Na verdade, o policial militar aposentado, ex-motorista,
ex-assessor legislativo de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio,
ex-faz tudo da quadrilha instalada no gabinete do atual senador pelo Rio, não
apareceu fisicamente.
Assim, como não se fez presente em situações anteriores, em
que não atendeu à convocação do Ministério Público para depor, também ontem,
não “deu as caras”.
Como também, em respeito à exatidão, não esteve
presente, ao vivo e a cores em qualquer
programa de televisão ou evento público.
O que não impediu de personagem de perfil tão secreto ter
sido destaque das manchetes e ocupado a atenção de toda midia e das redes
sociais.
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Afinal, depois de decorrido tempo suficientemente longo, o
Ministério Público do Rio promoveu, no dia de ontem, uma ação envolvendo busca
e apreensão em endereços ligados ao desaparecido famoso, e ao seu ex-patrão, o
senador Bolsonaro.
No caso do senador, a ação se estendeu, inclusive aos
endereços de irmãos e da ex-mulher do atual presidente da República e pai do
senador, todos em tese envolvidos no esquema de desvio de recursos públicos
(peculato?) vinculado a funcionários fantasmas e na contumaz prática da “rachadinha”.
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No entanto, de toda a operação, o assunto que mereceu o maior
destaque, tendo se tornado uma importante matéria levada ao público pelo Jornal
da Globo à noite, foi o conjunto de mensagens de conversas trocadas entre Queiroz
e funcionários do gabinete de Flávio.
Mensagens que mostram e ratificam a hipótese de utilização
de recursos públicos para pagamento a funcionários fantasmas, como é exemplo a
situação de Danielle, ex-mulher do ex-soldado e atual chefe de milícia, o “capitão”
Adriano.
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Mensagens que não deixam dúvidas quanto ao conhecimento de
Flávio de todo o esquema que tinha seu gabinete como local de execução, e que levaram
à preocupação de Queiroz em demitir a fantasma Danielle, substituindo-a pela
mãe do miliciano.
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Não há também como fingir que Adriano – que, parece, também
recebia valores da devolução do pagamento feito a sua ex – não mantinha
relações de grande amizade com o então deputado Bolsonaro, de quem chegou a
receber a indicação para ser homenageado pela ALERJ, por relevantes serviços prestados ao Rio.
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Como, apesar de toda a destruição a que o país está submetido,
não conseguiram acabar com alguns ditados tradicionais, nunca é demais lembrar
de um que afirmava: ‘diga-me com quem
andas e eu te direi quem és’.
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Agora, confirmada a presença de Flávio em meio a tanta falcatrua,
e sua participação em rachadinhas, contratação de fantasmas, lavagem de
dinheiro (na loja de chocolate que instalou), espera-se apenas que prossigam as
investigações, incluindo os pagamentos de supostos empréstimos feitos envolvendo
Jair Bolsonaro, a sua atual esposa e o nosso sumido favorito, o Queiroz.
E que se faça justiça, com as devidas penalizações.
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O que deveria fazer o presidente Ja ir temendo por sua permanência
no cargo.
Afinal, como seu outro filho, Carlos, já tinha postado em mensagem do Twitter, como
é possível que alguém que tenha todos os familiares envolvidos em escândalos e ilícitos,
possa alegar inocência e não saber de nada???
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Novas agressões à Educação
Enquanto isso, o presidente Jair prossegue sua tática de diversionismo,
sempre levantando temas controversos em suas redes sociais e declarações dadas na
mais completa sem cerimônia.
A mais recente, risível se não fosse trágica, aquela em que
taxou a figura do Patrono da Educação do Brasil, de energúmeno. Ou
desequilibrado.
Segundo o presidente paspalhão, o autor de método mundialmente
reconhecido de alfabetização como parte integrante da teoria construtivista,
apenas tem reconhecimento por suas ligações com a esquerda, de quem é ídolo.
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Pior! O audaz e intrépido 03, o ex-futuro e fracassado
representante do Brasil nos EUA, o deputado federal Eduardinho, ainda teima e
insiste em questionar o que fez e quem foi Paulo Freire.
Confirmando ser ignorante de pai e mãe, em suas redes
sociais se gaba de que o filósofo deles tem presença constante nas redes. O
filósofo deles... o astrólogo autoproclamado filósofo, Olavinho...
Pândego! Não há outra forma de tratar da metralhadora giratória
de asneiras com que a família nos brinda.
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E de risos e humor
Não vi ao episódio de Porta dos Fundos, sobre A Primeira Tentação
de Cristo.
Mas tenho lido e me divertido com as colunas de Duvivier, na
Folha, nas quais, com ironia, critica aos que querem censurar a obra, apenas
por tratar da sexualidade do filho de Deus.
E tratar tal questão a partir da hipótese de uma experiência,
uma iniciação e um relacionamento homofóbico de Cristo.
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Acho improvável que eu fosse ter rasgos de risos e gargalhadas,
com tal tema.
Que, como foi objeto de comentários lúcidos de Reinaldo José
Lopes e Contardo Calligaris, ambos na Folha, nem é capaz de ser uma novidade.
Já não de pouco tempo, a relação de Jesus com Madalena foi
objeto de estudos e análises.
O próprio Código Da Vinci de Dan Brown faz alusão à ligação entre
ambos.
Por outro lado, não escapa também a quem tenha um mínimo de
leitura, a relação especial que havia entre Jesus e João.
Mas uma coisa é tecer comentários sobre a qualidade do
humor, a necessidade de usar de recursos apelativos, de apelar para piadinhas
de gosto duvidoso. Outra, diferente, é fazer apologia da censura e pedir, sob a
desculpa que for, que uma obra não possa ser divulgada.
Principalmente quando a crítica parte de praticantes de religiões
que têm tanto telhado de vidro: religiosos que se aproveitam de sua posição
para cometer crimes sexuais; pedofilia; a intolerância, chegando à agressão
contra fiés de outras religiões, etc.
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Que a nossa sociedade não ceda a tais artimanhas capazes de
instaurarem cada vez mais, uma mentalidade e um estado fundamentalista.
E que o humor possa continuar sendo feito ou sendo tentado
por qualquer grupo, que entre pela porta da frente ou dos fundos.
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