Observar a estrela ao longe
Sabendo não poder tocá-la
Desejando inutilmente interromper sua trajetória
Que orbita outros sóis.
Apenas deixar-se olhar a noite
Acompanhando o rastro de seu briho
Iluminando o céu escuro.
Alçar os olhos até a dimensão do horizonte
Onde as nuvens brincam ao sabor dos ventos
E se acomodam nos céus
Ciente da impossibilidade de detê-las
Querer reter a espuma clara e cristalina
Que insiste em oscilar à nossa frente
Cavalgando as ondas num balé frenético e provocante
Mesmo sabendo pertencerem a outros mares
Para onde retornarão na virada da maré
Sonhar em conquistar o mundo
E prosseguir vivendo cada dia de rotina
Da réstia de esperança que teima em nos consumir
E como o raio de sol,
nos invade e incendeia.
Viver apenas
Vitorioso por resistir às perdas.
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