Ao lado de minha mesa de trabalho
Um colega me ajuda a sonhar
Ocupando a tarde abafada da sexta-feira
No instante em que o sol se derrama pela sala
Entrando sem pedir licença
Queimando o carpete
Tornando amarelas as cortinas
E me deixando a suar em bicas
aguardando o momento mágico de ganhar a rua
Em busca de emoções que me inspirem
E me permitam escrever um novo verso
Enquanto sonho com o poema e com a fama
Meu companheiro permanece na internet
Procurando algum editor que me aceite
E concorde em castigar a seus leitores
Viro-me em direção a meu amigo
E curioso me indago tão somente
Porque ele não está mais trabalhando
Neste fim de uma sexta-feira quente.
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