Abençoada
por Deus
Por
seus encantos naturais
Nossa
terra guarda escondidas,
Entranhas
feridas
Dores
que não se calam jamais
Desde
o tempo de colônia
Fruto
da exploração comercial
Implantou-se
o trabalho escravo
Que
tratava o índio como animal
Mas
para ampliar a riqueza
Promovendo
a acumulação de capital
Teve
início o tráfico negreiro
Sob
o patrocínio de Portugal
E a
beleza desta terra
Tingiu-se
do sangue africano
Que
irrigava nossa plantação
A
lavoura, o café de exportação
E
mesmo sofrendo tanto abuso
O
braço negro não se abatia
Deixando
gravadas em nossa cultura
Suas
festas e sua alegria
E
depois de lutas e tanta amargura
Que
manchavam o nome do Império
Isabel,
a Redentora
Assinou
a abolição da escravatura
E
pra ter mercado para a produção
Gerada
pela revolução industrial
O
negro passou a ter salário
Que
mudou a forma da escravidão
Mas
o negro não bancou o otário
E
sonhando subir na escala social
Ocupou
um mês do calendário
Tornando-se
o rei do carnaval
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