Os bancos fecham hoje, nesse dia 30 de dezembro, para balanço.
Como recomenda a data, e a ação, hora de avaliar o ano que se encerra.
E já começam a chegar as informações econômicas, embora algumas, importantes, apenas o farão já com janeiro em andamento.
Das informações que nos chegam, as primeiras nos dão conta de que o ouro e o dólar foram as aplicações mais rentáveis do ano. Ouro, com mais de 15%, dólar com 12%, contra a perda sofrida por todos aqueles que apostaram nos papéis da Bolsa, cujas perdas somaram mais de 18%.
Dizem os mais experimentados, que o negócio é aguardar. Não desesperar e não realizar perdas, correndo para vender os papéis enquanto estão em baixa. Afinal, sendo aplicação de risco, todos são unânimes em afirmar que a aplicação em bolsa deve ser feita por aqueles que não têm necessidade dos recursos a curto prazo.
Uma coisa é especular, aproveitar as oportunidades, comprando na baixa e vendendo na alta. Outra, bem diferente, é desesperar, correndo para vender ações pela necessidade de liquidez, de caixa, mesmo com os preços em queda.
***
É fácil explicar a elevação - e ganhos, experimentados pelo ouro (dinheiro internacional) e pelo dólar, em um momento em que a economia européia enfrenta uma crise de proporções ainda não completamente assinaladas. Afinal, em meio às possibilidades de perdas, em meio ao medo de aplicar recursos em um sistema bancário cuja saúde financeira tem sido questionada, dia sim, o outro dia também, melhor correr, como já o afirmava o bom e velho Keynes, para a liquidez.
Afinal, o dinheiro aplaca nossa insegurança. E, em momentos em que simplesmente não sabemos, em tempos de incerteza quanto ao futuro, nada melhor que correr para a liquidez.
Isso o que justifica o aumento da preferência pela liquidez, que explica o porque, por exemplo, de o governo americano injetar trilhões de dólares para estimular os negócios em sua economia e o povo, simplesmente, preferir absorver toda essa poça líquida, toda essa massa monetária, não voltando a fazer circular o dinheiro e mantendo os negócios em compasso de espera.
Isso também o que justifica que milhares de aplicadores institucionais em todo o mundo prefiram, nesse momento, precaver-se, assegurar a permanência e a manutenção do valor de seus recursos, saindo de papéis mais arriscados, e correndo para a proteção do ouro, ou do dólar.
***
Na economia brasileira, a alta do dólar tem sido contida dentro dos limites de certo intervalo considerado adequado pelo Banco Central, por meio de leilões de venda da moeda americana. Por trás da fixação do intervalo, a preocupação em se manter a inflação sob controle, por meio da constante ameaça feita aos produtores nacionais, pelos preços rebaixados pelo câmbio, dos produtos importados. Na outra extremidade, a constante e verídica reclamação da indústria nacional, de estar sendo condenada a uma concorrência predatória, face à valorização de nossa moeda.Concorrência que nos rouba empregos e nos fecha mercados, internacionais e até internos.
***
Explica-se, com a questão da preferência aumentada pela liquidez, o porque da Bolsa cair e o dólar subir, quando os investidores optam por vender seus títulos e tirar seus recursos do país, mesmo que, como os manuais de economia nos mostram, a bolsa brasileira deveria estar subindo, aproveitando-se da queda das taxas de juros e de uma ainda relativa expansão do mercado.
***
No tocante à inflação, divulgado o IGPM da Fundação Getúlio Vargas, muito influenciado pela variação de queda dos produtos no atacado. O índice fica por volta dos 5,1% no ano, com a deflação de dezembro, de 0,12%.
Esse é o índice de correção de aluguéis, entre outros preços, e não significa, por força de sua metodologia de cálculo que o governo poderá comemorar com tranquilidade o cumprimento da meta inflacionária - dentro do limite tolerado de variação.
Ou seja, como a inflação da meta do governo é baseada em um índice de preços ao consumidor, não há certeza de que nesse fim de ano, seja cumprida a meta superior de 6,5%, da meta de 4,5 mais 2 pontos percentuais.
Colaboram para isso a elevação de preços de serviços, não expostos à concorrência internacional, e a elevação de preços de alimentos, agora também justificada pela quebra de safras, seja o milho, estorricado pela seca no interior de Santa Catarina, seja o autêntico dilúvio, a que a região Sudeste, Minas e a região metropolitana de Belo Horizonte, estão assistindo, e que faz explodir o preço dos hortifruti.
***
Enquanto o índice oficiial da inflação não sai, os dados são positivos para o governo em relação ao cumprimento da meta de superavit fiscal, praticamente já alcançado no mês de novembro.
Também é positivo, embora não como o esperado, o resultado do crescimento da produção da economia brasileira.
Duro mesmo é já saber e contar com a elevação para 2012 de preços de matrículas e mensalidades escolares, em 13%; das tarifas de transporte público - aqui em BH de mais de 8%; do IPTU, que na capital mineira será corrigido em mais de 6%, acompanhando a inflação.
Mas, isso são coisas para 2012, e para outros pitacos futuros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário