Em sua última coluna na Folha de São Paulo, o colunista
André Singer faz uma queixa em relação ao tipo de trabalho e de (des)informação
prestado pela grande imprensa em nosso país.
Conforme Singer, nenhum órgão da imprensa deu destaque a um
argumento apresentado pelo advogado geral da União, contra a acusação de
pedaladas fiscais do governo Dilma, no ano de 2014, no transcurso do julgamento
da apreciação das contas pelo Tribunal de Contas da União.
Consta que Adams teria dito ser impossível ter havido
financiamento de programas do governo, conforme alegava Nardes, o ministro relator,
tendo em vista que ao final do exercício, teria sido a Caixa que ficara em
situação devedora junto à União.
Logo, como quem deve não pode, ao mesmo tempo ser credor, o
problema derivaria de um encontro de contas que deveria ter sido feito, e não o
foi.
Pois bem. Admitamos que seja falsa a informação de Singer,
ou o argumento de defesa de Adams. Não seria o caso de a imprensa, dita
investigativa, ir procurar os números e repercutir, com entrevistas, análises
etc. a verdade dos fatos?
Ou melhor mesmo seria esconder tais argumentos e continuar botando
lenha na fogueira, de forma a continuar incentivando um golpe na tenra
democracia e nas frágeis instituições nacionais?
E tudo a bem de que? De PSDB e Aécio, que nem capacidade de
ser oposição mostrou ter, como a figura
de Cunha tão bem ilustra?
Para entregar o poder ao PMDB e a Temer? Ou ao próprio Cunha
e/ou Renan e seus escândalos?
***
Certo parece mesmo estar José Simão: tantas aulas de tênis
financiadas com dinheiro público, permitiu que a esposa de Cunha ficasse craque
em sacar... das contas ‘nossas’ na Suíca.
***
Outra jabuticaba
Não bastasse isso, temos uma presidenta que é capaz de
saudar a mandioca como um patrimônio nacional;
fixar uma meta que vai ficar em aberto, para depois, caso alcançada
poder ser dobrada; ou elogiar a mulher sapiens, e agora, querer estocar vento.
Haja energia e cabeça oca. Ou haja vento circulando para
ocupar o espaço que nossa presidenta sapiens insiste em querer demonstrar
possuir.
Pelo visto o que falta mesmo é mandioca.
***
E, no futebol, a selecinha do Dunga perdeu para o Chile.
Normal, o resultado.
Afinal, já de há muito tempo, as partidas contra o Chile têm
sido cada vez mais difíceis, mesmo quando vencidas pela seleção canarinha.
Mais normal ainda, quando se sabe que Neymar está fora do
time, por força da estupidez que cometeu na Copa América.
E continua tudo normal, quando se lembra que o selecionado é
um amontoado de jogadores de boa qualidade, mas nenhum excepcional, que jogam
fora do país e que se reúnem espasmodicamente.
Quase sempre, para protagonizar alguns vexames.
Além disso, Dunga é uma tentativa de construção fracassada
de um treinador. Nada de técnico e muito menos, pelo amor de Deus, de
professor.
Dunga só está onde se encontra, por ser um dos protegidos
pelos esquemas que mais interessam por coisas distantes da prática do futebol.
E Dunga, a bem da verdade, se não chegou a ser um craque em nenhum momento da
sua carreira, apenas se mostrando um esforçado volante, apenas é a imagem de um
futebol ultrapassado. Ainda da época do ludopédio.
E é um técnico de convicções arraigadas e fora de moda.
Mas, pior que isso, e das desculpas esfarrapadas, dadas para
tentar nos convencer que a seleção foi, se não melhor, igual ao time que nos
derrotou por dois a zero, é a toda poderosa Globo.
***
Ok. Eles têm de manter a briga em busca de audiência, mesmo
quando o futebol da seleção brasileira só inspire sono e acarrete prejuízo para
a Globo e patrocinadores.
Mas, daí a ficar comemorando que a seleção perdeu, mas no
Chile, contra uma equipe boa e que, maior vexame deu a Argentina, derrotada
pelo Equador em casa, vai uma distância.
Ou a Argentina incomoda tanto assim à Globo, e especialmente
ao chato do Galvão Bueno, a ponto de não ter problemas grandes se perdermos, ou
nem classificarmos, bastando para isso que também a Argentina não se
classifique.
Que miséria a nossa crônica e pior, o pessoal da Globo.
***
Enquanto as enchentes castigam o Rio Grande do Sul, com a
maior enchente dos últimos meio século, ou mais, Pirapora, em Minas, banhada
pelo São Francisco, vive dias de clima árido. Não há nem mais como falar de
umidade.
É clima de deserto, onde o Rio banha e deveria dar um
refresco.
E estamos em outubro, época das jabuticabas, caso tivesse
havido a necessária chuva para que elas pudessem estar viçosas, grandes,
graúdas, seria melhor, e doces. Como sabem ser.
Mas, as poucas que temos visto estão pequenas, sem gosto e sem sabor.
***
A semana iniciada ontem, no dia de Nossa Senhora Aparecida e
das Crianças, prossegue hoje, com a possibilidade de Cunha aceitar o pedido de
abertura do processo de impeachment de Dilma.
Na pior das hipóteses, o que não acredito que seja, o roto
julgando o sujo, porque ainda nada foi constatado de estar rasgado.
A semana promete. Ainda mais que há novas acusações de
pedaladas, também em 2015, já desmentidas por toda a equipe econômica, Levy à
frente.
***
E promete também no futebol, na volta do campeonato
brasileiro. Que amanhã assiste ao jogão entre Atlético e Internacional. Motivo
para o Independência ficar lotado e a torcida do Galo ter mais uma oportunidade
de manifestar sua esperança e sua fé.
Porque ser atleticano é, antes de mais nada, ser alguém que
acredita.
E, eu acredito.
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