Começou o ano. Inclusive o ano segundo o calendário esportivo.
As férias dos jogadores dos principais clubes de futebol do país já terminaram, e alguns já voltaram às atividades desde a semana passada ou, como no caso do Galão, no dia de ontem, 7 de janeiro.
Passado todo o período de inatividade, entretanto, o que temos ou podemos falar de novidade?
A rigor, muito pouca coisa.
Alecsandro, finalmente, vem para vestir a camisa do Galo, ou para disputar vaga com Jô, na frente. Digo finalmente, face à insistência feita por Richarlyson, no início de 2012, para que o Atlético contratasse seu irmão. Na oportunidade até comentei que achava estranha a pressão que o lateral/médio volante estava fazendo, quase que impondo a contratação do irmão. Até falei que, ao não aceitar a pressão de Richarlyson, provavelmente o Galo teria um jogador insatisfeito no time, ao longo do ano.
E, curiosamente, Richarlyson só resolveu mostrar o espírito de nosso time, nas partidas finais do campeonato brasileiro.
Mas, agora, Alecsandro está aí. Nada contra a sua chegada. Acho-o um bom jogador. E tem uma ficha que inclui gols importantes para conquistas vascaínas, no caso mais recente.
Mas, para vir disputar posição com Jô, e dando declarações de que não é muito de ficar lá na frente, enfiado na área, que é exatamente o que a torcida pede e gostaria de ver; para vir dizendo que gosta mais de vir buscar o jogo na intermediária, acho que alguma coisa não está se encaixando muito bem.
E pior: olhando sua idade, e as condições de sua chegada. Trocá-lo por Leonardo e por Fillipe Soutto, ambos por um período de um ano, é difícil de entender.
Começando por Leonardo, vindo do Paraná com o campeonato brasileiro em andamento. Ora, se Leonardo era um bom reforço há seis ou oito meses atrás, o que aconteceu que agora já não se encaixa no perfil?
Quando Leonardo mostrou-se uma contratação fracassada: agora, ao final da campanha no brasileirão ou quando da sua vinda?
Porque essa pergunta? Porque a contratação e agora ida de Leonardo, um jogador que quando entrou nos jogos não decepcionou no geral, marcando gols decisivos e até mostrando faro de artilheiro (sem contar a assistência que deu a Bernard, no primeiro jogo dele no Independência), é no mínima estranha.
Ora, comparado seu perfil com o de Alecsandro, e as declarações do ex-vascaíno, parece que Leonardo tem muito mais o perfil que a torcida queria e cobra. Leonardo me parece ter muito mais presença de área.
Mas, o que a torcida cobra não é necessariamente o correto. E Cuca é quem deve dar sua opinião, já que sobre seus ombros é que recai a responsabilidade de armar o time para disputar os campeonatos vários que teremos pela frente esse ano.
Até essa conversa de que precisamos armar dois times em condições, para disputar campeonatos simultâneos é estranha, se lembrarmos que então mais que nunca, Leonardo por ser mais jovem e com características mais distintas é que deveria ter a preferência.
Mas, Cuca, bem..... ou errou ao indicá-lo ou agora se arrependeu o que mostra não ser infalível, como algumas vezes a paixão nos leva a pensar.
A prova maior é não ter dado ao longo de todo o Brasileirão uma oportunidade real a Fillipe Soutto, o nosso mais inteligente e lúcido médio volante, preferindo contar com aquela eu diria excrescência que é o Serginho.
Salvo se, como Tostão diz em suas colunas, Cuca seja daqueles técnicos para quem o meio campo não tem de ser criativo, bastando ter dois buldogues. Ou três.
Ninguém nega que com essa armação o time fica reforçado na sua parte defensiva. Reforçado e, em geral, amarelado ou sem poder contar com os jogadores que por sua virulência ou até mesmo virilidade, acabam sendo punidos.
Mas, não há como escapar da armadilha de, recuperada a bola, o jeito é atrasar a jogada para o chutão do goleiro ou do becão lá de trás. Esquema ligação direta, como o Galo jogou grande parte, particularmente, do segundo turno em que foi tão mal no Campeonato Brasileiro recém encerrado.
E quantas vezes, dei pitaco reclamando dessa ligação direta, para explorar o pivô feito por Jô e as bolas que, depois de certo tempo, todos os times aprenderam como evitar que sobrassem para a armação de Bernard, Guilherme ou Escudero ou quem entrasse.
Fillipe Soutto era o cara capaz de por a bola no chão e sair jogando por ter visão de jogo. A mesma visão de jogo de um Marcos Rocha, sem o problema do desgaste que a posição do lateral impõe.
E mais: Fillipe tinha a qualidade do passe e do chute de média distância.
Mas, mais uma vez, Cuca mostra que erra.... e na minha opinião, erra feio.
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Liberado Fillipe Soutto e Leonardo, para que adquiram experiência é uma brincadeira. Primeiro porque a liberação é para um time que não está dando conta de manter os pagamentos em dia. Depois por ser um time que está sem estrutura.
Nessas condições é mais fácil que eles afundem com o resto da tripulação que sejam transformados em salvadores da pátria.
E reconheçamos, SE transformados em heróis, não voltam mais. E perdemos um prata da casa da maior categoria. Uma pena. E um cara jovem.
Mas já ouvi que Cuca não gosta de pratas da casa... Se for verdade, outra pena.
Vejamos as oportunidades que dará a Sidimar, Nikão, etc.
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Das demais novidades, Gilberto Silva, que certamente dará mais qualidade à cabeça de área que o esforçado Donizete e Luan, um segundo Leonardo? Outro desconhecido? E ainda com problemas musculares sérios?
Gilberto Silva é um grande nome, mas já tem idade suficiente para ninguém botar fé em que irá correr como em outras oportunidades em que defendeu nossas cores e a própria seleção brasileira. O pentacampeão mundial é um grande jogador, mas para a posição em que atua, cada vez mais o peso da idade é um fardo. E, pegando ataques de jogadores ágeis, velozes, mais novos e com técnica, acho que o bicho vai pegar. E nem estou pensando em Neymar, pela frente. O Wellington Nem já seria uma loucura, por exemplo.
Luan, uma aposta e com problema físico. Acho curiosa a contratação.
Rosinei nem vou falar por não lembrar dele. E, confesso, nem acreditar muito.
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No mais ficamos com o mesmo time de antes, um ano mais velho. Perdemos Escudero, que nem tanta falta irá fazer a julgar pelo que apresentou no ano passado. Não conseguimos ficar livres da aposta em Guilherme - que poderia perfeitamente ser envolvido numa troca por Robinho, por exemplo. E ficamos como estávamos antes.
A cereja do bolo não veio e parece difícil que ainda venha alguém, por hora.
Falados foram Tardelli, Wagner Love, Robinho e tantos outros e ... nada.
Em resumo: contratamos pouco, mas velhos. Como em outras épocas em que contratamos jogadores já com problemas físicos ou em fim de carreira, para virem verem se se recuperavam aqui. Trazíamos jogadores de nomes consagrados, mas longe de nossas tradições, do espírito que domina nosso time.
É esperar para ver. E ter fé.
Cada vez mais essa é a saída que vislumbro. Ter fé.
E torcer para o Galo se sair bem na Libertadores.
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