Negando
o que dizia minha avó
quem
tudo quer
sempre
alcança
atropela
os outros
avança
destaca-se
na multidão
gosta
de levar vantagem em tudo
acorda
cedo, madruga
e
sabe que quem espera
não
chega primeiro à fonte
nem
bebe da água mais pura
Não
semeia ventos
nem
se arrisca
não
brinca com fogo
e
em meio à tempestade
aproveita
para umedecer o pano
com
que finge apagar a fervura de verão
solitária
andorinha de ocasião
Sabe
que o tempo é dinheiro
que
o dinheiro é escasso
e
não admite desperdício
assim
não dá ponto, nem nó
não
dá aos pobres
não
empresta aos seus
sabendo
sempre a quem
compensa
fazer o bem
Quem
tudo quer e atropela
na
ânsia de poder vencer
tudo
quer, tudo pode
até
brilhar como ouro
que
no escuro reluz
falso
como ouro de tolo
a
quem convence e seduz
brilho
que ilude apenas
àqueles
a quem falta luz.
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