quinta-feira, 26 de setembro de 2019

A solução contra a tentativa de destruição do Estado de Direito é pegar em armas com cada um lutando com as armas que possui. Não é possível aceitar passivamente que nosso "Custer" nos conduza para o abismo

Em meio às repercussões e perplexidades provocadas pelo discurso proferido por Bolsonaro na abertura da Assembleia-Geral da ONU, objeto de destaque em todos os meios de comunicação do país e do mundo, a coluna de Hélio Schwartsman, publicada na Folha de São Paulo de ontem, optou por tratar de tema, em minha opinião, menos constrangedor, mas nem por isso menos importante.
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Antes, é necessário deixar claro minha compreensão com a preocupação do colunista:  talvez a coluna já estivesse pronta antes do discurso. Talvez a opção tenha sido propositadamente a de esperar algum tempo, suficiente para que, distante do calor do momento em que foram proferidas,  as palavras e a mensagem de Bolsonaro pudessem ser filtradas e analisadas, levando em conta a forma como foram recebidas e interpretadas.
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Ainda assim, devo dizer que concordo com a opção de Schwartsman em focar a decisão da "sinistra" Damares, de solicitar a abertura de processo das autoras de reportagem sobre o aborto, publicadas na revista AzMina, sob o argumento de apologia à prática de um crime.
Inclusive sou capaz de afirmar que acredito tratar-se de uma questão mais importante que a do discurso feito na ONU.
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Primeiro, pelo comportamento de alguém que ocupa cargo de expressão no governo federal, mesmo sem merecê-lo, liderar mais uma vez, um ataque à Constituição Federal, especialmente no que diz respeito à agressão ao direito de liberdade de expressão, à liberdade à imprensa e, por fim, ao próprio estado democrático de direito.
Segundo porque, como já divulgado, a matéria sobre o tema que tanto causa temor à sinistra, e que, a princípio só deveria dizer respeito à mulher e ao inalienável direito sobre o que fazer com seu próprio corpo, apenas reproduz material de ampla divulgação internacional, elaborado pela Organização Mundial da Saúde, com recomendações relativas à questão de saúde públicas vinculadas ao aborto seguro.
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Corretamente Schwartsman aborda a questão como sendo, no fundo, a da criação de um novo crime, não previsto anteriormente em lei: o crime de tradução de documentos internacionais. Por mais corretos e científicos que sejam os argumentos apresentados.
Ou seja: no fundo, trata-se tão somente da prática de censura. Mais uma. Ou mera intimidação covarde, com vistas a gerar um clima de pânico e insegurança, capaz de levar a sociedade à adoção de procedimentos de auto-censura - a pior forma de prática deste crime contra a liberdade.
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Embora já suficientemente percebido e comentado, vale a pena deixar o meu registro quanto a como é curioso que um governo que apresenta-se como tão liberal, do ponto de vista de questões econômicas pode, concomitantemente, ser tão invasivo, tão controlador, tão impositivamente conservador em questões ligadas a comportamentos e aos costumes sociais.
O que nos leva a refletir que a linha central desse (des)governo não seja, de fato, uma filosofia liberal, individualista, senão seu inverso.
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O governo do ex-capitão se bate e se guia pela lógica da ordem unida da qual ninguém pode se afastar. Conservadora. Tosca. Terraplanista. Anticientífica. Obtusa.
Pior: fascista. Antinatural e contrária ao Homem e seu desenvolvimento e evolução.
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Dentro de tal norma de comportamento, como parte integrante de tal princípio de governo, a Economia e seu ministério passa a impressão de que é muito menos liberal do ponto de vista da lógica do funcionamento, ainda que questionável, dos mercados.
Cheira muito mais à adoção de medidas intencionalmente destinadas a ampliarem o fosso entre o povo, a população e seus valores pessoais, individuais e interesses, muito vezes classificados como muito permissivos, lascivos, repulsivos, e uma classe de pessoas de elite.
Uma elite branca, rica, parasitária, e cujo comportamento se guia por uma falsa moral, um discurso aético que se traduz em fazer o contrário do que prega para os demais.
Onde a liberdade só existe para os integrantes dessa raça superior, de iguais nos abusos que prática, no ódio que destila e na exploração que patrocinam.
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Schwartsman conclui sua coluna com a observação de que se esse desgoverno que está instalado no país além de desprezar informações científicas para a elaboração de políticas públicas passar a censurá-las, caberá apenas que nós, a parte da sociedade que deseja viver em regimes democráticos, "pegar em armas contra o obscurantismo deste governo."
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O articulista não menciona em sua coluna, mas enquanto a sinistra se preocupava em acionar sua equipe para ocupar inutilmente o Ministério Público com solicitações com tal conteúdo de mesquinharia e autoritarismo, a menina AGATHA, de apenas 8 anos de idade era fuzilada no Rio.
Por uma Polícia que em nada honra as tradições de outras épocas, em que seu comandante chefe não ficava pulando e dando socos no ar, para comemorar a morte de um bandido, na verdade um pobre coitado desajustado, portador de problemas mentais, levado ao ato insano por pressões do ambiente que o cerca.
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No caso da menina, o governador em solenidade na mesma data, dizia que a população de seu estado não concordava mais em conviver com aqueles personagens que levavam insegurança, e atiravam aleatoriamente, atentando contra a vida de cada um de nós.
Esses, tinham que ser tratados, segundo a linha de pensamento do governador, em conformidade com a lei do abate.
Mereciam ser mortos antes de colocarem em risco a vida de quem quer que fosse.
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Para cumprir fielmente as ordens do governador do Rio, ele deveria ser o primeiro a levar o tiro disparado pela parte de sua polícia formada por sádicos e monstros.
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Entretanto, tanto o comportamento desse capacho que é o ex-juiz Witzel, governador do Rio, quanto o de Damares, ou de Paulo Guedes, ou dos ministros menos cotados do Meio Ambiente ou da Educação, apenas reforçam a lógica que o governo Bolsonaro persegue e deseja implantar, como mostrado em seu discurso na ONU.
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Como se percebe, a lista de ministros acima não contém o nome de Sérgio Moro, o ex-juiz cujo comportamento cada vez mais se comprova apartado da lei e, desse ponto de vista mais amplo, criminoso.
Moro pode ser herói, como mencionado por Bolsonaro, para que tem o capitão como mito. Hoje em dia, a julgar por recente pesquisa IBOPE, quase ninguém. Ou muito pouca gente.
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Mas o ex-juiz, patrocinador da licença para matar por parte da Polícia, travestida da proposta de excludente de ilicitude para mortes provocada por policiais em ambiente e circunstâncias sob efeito de forte emoção ou temor não merece nem entrar na lista de puxa-sacos, lambe-botas de seu patrão, reproduzindo o comportamento de seu mito em relação a Trump.
E não merece porque não consegue manter nem mesmo a dignidade pessoal que se exige minimamente de qualquer pessoa vítima da fritura a que o presidente o submeteu publicamente.
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Mais uma vez vale a pena lembrar que moro, essa figura que se prestou tanto a se deixar diminuir que as minúsculas se agigantam para tratar dele, também era o autor da ideia de se aceitar e considerar provas obtidas mesmo que por meios ilícitos.
Que agora ele rechaça.
Prova de que o feitiço volta, sim, contra o feiticeiro.
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Já Guedes, o suspeito de comportamentos ilícitos no trato com fundos de investimentos, ou de proximidade espúria com interesses vinculados à educação privada e as instituições privadas que comercializam diplomas, esse mantém ao menos o nariz empinado.
Talvez por saber que se concordar em baixar a cabeça como o fez moro, poderá sentir náuseas do cheiro que subir do local onde estava postado.
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Chegamos então ao discurso de Bolsonaro na ONU.
Discurso que parece redigido pelo guru dessa lástima de governante - infelizmente eleito, democraticamente, ressalve-se, que é Olavo Carvalho.
O pensador que pensa, em nada de útil, senão que seja a reencarnação de Deus.
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Não vou abordar a quantidade de fakenews, de dados falsos ou meias verdades ditas por Bolsonaro.
Nem tampouco o tom patriótico de sua mensagem.
Afinal, como já foi dito pelo inglês Samuel Johnson, o patriotismo é o último refúgio do canalha.
Claro, a frase aceita plural: canalhas.
O que Bolsonaro fez foi criar uma atmosfera belicosa, rancorosa, quase paranoica, de alguém que reage com agressividade a injusta agressão. Agressão inexistente, fantasiosa.
Feita de encomenda para que a questão da soberania possa ser levantada como bandeira e um patriotismo tosco possa ser insuflado no povo que, mesmo sendo o grupo de pessoas que mais tem a perder com as medidas desse governo, é quem mais facilmente pode servir de massa de manobra.
Sem contar que, de longe é o maior contingente de pessoas da sociedade.
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Povo que pode perfeitamente servir de Exército Urbano de Reserva, já que há muito não tem mais emprego para ser denominado de Exército Industrial.
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O discurso de Bolsonaro foi isso. Coerente com a falta de qualquer ação política destinada a melhorar a forma de convívio social. Coerente com tudo que o presidente já falou, em campanha, ou depois de eleito. Ele que não tem qualquer conteúdo para expressar que faça ou tenha significado.
Daí trazer de volta a questão da guerra fria.
Ele que mostra claramente completa falta de sintonia com os tempos modernos.
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Por isso ele reabilita a figura mitômana e midiática do General Custer.
E agride os índios, mentindo sobre o número de agressões, invasões e mortes de que os nativos são vítimas.
O que serve também para transmitir o recado de que ações desse tipo, contra as tribos ainda existentes, serão toleradas. E não serão objeto de mensuração, não farão parte de estatísticas, nem mereceram qualquer punição.
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O Custer brasileiro quer matar os índios não por ataques traiçoeiros, aproveitando a saída dos guerreiros machos do acampamento, em busca de caça.
Nosso Custer quer instilar nos povos indígenas a ideia da cobiça, do consumo, da riqueza, para que eles possam aceitar se submeterem à exploração predatória das riquezas contidas no território que lhes foi assegurado pela Constituição.
Reconhecimento ao direito dos donos primitivos.
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Mais uma vez, a pílula é dourada mas nem de ouro, nem doce.
Aceita pela sociedade a proposta de exploração pelos índios dos recursos naturais de suas terras,  e convencidos os povos nativos que tal atividade econômica lhes permitirá obter a fonte de poder e riquezas que lhes permitirão ter uma vida de conforto e maior prazer material, os índios irão amargar um processo de aculturação sem precedentes.
A consequência a prazo não muito longo será seu desaparecimento como povo, como cultura, o desaparecimento de suas tradições sob a ação livre de mercado dominada pela especulação em torno das terras que, mais cedo do que pensam, estará na mão dos grandes grupos de interesses econômicos.
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A sociedade não pode permitir que nossos índios desapareçam, sob pena de sacrificar sua própria história.
E sob pena de amanhã a vítima ser os trabalhadores urbanos, a pequena burguesia que compõe a classe média e até mesmo profissionais liberais, de classes mais elevadas de poder aquisitivo.
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Por esse motivo o discurso de ódio às manifestações, classificadas equivocadamente como colonialistas, em defesa de nossa floresta.
Ora, é sabido que, quando for a hora e se for o caso, se a sobrevivência dos Estados Unidos ou outros povos aliados e ricos estiver ameaçada pela questão do aquecimento global e pela destruição de nosso grande ecosistema capaz de por em risco a preservação da própria água doce no planeta, não haverá aliados ou amigos que impeçam de a Amazônia ser invadida e dominada à força.
Exemplos disso já foram dados na invasão do Iraque em função de armas químicas nunca encontradas, mas de um petróleo que continua jorrando na região.
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Mas, além da questão indígena que atormenta nosso Custer, ou da questão do desmatamento para gerar a expansão das atividades do capital de exploração predatória predominantemente de cunho primário, com destaque para as atividades do agronegócio e da pecuária, resta a postura de guardião dos valores da moral e dos costumes.
Postura de defensor da liberdade religiosa, da crença cristã, mero eufemismo para ganhar pontos com as igrejas evangélicas que o apoiam e que têm entre parte de seus rebanhos, grupos prontos a não aceitarem o convívio com outros tipos de credos e crenças.
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O trecho que prega contra a perseguição religiosa, então, não pode ser levada em consideração, exceto como um grito falso, suspenso no ar, contra ataques terroristas, de fundamentalistas que, felizmente, ainda não têm ocorrido em nosso país.
Não por culpa de nossa segurança ou de nossa cultura democrática de aceitação e respeito à tudo que vai contra o que pensamos e acreditamos, como o comprova Damares.
***o
Se não existe terrorismo no nosso país, o que é uma falácia, é porque o terrorismo aqui é patrocinado pelo próprio Estado, que estabelece o monopólio do terror, como o comprova Witzel e as propostas de moro.
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Daí a solução é mesmo aquela proposta por Schwartzman: a de pegar em armas.
Concretamente, sem perceber a existência de condições objetivas para se deflagrar um movimento nas ruas e praças e comunidades do nosso país, que leve a manifestações populares de maior expressão e peso, interpretando o pegar em armas, da forma de cada um cidadão consciente lutar com as armas que possui, contra o autoritarismo e alguns borrões de fascismo que podem ser percebidos em nossa sociedade.
Por uma minoria esclarecida, fazendo uso de uma maioria manipulável.
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Que possamos em nossa luta diária pela sobrevivência, encontrarmos e criarmos sempre oportunidades para lutar pelos ideais de liberdade e respeito.
Eu continuarei a luta. Em sala de aula, com minha arma de ideias e palavras.
É isso.

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Presidente calado, semana sem sobressaltos. Exceto pelos filhos e pela epopeia da CPMF, o retorno

A internação e a posterior cirurgia de Bolsonaro trouxeram, novamente, uma semana de tranquilidade no cenário político nacional, como há algum tempo não se via.
Sossego benéfico, necessário, quebrado apenas pela necessidade que a família do presidente tem de se manter nas mídias, custe o que custar.
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Não por outro motivo, exceto o de aparecer e se manter em evidência, a tropa de choque ou o BOPE - Batalhão de Operações Estapafúrdias, particular de Bolsonaro, composto por seus 01, 02 e 03, age sempre de forma a causar, para usar um modismo.
A propósito desse batalhão formado pelos filhos do presidente, não posso me furtar a fazer um comentário.
Afinal, quando tanto se critica a transformação de seres humanos em apenas números e estatísticas; quando há um movimento que busca a individualização, a personalização, o respeito à identidade das pessoas e o respeito a sua individualidade é, no mínimo sintomático que o Messias que comanda nosso país aja, justamente, na contramão de tal tendência.
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Sintomático, não estranho.
Não deve causar estranheza que uma medida de reconhecimento de valores pessoais dos indivíduos e de respeito à dignidade da pessoa humana, sua origem, sua história, sua trajetória de vida seja ignorada pelo presidente democraticamente eleito em nosso país.
Como é de conhecimento de todos, e a ninguém é pode ser permitido alegar desconhecimento, o presidente, ao longo de toda sua trajetória política em toda oportunidade que teve, demonstrou desprezo por valores que celebrem o respeito à dignidade humana.
Agora, eleito presidente e sob a influência do pretenso filósofo e seu guru Olavo de Carvalho, não seria razoável esperar mudança de seu comportamento.
Ainda mais se tratamento distinto pudesse ser vinculado a esse marxismo cultural que insiste em invadir, não a realidade, mas os piores pesadelos de Jair.
***cVai daí que, mesmo no recesso de seu lar, vê-lo tratando seus filhos como meros números, como em uma fila indiana, apenas mostra que, como dizia minha vó, "é de pequeno que se torce o pepino/'. Ou ainda outra: " pau que nasce torto..."
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Assim, dada a impossibilidade de o presidente se manifestar e ocupar o lugar privilegiado do palco dessa comédia pastelão a que vimos assistindo; dada a impossibilidade momentânea de prosseguir nos expondo ao ridículo com suas falas escatológicas, piadas sem qualquer graça, seu total descompromisso com a realidade e com interesses dignos de chamarem a atenção de quem ocupa o cargo que está ocupando, temos é fotos de Eduardo no hospital, acintosamente mostrando a arma que carrega em sua cintura.
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Aqui não quero discutir se Eduardo pode ou não andar armado, se tem ou não porte, ou se faz ou não propaganda para indústrias de armas.
Também não interessa discutir se poderia ou deveria estar em um apartamento de hospital armado. Como já foi tratado, compete ao Gabinete de Segurança Institucional avaliar o nível de risco tal situação pode trazer ao presidente, se algum.
Parece-me que, no caso do 03, pela relação peculiar filial que ele mantém com o presidente, o porte é tolerado.
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Mas que me instiga a curiosidade saber o que poderia temer Eduardo, ao entrar naquele quarto, capaz de justificar estar armando, isso não posso negar.
E de fato, até por ser filho, Eduardo sabe no quarto de quem estava entrando.
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Problema maior, em minha opinião é que esse é o filho a quem Jair reservou o filé. É Eduardo que terá seu nome indicado para ocupar a embaixada do Brasil nos Estados Unidos.
É esse o indivíduo que terá a incumbência de nos representar diplomaticamente, ainda que ele já tenha declarado abertamente sua preferência entre o uso de argumentos e ideias e as armas.
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Fico imaginando o que poderia acontecer com Eduardo, mesmo que longe das chapas de hamburguer, confortavelmente instalado nas poltronas dos jardins da Casa Branca de Trump, portando uma arma. Será que a segurança do presidente americano consideraria o revólver parte da indumentária convencional do nosso embaixador???
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Fora Eduardo,  Carlos, o filho vereador também decidiu praticar o esporte que mais atrai sua atenção e interesse: provocar problemas e atacar as instituições, as leis em vigor no país e o regime democrático em que vivemos.
Tenha apenas dado uma satisfação a seus apoiadores, que lhes cobram maior efetividade e maior velocidade na realização das mudanças políticas prometidas pelo pai, ou tenha mesmo aproveitado a oportunidade para lançar um balão de ensaio, a fim  de aferir o apoio para a tentativa de dar um golpe, o fato é que as postagens e comentários de Carluxo são e devem ser encaradas como são: um lixo. Um verdadeiro despautério, como diria uma amiga.
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Sim, é verdade que as democracias implicam no respeito às opiniões divergentes. É fato que para que possam ser tomadas e adotadas, as decisões devem ser acordadas entre os grupos de interesses sentados à mesa de negociação, depois de todos terem tido o espaço justo para se manifestarem.
É verdade que tal processo de escuta das distintas opiniões demanda tempo e que as decisões são mais lentas.
Assim, não se discute que em democracias todas as mudanças se dão em um ritmo diferente, menos intenso do que aquele que talvez fosse necessário ser adotado.
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Mas essa a beleza da democracia que levou Churchill a acreditar se tratar da melhor forma de governo, apesar de ser um regime muito ruim.
Tão ruim que na opinião do primeiro ministro, bastaria conversar cinco minutos com o eleitor mediano para ficar contra ela.
Ou modernizando o argumento, o melhor argumento contra a democracia é uma conversa de cinco minutos com algum bolsonarista.
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Bem, o diplomata da família correu em defesa do irmão e da frase matreira e idiota que ele postou. E comparou a fala do irmão à de Churchill.
Como se fosse possível comparar um golpista despreparado com um estadista da envergadura de Churchill. E sua visão de que a alternativa ao regime democrático seria o autoritarismo.
Pior ainda se tal autoritarismo se travestisse, não necessariamente da forma de um golpe, mas de uma democracia da maioria, incapaz de respeitar as opiniões das minorias.
Mais uma vez, outra invenção do marxismo cultural.
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A Volta da CPMF e a queda de Cintra

Mudando de assunto, também a Economia e questões afetas a essa área de conhecimento humano foram objeto de destaque na semana.
Aqui a novidade fica por conta do incansável Marcos Cintra, ex-professor,  ex-assessor de Maluf, ex-deputado e agora, felizmente, ex-Superintendente da Receita Federal.
Acompanho, como ex-aluno, a trajetória de Cintra já de longa data.
E tenho de admitir que me admira sua tenacidade na implantação de seu sonho de toda vida: a implantação de um imposto único.
Imposto que iria substituir todos os demais, cobrado sobre uma base mais ampla, as transações financeiras.
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Imposto que carrega inúmeras desvantagens para um tributo: é cumulativo; não é equãnime; não consegue respeitar o princípio da capacidade contributiva, já que todos os extratos sociais pagam o mesmo, independente de sua faixa de rendimentos.
Pior, em minha avaliação, tal imposto ainda impede qualquer utilização do instrumento consagrado na teoria macroeconômica, de Política Fiscal, pelo lado tributário, para administração da demanda agregada e dos problemas da economia.
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Suas vantagens, como a simplificação da arrecadação, são muito limitadas, frente a tudo aquilo que o administrador público tem de abrir mão para sua implantação.
Exceto para Marcos Cintra Cavalcante Albuquerque, para quem a passagem por Chicago foi tão marcante que todo seu pensamento se volta tão somente para afastar o Estado e a administração pública de qualquer ingerência ou intromissão no funcionamento divinatório do mercado.
Ou pior: para quem não tem qualquer outro interesse em governar para os ricos, para as raposas, já que como o gol para Parreira, o povo é apenas um mero detalhe.
A ser suprimido, preferencialmente.
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Em minha opinião, positivo mesmo na CPMF seria, desde que com algumas compensações como descontos e abatimentos no imposto de renda a pagar pelos indivíduos, a possibilidade de se identificar e rastrear todo e qualquer contribuinte, toda e qualquer movimentação financeira, mitigando a possibilidade de operações ilegais como caixa dois ou sonegação, etc.
O que ainda é pouco, já que pode-se esperar que, se não seria possível deixar de fora da tributação atividades como as igrejas, entidades assistencialistas, certamente dariam logo um jeito de dar a tais atividades, ou ao menos às de interesse algum tipo especial de compensação.
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Inegavelmente a arrecadação para compensar a perda de outros impostos, deveria se dar a alíquotas elevadas, o que mais uma vez oneraria sobremaneira os mais pobres. O que poderia paralisar o processo de inclusão financeira que o país vem tentando implementar, e rapidamente levar a uma completa desintermediação financeira, na contramão de todo o mundo.
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Mas, não nos iludamos: Cintra foi defenestrado por que falou demais, na hora errada, sem dar tempo para que o idiota que acreditou e votou em Bolsonaro pudesse Ja Ir se acostumando.
Porque foi o próprio Guedes que falou também do retorno da CPMF, em apoio à tese de seu subordinado.
E, ainda na semana passada, o próprio Bolsonaro admitia a possibilidade do retorno desse tributo, desde que acompanhado de compensações....
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Que compensações e para quem é que deveria estar nos intrigando. Porque o Superintendente caiu, mas a ideia continua de pé.
Talvez mais forte que antes...



quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Tortura nunca mais? Tortura no discurso, no elogio, no supermercado, no retorno da escravidão e até a tortura de Moro (essa merecida!)

Embora pesquisa do instituto Datafolha indique a manutenção da aprovação e do apoio da população ao ministro da Justiça Sérgio Moro, agora é a cúpula da Polícia Federal que já considera um pedido de demissão do ministro como uma saída honrosa para o herói de Curitiba.
E já começam a se manifestar sobre o assunto, engrossando o coro que passa a ser integrado, também pelo ex-presidente Fernando Henrique.
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Como já havia afirmado em nossa última postagem, não morro de amores por Moro e, pelo contrário, acredito que ele esteja apenas colhendo o que plantou.
Mas, em minha avaliação, não há dúvida que vem sendo alvo de mais que uma fritura, uma verdadeira humilhação por parte dessa verdadeira excrecência a quem a população brasileira decidiu entregar o destino da nação, no limite, até 2022.
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No entanto, o misto de juiz-soberano e divindade de Curitiba, parece não se incomodar ou faz de tonto, para prosseguir em sua "missão" que, a essa altura, já não consegue nem mesmo ser enunciada. Afinal, a alegação do juiz usada para justificar a troca da confortável posição de magistrado pela aceitação do convite para o ministério era, originariamente, a de ter mais poder para elaborar, fazer aprovar e implementar um plano ou pacote de medidas anti-crimes, favorecendo, especialmente a ampliação da segurança pública e o combate ao crime organizado e à corrupção.
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Nunca ficou claramente manifesta a vocação política ou a ambição por obtenção de cargos eletivos nas ações do juiz, agora cada vez mais evidentes. E que, por esse motivo mesmo, o reduzem a alvo preferencial do presidente a que se dispôs a servir de forma tão rastejante.
Mas, a verdade é que, mesmo não afetando sua avaliação pela população, as mensagens vazadas pela Vaza Jato desnudam aquilo que todos já desconfiavam e alguns poucos já davam como certo: responsável pela operação Lava Jato, o juiz agia todo o tempo de forma político-partidária, influenciando investigações, silenciando-se sobre investigações sobre aliados, tendo como principal objetivo menos o de passar o país a limpo, mas o de eliminar da política nacional um partido específico, ou todo um espectro de ideias do jogo democrático.
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Assim, independentemente de, em sã consciência, não acreditar que possa haver qualquer cidadão consciente politicamente, honesto e íntegro que seja contra a Lava Jato, em seu principal objetivo, também não consigo concordar, nem em pesadelos, com a ideia de que alguém com os predicados listados para o cidadão acima, possa ser a favor da forma, do como a operação foi operacionalizada até aqui.
Particularmente, a questão é que não concordo, não posso admitir que os fins justifiquem os meios, e se para pegar possíveis criminosos o Estado, o aparelho policial, a procuradoria, e até a magistratura rompe e ultrapassa os limites legais, o que temos não é apenas o fato de atos criminosos estarem sendo utilizados para desvendar possíveis crimes.
Passamos a assistir à disputa de gangues de criminosos, ao controle do crime por outros criminosos que se investiram da força da lei e da ordem, a que não respeitam.
Algo muito próximo do que temos visto ampliar sua força e seu raio de ação em nosso país: a atuação de milícias.
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Moro e os procuradores de Curitiba, longe de ser heróis, são apenas criminosos com mais acesso ao poder institucionalizado, que não hesitam em utilizar discriminadamente na defesa de seus interesses.
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E, se agindo com interesses políticos, Moro já havia sido sondado e até aceito, ao menos intimamente, se tornar ministro de alguém com a estatura moral (ínfima) de Bolsonaro, todas as suas ações e decisões deveriam passar por nova análise, novo crivo e, aquelas suportadas por medidas de exceção ou ilegais, todas culminarem em anulação de processos viciados.
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Talvez mordido pela mosca azul do poder, ou pela promessa de uma cadeira ainda mais tranquila de ministro do Supremo, esse ministrinho vendeu sua alma ao diabo.
E agora, justamente, paga por seu atrevimento.
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O que mostra, além de seu comportamento muito próximo ao de qualquer mau caráter, uma incapacidade de avaliação de situações e de pessoas assombrosa.
Afinal, foi combater crimes como o de formação de milícias, exatamente no meio em que tais criminosos encontram guarida e proteção.
Se não tiverem mais que apenas apoio...
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Dessa forma, o pacote anticrime de Moro, pleno de medidas e propostas de caráter autoritário, como o de excludente de ilicitude para o exagerado e desnecessário uso da força policial; o de aceitação de provas obtidas de forma não convencional, ou de forma ilegal em processos criminais; ou a possibilidade de, através do uso da ameaça velada e da chantagem conseguir quebrar a resistência de algum investigado, através de um possível reconhecimento de cometimento de crime, em troca de delações e punições simbólicas, a tal "plea bargain",  caminha melancolicamente pelos corredores da Câmara.
Aos olhos da imprensa, o pacote está sendo desidratado, aos poucos, o que não é de todo ruim.
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Sem força no Congresso, desrespeitado e humilhado pelo capitão que lhe reserva a posição de ordenança, sem qualquer atitude mais digna em defesa daquelas instituições a quem compete defender e zelar, Moro só continua com apoio público, por força da identificação do público que lhe dá apoio.
Explico: os mesmos que ainda apoiam o ex-juiz, e agora até ex-Ministro, ao menos com M maiúsculo, são aqueles que, desiludidos, ou iludidos, ou apenas desinformados, elegeram _ alguns agora até arrependidos, o presidente Bolsonaro.
É o mesmo público que acreditava em mitos e agora se depara com a verdade em sua pureza: não existem mitos.
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Não existem mitos, como bem o afirmou o ministro da Educação, o analfabeto Weintraub, quando posta em redes sociais o fato de que não existe Saci Pererê, nem terra redonda, nem Kafka, nem Boitatá, nem o boi Tatá, nem Moros ou Bolsonaros.
Como não existe ministro da Educação em nosso país.
Que paga e pagará muito mais caro no futuro por essa presença aparvalhada, puxassaco e esdrúxula.
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Retorno da Escravidão

De resto, o retorno da escravidão ganha cada vez mais adeptos e, com ela, as penas de castigos corporais.
Cada vez mais respaldados por quem tem em torturadores seus principais ídolos, e capaz de criticar qualquer pessoa ou discurso em defesa de direitos humanos.
Afinal, essa monstruosidade eleita para governar nosso país, deixou claro, várias vezes, que direitos existem apenas para os de sua turma: filhos, chegados, amigos, funcionários fantasmas ou não, policiais, milicianos.
Não existem direitos humanos para bandidos.
Esses devem ser execrados e, mesmo que por fome, mera gula de comer chocolate, ou por simples falta do que fazer, merecem é ser apanhados, retidos, desnudados, e torturados.
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E todo esse castigo imposto por quem tem a mesma origem, condição social, e até cor do meliante.
Independente do fato de o criminoso de tanta periculosidade ser menor de idade.
E de precisar que dois homens, DOIS, adultos, com algum treinamento como seguranças, sejam e sirvam como os agentes da punição.
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O que mais me preocuupa é que a reedição da figura dos capitães do mato, ou de capatazes, ainda mais filmada pelos próprios algozes é sintoma de que havia no ar, na cena gravada, no estabelecimento, ou nas redes sociais, a aprovação tácita para que o criminoso hediondo fosse punido. E tratado a chicotadas, para deleite daqueles que de humanos já perderam há muito qualquer atributo.
***


Tortura nunca mais?

Mas, a ação dos seguranças, provavelmente aceita por baixo dos panos por muita gente que se considera honesta, de bons princípios, até cristã... e que causa agora comoção e leva os donos da loja a terem de adotar (constrangidos, talvez?) a medida de demissão nesse mundo de mi-mi-mi e desse inconveniente comportamento politicamente correto, não se dá ou ganha reforço à toa.
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A origem está no presidente e suas declarações, a favor do torturador e estuprador Ustra, que com seu comportamento desonra até o sobrenome, Brilhante.
De alguém como Stroessner e sua ditadura violenta e sanguinária no Paraguai.
Declarações a favor da repressão da Ditadura e dos porões que, curiosamente ele queria dinamitar, e que lhe valeu a exclusão da Força. (Ah! esses arroubos da juventude do tenentinho!!!)
Declarações a favor, agora, de Pinochet, o mais cruel e sanguinário, mais terrível ditador chileno.
Declarações que são ou podem servir como um salvo conduto a qualquer atitude, por mais bárbara que seja, mais humilhante ou mais abominável, desde que tal atitude seja adotada contra todos os que se posicionem contra suas posições e crenças.
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Ao defender a tortura, o presidente ofende a dignidade humana, e consegue colocar contra si e o país que infelizmente representa, todas as forças, inclusive as de mesma inclinação ideológica, que acreditam nas ideias como forma última de tentar melhorar a vida das civilizações e dos homens.
Essa a explicação para as reações de Pinera e de toda a direita chilena, como da própria direita mundial.
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Mas, para desencanto meu, ainda há os que insistem em defender esse estrupício que ocupa o Planalto e dá vexames em escala cada vez mais ampliada.
***
Fico me perguntando o que será da abertura da sessão da ONU, dia 24 agora de setembro, ocasião em que o presidente do Brasil, por convenção é sempre quem pronuncia o primeiro discurso.
***
Já antevejo Bozó alcançando a tribuna e as delegações se levantando e, em sua maioria, abandonando o plenário.
No que seria mais uma derrota vexatória para nosso país, senão a pior de todas.
***
É isso.