A pergunta que lhe faço, leitor deste pitaco, é retórica.
Você que sempre alimentou
suspeitas a respeito das intenções golpistas que motivam ações e discursos do
miliciano que chefia o Executivo nacional, experimenta que tipo de sensação ao
ouvir sua repetitiva e cansativa ladainha questionando a transparência das urnas
eleitorais?
Ao ouvir o responsável pelo caos institucional
instalado e que se alastra pelas entranhas do Estado brasileiro se referir à
possibilidade de manipulação dos resultados eleitorais, que impressão te deixa
este discurso?
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E o que passa por sua cabeça
quando você se lembra de que em viagem aos Estados Unidos, esse militar expulso
do Exército por atos comparados ao terrorismo afirmou que venceu as eleições de
2018 ainda no primeiro turno e que tinha provas disso.
E depois, quando insistindo nessa
fantasia fruto de seus delírios, voltou a insistir na tese, embora nunca tenha
trazido as provas que afirma possuir ao conhecimento público?
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A este questionamento talvez
devesse acrescentar outro, relativo ao comportamento de apoio explícito ao candidato
derrotado nas eleições americanas, seu amigo de comportamento autoritário e fascista,
Trump.
Não devemos nos esquecer que o chefe
da familícia instalada no poder não apenas apoiou as denúncias de fraude que
culminaram na derrota de Trump, como recusou-se a cumprimentar o presidente
eleito Joe Biden durante 38 longos dias.
Veladamente, o desequilibrado não
só apoiou a tentativa de invasão do Capitólio e a tentativa desesperada do
fascista derrotado de promover um golpe contra a democracia americana, como justificou
tal ato.
Pior: mencionou abertamente a
possibilidade de tais atos se repetirem em nosso país.
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Creio que não precisamos nos estender
mais, para ilustrar a ideia de que a possibilidade de golpe por parte de um
miliciano derrotado é mais que um mero e infundado temor.
A possibilidade é concreta, tanto
quanto sua tentativa no último 7 de setembro, só não efetivada por força da reação
de parcela importante da sociedade civil, do funcionamento dos pesos e
contrapesos instituídos para dar equilíbrio e até harmonia ao funcionamento dos
três poderes que conformam o Estado de Direito.
Aliás, por reação da sociedade,
majoritariamente contrária ao seu desgoverno, uma vez que, é sempre bom lembrar,
sua eleição se deu com apenas 39,8% de
apoio dos eleitores.
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Trocando em miúdos, não apenas o
ex-tenente terrorista e deputado medíocre não tinha ou nunca teve o apoio que
acredita ter da sociedade.
No fundo, se conta com o apoio das
forças armadas, conquistado em troca de ragalias, cargos no governo que lhes
dobram o rendimento mensal, picanhas, latas de leite condensado, próteses penianas,
além de milhares de viagra superfaturados para que a tropa possa se lambuzar
bastante, faltavam-lhe equipamentos e armas.
Curiosamente, o defensor das
armas não se preocupou em equipar suas forças. E desfilou queimando óleo e
expelindo cortinas de fumaça e fuligem por Brasília.
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Mas, se quem tem um mínimo de
discernimento é contrário a qualquer tentativa de golpe e mais ainda, de
retorno dos militares ao centro do palco da política, quando nada para não
alimentar novas formas de tortura de cidadãos sob sua proteção e guarda, o que
dizer do comportamento de Eduardo Leite, ex-governador do Rio Grande do Sul.
Afinal, tal qual o candidato a
quem apoiou e votou em 2018, Leite participou de uma eleição, realizada em convenção
partidária, visando a escolha do candidado de seu partido à presidência.
Derrotado, demonstrou que seu
apoio ao candidato misógino e contra minorias, em especial a mulheres, negros e
indígenas, não foi em vão: não acata o resultado em favor de Dória.
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Não que o direitista e elitista
Dória apresente qualquer vantagem, exceto máquina mais azeitada, do estado mais
poderoso da federação.
Mas, foi a ele que os peessedebistas,
cada vez mais distantes do partido liderado por Mário Covas, escolheram.
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Sem aceitar o resultado, Leite
tenta golpe semelhante e vergonhoso. Influenciado pelo canto da sereia de outro
golpista convicto, o derrotado e cada vez mais disposto a comprovar sua falta
de caráter, aécio neves, em minúsculo para que a fonte do texto não supere sua
insignificância.
Responsável por reviravoltas
várias que seu avô Tancredo deve estar experimentando no túmulo, esse netinho
mimado e oportunista já deu provas suficientes de sua depravação.
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Sem perder muito tempo com quem
não vale a pena, basta lembrar do comportamento de aécio, derrotado por Dilma em
2014, quando já comemorava sua pretensa eleição.
Não satisfeito nem quando a
recontagem de votos que requisitou ao TSE confirmou a lisura do pleito e o
resultado negativo, agiu seguindo os passos do principal adversário do partido de
que seu avô era uma das lideranças, Lacerda.
Assim, desde logo se prontificou
a não deixar que a candidata eleita pudesse governar, ameaçando de fazer
sangrar o novo governo por meio de expedientes capazes de obstruir os trabalhos
legislativos.
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Pois bem, é essa triste e trágica
figura, digna de memes dos pevertidos que inundam as redes sociais que tenta
convencer Leite a não respeitar a opção da maioria de seu partido.
Insisto. Todos concordamos que
Dória não vale um voto. Mas, não é essa a opinião de seus correligionários.
E, sem ver diferença entre o que
Leite está procurando fazer sob inspiração do golpista aécio, e o comportamento
do autoritário, golpista e miliciano dirigente do gabinete do ódio e do governo
das fake news, não resta muita opção à sociedade brasileira.
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A solução é apoiar o retorno de
quem já teve a oportunidade de ocupar o mesmo cargo de chefe do Executivo e o
fez com um mínimo de decoro e respeito às instituições.
Mesmo que por respeito às instituições
se entenda o significado e conteúdo do que se convencionou chamar de governo de
coalizaçao, a saber: o governo onde os projetos de interesse do país e de sua
população, aqueles voltados ao desenvolvimento econômico e social dependam de
negociatas e compra de apoio junto aos deputados e demais representantes legislativos.
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Para não deixar dúvidas: para
conseguir a aprovação de temas caros e necessários, estruturantes da sociedade
brasileira, há que se usar do ardil da instalação da mesa de negociação com os
representantes do povo.
Embora temos de convir que não há
a necessidade de se chegar a tal nível de corrupção e compra do apoio de parlamentares
quanto aquele alcançado pelo atual governo: este mesmo eleito para acabar com a
corrupão e instaurar a moralidade.
***
Claro, aquele era apenas discurso
para enganar eleitores, o que se confirma pelo vulto de recursos hoje à disposição
da Câmara dos Deputados e seu orçamento secreto, paralelo, de 17 bilhões.
Isso para não esquecer que o
atual governo não apenas elevou em muito os valores da corrupção: ele cuidou de
ampliar as categorias de beneficiários, que agora atingem pastores de fé cada
vez mais devedora, ou duvidosa; militares de todas as patentes e necessidades
de benefício e gozo; fascistas de toda espécie, em especial, os capacitados em
promover fake news e desconstrução de páginas e sites, ou a construção de deturpações,
sob patrocínio daqueles que são responsáveis por zelar pelo respeito ao Estado
de Direito e suas instituições.
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Pode-se sempre alegar que falta a Lula e aos partidos
de oposição a apresentação de projetos e programas destinados a incluírem o
povo na agenda sistêmica, de governo e no orçamento do país.
Propostas para valer, em prol da
melhoria das condições de vida da população brasileira e em benefício de
milhões de miseráveis, objetivo que que se justifica por qualquer ótica de análise,
mas que não acarretem em benefícios ainda maiores para os mais ricos.
Benefícios que possam incluir também
aos cidadãos da classe média, excluídos dos ganhos dos governos petistas do
início do século, ou tratados como os primos pobres do projeto de desenvolvimento
que só um governo popular tem condições de negociar e implantar.
Um comentário:
O golpe, rascunhado por aécio neves, executado em 2016, avalizado por diversas instituições, vem adquirindo novos contornos. A democracia vem sendo desidratada desde então e tornou-se anêmica com o desclassificado que ocupa a presidência. Ainda que não tenha obtido êxito em setembro/21, a arquitetura de novo golpe não foi desmontada. Penso até que está sendo sofisticada, vide os últimos movimentos.
O fundamentalismo cristão escancarou sua face. O que me faz concordar com Nietzsche em diversos pontos de suas reflexões em "O Anticristo" (me atrevo a dizer o antecristão).
O golpe de 2016 de tão obsceno abriu a caixa do "vale tudo" de forma que seu vírus se espalhou para todo lugar, como tão vem você apontou. E assim estamos diante do "golpe dentro do golpe", novamente. augusto aras causaria constrangimento em Geraldo Brindeiro. Se este passou para a história como "engavetador geral da república", o primeiro passará como cúmplice de todos os abusos e a violação ao Estado Democrático de Direito promovidos pela familícia.
Fernando Moreira
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