sábado, 21 de dezembro de 2019

Pitacos vários de um ano que já está passando da hora de ir embora: Guedes e a economia dos ricos

Provável Veto de Bolsonaro ao Fundo Partidário

Há muito tempo, assisti a um filme em que, se não me falha a memória, uma moça cega é a vítima de uma tentativa de assassinato.
Depois de tentar fugir sem êxito, ela descobre que seu algoz já estava no interior de  sua residência.
Em desespero, a única ação que lhe ocorre é a de quebrar as lâmpadas,  de forma que a escuridão do ambiente pudesse eliminar a desvantagem de sua escuridão permanente.
Além disso, a ausência de claridade favorecia seu conhecimento do ambiente em que a se travava a luta.
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Cito a cena, porque é sob sua inspiração que encontro motivo para que Bolsonaro, um típico influenciador digital, possa cumprir sua ameaça de vetar a verba aprovada em Orçamento, de 2 bilhões para o financiamento do Fundo Eleidtoral.
Sem  a certeza de ter seu partido aprovado em tempo hábil para participar da distribuição dos recursos, nada melhor que igualar o jogo, ou seja: negar a todas as outras siglas, acesso ao dinheiro para campanha que seu partido pode não ter direito de utilizar.
Nada a favor da sociedade. Nenhuma medida para combater esse comportamento perdulário do Congresso, com dinheiro público, em detrimento de saúde e educação, por exemplo, que atenderiam às demandas da grande maioria da sociedade.
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Guedes e suas teimosias

Guedes não perde a oportunidade de tentar fazer descer goela abaixo da população a aprovação e criação de um imposto cuja operacionalização em nada seria distinta de um retorno da CPMF.
Derrotado já em outras oportunidades, há que elogiar sua insistência, destinada a fazer a nova tributação vencer pelo cansaço.
Apenas que, a cada vez, usa um argumento um pouco mais ou menos palatável.
O argumento da hora é o de que o novo tributo iria incidir apenas sobre as transações financeiras realizadas por meios digitais. A princípio alcançaria o crescente número de operações realizadas por meio de celulares e computadores.
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Ou o ministro gostaria de caminhar em diração contrária à da modernidade e da redução de custos, induzindo a população a frequentar as agências bancárias, abandonando as funcionalidades que se tornariam mais caras, da vida digital, ou então, já que mesmo nas agências, nos caixas, as transações se completam por meio de registros digitais, acabaria a cobrança se generalizando para toda e qualquer transação financeira, por meio bancário.
Sendo assim, que diferença tem o novo tributo, da antiga e malvista CPMF?
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Por outro lado, o ministro não se cansa de evidenciar a quem deve obrigações, quem é seu verdadeiro patrão.
E seguramente seu patrão está longe de ser a população brasileira a quem ele deveria servir.
Senão como entender sua fala de que o mais cruel e perverso imposto ser a cobrança de encargos trabalhistas, que recaem por óbvio sobre os empresários?
Dessa forma, para que o empresário possa ter essa carga reduzida, que se amplie a base e se faça toda a população pagar o valor que o empresário terá de isenção.
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Talvez o ministro não tenha conhecimento ou em conhecendo, não dê valor ao trabalho de Michal Kalecki.
Em seu ensaio onde desenvolveu as Equações Marxistas de Reprodução, o economista polonês conclui, magistralmente, com sua afirmação célebre de que enquanto os trabalhadores gastam o que ganham, os capitalistas ganham o que gastam.
O ministro pode não concordar com o princípio da demanda efetiva, mas afirmar que se reduzidos os custos dos encargos, isso permitiria que salários aumentassem ou que mais trabalhadores fossem contratados, é no mínimo, desconhecer que, a redução de custos pode também aumentar a margem de lucros.
E que talvez seja esse o único resultado da sua política para melhor o ambiente para as classes mais favorecidas de nossa sociedade.
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De mais a mais, também é questionável que a demanda cresça e leve os empresários a desejarem investir no país, se os trabalhadores não têm crescimento de sua remuneração.
Afinal, gastando tudo que ganham, é a partir da expectativa de demanda de consumo dos trabalhadores que os empresários podem desejar correr os riscos de adiantatem dinheiro em circulação, para obterem algum rendimento dessa ação, no futuro.
A ideia contrária a essa tese, do ponto de vista econômico, caracteriza o retorno da lei de Say.
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A lógica de se favorecer o empresário, mantendo o trabalho no estágio em que já se encontra é o retorno da política econômica do Chile de Pinochet. Que parece ser o paradigma do ministro de Bolsonaro.




Um comentário:

Anônimo disse...

Ao que me parece o SInistro paulo está desenvolvendo um novo modelo de capitalismo, onde não há risco para os empresários. Todo o ônus do modelo recai sobre os trabalhadores, que vem perdendo, cada vez mais seus direitos, silenciosamente.
O mais incrível de tudo isso é que há trabalhadores (gerentes e diretores) que consideram que paulo vem fazendo uma boa gestão... certamente estão entre aqueles 38% de popularidade do SInistro... assim como alguns pequenos empresários com quem tive oportunidade de conversar há 3 semanas em uma palestra sobre marketing em um shopping da capital... falta à população identidade de classe; um gerente/diretor não se reconhece como trabalhador, mas sim como um privilegiado; o dono de uma pequena padaria acredita que tem os mesmos interesses do dono de uma grande rede de supermercados. Ainda não entenderam que são, quando muito, capatazes de uma grande senzala moderna.
jair segue confirmando tudo aquilo que se sabia dele e parece que a "batata" de 01 está assando, em que pese a irritante apatia de sérgio... o mais popular dos SInistros...

Fernando Moreira