As notícias econômicas relativas ao país, neste início de 2022 são, para dizer um mínimo, decepcionantes.
Não que pudesse se esperar resultado muito diferente de um
governo cuja principal característica é justamente a de não mostrar qualquer preocupação
em governar.
A começar do tosco chefe do Executivo que, depois de mais de
28 anos atuando como parlamentar, o equivalente a 7 mandatos, apresentou apenas
171 projetos de lei (uma média de 7 por ano ou 24 por mandato) com apenas 2 deles
sendo aprovados.
Chamo a atenção para que 171 não é referência ao artigo do
Código Penal que trata do crime do estelionato, aquele em
que o sujeito busca obter para si ou outrem, vantagem ilícita ... induzindo ou
mantendo alguém em erro, mediante artíficio, etc.
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Na condição de deputado, o atual mandatário se especializou
em contratar assessores fantasmas que lhe possibilitou a prática da rachadinha,
em que se especializou a ponto de poder transmitir o ensinamento e o “modus
operandi” aos seus herdeiros.
Sempre é bom e necessário frisar: cada parlamentar tem o
direito de contratar um certo número de assessores para auxiliá-lo em nas
várias atividades desenvolvidas em seu gabinete. Para isso, conta com uma
verba definida pela Casa, que é alocada
ao seu gabinete. Esse dinheiro é de origem pública.
Está previsto em orçamento e sua origem é o pagamento de
impostos por todos os cidadãos brasileiros.
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Esta verba é tão pública e deve respeitar a utilização específica
a que se destina, tanto quanto os apartamentos funcionais que a Câmara disponibiliza
aos deputados de outros estados, para que possam ter condições e local onde
ficarem enquanto exercendo o mandato popular, em Brasília.
Como se sabe, o deputado tem o direito ao apartamento, como
os magistrados têm o direito ao auxílio moradia, enquanto estiverem fora de seu
domicílio, por razões de serviço, desde que não sejam
proprietários de imóveis na cidade onde trabalham.
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No caso dos magistrados, infelizmente faz-se vista grossa
para o fato de que a tal verba é paga a todos, indiscriminadamente, e
transforma-se em um expediente para elevar sua remuneração mensal. A ponto de tal
ajuda ser paga para o casal de magistrados que, em geral, moram na mesma residência, de sua propriedade.
A maioria da população se indigna com essa situação que é,
normalmente, decidida por instâncias judiciais superiores, os tais colegiados,
onde a maioria aproveita para se locupletar.
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Dito isso, não resisto à lembrança da frase magistral atribuída
seja ao genial Barão de Itararé (Aparecido Torelly), seja ao outro gênio Sérgio
Porto (o Stanislaw Ponte Preta) ou ainda ao monumental Millor: “Ou restaure a moralidade ou nos locuplementemo todos.”
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Fica evidente que, a prática adotada pelo chefe da familícia
que corrói o Brasil faz é tão somente, peculato (no caso das rachadinhas) ou o
famoso Estelionato. Mesmo amparado pelo foro privilegiado.
Nisso, os bolsopatas têm razão: a palavra que define o crime
não é corrupção. O crime é outro. E, no tempo, expandido para comportar outras hipóteses:
formação de famílicia (ou quadrilha familiar); lavagem de dinheiro, etc.
Da mesma forma, manter apartamento funcional para “comer
gente” classifica-se como desvio de recursos públicos.
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Mas, em governo em que o inepto capitão é líder, e se dedica
apenas a realizar motociatas, passeios de jet sky e apresentações em redes
sociais particulares, ou a soltar absurdos e obscenidades, para rádios de correligionários,
apenas tendo em vista a reeleição, não é de se esperar muito do resto.
Inclusive do Posto Ypiranga, o tal homem do mercado
financeiro que perdeu tanto tempo lendo Keynes no original, que não teve tempo
de fazer qualquer proposta, plano, sequer acompanhar o controle da execução, e identificar
ações de correção necessária de planos ao longo do mandato infeliz.
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Vindo do mercado financeiro, atividade que Keynes chamava de
jogo bursátil, e equiparava a um cassino, não é de se surpreender que proposta
alguma tenha sido feita pelo ministério da Economia, muito fortalecido no
início do desgoverno, e tenha sido levada a
cabo.
Por mais que tenhamos de respeitar as qualificações dos técnicos
que ocupavam postos no ministerião.
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O falastrão ministro mostrou aptidão apenas para abobrinhas,
o que significa que pode ser que estivesse no lugar errado. Talvez devesse estar
no ministério da Agricultura, no lugar de Tereza Cristina!
Por tal motivo, a reforma tributária, que nada reforma, não
evoluiu; a reforma administrativa, em boa hora, empacou com todos os seus
absurdos; a reforma previdenciária saiu apenas por interesse de Rodrigo Maia, então
mordido pela mosca azul do poder, na expectativa de que se credenciar peranto os
Farialimers poderia abrir para ele a oportunidade de se candidatar à vaga do ‘destruidor
do futuro’. A trabalhista, continua empacada, no afã de retirar ainda mais direitos
das classes trabalhadoras. O programa de privatizações pouco andou, e seu resultado
mais efetivo foi a saída de Salim Mattar da função de secretário da área.
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Daí não é, nem deveria ser surpresa que o PIB durante o desgoverno
tenha sido marcado por um crescimento médio pífio (algo como 0,81%), longe das
promessas do despreparado capitão e seu posto de gasolina adulterada.
E nem se pode alegar uma suposta responsabilidade da pandemia,
que levou o despreparado a desejar que as pessoas saíssem de casa para se contaminar
e até morrer, já que, no ano de 2021 a economia, partindo de uma base bastante
prejudicada pela Covid no ano anterior, vai crescer algo próximo de 4,5 ou 5%.
Mas, tal retomada está longe da recuperação em V, prometida
pelo falastrão assessor de Pinochet, mas em raiz quadrada. Já dando sinais de
que do V, sairá é uma curva descendente.
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O desemprego e a parcela da população em subemprego ou
atividades autônomas aumentaram. A inflação de 10,06% é a maior desde os anos
de pautas bombas, instabilidade e desespero do governo Dilma para tentar conter
o golpe em marcha. A taxa Selic atinge 9,25%, com projeções de atingir até os
12%, em 2022.
Para culminar, foi feito o anúncio ontem que o Brasil caiu
duas posições, no ranking dos principais países para atração de investimentos
estrangeiros.
Isso, depois de ter sido o terceiro colocado em 2013, nos governos
de .... “comunistas”. Ou seja, no Brasil, comunista se preocupa em criar
condições de lucratividade, estabilidade e ambiente seguro e estimulante para
os capitalistas.
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Em vários jornais (Band, Cultura), jornalistas e
comentaristas ao analisarem o dado reclamaram da inoperância governamental. Da
ausência das reformas estruturais que não foram levadas a cabo. Algumas nem
mesmo tiradas do papel
Ou seja, tudo que foi objeto e tema de tratamento neste pitaco.
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Mas, não é que sejamos favoráveis às tais reformas, que não
irão resolver conseguir destravar o problema de nosso subdesenvolvimento
crônico, justamente por não colocar o trabalhador, ou a grande maioria da população
excluída dos benefícios do desenvolvimento, ou não incorporar ao mercado de
consumo as amplas massas populares, por meio de uma ampla e necessária reforma
de distribuição de renda. E não só de renda, mas de participação na alocação de
verbas do Orçamento Público. E ainda reformas na participação na Educação, na
Cultura, nas preocupações e ações sanitárias, do saneamento e da saúde.
Ou seja, reformas que estão longe de agradar aos empresários
nacionais ou aos seus porta-vozes na imprensa tradicional, que apenas pensam em
como expandir seus lucros, sem ter de elevar custos, fazer sacrifícios, investir
nos colabores, trabalhadores, empregados, parceiros.
Classe patrimonialista, sempre disposta a ganhar sem sacrificios,
sem ceder nada.
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Algo bem diferente de empresários estrangeiros que fugiram
do Brasil desde que perceberam a instabilidade política fomentada pelas elites,
pela grande imprensa chapa branca, pelos poderosos de sempre. Desde a
preparação do golpe em 2013.
Por que?
Por que os empresários estrangeiros sabem que não é possível
crescer sem incorporar as massas ao processo. Sem consumo. Sem melhoria das
condições de vida, rompendo a marginalidade, antes que os excluídos se cansem
do papel que lhes é destinado, de serem meras sombras, vazias. Invólucros sem
significado e sem direitos, nem ao mesmo ao sonho.
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O medo de que essas massas despertem, e como uma força selvagem
da natureza resolvam se expressar, é o que leva quem tem recurso a preferir migrar
para um país de economia sólida, do que para outro onde o primeiro responsável por
atraí-los filosofa, mesmo que com propriedade: “Nada está tão ruim que não
possa piorar” (o parceiro das milícias em 27/09/2021). Ou “Temos é que
desconstruir muitas coisas.” (em março de 2019).
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