quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Pitacos rápidos: o vexame do Galo, a recessão no país, e otras cositas más...

Algumas frases e pensamentos, e até uma justificativa da ausência de pitacos mais robustos, substituídos por alguns dos poemas que andei arriscando nessa minha jornada.
Para começar, comentando do Galo. Um dia, falei aqui da cruzeirização do Atlético, patrocinada por Kalil e companhia.
Errei e devo pedir desculpas.
É que o Cruzeiro ganha. E, se fosse verdadeira nossa cruzeirização, talvez a gente estivesse ganhando um joguinho ou outro.
Alguns atleticanos poderão até dizer que, a ser parecido com o Cruzeiro, como eu também acreditava, é preferível continuar com essa nossa sina.
Sei não. Sem vitórias, sem títulos importantes, sem padrão de jogo, sem nada.... daqui a pouco nem torcida.
Já sinto e noto isso em sala de aula. Hoje, a maioria de meus alunos que um dia, pela idade, eram atleticanos fanáticos, são torcedores do time das "Marias".
Afinal, é o único time que eles viram ser campeão de alguma coisa que tenha significado. Que seja para valer.
Ou então, o time que viram disputando algo emocionante.
Bem diferente de nosso torcedor, que vibra, e como, como eu, quando o time alcança a pontuação necessária para assegurar que não estaremos na segundona no próximo ano.
***
A frase que recebi em um email, de um colega, ontem.
Não sei se verdadeira, mas... ainda assim, digna de ser transcrita.

“Que país é este que junta milhões numa marcha gay, outros milhões numa marcha evangélica, muitas centenas numa marcha a favor da maconha, mas que não se mobiliza contra a corrupção?”

(07/07/2011, Juan Arias, correspondente no Brasil do jornal espanhol El País)
 

Bem, esse é nosso país e nosso espírito. De tolerância. De cordeirismo e cordialismo. Não é isso que nos ensinavam os mais velhos?
 Sermos tolerantes? Sermos cordatos? Sermos pacatos? Cidadãos pacatos, civilizados e.... ignorantes...
Nada contra a marcha gay, suficientemente carnavalesca e artística, a ponto de não representar mais qualquer movimento reivindicatório dos gays e simpatizantes, etc.
Nada contra a marcha evangélica, e suas músicas, cantos e cânticos, verdadeira festa de louvação. Verdadeiro descarrego!!!
Nada contra a marcha da maconha, numa tentativa de descriminalização das drogas, como forma até de se tentar conter o mercado negro do tráfico de drogas. Acredito que em vão. Acho que os traficantes controlariam os pontos legais e autorizados de distribuição das drogas, tamanho seu poder.
Mas, sair à rua por corrupção, depois que saímos para retirar Collor da presidência, e hoje há quem já se penitencie de ter sido tão rigoroso com ele, naquela oportunidade, tendo em vista a insignificância de seus roubos....
Bem Brasil. Da festa, do futebol, do samba e do carnaval. E da corrupção, intimamente respeitada como fruto do brilho da inteligência de seus autores.
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Dilma, a presidenta até tenta fazer uma faxina. Mas, como toda trabalhadora de serviços domésticos no Brasil verá, ao final da jornada, que seu trabalho terá sido em vão. Afinal, em casa, quanto mais se lava a louça, mais se as louças vão se sujando, numa velocidade de procriação de louça suja que supera qualquer reprodução de germes e micróbios. Quanto mais se varre e se tira o pó dos móveis, mais espaço se cria para que nova poeira venha se assentar.
Como qualquer pessoa que já fez trabalhos domésticos tem consciência, esse é um trabalho insano. Sem fim, e sem acabamento...
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Recessão à vista no Brasil. A economia reduziu o ritmo de crescimento em junho, comparado ao mês anterior. Segundo o índice que tenta antecipar o comportamento do PIB, calculado pelo Banco Central, IBC-Br, o nível de atividade econômica ficou negativo em junho.
Economistas de uma linha ou escola de pensamento que não consigo, embora tente muito entender, já comemoram. Desta vez, a notícia citava uma economista, Sílvia Matos, em um dos portais da mídia eletrônica, em que o principal entrevistado parecia ser da firma de consultoria Tendências.
E o que diziam os economistas ouvidos? Que a queda do nível de atividade seria benéfica. Afinal, argumentavam, essa sinalização de recessão poderia ser entendida como o caminho para a queda da inflação. Logo, com a inflação em queda, talvez de 6,5 para 5,5, pouco mais ou pouco menos no ano de 2011, os mercados ficariam mais tranquilos e satisfeitos.
E, pela previsão, a queda da inflação permitiria abandonar a política de elevação de juros, dando espaço até para sua redução, quiçá paulatina...
Bem, a queda de juros iria beneficiar a produção da indústria de transformação que foi a mais afetada até agora.
Como a reportagem informa, a indústria de transformação representa apenas 13% do PIB, e sua queda agora, tem um impacto pequeno sobre o nível de desemprego, que se manteria estável, já que o setor de serviços, mais comércio, onde se prevê uma estabilidade, representam 65% do PIB.
Ok. Mas vá explicar isso para quem está perdendo o emprego, mesmo que em pequena proporção. E vá explicar isso em um país cuja população tentando entrar no mercado de trabalho a cada ano apresenta crescimento. Vá dizer a eles que haverá certa estabilidade onde se gera a maior parte de empregos, o que significa que não serão criadas novas vagas... Quem está dentro, fica. Quem está fora, não entra...
Mas, mais interessante é a afirmativa final, em que se diz que outro benefício para a retomada da atividade industrial será decorrente da política de corte dos gastos públicos, que o governo ameaça que seja para valer.
E aí é que eu não enxergo a lógica da história: como a indústria se beneficiará, em uma situação em que a demanda agregada se apresenta em queda. Seja por força da queda da demanda de consumo, já que, sem crescimento de emprego, e face ao mecanismo de acelerador, pode-se esperar uma redução desse tipo de gastos. Seja por força da queda de exportações, afinal, o mundo sinaliza uma recessão preocupante.
Seja por força do corte dos gastos públicos. E quem irá então, gerar demanda?
E quem irá querer investir, mesmo com juros mais baixos, e até ampliar a produção para não vender depois?
Vai entender...
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Bandido pode usar algemas. E pode ser posto de costas, deitado, sofrendo constrangimentos de toda espécie.
Bandido não pode ser algemado. Esse constrangimento não é legal e não pode ser tolerado.
Há pois, e isso apenas vem confirmar, duas categorias de bandidos. Nenhuma novidade, no Brasil.
Desde o império já era assim. O bandido pobre é ladrão. O bandido rico virava se já não o fosse, BARÃO.
Hoje, o que primeiro, que pode sofrer tudo é o pobre, preto (na maioria das vezes), analfabeto ou de pouco nível de escolaridade. Esse pode até, se for o caso, virar escravo de fabricantes de roupas de griffe.
Os outros são Ministros e seus assessores especiais. Claro, não todos os Ministros. Apenas os que já fizeram e concluíram a escola.
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E dê-lhe tempo seco, com  umidade típica de deserto.
Desculpas para o atraso do plantio, para a frustração de safra, e aumento de preços, num futuro próximo.
E, para o mercado financeiro sair berrando que o governo deve elevar os juros.
Então, tá.

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