quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Atualizando as notícias e os pitacos

Ops! Estava já vivendo tão intensamente o embalo do recesso de fim de ano, que achei por bem conceder um merecido intervalo aos caros e raros seguidores e leitores desse blog, aproveitando, inclusive, o espírito de confraternização que domina a todos.
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Esse seria um ótimo início de postagem, servindo muito bem como desculpa para o fato de já estar se completando uma semana inteira, sem que eu fizesse qualquer postagem ou comentário sobre nosso país, nossa economia, o futebol ou os esportes de forma geral, ou sobre a vida, em geral.
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Afinal, o futebol entrou de férias em nosso pais e, deixando de lado a final que Real Madrid e o valente time japonês do Kashima protagonizaram, muito pouco resta para chamar a atenção de qualquer um de nós. Apenas as notícias, felizes e animadoras, da recuperação dos três atletas da Chapecoense e do radialista que acompanhava a delegação, a que se soma a melhora e alta dos tripulantes daquele vôo fatídico.
Além das notícias positivas, uma avalanche, como acontece nessa época de férias dos clubes, de mentiras e inverdades, sobre transações espetaculares, nunca confirmadas.
Dessa forma, ficamos sabendo que Robinho foi contratado pelo Santos; que  Manoel foi vendido pelo Cruzeiro, que Rueda, o técnico do Atlético Nacional da Colômbia, já acertou contrato com o Corínthians, na parte da manhã, para à tarde sermos informados de que o Santos desistiu da contratação do caro atacante hoje no Galo; que o Cruzeiro não achou interessante a proposta recebida, ele que tem apenas uma parcela do passe do jogador; que Rueda já renovou com o time colombiano; que Marcelo Oliveira é o nome falado agora no time paulista.
Ou seja: mais que a publicação de todos os sonhos e desejos dos jornalistas que cobrem o esporte mais popular do país, as notícias funcionam muito mais como forma de manter desperta a atenção dos leitores, ouvintes, telespectadores.
Têm muito mais o caráter de movimentar as redações e os programas esportivos, que o de informar o que está acontecendo no mundo da bola.
Mas, a verdade é que já não enganam mais a nenhum torcedor, por mais afoitos que sejam.
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Na direção oposta, alguns programas de mesa redonda passam a discutir qual será o atleta a vencer o troféu de melhor jogador do ano, ou qual o gol mais bonito, ou ainda a discutir o início da utilização de vídeos para auxiliar os árbitros, durante as partidas. 
De minha parte, e pelo que vi, a experiência do uso do vídeo, longe de dirimir dúvidas sobre lances polêmicos, foi uma frustração, causando mais problemas que trazendo soluções.
E pior, não apenas dando ensejo a que lances bizarros tivessem lugar, como a interrupção do jogo, quase dois minutos depois de sua sequência, para marcação de um lance capital, um penalte de jogador em impedimento que a câmara não viu, como na partida que eliminou a possibilidade de o Atlético Nacional chegar à final.
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Pior, foi o fato de que usado em lance também da final, deixou passar o mais grave erro verificado durante a realização de toda a partida, capaz mesmo de provocar alguma alteração do resultado final, como foi o lance da desistência da aplicação do segundo cartão amarelo ao Sérgio Ramos, o que lhe valeria a expulsão do jogo e a obrigatoriedade de o time madrilenho jogar a prorrogação com apenas dez homens.
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Bem, o Real Madrid ganhou ao final da prorrogação, com dois gols de Cristiano Ronaldo, essa máquina de fazer gols que, em havendo justiça, deverá ser eleito o jogador do ano pela FIFA.
Não que ele seja melhor que Messi, mas o jogador argentino enfrentou problemas de contusão durante o ano, e não teve o mesmo brilho, em jogos de sua seleção que a do jogador português que, por isso mesmo conquistou todos os principais títulos que disputou no ano. 
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Claro, devemos respeitar as divergências e as opiniões contrárias, mas é inegável que CR-7 tem tamanha eficiência que é como uma máquina. E merece o título de jogador do ano.
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Na economia

Quanto à economia, tão pífio foi o pacote anunciado na semana passada, destinado a promover a retomada econômica, que até mesmo os analistas sempre ávidos em apoiar o governo golpista não tiveram outra opção, exceto manifestar a opinião quanto à correção da direção das medidas.
De minha parte, como tive a oportunidade de me pronunciar em comentário anterior, acho interessante que, para estimular a retomada do nível de emprego, uma das medidas do pacote é relativa à redução do custo da demissão por parte dos empresários. 
Ou seja, para ajudar, o governo atrapalha ainda mais o trabalhador que está em vias de perder seu emprego.
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Outras medidas parecem ser mais um manifesto de boas intenções que ações destinadas a voltarem a estimular a demanda de consumo, de forma a servir de estímulo para o empresário voltar a ocupar sua capacidade ociosa. Que na indústria de Minas Gerais, já está próxima a  60% da capacidade total. 
Ou o governo do usurpador planeja intervir pesadamente no mercado financeiro, derrubando os juros por decreto, o que nem de longe é o perfil desse ocupante do poder que parece ser mero boneco de ventríloco dos interesses do grande capital financeiro, ou então a proposta de reduzir os juros na ponta do varejo é mera ilusão.
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De mais a mais, vale lembrar que mesmo que os juros ao consumidor pudessem ser reduzidos, permitindo uma elevação dos gastos de consumo das famílias, isso não garantiria que os investimentos - os verdadeiros motores de crescimento em qualquer economia capitalista - fossem ser retomados. Empresário algum iria ampliar sua capacidade já sem uso, apenas porque o dinheiro ficou mais barato.
O que é mais plausível é esperar-se que as famílias não iriam adotar mais uma vez  um comportamento irresponsável, já que várias delas em estado de inadimplência, preferindo tomar crédito para liquidar dívidas aanteriores mais caras. Do ponto de vista do empresário o mesmo raciocínio encontra suporte, ainda mais se a elevação esperada da demanda não for suficiente para eliminar toda a ociosidade de suas fábricas.
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Em outros flancos o governo comemora mais uma queda do nível geral de preços e das expectativas com que trabalha o mundo dos negócios, mercê da queda mesmo do nível de atividade econômica do país, como o indicam as próprias análises e justificativas dos técnicos do IBGE. Ou seja, é por estar o desemprego se elevando a cada mês e as vendas em franco declínio, que a inflação se reduz, indo no vácuo do derretimento da nossa economia. 
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Em meio a isso tudo, ou melhor dizendo, em meio a esse nada, o governo acumula problemas na área política, o que o leva a amargar derrotas no plenário da Câmara, como no caso da votação ontem, do pacote de renegociação ou salvação das finanças dos Estados subnacionais. 
E nem estamos mencionando problemas políticos da lava-jato ou da turma de Curitiba que, sabemos todos, só é suficientemente atuante quando o objeto da investigação é o PT ou seus membros. 
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De minha parte, em boa hora os deputados não deixaram que a mesma política de eliminação de direitos sociais e de transformação dos estados em meros mortos-vivos, fossem aprovados, deixando fora da proposta de ajuda financeira, as contrapartidas que castrariam a possibilidade de ação do poder público em prol da população.
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Por outro lado, a derrota do governo é importante para tentar calar o oba-oba de imprensa também golpista, que à força tenta convencer o país de que o governo está forte o suficiente que é capaz de aprovar as medidas consideradas necessárias - ao menos pelos mercados-, ainda que impopulares. 
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E na operação Lava Jato

Continua a ação de perseguição, a título de se estar fazendo justiça, imposta pelo semideus Moro, ao Partido dos Trabalhadores e ao seu líder maior, Lula. 
Sem entrar no detalhe de até que ponto Lula tem mesmo explicações a dar aos seus milhões de eleitores, é inegável que esse juiz que se acha acima de qualquer lei ou regulamento, está exorbitando suas funções, assumindo cada vez mais um caráter completamente parcial. 
Com isso, e todo seu destempero, como os gritos e agressões e ironias direcionadas aos advogados da defesa de Lula, ele está apenas cada vez mais mostrando a verdade por trás de suas ações. A terrível verdade de implantação de um estado autoritário movido pelo arremedo de exercício da lei e do direito. 
Nada mais, nada menos que a implantação do fascismo em nosso país, de forma tão bem engendrada, que apoiada por milhões de cidadãos brasileiros, ingênuos ou de inocentes úteis manipulados pela mídia golpista. 
Cidadãos que saem em defesa do autoproclamado paladino da moralidade, que se sente fortalecido a ponto de não medir esforços para alcançar seus objetivos e esmagar quaisquer direitos, em versão da antiga máxima de que os fins justificam os meios.
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Não surpreende pois, que ele e os procuradores de Curitiba tenham tanto empenho em combaterem a aprovação da legislação destinada coibir os desmandos e desatinos e abusos de autoridades, em análise pelo Legislativo.
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Mas, com seu comportamento, Moro está cada vez mais mostrando que deve ser declarado impedido para continuar tratando do caso que tem em mãos, ou ao menos da parte que se refere a Lula.
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E na vida

O namorado de uma delegada responsável pela delegacia da mulher agride a namorada e, não satisfeito, agride uma segurança que tentava auxiliar a delegada. Um potente tapão, um chute no rosto, além de um soco que o valentão desferiu contra outra testemunha das agressões, desta feita, um homem.
Ao que parece, a delegada não iria apresentar denúncia contra o namorado que lhe trata tão bem.
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Na Alemanha, um animal do Estado Islâmico atira um caminhão contra centenas de pessoas, matando e ferindo adultos e crianças, e ferindo vários outros. 
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Na Turquia, em uma galeria de arte, um diplomata russo é assassinado covardemente, pelas costas, por um tresloucado defensor dos movimentos populares contra o governo de Bashar al-Assad em Aleppo.
Cidade  vítima de ataques considerados atos de genocídio, com apoio de tropas russas. 
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E ainda há quem acredite que 2016 tem sido um ano terrível e que está custando muito a acabar. Crendo, firmemente, que 2017 será muito melhor.
Isso, com Trump no comando da maior potência militar do mundo. 
É ver e esperar. E rezar. Muito. 

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