terça-feira, 11 de maio de 2021

Nossa índole acovardada e a covardia de quem apenas ladra e ameaça. E o desejo de morte que ronda Bolsonaro desde os planos de explodir quartéis

Maio. Mês tradicionalmente dedicado às mães, essas guerreiras e... antigamente, até às noivas.

Diz a lenda, por ser o início do período de clima mais quente na Europa, o que facilitava a higienização necessária aos noivos.

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No Brasil da pandemia de 2021, mês de sequência de perdas, de mortes, embora em ritmo menos intenso que o da avassaladora mortalidade do mês de abril, como se a natureza estivesse nos dando um descanso, reunindo e reagrupando suas distintas forças, na definição e planejamento de novo e arrasador ataque.

Que os médicos e entendidos da área temem seja com o potencial devastador de um tsunami.

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Isso, apesar da quantidade de vacinas com que a ciência nos brindou, de forma e em tempo recorde. E das campanhas de imunização a que assistimos, com uma ponta de inveja, se espalharem pelos mundo.

No Brasil, reconhecidamente capaz de promover campanhas de vacinação em massa, exemplo de sistema de saúde pública para outros povos, a vacinação não avança: caminha a passos lentos.

Por falta de vacinas, não negociadas e não adquiridas de forma tempestiva por um governo que privilegia a morte. Um governo que opta por tratamentos de curandeirismo, charlatanismo, garrafadas e raízes, e remédios sem qualquer eficácia científica.

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Um governo que opta por acusar, irresponsavelmente, o maior senão exclusivo fornecedor dos insumos necessários para a produção e o envase das vacinas – Coronavac ou Astrazeneca – à disposição da sociedade brasileira.

O que leva, para agravar nossa situação, à interrupção da vacinação iniciada de forma precária, agravando o que já era um caos.

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De resultado, vacinação e proteção pela metade. Avanço da doença e mortes.

Morte como a de Paulo Gustavo, o último brasileiro de maior fama, vítima da “gripezinha” da Covid. Um brasileiro que deixa em nosso povo, por sua luta, suas bandeiras e sua forma de mostrar amor ao seu povo, marca semelhante àquela de Ayrton Senna. Por sua graça e leveza, e humor, a mesma marca dos Mamonas Assassinas.

Por ser um representante de nossa cultura, a mesma dor da perda de um Aldir Blanc, um Agnaldo Timótheo. E como um brasileiro comum, representar mais de 425 mil vidas (considerando-se apenas as contabilizadas corretamente!) que se perderam para tristeza de todos nós.

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Mas, destaca-se que a morte, marca da pandemia e da irresponsabilidade criminosa de Bolsonaro, não é apenas a provocada pelo contágio e falta de vacinas.

Inclui-se aqui, a morte de 3 crianças ainda bebês, além de uma professora e uma auxiliar de ensino, em Saudades, Santa Catarina, fruto de ataque de um rapaz  ainda adolescente, de 18 anos, sem motivação aparente, salvo forte indício de desvio de conduta e forte desajuste social.

Caso para estudo de psicólogos e psiquiatras. E esboço da sociedade em que podemos nos transformar, quando armas de fogo – e não armas brancas como adagas – se encontrarem à disposição de qualquer desajustado.

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Inclui-se também, e para pior, a chacina de Jacarezinho, praticada sem qualquer justificativa minimamente tolerável, autorizada por verdadeiros assassinos, genocidas. Políticos e autoridades que se acham deuses, capazes de não apenas julgarem, condenarem, mas executarem todos aqueles que insistem em querer sobreviver e existir, por mais precárias sejam as condições de vida, apenas por serem pretos, pobres, habitantes de comunidades.

Políciais que comemoram a “limpeza étnica” que foram autorizados a fazer ou pela qual recebem cumprimentos e reconhecimento de quem não respeita a lei, o Estado de direito e suas consequências.

Aqui o ponto é que, bandidos ou não, todos merecem um julgamento justo, um tratamento justo, uma prisão que permita sua reeducação e não a continuidade de seu processo de barbarização e selvageria, de educação para o crime.

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Processo que apenas tem sequência nas cadeias entre torturas de toda espécie, uma vez que iniciado na própria invisibilidade a que são condenados, seja como indivíduos, seja como comunidade, abandonada e esquecida pelo Estado.

Até que, no caso, algum interesse particular, abjeto e desumano venha surgir, seja de cunho imobiliário; seja por ordem dos chefões do tráfico, enfrentando a disputa de pontos de comando e influência; seja por um ignóbil, beócio, covarde sob as vestes de um tiranete, disposto a tensionar a situação e cutucar e desrespeitar ordens do Supremo Tribunal Federal.

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Ora, o sociopata que ocupa a “Casa de Vidro”, não mantém apenas relações próximas com milicianos e bandidos de toda espécie, sejam os senhores da mineração na Amazônia, ou os criminosos do desmate ilegal; sejam os militares reformados como o  coronel e ex-deputado Jairo e seu filho Jairinho, ou os Queiroz e Adrianos; sejam os verdadeiros empresários do tráfico de drogas, armas e até seres humanos, em qualquer Vieira Souto ou Alto de Pinheiros de nosso país.

E o prazer que extrai da morte não é de agora. Data de quando, ainda capitão, planejou explodir bombas em unidades militares, sem levar em conta as baixas que poderia provocar entre colegas de farda. O que provocou sua “expulsão” (mesmo disfarçada) do Exército, cujos generais agora se rastejam como sabujos aos seus pés.

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E é importante frisar: a medida terrorista e assassina contra seus colegas, visava apenas chamar a atenção para os seus interesses (financeiros) mais reles.

Como agora, todo o comportamento negacionista e genocida que adota tem apenas o interesse na reeleição e na blindagem aos delinquentes de seus filhos.

E  cônjuge (ou conge), para que não nos esqueçamos de perguntar por que Queiroz depositou 89 mil para Michelle?

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Quanto aos generais, trânsfugas ou apenas covardes pobres coitados, que se borram nas calças apenas por tomarem uma vacina, também eles têm seus objetivos escusos: o poder. Tão apenas o poder e a glória que o poder inebriante proporciona, e que eles acreditam, melancolicamente, que perderam em 85.

Exceto o nosso sargento Garcia, embora sem a grandeza do soldado do Zorro, o nosso Pazuello.

Este é apenas subserviente mesmo. E vive para obedecer quando “um manda”...

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Quanto a Bolsonaro, e suas ameaças de decretos contra isolamento social, de tomar medidas autorizadas pelos bolsotários que o acompanham como pescadores acompanham as sereias mais sem caráter, vale a certeza: ele apenas ladra.

Como todo bom cão rufião, apenas late e não morde.

Manda (policiais, como no Rio), mas não tem coragem nem capacidade de agir por conta própria.

Em síntese: apenas tem interesse em criar tumulto e ameaças, que nunca serão cumpridas.

No fundo é apenas um pobre covarde.

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Termino admitindo também eu, a minha covardia, como parte do povo brasileiro e dos cidadãos de bem: fosse outra nossa índole, já estaríamos ocupando as ruas, de onde só sairíamos depois de afastado o personagem por trás de tanta vilania.

 

Um comentário:

Paulo disse...

A morte no Brasil vem adquirindo dimensões que até há pouco tempo ninguém imaginava. Não bastam, para este "governo", seu relevante papel nas mais de 425 mil mortes pela covid19; tão pouco os assassinatos em massa (sempre dos menos favorecidos), que aliás são até comemorados por quem deveria cuidar da sociedade; o palhaço sádico e seus asseclas (que são milhares) querem mais mortes: da escola crítica e portanto libertadora, da democracia e assim da esperança em um futuro em um futuro mais inclusivo. Estes monstros foram emergiram de todo lugar (esgotos, porões e por vezes até em nossa sala) enxergam no palhaço sádico o seu alter ego. Enquanto o auxílio emergencial é uma esmola, o palhaço sádico, saboreava nos dias das mães um churrasco, com picanha cujo quilo preço é R$1.799,99... com foto publicada em redes sociais... o que simbolicamente representa a morte do mínimo de sensatez e pudor (claro que este indivíduo nunca teve este característica)... Não sei o que vem depois do caos... mas o nosso está, infelizmente, longe de acabar.
Fernando Moreira