Em mais uma das seções que irão entrar para a história, tamanha sua confusão e baixo nível, foi aprovado ontem, na Comissão da Câmara destinada a analisar a viabilidade do impeachment, o relatório favorável a que o processo seja aberto e direcionado à análise do Senado.
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Ao mesmo tempo, sem a participação do juiz Sérgio Moro, o que é bastante raro, vazava o áudio de Temer ensaiando o discurso de posse, no caso do impeachment ser aprovado no plenário da Câmara.
O que só pode significar que o vice já dá o jogo como ganho. Ou seja, que a votação do Congresso já tem seu resultado decidido.
De outra forma, como um político experiente e experimentado como Temer iria se deixar ser flagrado em situação tão curiosa? Especialmente quando, como raposa que é ou costuma ser, não pode ignorar o ditado popular de que de bunda de neném, da urna eleitoral e de cabeça de juiz pode-se esperar qualquer m....
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Em relação ao placar favorável à aprovação do relatório contrário à presidenta, sem dúvida já era esperado. Afinal, em comissão de tal relevância, teriam acento os líderes partidários, vários dos quais, por motivos os mais variados, sequiosos por tirarem o PT do poder, pela única forma que, fracos como são, se acham capazes: artimanhas, tapetão e golpe.
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Acho que bem diferente deverá ser a votação no plenário, onde a maioria é de deputados do chamado baixo clero, para os quais alguns cargos e posições que nunca teriam capacidade de atingir por méritos próprios, acabam contando muito.
Tanto que é possível que as vozes que chegam aos seus ouvidos, trazendo o clamor das ruas, podem perfeitamente bem serem superadas, pelas manifestações do ego, e da veleidade de que, de posse da caneta, poderão chegar muito mais próximo do interesse de seus eleitores, também eles, utilitaristas, ou até mais utilitaristas que os deputados.
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Afinal, ao eleitor mediano, comove muito mais uma obra que melhore imediatamente o nível de sua qualidade de vida, com benefícios palpáveis, que uma pretensa melhoria no ambiente político do país, pela promoção de alguma medida profilática.
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Mais ainda, quando as tais medidas profiláticas não enganam a quem quer que seja. A nossa Câmara continuará ainda por um bom tempo sendo presidida por nosso nobre Eduardo Cunha, com riscos de em ausência do pretenso presidente Temer, ou no caso de vacância do cargo, ser de Cunha o assento no Planalto.
De mais a mais, dentre os votantes no plenário, estarão vários indiciados nas operações que, justiça seja feita, chegaram ao ponto em que chegaram, tão somente porque o PSDB e os engavetadores de sua equipe, não tinham que se manifestar em relação à qualquer instauração de processo ou ato investigativo.
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Então, não pode enganar a qualquer pessoa, mesmo que completamente desavisada, ou que tenha acabado de pousar na nossa terra vinda de Marte, o fato de o processo ora em marcha não tem nem o objetivo, nem a capacidade de varrer a corrupção do país. Presta-se apenas a varrer o PT do governo, já que aqui, de longa data, quem vem de baixo e que rouba é que é desonesto.
O que pode ser comprovado por ligeira passada de olhos nas páginas policiais dos jornais: todo pobre pego em alguma atividade criminosa é preso, às vezes torturado, outras também, é punido, embora todos sabemos que não ficará muito tempo atrás das grades, que aí também seria esperar demais...
Por outro lado, os ricos que roubam não são alcançados, exceto agora na Lava Jato; não vão presos, e nem têm seus retratos nas páginas policiais. Quando muito, se não são discretos, já que o segredo é a alma de certos negócios, deixam-se fotografar pelas lentes das colunas sociais.
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Só para que não esqueçamos: quem rouba pouco é ladrão. Quem rouba muito é barão, já dizia a máxima popular, desde o Império.
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De tudo, creio que o placar da votação ontem, na Comissão, não tenha sido tão ruim ao governo. Que contará ainda, no dia 17, se for mesmo essa a data, com a possibilidade de ausências de alguns deputados, daqueles que costumam acender velas a dois senhores...
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Mas, curiosa é a reação de alguns apresentadores dos jornais de tevês, em especial a de Boris Casoy, no Jornal da Noite, edição de ontem.
Ao ver um líder governista expressar sua opinião de que, transposta para o plenário a mesma percentagem de votos que o governo obteve a seu favor na Comissão, o cálculo indicaria que a oposição não teria o número suficiente na Câmara, para perpretar o golpe.
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Ao que o jornalista mais que rápido argumentou com o famoso raciocínio de que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Parecendo mais preocupado em não deixar a tese prosperar, na mesma hora o jornalista que detesta lixeiros, a quem não reconhece certos direitos nem de se divertirem quanto mais de aparecerem na cena pública, afirmou que ninguém deve se deixar levar por tal raciocínio e cálculo, já que são ambientes diferentes.
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Insisto em dizer que na Câmara, onde o baixo clero tem mais peso, o governo pode até aumentar sua margem.
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Mas, independente de concordarmos, como já foi mostrado acima, com o ministro Barroso, que lastima que o resultado do impeachment possa ser colocar no poder o PMDB e tudo de mais podre que possa estar presente na nossa política, o fato é que surpresas ainda mais amargas podem surgir no horizonte.
Supondo a aprovação do encaminhamento do processo ao Senado, com a substituição de Dilma no cargo de presidenta, e supondo a aceitação de recebimento do processo por aquela casa, pergunta-se: e se o governo Temer for ainda mais trágico, mais calamitoso e até mais tomado por exacerbações e violências de rua?
Não podemos nos esquecer que, tendo provado que não serve para ser governo, todos reconhecem que o PT é excelente na oposição. E desta feita trata-se de uma oposição que vem com sangue nos olhos, já que dificilmente deixará se convencer de que não houve golpe.
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Então, o quadro que se apresenta é o pior dos pesadelos. Movimentos no campo, invasões de propriedade, reações e mortes, polícia e militares cada vez mais sendo chamados para dar cumprimento a sua missão, enquanto nas cidades, movimentos de paralisação e manifestações cada vez mais virulentas irão fazer o país dar curso a uma crise que não terá fim.
Pior: se uma proposta de solução para a crise for acompanhada da adoção de propostas que os setores mais elitistas e conservadores insistem em pregar.
Contendo medidas que desrespeitem direitos sociais duramente conquistados. Ou apenas que não respeitem direitos previstos na Constituição.
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Apenas para complicar mais o quadro dantesco: se o governo Temer não tiver condições de arregimentar o apoio da classe empresarial, já que será inevitável, aumento da carga de tributos, a que os empresários manifestam tanta resistência.
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Então, no caos, passados seis meses, poderia haver a possibilidade de Dilma voltar inocentada?
Ou de os militares voltarem?
Ou de a ideia de parlamentarismo voltar?
Ou eleições gerais com a volta de Lula????
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Até por esse motivo sou contra o impeachment de Dilma.
Cada vez mais bombeiro que incendiário, acho que a escolha melhor é a de quanto menos mudanças menos mal... ao menos reduz o cheiro podre que nos ameaça.
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Claro que além desse argumento, há outro forte: não há na Constituição forma de condenar algum mandatário por ser completamente incompetente. E Dilma, cujo nome ainda não apareceu em nenhum tipo de delação e acusações fundadas ou não, é isso: completamente incompetente.
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Enquanto isso, Fernando Pimentel corre, ele também o risco de perder seu mandato.
Isso em um Estado que se orgulhava de ser o berço da Política nacional.
Imagem que levou muita gente a acreditar em contos da carochinha, deitando na fama e deixando de perceber que a arte da política exige mais que nunca sintonia com as demandas da população.
E as mudanças que o ambiente vai experimentando...
k***
Enquanto o Galo desafina
Ia falar do Atlético. Essa instituição que em alguns momentos entra em fases tão tétricas que fica difícil entender e avaliar.
Perder é do jogo. Perder por placar dilatado, também, embora mais doloroso.
Mas perder em casa e para um time que estava nas últimas posições da tabela, inclusive em parte do tempo do jogo estando rebaixado, então é de assombrar.
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E isso na semana que vem um jogo tão importante quanto o contra o Melgar na quarta feira, pela Copa Libertadores.
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Ao menos agiu bem o presidente Daniel Nepomuceno ao se reunir com todo o elenco e cobrar. E tem que exigir mesmo.
Embora tenha grande parcela da culpa do que está acontecendo.
Primeiro por trazer Aguirre, de quem não gosto e que acho que é um Autuori que fala embolado. E, tão ruim técnico quanto Autuori, em minha opinião.
Depois por alimentar a ideia de que temos um dos melhores plantéis, se não o melhor do país.
Porque time que tem Donizete para armar as jogadas de saída de bola, ou Eduardo para ajudar Donizete em campo ou ainda mantém Robinho no banco, sem aproveitar para treinar o artilheiro do Mineiro ao lado de Cazares, só pode mesmo dar o vexame que vimos no último domingo.
Claro que faltou vontade. Disposição. Garra. Coração.
Enquanto do outro lado tinha um time com Três Corações.
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