segunda-feira, 13 de junho de 2016

Futebol anão, tanto no Independência quanto na terra de Disney e Branca de Neve, onde um animal armado pode sair matando por prazer

Vamos combinar que o time do Atlético está desfalcado de elementos importantes, dois deles servindo na seleção equatoriana de futebol, e Douglas Santos na selecinha do Dunga.
O que é uma situação esdrúxula, contraditória: por um lado, dividimos a alegria de nossos atletas cuja seleção classificou-se para a próxima fase da Copa América Cententário, não sem uma ponta de inveja, pelo fato de terem sido eles, em nosso grupo...
Por outro lado, melhor seria que eles estivessem voltando e a seleção do Dunga, que não pode ser chamada de nossa seleção há muito tempo, avançasse. 
Não porque a essa altura alguém se importe com a seleção da CBF e Dunga se classificar e avançar na competição, mas porque o retorno mais cedo da equipe vai apenas reforçar São Paulo, Santos, nossos adversários no Campeonato Brasileiro.
E nem sei se Douglas Santos retorna, convocado que foi para a seleção olímpica. Que se continuar contando com o anão em sua direção técnica, irá apenas dar sequência à fila de vexames que o futebol brasileiro vem colecionando: 7 a 1 para a Alemanha em 2014; sexta colocada hoje na classificatória para a Copa do Mundo na Rússia; desclassificada com vexame na Copa América...
E, questionado na entrevista pós jogo, o anão diz que só tem medo da morte, e não teme continuar seu "trabalho?" à frente desse timinho da CBF.
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Mas não era nem a triste equipe de Dunga, nem seu português de menas esperança que eu queria tratar nesse início de pitaco.
Era do time ridículo do Atlético, aquele que com Marcelo Oliveira tornar-se-ia imbatível, já que time e técnico carregavam todas as esperanças da enorme torcida do Galão.... da massa. Como foi há alguns anos atrás, com Tite, antes do técnico hoje mais elogiado em nosso país perceber que não basta apenas ser um bom técnico, e apresentar bons resultados. Isso Tite já tinha em 2005, e por esse motivo, a torcida do Galo comemorou sua contratação. Mas, Tite não conseguiu montar um time, não conseguiu liga entre os jogadores que tinha à sua disposição, e não teve caráter para admitir seu fracasso, fugindo do Galo antes de decretada nossa queda para a segunda divisão, que já tinha deixado bem encaminhada.
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Pois bem, lembro do time de 2005 justamente por termos um time que, individualmente merece todos os elogios da crônica esportiva do país, embora haja exceções no elenco.
Marcelo de Oliveira mostrou-se vitorioso nos últimos anos, bicampeão do Nacional e campeão da Copa do Brasil, embora nesse último caso com o time jogando muito mal. 
Então, o Atlético tinha tudo para embalar e dar alegrias a sua imensa torcida desde a primeira rodada do campeonato. 
Mas, vem apenas acumulando vexames. E não me venham falar que estou exagerando. 
Estar vencendo o Sport, mesmo em Recife por 4 a 2 e deixar o time pernambucano empatar o jogo, levar 3 gols ontem, do Cruzeiro, é um vexame para um time que sonha com o título.
Não que o Cruzeiro não merecesse fazer 3 gols, talvez até mais. 
No Independência, outrora espaço predestinado a dar asas à imaginação e à criação do bicho papão que era o time do Galo, embora saindo na frente, era fácil perceber que a cada jogada, era mais fácil o Cruzeiro chegar ao empate, e até virar o placar como o fez, que o Galo chegar para marcar. 
Por isso, apenas pouco menos de 2000 torcedores do Cruzeiro conseguiram fazer mais barulho e emudecer a torcida alvinegra. 
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A torcida do Galo silenciou-se porque viu o time perder para ele mesmo, sem esquema tático, sem opções de jogada, confuso, embolando, com Fred perdido entre os zagueiros e, ainda assim, lutando muito, sozinho. Com Robinho jogando no meio sem qualquer objetividade, perdendo bolas bobas, sem conseguir uma jogada de efeito ou de maior resultado para o time. 
Rafael Carioca a cada minuto mais nervoso, percebendo que nada dava certo e o time não encaixava, e Patric e Donizete, não se explicando em campo.
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Tinha me prometido não falar mal de Patric, por não ser responsabilidade dele, nem sua culpa, ter sido transformado, desde Levir Culpi, na solução do time do Atlético, qualquer que fosse a posição que ele fosse escalado.
Mas, entrando na lateral esquerda ontem, Patric não acertou nenhum passe que tentou quando foi à frente, no primeiro tempo. E, felizmente, ajudou a reabilitar Marcos Rocha, já que a avenida que estava aberta pelo lado de Patric era mais fácil para o time do Cruzeiro explorar que aquela que é comum abrir quando Marcos Rocha avança. 
E, como observação, Marcos Rocha tem de avançar, porque é ele o único jogador capaz de fazer jogadas lúcidas na frente, saindo jogando e armando jogadas que podem levar a algum resultado mais produtivo que o chutão que Victor, Léo Silva ontem, Rafael Carioca, tentaram.
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Patric apenas acertou uma jogada, mais uma vez fruto de seu enorme e reconhecido esforço, sua dedicação, sua vontade. E foi exatamente a jogada do gol de Fred, embora a jogada não tenha sido exatamente intencional, a ponto de Fred ter que fazer contorcionismo para alcançar a bola, dominá-la e marcar.
Mas, se Lucas Cândido vinha bem, improvisado na esquerda, e se depois Júnior Urso foi substituído no intervalo, porque razão, primeiro escalar Patric no lugar do Lucas, e depois deslocá-lo para o lugar de Urso, como se Lucas Cândido, que joga de médio volante, ou Eduardo, ou outro qualquer não pudesse entrar, com mais resultados que Patric?
O que Patric tem, que tanto agrada aos treinadores que têm passado pelo Galo? 
Raça, disposição, ânimo? 
Porque futebol praticamente não tem nenhum e um time de futebol de qualidade, deve começar tendo, obviamente, qualidade....
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Mas e o que dizer de Donizete, que continua armando contra-ataques para os adversários tamanha a incapacidade de sair jogando?
Ele é ruim demais, e apenas botineiro, o que é sempre outra fonte de perigo para o Galo.
E convenhamos, para jogar com três volantes, o mínimo que deveríamos esperar era um time mais fechado na defesa. Mas não.
O time é uma peneira, Júnior Urso até tenta mas é fraco para sair jogando e armando jogadas de ataque. Donizete é uma piada. Rafael Carioca fica mais atrás, tentando cobrir as falhas dos companheiros e sem condições de cobrir a defesa, lenta e pesada.
Sobra mesmo apenas Marcos Rocha para avançar e tentar qualquer coisa na frente, o que é difícil quando Carlos não está inspirado, e Robinho dá demonstrações de que seu futebol ficou apenas na lembrança.
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Quanto ao Cruzeiro, jogou duro, com a mesma raça e vontade de Patric, e talvez por isso até tenha saído vitorioso. Mas convenhamos que é muito pouco. Além de que bateu muito, o que mostra o número de cartões.
Mas mereceu vencer pela gana. Pela vontade. 
Por ter um técnico que estava o tempo todo ao lado do campo, gesticulando, orientando, gritando, dando força. 
Já Marcelo, parece enfeitiçado por Patric, e por um futebol arte que não pode ser praticado quando o time tem Donizete trombador, Léo Silva, pesadão; Fred cumprindo a sua função de ficar parado na área, embora ontem ele tenha tentado voltar várias vezes para ajudar os companheiros. Robinho  e Carlos - que começou animado e parou, de repente, sem qualquer inspiração.
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Por isso o time não se segura, e leva gols como qualquer time de pelada. Daquelas que terminam 8 a 6, ou placares mais malucos. 
E olhem que sempre acreditei no que meus tios e avô dizia: a melhor defesa é o ataque. 
Mas, se o ataque inexiste, e conta com jogadores que não têm cacoete de atacante, vide o fato de não terem tentado, praticamente, nenhum chute de fora da área, e a defesa é pesada, fica difícil fazer valer o dito antigo.
Mas, pior, muito pior é o meio campo, a alma de um time, o setor responsável pela integração da equipe e sua unidade e ritmo. E quem tem Donizete pode ter muita coisa, mas não tem um meio campo. E a culpa não é de Donizete, mas de todos que atuaram ali ontem. E que vêm atuando no meio. 
E, claro de Marcelo, que desde o Palmeiras não tem conseguido destaque algum, mesmo tendo ganho um título. Por sorte. Não pelo futebol praticado.
Nessas circunstâncias, o melhor a fazer é reconhecer e cumprimentar o time que quis vencer e chegou lá: o Cruzeiro.
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Armas e ataques
 
Enquanto isso,  nos Estados Unidos, mais uma vez um indivíduo, aparentemente sem qualquer motivação, exceto ter o direito de comprar e portar uma arma de fogo, entra uma boate e pratica um fuzilamento completamente sem explicação e sem razão.
Exceto o fato de ser uma casa frequentada por gays, o que não poderia nunca ser invocado como motivo para a chacina que, nesse caso, iria trazer à tona a questão do respeito ao outro, às diferenças, ou da falta de respeito e do preconceito.
O que agrava o quadro da sociedade americana ainda mais, já que qualquer idiota cheio de preconceitos pode, tranquilamente, ir até uma loja de armas, e comprar um revólver, e sair dando vazão a seu ódio, talvez expressão de seus recalques... e de sua vontade de ter uma vida mais livre.
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Na noite de sábado, por causa desse direito assegurado se não me engano pela segunda emenda da Constituição americana, um idiota pode cometer um assassinato em massa, promovendo a morte de 50 pessoas que só queriam se divertir, e ferindo outro tanto de pessoas. 
Tudo isso facilitado pelo direito, que aqui no Brasil, muitas outras pessoas reclamam de não possuir. Como se possuir uma arma, ter porte e poder andar com ela, iria dar mais segurança ao seu portador, quando se sabe que, especialmente nesse mundo de estresses diários que vivemos, é mais fácil, que a arma nos coloque em situações de extremo risco, se não para nós mesmos, para aqueles que estão a nosso lado.
Em uma sociedade cada vez mais dividida, cada vez mais esgarçado o tecido social, cada vez mais a intolerância se manifestando, o que pode ser comprovado inclusive por postagens que aparecem nas redes sociais, ter o direito a portar arma, apenas facilita nossas explosões de humor, podendo tornar-nos apenas um bando de criminosos de um segundo para o outro.
Isso quando pela dificuldade de guardar uma arma a salvo, não acarreta o caso de consequências ainda mais graves, de cair na mão de alguma criança em uma mera brincadeira ou de alguma pessoa que, por circunstâncias da vida, esteja atravessando um momento penoso, de dificuldades e depressão, para quem a arma pode ser a saída mais cômoda, embora não a mais sensata. 
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Pelo andar dos acontecimentos, estamos nos aproximando do momento de vermos a proibição e controle severo de armas nos Estados Unidos, acompanhada da liberação em nosso país. 
O que seria surreal, se existe alguma coisa semelhante em um mundo onde as pessoas estão cada vez mais preocupadas apenas com seus interesses individuais e fecham os olhos para as questões que afetam sua vida em sociedade.


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