O
moço parou na esquina
Onde
trafegam ônibus lotados
Carros
apressados queimando óleo
Soltando
fumaça branca
Onde
atravessam os vira-latas
Que
invadem a noite com uivos
Tristes
Desfilam
meninas vaidosas
Envoltas
em saias justas
Blusas
decotadas
Que
afrontam as beatas
Que,
puxando o terço
Seguem
em procissão
A
caminho da igreja
E
se benzem ao cruzarem com o menino
Perseguido
Pela
viatura policial
Esquina
onde cruza
A
vida do bairro
Os
vizinhos se encontram
E
se cumprimentam, corteses
Taxis
aguardam passageiros
E
buzinas entoam cânticos de guerra
O
moço parou na esquina
Por
onde desce o tempo
Em
direção à cidade
E
sem querer perder sequer um minuto
Entrou
resoluto
Avançando
a contra-mão
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