quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Nem a prisão de Dulcídio pode ser considerada novidade. Vide o caso de Ibsen Pinheiro, e outros tantos pelo país afora

O mês de novembro vai terminando e com raras exceções, quase não há novidades no cenário político e econômico de nosso país.
A Selic de 14,25% foi mantida na reunião do Copom terminada na noite de ontem, quarta feira, 25, conforme já era esperado pela ampla maioria dos analistas e consultores do mercado. 
Se houve alguma novidade, foi a divulgação de que dessa vez a decisão não foi por unanimidade, tendo dois diretores do Banco Central votado favoráveis à elevação de 0,5%. 
Afinal, por mais que persista a tendência de elevação da taxa de desemprego, que alcançou novo recorde conforme anúncio divulgado ontem há, em contrapartida, um consenso que vai se formando, de que a inflação não ficará abaixo dos dois dígitos nesse ano de 2015.
Ao menos é essa a expectativa que o Boletim Focus nos apresenta ao início dessa semana, com a inflação pouco acima de 10% e uma queda do PIB que já ultrapassa os 3%. 
Algo pior e mais preocupante é a expectativa para o ano de 2016, o ano em que teria início a retomada do crescimento da economia brasileira, segundo a fé do ministro Joaquim Levy, que já apresenta um nível de inflação acima da meta e mais uma vez, queda no PIB.
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Para quem já vem acompanhando há mais tempo as idas e vindas de nossa economia, e acreditava que não teriam mais que vivenciar anos semelhantes aos das décadas de 80 e 90, consideradas década perdida ou aquela que nem chegou a existir, a partir de 2010 vimos atravessando um outro período de completo e total desperdício de tempo. Vazio absoluto. E pior, com uma população maior e que vai se tornando mais longeva.
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Mas voltemos à decisão da reunião protagonizada pelo colégio de diretores do Banco Central, realizada sob a égide de um reconhecido dilema: por um lado, a inflação mostrando uma resistência à queda e uma capacidade de dispersão para o restante do sistema de preços da economia digna de nota, a partir de sua causa principal: a elevação dos preços públicos. De outro lado, a cada vez maior recessão que vai se conformando, cada vez de forma mais sólida.
Pela ótica do controle da inflação, a origem da alta generalizada de preços, localizada na correção dos preços administrados mantidos represados no final do mandato de Dilma I, sinaliza a pequena capacidade da política monetária e de taxas de juros elevadas conseguirem alcançar o seu intento. Não apenas por serem os preços administrados importantes componentes da estrutura de custos de todas as atividades, mas por se referirem a bens e serviços de uso generalizado, os bens públicos, caracterizados como bens inelásticos. 
Dessa forma, o que a manutenção de taxas elevadas consegue é tão somente derrubar a demanda agregada, menos pela queda do investimento, já que as decisões empresariais de investir sofrem, nesse momento, muito mais o impacto do ambiente deteriorado de nossa realidade sócio-econômica e política.
Isso significa que o impacto das taxas de juros derruba mais a demanda de consumo, especialmente aquela dependente do crédito, minguado. E, com demanda por bens de consumo e corte de gastos públicos, ambas reforçando a redução dos planos de investimento, apenas resta vencer a inflação pelo total aniquilamento da capacidade de funcionamento da economia brasileira.
Mais uma vez, o controle da febre da inflação, pela indução do doente terminal à morte.
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Ou não?
Afinal de contas, se muitos analistas alegam que o Banco Central não pode afrouxar a política monetária, de forma a compensar a política fiscal completamente destroçada, face à queda brutal da carga tributária bruta que a recessão tem provocado, a verdade é que a taxa de juros tem a capacidade, também cada vez mais reduzida e limitada, de continuar servindo de chamariz para a entrada de recursos externos, o que ajuda a baratear o dólar e, mais uma vez, a conter a inflação.
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Mas, estamos chegando próximos ao Natal e, politicamente não é aconselhável que o governo promova qualquer medida adicional que possa vir ampliar a quantidade de pessoas encaminhando ao Bom Velhinho que lhes traga alguma oportunidade de emprego.
Esse milagre, nem Papai Noel teria condições de fazer em tão pouco tempo.
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Mas, se a economia continua insistindo em não nos apresentar novidades, é importante destacar o leilão das 29 hidrelétricas realizado ontem pelo governo, e que ajudou o governo a arrecadar 17 bilhões, o que vai contribuir de forma importante para amenizar o déficit previsto para esse ano.
Do total, quase 80% serão pagos pela empresa China Three Gorges, a dona da portentosa usina de Três Gargantas, maior hidrelétrica do mundo.
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No futebol, com a definição praticamente de todos os classificados para a Libertadores, no G4, e com poucas esperanças de mudança da lista de times a caírem para a segunda divisão no próximo ano, resta apenas a decisão da Copa Brasil, cujo início ontem, saiu com o Santos em vantagem.
Não sou santista, embora admire o trabalho de Dorival Júnior e a capacidade de o time praiano revelar a cada ano novos jovens jogadores. Tampouco sou palmeirense, embora gostaria de ver o mineiro e atleticano Marcelo ser mais valorizado no futebol paulista. 
Assim, parcialmente isento, assisti ao jogo para constatar, ao final, que o Santos teve um ligeiro favorecimento, a começar do penâlti que considero ter sido mais firula de Ricardo Oliveira, e que como todo pênalte roubado não entra, até a sequência de faltas e cartões que apenas eram aplicados a jogadores do Palmeiras. 
Em minha opinião, algumas jogadas mereciam ter cartões para os santistas, também, especialmente para o nervosinho atacante e capitão do time de Santos, por acaso, o mais experiente jogador do time.
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A vantagem do Santos é mínima, mas existe. E em minha opinião, não no placar, mas na qualidade do elenco e dos jogadores, que reconheço ser muito superior. 
Mas, devo comentar o lance do gol, por uma questão de justiça com uma jogada de destaque de Gabi Gol, e uma defesa de Prass, a la Gordon Banks, em cabeçada de Pelé, na Copa do Mundo de 70.
Ontem, não foi uma cabeçada, mas o tapinha que o goleiro palmeirense deu na bola, depois de já ter defendido um chute a queima roupa do artilheiro santista, foi impressionante.
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Na política, também continuamos com tudo igual. Eduardo Cunha protelando enquanto pode sua punição por seus colegas, utilizando de todos os ardis de que dispõe e todas as prerrogativas como presidente da Câmara, o que caracteriza abuso, em proveito pessoal de recursos institucionais. 
E o que deveria ser novidade, mas não é: a prisão de Delcídio do Amaral, o senador líder do governo.
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Embora tenha ganho todas as manchetes e capas de jornais, e etc, Delcídio apenas é exceção por ser o primeiro senador que, preso, foi mantido preso por seus pares. 
Só.
Porque já não é novidade a descoberta de líderes do PT estarem cometendo ilícitos, por mais que isso possa incomodar. Não é novidade que o partido que se desejava vestal tenha perdido a pureza tão logo se percebeu de como  a vida de prazeres mundanos pode ser agradável. 
Da mesma forma, não é nenhuma novidade que, se ontem foi o PT, amanhã possa ser algum outro político, de outro partido, seja da base ou da oposição, já que definitivamente, não há santos na zona. 
E a nossa política foi a cada vez mais se apequenando de tal forma, que nada mais surpreende. 
Nem as ações de Delcídio, que posava de bom moço.
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Tal qual um deputado gaúcho, Ibsen Pinheiro, líder do PMDB, que chegou a ser falado para se candidatar a governador de seu Estado, com condições amplas, de quem sabe, alçar vôos mais elevados. Afinal, Ibsen era uma reserva moral.
E acabou tendo de renunciar, quando pego em travessuras, o que mostra que o que acontece com o senador do Centro-Oeste agora, é apenas mais uma refilmagem de um filme que volta e meia ocupa o horário das sessões da tarde. 
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Absurdo mesmo, em minha opinião, e ninguém fala muito, é o cinismo do guarda americano que agora foi indiciado, pela morte de um rapaz negro, ocorrida há mais de um ano. 
E o cinismo também da sociedade americana, que apenas depois de tanto tempo, anuncia que o criminoso irá a julgamento. 
Contrário de outros policiais que, para manter a forma e o treinamento em dia, decidem praticar tiro ao alvo com a população negra no país mais avançado e rico do mundo....
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E absurdo o fato de até a ONU perceber que nada vamos fazer, porque nada fizemos de real e concreto, para punir a Vale e sua subsidiária, a Samarco.
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Ou seja continuam todos os vexames de sempre. 

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Parabéns ao campeão por merecimento. Parabéns ao Corínthians

Difícil não admitir, mesmo considerando a ajuda que o time teve das arbitragens ao longo da competição, e que não foram poucas, inclusive nessa reta final de campeonato, que o Corínthians mereceu o título e que foi campeão com sobras.
O que é indiscutível, bastando para chegar-se a essa conclusão, verificar que a comemoração tão ansiada se dá quando ainda faltam 3 rodadas para o término do Brasileirão.
E, como falei, independente de ajuda, intencional ou não, o Curingão foi o campeão por ter sido o melhor time, o mais regular dentre todos, o que os números apenas confirmam: melhor ataque, defesa, melhor meio campo, melhor aproveitamento. Enfim, campeão incontestável.
Apenas, como atleticano que sou, que não gosta do técnico  a quem atribuo a maior parcela da responsabilidade de nossa queda para a segunda divisão, e que independente de questões pessoais não acredita tanto assim na influência que o técnico pode ter em um time vitorioso, não vou adotar a postura da imprensa esportiva de maneira geral, e da paulista em particular, para ficar falando de Tite.
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E aqui uma observação necessária. Um técnico ruim atrapalha sim a equipe: escala mal, joga um companheiro contra o outro, não sabe fazer substituições, não dá treinamentos táticos, não ensaia jogadas, não procura corrigir as deficiências de seus comandados nos treinos, não aproveita os jogadores nem as melhores qualidades que cada um possui.
Um técnico, com um perfil que poderia ser classificado mais como o de um mau caráter, ainda joga a responsabilidade das derrotas em culpados que pinça a dedo no plantel, embora esteja sempre pronto para mostrar como foi decisivo e importante nas vitórias. E, no momento que percebe que o barco está afundando, sempre consegue cair fora, para deixar a bomba explodir na mão de outro qualquer.
Vide Luxemburgo e seus projetos mirabolantes, com os quais quase derrubou o Cruzeiro, depois de ter tentado em vão derrubar o Flamengo.
Não é esse o caso de Tite, certamente, mas sou mais de opinião que o técnico bom é aquele que não atrapalha. Não interfere muito no jogo embora dê sempre preferência para escalar o melhor que ele tem na mão em dado momento. Esteja sempre pronto para substituir e mudar o time, quando vê que alguma coisa não está saindo conforme o planejado. E está sempre incentivando e apoiando os jogadores que estejam precisando apenas de um sinal de confiança, como aconteceu com Wagner Love, no time paulista.
É verdade e devo reconhecer, Tite deve ter aprendido alguma coisa, ou muito, depois da passagem pelo Galo, há já quase dez anos.
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Mas, um time que tem um dos melhores goleiros do Brasil, como Cássio; um time que tem um meio campo formado pelos três jogadores que deverão disputar, inequivocamente o título de melhor jogador do torneio, como Elias - seleção, Renato Augusto- seleção e Jadson, e conta com jogadores como Love e Malcom, não pode mesmo deixar de ser campeão.
Assim, parabéns ao Corínthians, pela conquista e pelo futebol apresentado.
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Isso, independente de qualquer outra ajuda que tenha obtido.
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Quanto ao Galo...

Já o Galão da massa mereceu morrer na praia, perdendo um título que, no início do campeonato foi apontado como talhado para o feitio de seu futebol.
E devo reconhecer que o Galo perdeu para ele mesmo, e para o bom futebol do Corínthians,
Razão pela qual a cada duas partidas toma um chocolate e uma goleada, como a que sofreu para o Sport, seguida para a derrota para o Corínthians, em casa, e agora outro vexame para o São Paulo.
E nem há muito o que ficar chorando e lamentando. O time está mal. Joga mal. Não tem saída de bola. Não tem jogadas ensaiadas. Fica na dependência, novamente, de chutões de Victor e da capacidade de Lucas Pratto fazer o pivô, para nenhum de seus companheiros se aproximar dele e aproveitar sua luta.
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Não há como negar em tudo isso, a responsabilidade de Levir Culpi, a quem admiro e sempre elogiei. Mas não dá para entender ou aceitar tranquilamente uma série de fatos e equívocos que acredito estar à vista de qualquer atleticano.
Como por exemplo, o fato de que Marcos Rocha parou de jogar. Talvez por ter sido orientado a ficar mais na retaguarda, deixando de explorar o que, em minha opinião tinha de melhor: a saída de bola, o passe, mesmo que ele apresente dificuldades para chegar à linha de fundo e fazer cruzamentos para a área.
Também não dá para entender a dependência de jogadores que não estão jogando bem há muito tempo, como Rafael Carioca, que chegou em certo momento do ano a ser apontado como dos melhores jogadores do torneio. Ou Giovanni Augusto, que começou relativamente bem, e depois foi caindo, caindo de produção, a ponto de ontem parecer nem estar em campo.
Ou a fixação de Levir com Patrick, quando tem dois laterais, ou se preferirmos não contar com Pedro Botelho, ao menos um lateral esquerdo típico.
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Mas, o pior que vejo no time, razão por que atribuo a responsabilidade a Levir é o que aconteceu quase todo o segundo tempo do jogo de ontem, no Morumbi.
A bola com Giovanni Augusto, ou Dátolo, que sem opção de jogada, atrasava para Carioca, daí para Jemerson, de onde era atrasada, enervantemente para que Victor pudesse dar um chutão. Como em geral nas saídas de bola de Victor, sem direção e sem quem pudesse recebê-la em condições para qualquer tentativa de jogadas.
Tantas foram as vezes que, irritantemente, a bola foi voltando do campo de ataque para as mãos de Victor, e em tantas ocasiões isso colocou em risco a nossa defesa e nosso gol, que acho que qualquer técnico teria que parar o jogo e dar uma tremenda bronca em seus comandados. No mínimo, teria que reafirmar aquilo que é notório: futebol se joga para a frente.
E se Levir não interrompeu a tática suicida do time, de lançar a bola na direção que colaborava com a intenção do adversário, é porque a ordem de ficar fazendo aquela hora, o famoso e inócuo ficar "retendo a bola" só pode ter sido feito sob orientação dele. Quem sabe, acreditando que o São Paulo iria se irritar e partir para cima, abrindo-se na defesa e dando chances às penetrações de nossos homens de frente.
O que até deu certo, ao menos no lance com Luan, em que Tiago levantou a bola na área, embora devamos reconhecer que se minha hipótese está correta, quanto a ficar retendo a bola sem qualquer efetividade ou atitude mais aguda de ataque, é também lícito imaginar que Tiago não poderia estar no local em que estava quando avançou e, ameaçando chutar, acabou enxergando Luan bem colocado na área.
Creio que Levir deve ter ficado bravo vendo seu zagueiro tão avançado.
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Mas, quanto mais o tempo passava, independente de o placar estar em branco ou já com o Galo na frente, mais as bolas eram atrasadas para Victor, da frente, da intermediária, do meio, de trás. E várias delas, no fogo, obrigando Victor a chutar de qualquer jeito, como um chute para a lateral que teve de dar de forma desajeitada e pressionado pelo ataque paulista.
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E, quando Rogério entrou no jogo e pegou pela frente um Marcos Rocha, de quem gosto muito e sempre elogio, mas que reconheço ter como pior atributo o de defender, já que sempre entra de primeira nas jogadas-, mas quando Rogério pegou um Rocha já cansado, que passava a ter a obrigação de marcar um jogador ligeiro, aí o caldo entornou de vez. E foi ali pelo lado direito de nossa defesa que a goleada do São Paulo se desenhou e foi construída.
Mas, não há o que culpar Rocha, ou apenas a ele. Porque embora tenha já há algum tempo notado a fragilidade de Jemerson em alguns momentos e algumas partidas, poucas vezes vi o recém-selecionado por Dunga tão mal.
Foi, em minha opinião, e sem qualquer exagero, das piores partidas que Jemerson fez, inclusive lembrando David Luiz e o fato de nunca estar marcando quem devia e estar sempre fora de posição na hora necessária, como no lance que originou o primeiro gol do São Paulo.
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Acho que Victor falhou no terceiro gol, embora reconheça a dificuldade do goleiro defender a cabeça para o chão, que entra rasteira.
Já o segundo gol do São Paulo foi um golaço, sem qualquer senão.
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E tomamos mais um passeio, agora contra o São Paulo, de 4 a 2 vergonhoso.
Com riscos de não ficarmos nem como vice-campeões, já que ainda temos um jogo direto contra o Grêmio, logo em nossos calcanhares.
O que nos obriga a vencer o time carne de pescoço e desesperado do Goiás, que sempre apronta para cima do Galão.
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Quanto a Levir, reconhecer que ao menos soube nos classificar para a Libertadores, e que é sim, um técnico sério, trabalhador, que precisa de deixar de comportar-se como vem fazendo, como estrela, especialmente frente às câmeras. E que precisa de fazer uma análise séria e criteriosa dos jogadores que tem a sua disposição, já que alguns são fracos, algumas posições estão carentes de jogadores e como ele e toda a massa sabe, a Libertadores precisa de ter jogadores de qualidade e personalidade.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Círculo vicioso da necessidade de se promover um ajuste fiscal e, simultaneamente, adotar medidas que agravam a questão fiscal

A queda recorde na arrecadação do governo federal em outubro passado, que atingiu a cifra de 103,5 bilhões de reais correspondentes a 11,3%, descontada a inflação, que o valor arrecadado no mesmo mês de 2014 deveria servir como base para que uma discussão séria fosse feita sobre a política econômica atualmente em curso, principalmente sobre sua preocupação primeira, o ajuste fiscal.
Isso porque, entre as medidas anunciadas para que o ajuste possa ser realizado constam, de forma insistente, a elevação de impostos, por um lado, medida que não encontra muito respaldo junto aos políticos e aos empresários, e o corte de gastos, sempre o mais difícil de ser feito e o mais demandado pelos analistas.
Mas, é importante observar que quando se fala em corte de gastos, não passa pela cabeça desses analistas, a redução das desonerações concedidas pelo governo no primeiro mandato da presidenta Dilma, cujo valor em outubro foi de 87,4 bilhões, quase 8,5% mais elevado que o valor em 2014.
Menos ainda há qualquer menção ao elevado gasto representado pelo pagamento das transferências de juros, considerado como pagamento sagrado e, dessa forma, intocável.
Afinal, o primeiro dos motivos de frustração na arrecadação trata de recursos de impostos que os empresários foram dispensados de recolher, como forma de o governo estimular que eles mantivessem o nível de investimentos, de produção e de emprego.
Pena que, como acontece costumeiramente em nosso país, ao tempo em que adotava as medidas de desoneração, destinadas a estimular a classe empresarial, o governo não se preocupou em estabelecer metas de resultados a serem atingidas, de forma a que o programa de desoneração pudesse ser interrompido, caso o empresariado não reagisse como o esperado pelo governo.
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Quanto ao pagamento dos juros, entende-se a preocupação do mercado em mantê-los intocado. Especialmente por tratar-se de respeito às regras do mercado, aos pactos contratados, e à manutenção de nossa boa imagem junto aos setores financeiros, tanto internacional quanto nacional, de quem dependemos para obter os recursos que permitem que nossa economia continue funcionando, mesmo que a marcha cada vez mais lenta.
O problema é que os juros pagos são contratados a taxas que são estabelecidas pelo governo, e na política de combate à inflação adotada em nossa economia, independente da causa real da aceleração de preços, o governo adota ou é constrangido a adotar pela própria sociedade por meio dos analistas que falam em seu nome, a elevação dos juros como principal medida corretiva.
O que nos leva à situação tantas vezes abordada, paradoxalmente, inclusive pelos analistas que cobram a elevação de juros como medida para contenção da inflação: ao elevar as taxas de juros o governo acaba dando um tiro no próprio pé.
Eleva os gastos e a necessidade de geração de superávits, resultados positivos em seu orçamento, de forma a ter recursos capazes de tranquilizarem os donos do capital, para que continuem emprestando seus recursos ao governo. Por outro lado, acabam levando os empresários a optarem por usar seus recursos em aplicações financeiras, mais lucrativas que aquelas aplicações eivadas de riscos e incertezas, que poderiam esperar obter caso se decidissem pelas aplicações produtivas.
Com isso, cai o nível de investimento, arrastando consigo o nível de emprego. Cai a demanda derivada daqueles setores produtores de insumos que, sem ter para quem vender preferem reduzir a produção, dispensando trabalhadores.
Nesse meio tempo, máquinas já depreciadas ou já obsoletas não são repostas ou substituídas, e o setor produtor de bens de capital também paralisa seus planos de produção. O que, entre outros efeitos, irá provocar, quando da retomada da economia brasileira, em futuro incerto e não sabido, defasagens tecnológicas, de produtividade e competitividade.
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Por outro lado, ao elevar os juros para conter a inflação, o governo acaba fornecendo ao setor bancário uma desculpa para que possa elevar as taxas cobradas nas operações de crédito, dando mais força a que o setor, extremamente concentrado, possa aumentar suas margens e seus lucros. Que alcançam cifras astronômicas, principalmente se lembrarmos que eles atuam em um país em crise econômica.
Com juros extorsivos praticados pelos bancos, é interessante indagar duas questões: o que justifica a elevação de juros nas operações com o público, se a principal atividade desses bancos consiste nas operações de tesouraria, a saber, o carregamento, sem qualquer risco aparente, dos títulos emitidos pelo próprio governo?
E, porque, senão a sanha avassaladora de manutenção de lucros cada vez mais espetaculares, os bancos elevam de forma tão avassaladora as tarifas cobradas pelos serviços prestados?
Porque, como se sabe, foram esses os principais motivos apresentados para justificar lucros bilionários de Itaú e Bradesco, e mesmo Banco do Brasil, a cada trimestre.
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Mas, com elevação das taxas de juros, elevação da inadimplência, incerteza em relação à manutenção do emprego, quando não já desempregados, a população retrai sua demanda de consumo, o que já vem afetando, mês após mês, o nível de vendas de alimentos e outros produtos no comércio varejista, nos supermercados, no setor de serviços.
Agrava esse quadro o fato de a inflação, aquela que os juros deveriam derrubar para patamares civilizados, de até 4% ao ano, cada vez mais dar mostras de ter fôlego para continuar crescendo e se espalhando para todos os setores e produtos da economia.
Situação que reduz a renda real do trabalhador brasileiro, e prejudica ainda mais o gasto em consumo, de resto, incapaz de tirar a economia, de forma sustentável do marasmo. O gasto de consumo, ainda mais o de bens não sofisticados, já que os bens de consumo de maior conteúdo tecnológico atingiu sua saturação ainda nos anos de governo Lula, oferece apenas a perspectiva de um vôo de galinha. De saltos e solavancos.
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Com tudo isso, caem as vendas, e com ela a arrecadação do governo. Razão de valores ínfimos de receita divulgados, por mais que essa bobagem que considero ser o impostômetro indique o contrário
E, a queda leva ao fecho do círculo vicioso do governo propor a elevação da carga tributária, com a criação de novos impostos, não aceitos pela sociedade, especialmente pelos empresários, que no caso da CPMF não terão como escapar do pagamento, conforme já tratei anteriormente nesse espaço.
Só lembrando, embora vá incidir de forma muito pouco significativa nas finanças da população e até na inflação, por ser um imposto em cascata, por ter uma alíquota reduzida, a CPMF tem a qualidade de pegar a todos os contribuintes, sem distinção. O que obriga até aqueles não acostumados a pagar impostos, a ter de pagá-la.
Claro, nessa caso, atingindo os estratos de renda mais ricos, inclusive os empresários, que tanto choram e pouco pagam.
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Mas, seja pela elevação de impostos, seja pela proposição de cortes selvagens na despesa do governo, o que teremos e os manuais mais toscos de economia nos mostram é a redução ainda maior da demanda agregada, com os efeitos deletérios que daí advêm.
Entre outros efeitos, do corte de despesas, a não contratação de pessoal para trabalhar nas unidades de saúde, ou nas escolas dessa pátria encantadora, já que nada tem de educadora. Ou a ausência de fiscais ambientais que fazem com que as barragens das mineradoras sejam fiscalizadas por empresas contratadas pelas próprias donas das minas e das barragens. Em situação típica de o lobo tomando conta do rebanho de ovelhas.
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Mas tais questões não são objeto de discussões mais sérias, de forma a que possam ser analisadas outras medidas para que o país possa conseguir dar ordem às contas públicas, de resto ação necessária, mas contando com o apoio e a compreensão, e porque não dizer, o sacrifício de toda a sociedade.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Noite de derrubada de vetos e reflexões sobre a luta dos servidores da Justiça

Por meros 6 votos, já que obteve 251 e precisava de 257, em reunião de senadores e deputados, o Congresso manteve o veto da presidenta Dilma ao projeto de aumento de 53% a 78%, a ser concedido aos servidores do Judiciário, de forma escalonada até 2019.
Mais animada e importante que a partida da seleção brasileira contra o fraco time do Peru, que acontecia no mesmo instante, confesso que preferi ficar assistindo aos debates, discursos, e finalmente à votação da manutenção ou não do veto.
E admito que é muito difícil emitir qualquer juízo em relação à demanda dos servidores do judiciário, ao trabalho por eles desenvolvido junto aos representantes do povo, à aprovação do reajuste e ao veto e, agora, à sua manutenção.
Até por não ser isento, na questão, já que funcionário público, embora já não da ativa.
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Mas há alguns comentários que julgo necessário fazer, como um desabafo, quem sabe, e como registro de uma série de aspectos que o tema evoca, e que invadiram minha mente, enquanto assistia o debate, focado sempre na questão do ajuste fiscal e da discussão de quem seriam os agentes sobre os quais recairia o ônus desse ajuste.
Devo começar afirmando que acho o papel dos servidores do judiciário e sua reivindicação mais que justa, oportuna e correta. 
Afinal, ao contrário de outras categorias profissionais e carreiras, algumas incrustadas no próprio serviço público, que tudo fazem para "entender" o drama do governo, o momento de dificuldade que o país atravessa, a necessidade de o ajuste fiscal ser feito para obtenção de um superávit primário, etc. etc. abrindo mão de lutar por seus direitos, não vejo outro papel possível de ser exercido e desempenhado pelos sindicatos de trabalhadores ou de funcionários, capitaneados por suas lideranças. 
Vale dizer que as lideranças dignas do papel que cabe ao líder, em minha opinião apenas servem de representantes do movimento que é de toda a categoria ou classe de trabalhadores, os quais devem ser os primeiros interessados em obter o justo reconhecimento de seu valor e respeito à sua dignidade.
Sempre acreditei que há certas lutas e movimentos que você deve encampar e entrar de sola, com fome de vencer a jogada, não por convicções pessoais, mas em defesa da posição e do cargo que você ocupa. 
Ora, considero que aquele que não luta em defesa de seu cargo, de sua posição, de seu ponto de vista, de suas ideias, do conjunto de colegas que representa é o primeiro a estar desrespeitando a todos, inclusive a si mesmo. E o primeiro adversário na trajetória da conquista dos objetivos de todos.
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De mais a mais, lembro-me que há pouco, na tevê a cabo, tive a oportunidade de assistir ao filme francês As Neves do Kilimanjaro, de 2011, recomendado pelo excelente programa Contraponto, cuja história nos leva a questionar justamente a respeito do papel dos sindicatos e suas lideranças. Para descobrir ou fazer refletir algo que deveria ser óbvio e, por esse motivo, esquecido: na sociedade, cada um, seja pessoa ou instituição, tem um papel a cumprir e deve cumpri-lo. Ao limite. 
Sem dar espaço a qualquer confusão entre o que é função de um e de outro. 
No filme, uma empresa em crise e em vias de demitir alguns operários, solicita que o Sindicato aponte os que deverão perder o emprego. Bem intencionados, mas negando o papel que deveriam assumir, o Sindicato vê uma oportunidade de fazer um processo de dispensa mais justo e assume o ônus de tomar a decisão que a direção da empresa, espertamente evita. 
Líderes sindicais, por mais bem intencionados que possam ser, pagam quando agem como patrões, tomando as decisões amargas que cabe aos que lucram com o processo de exploração do trabalho. E são cobrados quando passam a raciocinar no lugar do outro, o que prova que nem sempre a empatia é positiva.
O papel do sindicato deveria ser exigir a manutenção de todos. Brigar para que, nas horas ruins, a empresa abrisse mão de seus ganhos e margens, para não punir aqueles que, nas horas boas, não tiveram compensação extra por ajudarem no enriquecimento dos acionistas.
Deixemos o filme de lado e voltemos à realidade.
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O sindicato e a categoria dos funcionários do Judiciário lutaram com as armas que tinham, dentro do respeito como foi falado no próprio plenário do Congresso, onde se faziam presentes, de forma civilizada. 
E se foram insistentes, se souberam demonstrar e comprovar suas reivindicações, merecem tão somente os cumprimentos. 
E tiveram méritos em sua luta. Que é justa, já que a defasagem salarial, não apenas deles, mas de toda a categoria do funcionalismo é cada vez mais evidente. 
Observo que muitos falam de salários muito elevados, exorbitantes dos "marajás", mas poucos sabem da real condição de salários da grande maioria do funcionalismo. E pior, dos contrastes grotescos existentes entres as categorias. Porque não vamos tapar o sol com a peneira. Tem sim, salários astronômicos e absurdos, mas são a minoria. 
O mais são injustiças flagrantes e injustificáveis. Além de compromissos que, uma vez assumidos, nunca são cumpridos, o que agrava mais ainda o quadro. 
Quanto a compromissos que acordados e assinados viram letra morta, basta uma olhada na luta do pessoal de nível técnico do Banco Central do Brasil, meus antigos e ainda e sempre colegas, sempre tratados (destratados seria melhor!) com indiferença e desprezo.
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E é verdade, - como diziam os deputados da oposição nem sempre pelos motivos declarados, senão que movidos por interesses políticos como a deputada Jandira Feghali ressaltou corretamente -, que o governo não deveria jogar sobre os ombros de seus funcionários o peso do ajuste, já que não foram eles, os funcionários que levaram à situação de crise fiscal que o país atravessa. Muito ao contrário!
Não foram os funcionários públicos, sem aumento sequer capaz de cobrir a inflação do primeiro mandato Dilma, que promoveram um festival de desonerações e incentivos para o empresariado, de mais de 104 bilhões apenas no ano de 2014. 
Não foram os funcionários, agora punidos, que elevaram os juros de forma tal que o FMI classifica o nosso país como o terceiro maior pagador de juros do mundo, perto de 5% do PIB apenas no ano de 2014.
Aliás, deve ser dito que essa culpa não pode nem deve recair nem mesmo sobre os funcionários do Banco Central, a maior parte deles com defasagem salarial de 27% e curiosamente desdenhados pelo Executivo, que os classifica como funcionários de 3º nível, atrás dos Delegados da Polícia Federal e ainda, dos Auditores da Receita Federal, que atuam na série B desse campeonato de perdedores. 
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Faço um parêntese para comentar o quão estranho é essa classificação que faz os detentores civis do monopólio da violência institucionalizada e monopólio de armas (órgão de Polícia, repressão e investigação), os detentores do monopólio da arrecadação de recursos melhores que os detentores do monopólio da emissão de ... dinheiro, essa coisa que é tão pouco importante que domina todos os temas no Congresso e no país, seja da Lava-jato, seja de aumentos salariais!!!
Mas, continuamos na terceira divisão. E alguns de nossos representantes sindicais continuam lutando para provar como é necessário o sacrifício para que o governo feche suas contas. Afinal, é tudo para o bem do Brasil. 
Ou não?
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Então, confesso ficar em dúvida. Não por achar que o ajuste fiscal exige que o aumento não fosse concedido. 
Mas por achar que ele apenas iria agravar a já complexa situação de todos os funcionários públicos no país. Porque nos comentários que fiz das divisões em categorias capazes de meterem mais medo e por isso serem mais respeitadas pelos políticos (primeiro delegados, depois auditores da receita), nem toquei na diferença gritante de remunerações entre funcionários do Executivo e outros, do Legislativo e do Judiciário.
E lembro-me de que Itamar Franco, quando presidente do país, decidiu conceder um aumento diferenciado para os servidores milsitares, de 28,86%. E o que aconteceu? Uma avalanche de causas na justiça, demandando, e ganhando,  a extensão dos aumentos para todas as categorias. 
O que aliás, independente da vitória, categorias como a do pessoal da Fazenda e do Banco Central ainda não conseguiu receber, mesmo com sentença a seu favor.
***
Ou seja, por um lado, torci para que os colegas do Judiciário obtivessem êxito. Por outro, devo confessar que fiquei com inveja de uma categoria que sabe e soube lutar por seus direitos. 
Como era inveja, um sentimento ruim mesmo quando usado no sentido de não querer prejudicar a quem quer que seja, mas apenas de estar no lugar deles, a causa deles não prosperou. 
O veto foi derrubado. 
Mas, que gostaria de ver como seriam os discursos dos deputados e senadores se o projeto de reajuste fosse relativo ao pessoal da PF, ou da Receita, ou do Banco Central, para não falar de toda a categoria, isso eu gostaria. 
Porque, no mínimo, no dia seguinte, vários deles seriam execrados em razão de seus discursos por essa mídia conservadora e venal, que age  sob o comando dos interesses do grande capital, principalmente o financeiro. 
Se é que eles teriam coragem de fazer tais discursos, sendo favoráveis a todo o funcionalismo.
Que é afinal o que deveria estar sendo discutido: não apenas de uma categoria mais organizada, mas de todos: professores, cada vez mais mal remunerados nessa Pátria Educadora, a ponto de abandonarem cada vez mais as salas de aulas; médicos, que abandonam os centros de saúde; pessoal especializado que abandona o setor público, onde muitas vezes aprenderam a trabalhar, para passar para o lado de lá do mercado, lado que antes fiscalizavam. Ou o mais notado nesses dias de lama, fiscais do DNPM, cujo número de servidores e as condições de trabalho evidenciam o desmantelamento do Estado. 
Que agrada à mídia. Que agrada às grandes empresas. Apesar dos desastres que podem vir a provocar, como Mariana e o Rio Doce não deixarão que esqueçamos por décadas. 
***



Onde antes eram grotões
hoje o curso de água límpida
vem dos olhos marejados
olhos da terra estatelados
secos
opacos
sem brilho
sem emoção e sentimentos
de onde ecoam só lamentos
olhos desfigurados 
de paisagem arrasada
que apenas choram lama
fedor de morte
e pó.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

O terror em várias faces - Homenagens às vítimas



O policial militar que mata
o negro pobre da periferia
o justiceiro escondido sob a máscara escura
que invade o boteco
atirando a esmo
e a bala perdida que acha sempre alguma vítima
distraída

A mulher nas vilas e favelas
vítima da agressão da pior espécie de amor bandido
que tem a face do pai, do irmão, do marido
ou do amante
um Zé qualquer com quem tenha dormido
e pela mão de quem terá morrido
mera estatística
dos mapas de violência

Que não destaca
A grande empresa que não leva a vida em conta
associada que é apenas nos lucros
arrancados do chão
agora mera lama

E o terror da bomba humana
de heróis que não têm mais apego à vida
severina
miserável
vazia
sem motivação
sem respeito
sequer ao deus que lhes deu a vida
e que alegam aclamar

Homens prontos a morrer
pela causa que professam
não a da religião
que dá conforto e alimenta
não a da fé
que resgata e que promove o renascer
Mas a causa do terror
que é apenas  desprezo ao ser humano
em uma civilização em que a barbárie
e o desrespeito
em cada ato, em cada gesto de violência
são símbolos à irracionalidade
que ornam um altar de sangue e sacrifício
de uma civilização que não deu certo
de uma humanidade implodida






quinta-feira, 12 de novembro de 2015

A tragédia da mina de Mariana, a irresponsabilidade social da Vale; a derrota de Cunha e da moralidade no Congresso; fritura de Levy e Safatle: referência de leitura

Principal manchete dos últimos dias, o desastre do rompimento da barragem de rejeitos de minério de Mariana revela mais que a fragilidade da vida (até agora contabilizados 8 corpos, seis dos quais já identificados, outros 19 ainda desaparecidos), a fragilidade das barragens da espécie, dos órgãos de controle e fiscalização, e das condições da vida e de toda a natureza em nossa terra de Minas gerais.
***
Segundo informações veiculadas nos órgãos da grande imprensa, podem ser contabilizadas em nosso estado outras 750 e tantas barragens do tipo, algumas das quais em caráter precário, já admitida a situação pelas próprias empresas proprietárias das minas e das barragens.
Fala-se agora em aplicação de uma multa à Samarco, em valor que varia de 50 até 100 milhões de reais, quantia inegavelmente elevada e capaz de permitir a reconstrução das quase duzentas residências que foram levadas de roldão pelo mar de lama que invadiu o pequeno distrito Bento Rodrigues.
Sem dúvida, não será o suficiente para compensar as perdas de vidas humanas, nem de todo o prejuízo causado aos agricultores da região, aos que ganhavam sua vida com algumas poucas cabeças de gado. Tampouco será o suficiente para ressarcir as perdas provocadas pela devastação da natureza, de dimensões muito maiores, já que afetando a toda a região e à população banhada pelo Rio Doce.
Isso sem lembrar da possibilidade de contaminação das águas que banham e permitem a sobrevivência de milhões de pessoas que se estendem a Governador Valadares, e chegam até ao Espírito Santo.
***
Por que, afinal, se não há como compensar a vida humana perdida, ou a vida natural agredida e também devastada, não há, nesse instante, como certificar-se de que não houve contaminação das águas por metal pesado, dos solos, das plantações. Dessa forma, não há como afirmar que mais ao longo do tempo, não aumente o número de vítimas, elevando as mortes provocadas pelo desastre, agora de forma indireta, e provocando doenças e mais sofrimento e dor.
***
Em meio a todo esse espetáculo dantesco e a toda a incerteza e balbúrdia em que se transformou a vida das pessoas, do município de Mariana e das demais localidades afetadas rio abaixo, sabemos, por informação da coluna de Vinícius Torres Freire, na Folha desse dia 12 de novembro, que a Vale, acionista da Samarco, admitiu ao Wall Street Journal, ser apenas isso, uma mera acionista da empresa, procurando minimizar a sua importância e sua responsabilidade na Samarco e na tragédia.
Pode ser até isso mesmo. Pode ser que a Vale não seja dona da lama, já que como acionista, sabemos todos, apenas assume a titularidade sobre parte dos rendimentos futuros prometidos pela exploração feita de maneira irresponsável e sem respeito à vida humana.
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Curiosa a posição da Vale, cuja propaganda da responsabilidade social é destaque?
E o que dizer do desafortunado prefeito do primeiro município de nossas Minas, a cidade de Mariana, nessa hora tão preocupado em dar conforto aos que perderam tudo, salvo a vida e a coragem para prosseguir lutando, e em defender os outros mais de 4 mil cidadãos, cujo emprego e renda, ou seja, cuja sobrevivência depende da manutenção das atividades da Samarco na região, por piores que sejam as condições de exercício dessas atividades?
Conforme alega o prefeito, determinar punições como o fechamento das minas e da exploração reduziria a apenas 20% a arrecadação total da prefeitura. Ou seja, o montante de recursos que permite que escolas, postos de saúde, atividades de limpeza urbana e coisas tão triviais como essas possam ser fornecidas - como tudo no Brasil, talvez mal e porcamente, de forma deficiente - e possam funcionar em benefício, mesmo que precário, da população local.
O que representaria e imporia uma segunda punição a todos que já são vítimas.
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Difícil a situação do prefeito, dos habitantes de Mariana, dos que foram diretamente afetados pelo tsunami de lama, e dos que perderam entes queridos, de longe a perda maior, mas perderam também vida, história, valores culturais, alento, quem sabe até a fé.
***

Cunha, sua entrevista de defesa e a Câmara

E Cunha resolveu falar e, para meu espanto, mostrou que ainda existe e bem forte e resistente, a amizade e a confiança, até mesmo entre homens públicos, que se notabilizam em nosso país por agirem na vida pública, de maneira como não agem na privada... Ou não?
Agem na vida pública, c... ando na cabeça de todos os seus eleitores e cidadãos, tal como o fazem na privada...
Mas, para não me estender muito, chega a ser comovente que Cunha tenha condições e possa emprestar a um amigo, aliado, o equivalente a 1, 3 milhões de francos suíços, cotados hoje a algo próximo a R$ 3,70, ou seja, perto de R$ 5 milhões de reais, e o faça sem qualquer documento, QUALQUER um, que ao menos sirva para reconhecer a existência da dívida. Não para servir de instrumento de cobrança posterior. Mas ao menos para mostrar como a amizade vale mais e como Cunha foi leal com seu amigo.
E, diga-se de passagem, amigo que era dono do Frigo Diniz, portanto um empresário.
Óbvio que um empresário da boa cepa, daqueles que não se fazem mais nos dias de hoje, e que tomam recursos emprestados fiando-se apenas no fio do bigode.
Pois foi o fio do bigode que serviu para garantir a Cunha a devolução do recurso. E da forma mais espetacular que se tem conhecimento.
Porque, atingido pela fatalidade da morte, o devedor voltou do mundo dos espíritos de luz apenas para orientar o pagamento da dívida que seus familiares desconheciam. Mas que, para ele e sua memória e consciência eram questão de honra saldar.
***
E já tivemos presidente da República que foi acusado de ter ganho um Fiat Elba e que, embora tivesse grana de forma completamente inexplicada em instituições financeiras do Uruguai, foi apeado do poder por sua conduta condenável.
***
Mas Cunha não. Com ele é diferente. Como ele mesmo deixou claro, ele não tem medo da ação de seus colegas no Conselho de Ética, já que tem contas a acertar com a maioria deles, tal qual tinha com Fernando Diniz.
E, como ele deu a entender, com ele é  tudo às claras, e nas falas. Não é costume dele, sair fazendo comentários depois, em fitas degravadas de anotações feitas em diários, como o fez FHC.
***
Isso é apenas parte, pois, da explicação do comportamento do pessoal do PT, que se notabiliza cada vez mais por ser farinha do mesmo saco, e talvez a pior parte da farinha do saco, dos políticos brasileiros.
O que é importante dizer não pode e não deve justificar agressões, de qualquer espécie que alguns idiotas que se dizem educados, têm feito a políticos do partido, como o ministro Patrus Ananias, a quem já fiz elogios rasgados à capacidade e integridade, aqui nesse blog. Ou a um homem da estatura de Suplicy, ambos agredidos simplesmente por estarem em local público, o primeiro em um restaurante, o segundo, professor, em uma livraria.
***
Aliás, esse assunto da agressão de imbecis que se acham cidadãos acima de qualquer suspeita e eleitores de partidos que amargam a oposição merecia até mesmo uma postagem toda para ele.
Mas os  imbecis, não merecem que suas ações ganhem qualquer tipo de destaque, eles que concedem o benefício da dúvida, sempre, a seus candidatos, mas querem impedir até o simples ato de ir e vir das pessoas que pensam de forma diferente das suas.
Minto e exagero, esses imbecis não têm capacidade para pensar.
***
Mas Cunha foi ontem traído pela sua tropa, que votou o projeto de repatriação do dinheiro mantido no exterior por brasileiro, sem que tais recursos tenham sido sequer informados à Receita como prevê e determina a lei.
De cara, se estavam fora e não foram informados, já são recursos criminosos e, portanto, ilícitos.
Daí não consigo perceber a diferença que tem entre esses recursos e aqueles do crime organizado, do tráfico de drogas, mulheres e armas, etc.
Custo a ver diferença entre um recurso que não pode ser informado e outro que não foi informado por ter origem ilícita. Como afirmei acima, a mera falta de informação já constitui ilícito. Ou não?
***
Mas Cunha não conseguiu impedir que seus colegas apresentassem emenda proibindo que ele e seus familiares repatriassem o recurso que mantêm fora do país, na Suíça, inclusive o do pagamento da dívida de seu amigo Diniz.
E foi derrotado, embora tenha tentado um golpe.
Justiça seja feita, a emenda que pegou Cunha no contra-pé foi apresentada pelo PSDB, de oposição.
E que, agora, resolveu desembarcar da canoa de Cunha. Bastante furada e fazendo água por todos os lados.
***
Curioso em tudo isso, é o fato de que, para dar jeito no ajuste fiscal, tudo bem e a grande imprensa ou os analistas de mercado não gritam nem reclamam.
Afinal é o ajuste de seu preposto: Levy.
O que permite que esqueçam de que essa fonte de recursos é da mesma espécie, talvez até pior por estarem fora do país, daquela usada por Mantega e sua equipe, que valia críticas por quase um mês inteiro.
***
E aqui chegamos a outra questão interessante, destacada no tópico abaixo.


A fritura de Levy e a possibilidade de Meirelles

Gostaria de saber porque o homem de mercado, que Lula foi obrigado a blindar concedendo a distinção de tornar-se ministro, Ministro Presidente do Banco Central, apenas para paralisar e mandar arquivar os processos administrativos existentes contra ele no próprio Banco que ele dirigia, é superior a Levy.
Gostaria de saber porque o responsável por manter juros muito acima do normal, quando a inflação estava abaixo da meta, apenas para enriquecer os mercados, em detrimento da atividade produtiva e da população é quem Lula indica como o homem da solução para a retomada do crescimento da economia brasileira.
Porque importa assinalar e lembrar que ambos, Levy, talvez mais ortodoxo, e Meirelles, mais pragmático talvez, a essa altura da vida, são de mesma origem: o sistema financeiro.
E agem da mesma forma, ou muito parecida.
Daí, qual a diferença entre a política de um e outro? Ou o apoio que um ou outro poderão trazer para seus planos de ajuste recessivo da economia brasileira?
Difícil saber, e mais difícil ainda, entender o porque da insistência de Lula com seu protegido.
Por mim, a economia não muda nada, nem a política econômica em curso.
Apenas muda o ministro...


Uma referência importante

Vale a pena indicar a leitura da coluna da semana passada, na Folha, de Vladimir Safatle, mostrando que a briga entre liberalismo e intervencionismo é uma falácia.
A verdeira discussão, uma vez que o Estado sempre foi o agente responsável por medidas que auxiliaram o desenvolvimento capitalista, destravando seus caminhos é para quem se direcionam as principais medidas adotadas pelo Estado.
Quem se beneficia da intervenção do Estado, os proprietários do capital ou o povão?
Leitura imperdível.

***

E a Folha traz que Cunha movimentou suas contas na Suíça de forma que contradiz suas declarações. E o nome de sua mãe era a senha...

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Pitacos de início de novembro

Devo começar pelo resultado do jogo de domingo passado, em que o Galão da massa foi derrotado pelo Corínthians, sem qualquer contestação possível.
Porque se ao longo do campeonato, e especialmente no primeiro turno, quando ainda estava em perseguição ao Galo, o time paulista foi bastante beneficiado por erros das arbitragens, é necessário reconhecer que depois de ter assumido a liderança, ainda no final da primeira parte da competição, o Corínthians foi o time de melhor campanha entre todos os 20 do campeonato. E não teve qualquer ajuda dos juízes para servir de motivo de queixas, salvo as falhas de sempre das más arbitragens.
Mas, essas, as falhas, tanto ajudaram quanto prejudicaram. E não apenas ao Corínthians.
***
Domingo, mais uma vez, o Corínthians fez uma exibição sem falhas. E, por esse motivo superou um Atlético que esteve inseguro nos primeiros 15 a 20 minutos de jogo, foi melhor daí até o final do primeiro tempo, embora sem conseguir fazer valer sua superioridade.
A rigor, embora mostrando maior volume de jogo, o Galão não levou perigo ao gol de Cássio e quando tentou chegar à frente, sempre encontrou uma barreira no bom goleiro corintiano.
Já no segundo tempo, o time paulista voltou em alta rotação enquanto o Atlético, time que precisava desesperadamente da vitória, para seguir sonhando e sua torcida acreditando, parece que retornou ao jogo em baixíssima rotação.
Quem via o tempo passar das cadeiras do Independência poderia até ser levado a crer em que era o time bandeirante e não o Galo que precisava da vitória. 
O time mineiro errava passes bobos no meio campo, tentava investidas sem qualquer perigo com um muito pouco inspirado Luan pela direita, e não conseguia dar sequência a qualquer jogada mais aguda de ataque. 
Contribuía para isso o fato de Lucas Pratto nunca estar na área, retornando para buscar bolas no meio campo, para lançar para .... ele mesmo???
Dátolo, embora tentasse, era lento, tendo sempre dificuldades para dominar a bola com sua perna esquerda, a única. Com isso, dava chance para a defesa do Corínthians se armar e roubar a bola facilmente.
Giovanni Augusto não conseguiu ser nem uma sombra do jogador que foi em algumas partidas do primeiro tempo.
E, por infelicidade, Edcarlos que estava com um corte, fruto de trombada que deu ainda no início do primeiro tempo com seu companheiro Léo Silva, quando bateram cabeça literalmente, no centro da área, falhou feio em uma rebatida de bola na defesa, de que se aproveitou Jadson para centrar para o perigosíssimo Malcom. 
***
Como era de se esperar esse gol desarticulou o Atlético, que já não vinha bem e o fez partir em desespero para a frente, sem qualquer inspiração e êxito. O que apenas facilitou para o time adversário, praticamente campeão do ano, dilatar ainda mais o placar. 
De forma cirúrgica, o que permitiu a alguns de nós sair com a impressão de que se foi melhor e mereceu a vitória, o placar foi dilatado demais e puniu o Galão. Três era muito.
***
Outros detalhes ainda, do jogo. Talvez por perceber a apatia do time e saber que a vitória era o único resultado que favorecia as nossas pretensões, a torcida do Galo se calou durante praticamente todo o segundo tempo. O que permitiu que os 1800 torcedores do Coringão se impusessem e abafassem o grito dos mineiros.
A fiel torcida paulista deu um show de vibração e a torcida do Eu acredito apenas assistiu a festa promovida pelos adversários.
***
Muita gente criticou Levir Culpi, antes do jogo, e principalmente depois, atribuindo-lhe a derrota e a culpa do Atlético não ter sabido se impor ao time do Corínthians, nesse jogo, no jogo de São Paulo, pelo primeiro turno, quando o Galão foi infinitamente melhor que o time paulista, e ao longo do campeonato.
Como futebol não tem muita lógica, e a falta de lógica impera na nossa imprensa e especialmente na crônica especializada em esportes, não faltaram críticas às burrices, invencionices e etc. atribuídas a Levir.
Falta sobretudo memória à crônica do futebol.
Porque lembro-me que no início do campeonato, quando estava na frente, vencendo e convencendo, enchendo os olhos de todos, Levir estava jogando com apenas um volante, o Carioca. A seu lado, ajudando-o, Dátolo, Luan e Carlos, ou Giovanni Augusto.
E era unânime o comentário de que o time de Levir praticava um jogo coletivo, solidário, e moderno.
Isso, até que Dátolo se machucou e que Giovanni tornou-se o cérebro do time(?).
Claro, não poderia dar certo. E todo mundo começou a cobrar Levir, por jogar ou querer armar o time com apenas um volante.
E tivemos de engolir a volta de Donizette, que reconheçamos, por mais que tenha o espírito de luta de um leão, é muito fraco. 
Disso, inclusive a torcida já se deu conta, ao saudar o volante com o grito de acabou o caô. O general chegou.
A figura evoca apenas truculência, e violência. E a imposição da autoridade pela força. Diria que, em algumas ocasiões, no caso de Donizette, pelo espírito "patriótico". Ou pela ignorância.
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Depois, quando caíram de produção, Rafael Carioca, Giovanni Augusto, o próprio Dátolo, que não voltou bem, da primeira contusão, todos já tinham Levir como o inventor. E em minha opinião, ele inventou sim, apenas ao tentar insistir com Patric, jogando como coringa, quando não tinha condições de ficar nem no banco. Mas, esforçado, justiça seja feita o lateral se mostrou.
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A saída de Maicossuel, que muitos acusam Levir de ter sido favorável passa por um fato que poucos se lembram, ele entrava no segundo tempo e punha fogo no jogo, mas toda vez que começou jogando foi substituído por não estar bem. Por não corresponder.
E quanto a Guilherme, toda a inteligência dele não supre a pouca aptidão que demonstrou em muitas ocasiões, vestindo a camisa do Glorioso.
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Ora, se temos de culpar Levir é por não ter aproveitado mais os jogadores da base, que ele mesmo lançou no ano passado e que tanto sucesso obtiveram, como Dodô, Eduardo, e o próprio Carlos.
Mas, com Carlos jogando na área, onde sempre mostrou que sabe jogar, desde a base, e não na função de desarmar no meio e ir buscar jogo, para armar jogadas para Pratto.
Quanto a Dodô, é uma incógnita, pois em alguns momentos lembrou muito outros jogadores que passaram pelo Galo, como Renan Oliveira e toda a sonolência dele em campo.
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Mas, em  minha opinião, pior erro de Levir foi ter obrigado Marcos Rocha a jogar plantado. Ele que marca mal, reconhecidamente, mas sai jogando como poucos no Galo, e tem um passe muito bom, embora dificuldades para chegar à linha de fundo e cruzar, passou a ficar mais dedicado à função em que ele é pior, a de marcação. E parece que proibido de subir para fazer a ligação da defesa com o ataque, em que ele se destacava no time de Cuca.
***
Só para concluir. Acho que o time deve prosseguir com Levir, embora parte da torcida e toda a crônica imbecil dessas Minas não pense assim. 
Mas pelo amor de Deus, no caso de sua saída, Cuca não! Chega do futebol do chutão para cima, do bumba meu boi, do pivô jogando como Jô, fora da área, para deixar a bola para Ronaldinho Gaúcho armar jogadas mortais. 
Afinal, nem Jô, pivô, nem Ronaldinho estão mais no time para salvar o técnico. E R10, se bobear nem disposição de jogar mais apresenta.
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E não podemos nos esquecer do papelão que Cuca protagonizou na disputa do campeonato mundial, abandonando o time a sua própria sorte, momentos antes do início da competição, atraído por proposta milionária da China. 
Cuca, Luxemburgo, Felipão e até Tite, responsável por ter nos lançado na segunda divisão, NÃO!!
E se o campeonato do Corínthians tem algo que não me agrada é justamente consagrar um dos técnicos de pior campanha no nosso Galão.


Inflação recorde

Na economia, 0,82% de inflação em outubro nos leva ao pior mês de outubro em anos. E a uma inflação que beira os 10% em 12 meses. E 8,52% durante 2015.
Muito além da meta acrescida do limite superior. E isso tudo em um momento em que o mecanismo da taxa de juros está desmoralizado, já que a economia não está com demanda aquecida, muito ao contrário. 
E que o ministro que tanto prometeu crescimento com estabilidade apenas conseguiu agravar a situação entregando desemprego, mais inflação, queda da produção que já vai chegando próxima dos 3%, nas previsões, dólar em elevada alta, e déficit primário que mostra que o ajuste fiscal que tanto orientou o discurso do ministro não tinha qualquer consistência. 
E que o ministro pouco entende do que estava falando. Afinal, errar de forma tão clamorosa é demais, mesmo admitindo que o Congresso deixou a parte ruim do ajuste passar, mas não ajudou em nada na parte da elevação de receitas, etc.
***
Ah, menos mal. Lembro-me agora que o Itaú teve um lucro espetacular. E que o próprio Abílio Diniz, nos Estados Unidos, afirmou que o Brasil tem um patrimônio em liquidação semelhante ao de final de ponta de estoque. Ou seja, quem tiver capital a investir no mundo, pode vir e comprar o país e suas empresas a preço de banana. Não a banana que pagamos na feira, de preço muito alto. 
Pois bem, isso deve servir para mostrar que o ministro Levy está conseguindo o que veio para implantar: uma total entrega do país ao capital financeiro internacional. 
E isso, sob a batuta de Dilma e sua capitulação ao mercado. 
Matando de raiva aqueles que, como eu, acreditava que entregar a economia aos representantes do capital financeiro internacional era coisa do PSDB.
***

Esocial

Nem dá para falar de tanta incompetência e confusão quanto a causada pelo processamento do pagamento de INSS e outros direitos trabalhistas do empregado doméstico. Isso que a zombaria e o espírito de bom humor nacional apelidou de simples. 
E que foi apenas símbolo, mais um da arrogância e do despreparo de algumas autoridades da Fazenda e da Receita. 
Que felizmente, ao que consta, tendo a ordem partido da própria Dilma alguém viu que era um abuso e um soco no estômago de cada patrão brasileiro. 
Felizmente, sendo a autora a presidente ou não, alguém de bom senso percebeu que devia adiar a data de pagamento.
Mas foi o Simples que roubou tempo precioso de meus dias iniciais de novembro, desgastando-me como a milhares de outros brasileiros. No meu caso, atrapalhando de postar meus comentários antes, nessa página.