segunda-feira, 23 de julho de 2012

De escravo a rei


Abençoada por Deus
Por seus encantos naturais
Nossa terra guarda escondidas,
Entranhas feridas
Dores que não se calam jamais

Desde o tempo de colônia
Fruto da exploração comercial
Implantou-se o trabalho escravo
Que tratava o índio como animal

Mas para ampliar a riqueza
Promovendo a acumulação de capital
Teve início o tráfico negreiro
Sob o patrocínio de Portugal
E a beleza desta terra
Tingiu-se do sangue africano
Que irrigava nossa plantação
A lavoura, o café de exportação

E mesmo sofrendo tanto abuso
O braço negro não se abatia
Deixando gravadas em nossa cultura
Suas festas e sua alegria
E depois de lutas e tanta amargura
Que manchavam o nome do Império
Isabel, a Redentora
Assinou a abolição da escravatura

E pra ter mercado para a produção
Gerada pela revolução industrial
O negro passou a ter salário
Que mudou a forma da escravidão
Mas o negro não bancou o otário
E sonhando subir na escala social
Ocupou um mês do calendário
Tornando-se o rei do carnaval

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