Às
vezes
invade-me
a sensação
de
que o fluir de nossa vida
parece
escapar-nos
por
entre os dedos das mãos
de
não sermos capazes
de manter
a nossa própria existência
sob
o controle das rédeas
e
que,
como
objetos de papel
somos
arrastados num turbilhão
carregados
por entre redemoinhos de ventos
sem
rumo e sem direção
Nestes
momentos
percebo,
perplexo
que
minha afirmação se dá
por
um sonoro e rotundo não
e
meu sim
independente
e autônomo
se
manifesta pela minha negação
faço-me
presente pelo meu silêncio
e
ouvido pela minha ausência
de
longe
centro
da atenção de meus amigos
irão
dizer nestes instantes
que
comportando-me infantilmente
até embirro
e
no entanto, mudo em meu canto
saboreio
calado
o
fato de nem neste segundo eu me sentir um derrotado
e
comemoro minha vitória
de
Pirro
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