segunda-feira, 19 de junho de 2017

Delação, entrevista, pessoas e funções e organograma da Organização criminosa do país e a delação premiada dos irmãos Batista

Em semana caracterizada por feriado religioso na quinta feira, o que é sempre motivo para que se "enforque" também a sexta feira, apenas a entrevista de Joesley Batista à revista Época, em que classifica o anão moral e golpista temer como o líder da organização criminosa que tomou conta da Câmara, bem como sua repercussão se destacaram. 
Vendo sua situação cada vez mais complicada, a ponto de FHC vir a público, mais uma vez, para pedir um gesto de grandeza de temer, o usurpador reagiu como é praxe em tais circunstâncias, negando as delações, ameaçando entrar com processo contra o empresário e, ao invés de se defender apresentando explicações mais coerentes e consistentes para suas relações com Joesley, partindo para o ataque ao megabandido, premiado pelas regras da lei da delação.
O que, convenhamos, é muito pouco e nada explica, nem acrescenta à situação grave do usurpador, também envolvido com as acusações de que dinheiros escusos, sob guarda de seu amigo e coronel da PM paulista, foram utilizados em reforma da casa de propriedade de sua filha. 
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Ameaçar abrir um processo contra Joesley pelas novas acusações feitas a sua pessoa, desta vez mais contundentes porque de forma a rotular os membros da citada orcrim e seus postos na organização é no mínimo jogo de cena, de quem está desesperado. Tentar desqualificar adjetivando de megabandido, um empresário com quem conviveu por muito tempo, frequentou, e até recebia fora da agenda, à noite, em casa, passando ao tal gangster até os meios e canais que deveria utilizar-se para resolver das coisas de seu interesse, então criminosos, só pode mostrar que o usurpador agarra-se ao cargo com tanta veemência, tão somente para não sair preso direto do Jaburu para a Papuda. 
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Mas o mais importante é que o usurpador não consegue ludibriar mais a ninguém como mostram os índices cada vez menores de popularidade de seu desgoverno e sua tentativa de tentar se manter no poder apenas por aceitar se tornar capacho de empresários e banqueiros do país, os únicos a quem interessa a aprovação das reformas que tramitam no Legislativo, todas sob a égide de um projeto de retirada dos direitos sociais duramente conquistado pela população brasileira, ao longo dos anos. 
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Da grande maioria do empresariado nacional, considerada a elite dessas terras tupiniquins,  já tachados por estudos realizados em universidades de prestígio dos Estados Unidos como o pior problema a empestear nosso país, e sua postura, como a causa primeira do atraso a que estivemos e estamos condenados a amargar, não há muito a comentar. Nada a acrescentar a inúmeros artigos e comentários de analistas de política e economia, como Jânio de Freitas, Laura Carvalho e até Gregório Duvivier. 
Afinal, para quem tem em vista apenas o lucro a curto prazo, sem qualquer visão estratégica voltada para a preservação de sua sobrevivência e capacidade de longo prazo de maximizar lucros, não seria um mero discurso, utilizado para atrair o apoio de uma parcela da população facilmente manipulável e impressionável que seria motivo para indicar alguma mudança de atitude, ou um mínimo de consideração com algo como a melhoria de nossas condições políticas, econômivas e sociais. 
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Dessa forma, unirem-se contra o governo petista sob a alegação de combater a corrupção, de que eles são agentes e principais participantes, foi apenas a forma mais cômoda de, com o apoio da grande midia, também ela constituída de grandes empresas e jogadas milionárias, acabar criando na população um ambiente favorável ao golpe que desferiram para tirar Dilma do poder.
Na verdade, além de deixarem claro que não queriam bancar o pato, financiando as conquistas que a maioria da população conseguia obter, em cumprimento tão somente do que determinava a Constituição de 88, os empresários sabiam, como sabem, que atrelar aumento de impostos, sempre uma ameaça a todos os segmentos da sociedade, a desmandos e enriquecimentos e favorecimentos de grupos de privilegiados, é sempre uma mistura capaz de sensibilizar a quem trabalha dia e noite em condições muitas vezes degradante para conseguirem apenas manter sua sobrevivência limitada.
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Aproveitando-se a manipulação e dos interesses não confessos das redes de televisão, manipularam a quem, por cansaço, por falta de interesse, e por falta de educação e conhecimento, não têm condições e tempo, para prestar atenção em quem está de fato, na origem da tal gastança de recursos públicos e dos favorecimentos e benesses. 
Muitos desses trabalhadores, contudo, desejosos de expressarem sua cidadania, e de participarem ativamente da construção de um projeto de algo novo e, principalmente, honesto e justo, acabaram se deixando ludibriar pelos interesses das elites medíocres; de quem de fato exerce o poder em nosso país, desde que Cabral aportou em nossas terras com sua esquadra.
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Cada vez mais fica claro que o golpe tramado contra Dilma, de longe uma figura politicamente incompetente, talvez um "elefante passeando em loja de cristais", e urdido pelas costas por seu vice, esse ser sem qualificação que é o usurpador, nada tinha de interesse em combater corrupção alguma. Essa, pelo que temos visto de gravações e outras denúncias, como a de Calero, mostram apenas que a corrupção não só prosseguiu, mas que parece ter se tornado mais trivial, mais tranquila, mais corrente.
E, nessa hora, o que faz o tal empresariado que tanto queria combater os desmandos, de que eles são os principais mentores, participantes e beneficiários?
Simplesmente, nada. Até ao contrário, asseguram seu apoio total à manutenção de seu capacho no Planalto, de vez que contam com a falta de um mínimo de brio e amor próprio de temer, para poderem impor sua agenda e a aprovação de suas propostas políticas que, sabem, não seriam aprovadas nunca nas urnas, pela grande maioria da população.
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Por isso temer, mesmo cada vez menor, exceto no ridículo e no espaço que conquista no noticiário internacional, justamente por conseguir ser cada vez mais ridículo, é o nome certo para que o empresariado conquiste suas pretensões, de recriar uma economia de trabalho assalariado onde o salário não precise mais ser negociado, respeitado, e quem sabe, nem mesmo pago!!
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E vai temer nos fazer passar mais situações vexatórias, agora em viagem à Rússia e Noruega, enquanto o país vê ser discutida os benefícios negociados e aprovados, sob o respaldo de lei, para os irmãos Batista. O que seria o fim da lei, embora não completamente ilegal, já que a negociação é prevista em documento legal. A PGR, envolvida com a delação e suas condições representava o Estado e não um ou outro procurador de sua equipe e portanto, o que ficou acertado naquela oportunidade, não pode voltar atrás. 
Caso seja julgado um abuso o acordo que houve e a premiação negociada, que se apure e se puna a quem participou do acordo. Começando, como é obvio, por analisar se o acordo seguiu o que determina a lei que regulamenta esse instrumento. 
Instrumento, curiosamente, defendido por tantos justiceiros, como Moro em sua primeira instância, e outros procuradores, mas para não fugir do padrão do Brasil, elogiado quando nos atende e repelido ou criticado, quando cumprido sob certas condições. 
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Não sou favorável ao instrumento da delação, exceto em casos em que, diferente do que a turma de Curitiba vem fazendo, o prisioneiro, já julgado e condenado, consiga esclarecer melhor algum tipo de crime, e que sua delação possa servir apenas para reduzir sua pena. Depois de já apenado e não antes. Servindo para que o Estado possa agir na eliminação do crime, e não como um instrumento de ameaça, quase tortura, ao criminoso ou suspeito.
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Tirar como querem alguns as benesses é mais uma vez mostrar que em nosso país o direito nada vale, e nem é sério. 
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