Enquanto Sarney aproveita e dá um passeio utilizando aeronave da Polícia, o país inteiro parou para assistir ao final de Insensato Coração e descobrir quem matou Norma e o que foi feito com Léo; o final de Pedro e Marina; a apoteótica carreira política de Natalie Lamour, rumo à Câmara Federal em Brasilia.
Bem ao estilo e ao gosto do telespectador brasileiro. Aquele que vê a novela, se reconhece, ri da piada de si mesmo. Assim, parece conseguir aliviar sua consciência e dormir tranquilo, que afinal ninguém é de ferro...
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Engraçado, em minha opinião, é o fato de que não houve um portal dito sério, um site, um jornal de grande circulação que não tenha dado uma chamada, uma manchete, às vezes até uma foto de Insensato Coração e seus personagens, mesmo que caricaturais.
E isso em meio a mais uma queda de ministro, da Agricultura; de denúncias quanto aos procedimentos ou a omissão deles, em relação à juíza brutalmente assassinada no Estado do Rio, isso para ficarmos apenas no Brasil.
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Bem, em sala de aula, embora chamando a atenção para o pior tipo de analfabetismo, o político, usei algum tempo para passar aos alunos o filme Inside Job.
Já havia recebido de meu colega Ricardo a referência. Já devia ter procurado ver o filme, que trata da crise financeira mundial de 2008.
Infelizmente, precisou de outro colega, nas redes de comunicação interna do Banco, tecer referências ao documentário. Afirmando que, por ele, todos os Bancos Centrais do mundo, inclusive o nosso, deveriam colocar seus analistas reunidos no auditório para assisti-lo.
Recomendo.
É documentário da melhor qualidade e, embora não sejamos ingênuos, às vezes não fazemos, com o necessário rigor e cuidado, as vinculações entre os chamados agentes do mercado financeiro, e as agências que deveriam se responsabilizar por sua regulação, capturadas que foram há muito por esses mesmos agentes.
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Para quem quer entender o que foi a bolha financeira que teve início nos Estados Unidos. Para quem quer saber vincular a crise com as finanças desregulamentadas e o fenômeno da flexibilização dos mercados, na esteira do pensamento neoliberal que infestou o mundo desde os anos 80. Para quem quer entender o mecanismo da geração de ganhos e do crescimento e valorização das finanças globais e como ele se vincula ao malfadado Consenso de Washington. Para quem quer ao menos saber porque a crise não se esgotou e já quer se antecipar e tomar suas precauções frente a nova onda recessiva que já se faz presente, nada como assistir ao filme.
O endereço é vimeo.com e após uma barra, segue-se uma sequência de números 25142692, creio eu, sem ter a certeza de que esse número é o correto.
Mas, alunos meus afirmaram que no google é possível encontrar o endereço, bastando procurar por Inside Job. O endereço que estou fornecendo, se correto, é do filme legendado.
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Nada a falar dos estertores do Galo. Afinal, o Botafogo já de há muito, tem sido nosso carrasco e o Engenhão nosso túmulo.
Agora, que não dá para entender, as razões de o técnico afastar do grupo, para treinar à parte, aprimorando a parte física, a dois jogadores e, depois, entrar com um jogando e com o outro no banco, para aproveitá-lo no meio da partida, isso não dá.
Porque ou os jogadores conseguiram, em uma semana, adquirir o preparo que um deles, Daniel Carvalho, está tentando alcançar desde que chegou ao Galo, no ano passado, ou alguma coisa está mal contada.
Como ficou mal contada a história de contratação e agora afastamento do plantel do jogador Patrick. Afinal, se esse jogador há dois anos esteve treinando no Cruzeiro e não foi contratado por insuficiência técnica, porque o Maluf não impediu a contratação dele, por 2,3 milhões de reais, por 50% de seus direitos?
Enquanto isso acontece, sem explicação no nosso time, vamos ladeira abaixo, rumo à segunda...
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Trágica a perda do grande professor Antônio Barros de Castro. Quem estudou Economia nos idos da década de 70 sem dúvida deve ter iniciado pelo seu Introdução à Economia - Uma abordagem estruturalista, escrito em parceria com o professor Carlos Lessa.
Grande perda para o pensamento econômico nacional, mesmo com alguns não concordando com sua interpretação de A Economia Brasileira em Marcha Forçada, em que trouxe uma visão diferente para a análise do II PND.
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