SER/EX
Prazeres são como
os pequenos prazeres da vida
como correr ou andar sob a chuva
em uma tarde calorenta de verão
Como tomar cerveja gelada
deixar o vento tocar no rosto
correr descalço nas espumas das ondas do mar
como ver um bom jogo de futebol
um bom filme,
ler um bom livro,
participar de um bom papo!
Sentar sob o sol sem fazer nada
deitar ao sol sem fazer nada
sentar na rede e ver o por-do-sol
e balançar o silêncio
sentar na praça e ver o luar
ver a lua nascer, primeiro!
olhar o céu a ver estrelas
em noite de lua cheia
ou lua vazia e cara cheia.
Brincar com uma criança esperta e sorridente
até o sorriso se tornar um muchocho de cansaço
desligar a tomada da criança esperta e cansada
observá-la dormir.
Curtir o frio junto à mulher amada
junto à lareira
tomar um bom vinho ou conhaque
ouvir música clássica ao fundo
ou a zoeira de um rock progressivo!
Sentar junto ao fogão de lenha
e comer o pão-de-queijo
a broa de canjica de milho, a de fubá
o biscoito ruidoso de polvilho.
Ter prazer
como gostar
ter saúde e estar vivendo
mesmo que sobre os escombros
de uma civilização que se consome
e se desfaz em ruínas humanas,
cada vez mais animalesca
na luta pela sobrevivência
que a distribuição iníqua da renda e da riqueza
reserva-nos como moldura, de fundo.
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