada por José Eduardo Cardozo. Defesa que achei consistente, em todas as esferas que sabe-se, vai se dar a formação de juízo da questão.
Claro, acreditando que há deputados na Comissão (e no plenário) que não sejam apenas e tão somente os meninos de recado das instâncias superiores que desejam e armaram o golpe.
Golpe sim, por não cumprir o que manda a Constituição, mesmo que esquecida por Miriam Leitão.
***
Golpe sim, de tapetão, como ficou suficientemente demonstrado por Juca Kfouri, em sua coluna de domingo último, em que fazendo uma analogia com o futebol, mostra que a discussão atual, que embasa a defesa da presidenta, está centrada em duas questões completamente distintas.
Uma a de que não houve a mão na área que o juiz está alegando que deu origem à marcação do penalti.
Outra, que se houve qualquer falha no lance, houve apenas uma obstrução feita ao atacante adversário, antes que esse alcançasse as linhas definidoras da grande área.
Logo, o lance não caracterizaria a penalidade, e daí para a frente, a marcação feita pelo juiz é roubo.Simples assim.
Já a oposição argumenta que no futebol é legal a marcação de penalti, o que ninguém duvida ou discute.
Discute-se o lance real, acontecido naquele jogo e momento.
***
Mas se magistral a defesa de Juca, da permanência da presidenta pela ausência de motivos para o impeachment, é inegável que esperar que essa defesa seja minimamente considerada pela oposição é dar um voto de crédito aos políticos (da oposição) que os mesmos não tem feito por merecer. O que aliás, justifica a ida de muita gente para as ruas de nossas capitais, em manifestações de protesto.
***
Certo está é Lula ao afirmar que Temer, sem condições de alcançar o cargo pelo voto, tal qual Aécio, e outros pessedebistas, deve apelar mesmo para o tapetão.
E com apoio de um juiz e um grupo de procuradores que, antes de desejarem investigar e punir os malfeitos, apenas se preocupam em investigar um partido, como Jânio de Freitas destacou na sua coluna de domingo, também na Folha, ao examinar e citar trecho da fala de mais um desses procuradores que buscam alcançar o estrelato.
É isso.
O que estamos vendo no país é GOLPE.
E infelizmente nos obriga a lutar pela democracia, nesse momento, tendo que defender a um partido, o PT, que nunca teve qualquer simpatia, ao menos de minha parte.
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