quinta-feira, 19 de julho de 2018

Copa, França campeã. A importância do negro no esporte e na vida, e o vexame do Galo. E só Lula continua preso

Domingo, 15 de julho. Dia da disputa do jogo de encerramento da Copa do Mundo de futebol. Com a conquista do título pela seleção da França, confirmando o favoritismo apontado por grande parte das casas de aposta em todo o mundo. 
Favoritismo que, é importante lembrar, já existia desde o início do torneio, ainda na primeira metade de junho. 
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Brasil, Alemanha, Espanha, França, desde o início eram essas as seleções que tinham a preferência da maior parte dos analistas, entendidos, ou meros torcedores de futebol. Entendidos que foram, aos poucos vendo seus palpites se frustrarem, com a queda consecutiva de Alemanha, ainda na primeira fase; da Espanha e Brasil, na fase seguinte. E que foram, aos poucos, passando a estarem mais atentos a times, de início pouco prestigiados, como Inglaterra, Bélgica e, por fim, Croácia. 
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Na partida final, a indiscutível supremacia do time francês, mesmo sem jogar tudo aquilo que, potencialmente, todos acreditavam que o esquadrão dos "bleu" podia apresentar, veio coroar ao time com o futebol mais vistoso, de jogadores mais técnicos. 
Não necessariamente daquela equipe capaz de entregar mais coração, mais luta em campo, atributo que, inegavelmente, caracterizou mais a seleção croata, capaz de correr em campo, mesmo tendo jogado praticamente uma partida a mais que os demais selecionados, depois da disputa de prorrogações estafantes e repletas de emoções.
Para aumentar o feito croata, é bom lembrar que a França jogou a partida da semifinal, vencendo sem a necessidade de prorrogação, um dia antes da definição da Croácia como seu adversário. Ou seja, o tempo de descanso da Croácia foi menor que o da equipe francesa. 
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Mas, deixando essa questão de lado, é inegável que a França fez por merecer a conquista, que a coloca ao lado de seleções como Uruguai, Argentina, com dois títulos conquistados. Valendo lembrar apenas que, enquanto os títulos dos "hermanos" sul-americanos foram conquistadas há mais de 30 anos, ou até mais, 68 anos no caso do Uruguai.
Enquanto os títulos da França foram conquistados nos últimos 20 anos, o que mostra a força do futebol naquele país europeu, e fazer ligar o alerta para países, como o Brasil que, independente ou apesar dos vexames consecutivos, continuam se achando os melhores do mundo. 
Culpa da mídia, ufanista e histriônica.
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Comportamento que apenas desnuda, ao contrário do que se imagina, o complexo de vira-lata de que o brasileiro parece estar condenado a ostentar.
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O mais interessante é observar que, pela média de idade do selecionado francês, não será surpresa, tudo o mais evoluindo de forma normal, que essa mesma seleção, mais experiente e calejada, não possa já ser incluída como a favorita dos jogos do Catar, dentro de quatro anos. 
Aliás, é bom observar e já divulgar que é indiferente redigir Catar ou Qatar. 
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Ainda sobre a Copa e a equipe vitoriosa, a que muitos têm se referido como um exemplo de uma maior interação étnica, e até do fenômeno do multiculturalismo, é importante observar, em minha opinião, que o simples fato de se destacar a presença de franceses de distintas origens e cor de pele, já é sinal suficiente para indicar que a questão racial não está ainda resolvida. Pior: mesmo com um certo reconhecimento de que, sem os jogadores de outras etnias e cores a França não teria jogado o futebol vistoso, nem obtido a conquista de que foi capaz.
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A esse respeito, o que é constatação minha, é que a inserção de atletas negros no futebol foi sempre o diferencial que permitiu que o futebol brasileiro se destacasse nos gramados de todo mundo. Afinal, como a dança nos lembra a todo momento, o negro tem um gingado diferente, um ritmo e uma mobilidade diferente, que lhe permite obter destaque em várias atividades esportivas, não se restringindo apenas ao futebol. É certo que a jogada de maior efeito plástico, de maior visibilidade, a do drible, capaz de entortar um "joão" adversário qualquer, é mais comum no futebol. 
Mas, exemplos de dribles também podem ser assinalados - e devem- no basquete, da NBA; nas transmissões das ligas do futebol americano; no voley e em tantos outros esportes em que os negros se destacam e se destacaram sempre.
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Na verdade, não é apenas a dança, a música, o esporte, os espaços em que os negros se destacam desde muito tempo atrás. Usain Bolt, no esporte considerado o mais  nobre dentre  todos os demais, os cem metros rasos do atletismo; o golfe com Tiger Woods ou o excelente piloto campeão Lewis Hamilton, no automobilismo, esportes típicos de espaço do domínio branco apenas ilustram que os negros apenas não conseguem se destacar com mais frequência nos esportes tidos como "de ricos". 
Ou seja, em todo o mundo, os negros não se destacam mais em outras áreas, por culpa do racismo, dos maiores obstáculos que o negro enfrenta para conseguir um espaço e para poder mostrar sua verdadeira competência na área também do conhecimento, da pesquisa, do mundo do trabalho, etc. 
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Bem, a questão é que a seleção inter-racial da França veio mostrar o óbvio. E não apenas ela. Basta observar como os times da Bélgica, da Inglaterra, melhoraram muito o estilo de seu futebol, pela inclusão de jogadores de outras origens e raças. 
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Enfim: parabéns à França, campeã mundial de futebol, de 2018.


E na volta do futebol, o Galo...

O término da Copa do Mundo marca também o retorno do futebol, ao menos em relação aos clubes da primeira divisão, no Brasil.
Já na segunda feira, jogos da Copa do Brasil definiram os dois times que avançam às quartas de final, com direito a receberem um prêmio de 6 milhões pelo feito. 
E na quarta, os jogos marcaram o reinício do campeonato brasileiro. 
Com direito do Galo ir ao Sul, enfrentar o melhor time brasileiro da atualidade, o Grêmio.
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E, devo admitir como atleticano que sou, que o Galo atingiu seu objetivo.
Afinal, para um time que saiu de BH para perder de pouco para o melhor time do país, o resultado, de derrota por apenas dois a zero, ficou de bom tamanho. 
O que mostra que isso não é um problema. 
Problema maior é o Galo jogar como time pequeno. Com medo. Traindo suas características mais conhecidas e famosas, a ponto de ser parte da letra de seu hino: Galo forte e vingador.
Onde?
Que time foi forte ontem? Porque o Galo foi covarde. E nem há a desculpa de estar sem Roger Guedes. Ou de Adilson. 
O problema estava na forma em que o time foi armado para enfrentar um time que, jogando em casa, caracteriza-se por gostar de jogar com a bola. Expressão que mostra uma indigência muito grande de todos os que se arvoram em comentar o futebol, suas estratégias e táticas. 
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Porque eu gostaria de saber que time que, sem a bola, consegue jogar futebol. Chutando o ar, trocando passes de vento?
Mas não foi só jogar com medo. 
Parece que o time do Galo e sua equipe técnica, não viu nada da Copa do Mundo. E entrou em campo, para ver o Grêmio jogar e, quem sabe, aprender como se joga ou que espírito deve ter alguém que queira jogar e vencer...
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Apenas a título de ilustração, e desabafo, vamos recordar de um lance ocorrido na partida da final da Copa, entre a França e a Croácia, quando a partida estava já praticamente definida, com o placar mostrando 4 a 1 para les bleu. 
A bola já tinha ultrapassado a linha que demarca o meio campo, e o jogador francês que estava na posse dela optou por ganhar algum tempo, atrasando a bola para um companheiro. Que para fazer passar o tempo, atrasou ainda mais até o goleiro Lloris. 
Desnecessário lembrar que um goleiro, por definição o único jogador a quem é permitido jogar com as mãos no futebol, normalmente joga naquela posição considerada tão dramática que "nem grama nasce onde o goleiro joga", por ter uma menor habilidade com a bola nos pés. 
Também desnecessário dizer que a regra que pune a cera impede que o goleiro possa defender com as mãos a bola a ele recuada. 
O que significa que ele tem que despachá-la com os pés. Aquela parte do corpo que ele tem mais dificuldade de usar, em condições normais. 
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O resto do lance todo mundo sabe: Lloris tentou driblar o atacante croata, enrolou-se com a bola, do que se originou o segundo gol da Croácia. 
Embora pudesse ter tido outro final, o erro não trouxe maiores consequências. 
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Lembro-me disso porque, jogando como time pequeno, quando já perdia o jogo pelo placar de 2 a zero, o Galo mostrou mais uma vez, que não perdeu a mania que já foi objeto de crítica minha, antes da Copa. 
E a bola foi atrasada do meio campo, para o Victor e sua perna esquerda, famosa o suficiente para colocar o goleirão do Galo como um dos piores goleiros no quesito reposição de bola. 
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Parece até que Thiago Larghi enquanto foi técnico interino, por não ter muito a perder, decidiu escalar um time ofensivo, para frente, agressivo. E, agora, como técnico definitivo e tendo um posto a perder, preferiu montar um time para jogar com o resultado. 
Como não poderia deixar de ser, chamou o Grêmio para cima e acabou pagando caro por tal covardia. 
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No Brasil

Enquanto isso, em nosso país, os efeitos da economia empacada continuam sendo atribuídos à greve dos caminhoneiros. 
O desemprego de 13 milhões de pessoas; o retorno de doenças como o sarampo, e o fracasso de campanhas de vacinação apenas reforçam os dados trágicos que mostram o aumento da mortalidade infantil, desde o ano de 2015, e nossas instâncias do judiciário ficam batendo cabeça.
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Pior: uma série de pessoas são soltas; bandidos ganham as ruas - alguns se dando ao luxo de irem às ruas cometerem crimes e depois voltarem para a cadeia, para curtirem um justo repouso; deputados podem sair da prisão para participar de sessões de votação da Câmara e vários políticos são mantidos livres, leves e soltos. Caso de Geddel, contra quem não foram encontradas provas, apenas 51 milhões em cédulas de dinheiro. Caso de Aécio, aquele cujo primo, passível de ser morto caso falasse, foi visto e filmado recebendo o dinheiro destinado ao senador carioqueiro. Ou caso de Marum, e sua participação nos trambiques do Ministério do Trabalho. 
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Só Lula continua preso. E impedido até de se manifestar e dar entrevistas. Proibição que não alcança Gil Rugai, Suzane Richthofen, e outros criminosos de menor periculosidade que o líder das pesquisas de voto. 

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