terça-feira, 7 de junho de 2016

Mais desgovernos e um desabafo em relação aos aumentos dos salários do funcionalismo

E, principalmente em resposta ao ronco ensurdecedor provocado pelos panelaços da vizinhança, o governo age no sentido de, cada vez mais, tentar punir a corrupção e extirpá-la de vez de nosso país.
Prova disso é a disposição firme manifesta pelo golpista que ocupa o assento do Planalto, em manter em seu ministério e na equipe de governo apenas aqueles amigos que, mais que o critério da lealdade, preencham outro requisito, o de ter um máximo de 3 indícios de suspeição ou citação em delações da operação Lava Jato.
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Assim, são mantidos no cargo os ministros e amigos Henrique Eduardo Alves, na pasta do Turismo, o que os incautos não chegaram a perceber é uma fina e irônica punição à Fátima Pelaes, tão íntima e com tantos interesses justamente na área do Turismo, mas indicada para a Secretaria para Mulheres, trincheira de onde poderá representar dignamente a mulher brasileira e sua honestidade e honra. 
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Poderia parecer um escárnio. Não é.
Trata-se apenas do governo de moralização que o povo que saiu às ruas pedindo o impeachment suplicava para assumir o governo, mais corretamente, usurpar o poder.
Da mesma forma, trata-se do governo que as grandes redes de televisão e os grandes órgãos de imprensa desejavam ter no país porque, sabedores de que composto por pessoas de comportamento moral que não deixava margem a dúvidas, teriam sempre espaço aberto para apresentar e ver atendidas suas reivindicações e conquistados seus interesses.
E tome panelaço, para interromper nossa tranquilidade e sossego!
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Não podemos nos esquecer tratar-se ainda do governo que visa defender os interesses abalados dos bancos, que perderam tanto na crise, vendo seus lucros caírem para míseros 5 bilhões no primeiro trimestre. Coitadinhos.
Daí até justifica-se a bolsa banqueiro, ou bolsa empresário, citada pelo próprio ministro Meirelles, da Fazenda.
Enquanto isso, aqueles itens de gasto menos justificáveis, como os voltados ao financiamento da casa própria do programa Minha Casa Minha Vida, são interrompidos, se não estiverem sendo definitivamente encerrados.
Parece até que o problema da habitação foi resolvido no nosso país já há muito tempo, e não se justifica ficar financiando construção de novas moradias, quem sabe, para aluguel???
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Em meio a todo esse desgoverno e ruído das panelas e buzinaços, somos informados de que Dilma não pode viajar em jatos da Força Aérea, mesmo ainda sendo a presidenta (ao menos foi eleita!), embora afastada; informação que se complementa com outra, a de que foi cortada a verba para o serviço de alimentação no Alvorada.
Típico da mesquinhagem de quem, tendo sempre preferido ficar na sombra, ocultando-se para não aparecer e atrair para si olhares mais atentos e escrutinadores, de repente, resolve se revoltar por ter sempre ficado à margem, como o fez o coitadinho do Zé Ninguém que ocupava a vice- coisa alguma.
E não estou aqui falando que temer seja um Zé Ninguém, nem um inútil, apenas relembro sua queixa, quanto a sensação que estava sentindo. 
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Seja por não poder mesmo ver a luz do sol, por suas características fisionômicas e semelhanças já suficientemente abordadas até mesmo pela imprensa, seja por que os traidores tramam é mesmo nas sombras, o piti de nosso atual presidente não trouxe mudança na sua posição ou papel que desempenhava. Razão porque voltou para as sombras, até que o golpe fosse desferido.
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Em meio a toda essa confusão que o país vive, acompanhamos a mais uma, que o governo protagoniza, relativa ao tão mal falado projeto de aumento concedido aos funcionários públicos. 
Como um antigo colega de serviço, também funcionário público, me dizia outro dia, essa é uma questão perdida. Que o funcionalismo público já entra perdendo perante a sociedade.
Ideia com a qual concordo integralmente. 
Afinal, como entender a forma como é apresentada à opinião pública, em geral, o projeto de aumento, concedido para categorias do funcionalismo, como se eles estivessem tendo ganhos absurdos, astronômicos e que não fôssem pessoas, cidadãos, pais de famílias, com compromissos a vencer e pagamentos a efetuar durante o mês?
Porque não há e não houve, mais uma vez nesse caso, a menor preocupação em se investigar como tem sido a negociação salarial travada com essas categorias, a fim de dar a informação correta, mesmo que criticável ou questionável, considerando-se o momento e outras lorotas que tais....?
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Digo isso, porque se é certo que o Supremo e seus ministros estão tendo um reajuste elevado, de 41,5%, é importante dizer que esse aumento não se refere ao ano de 2016. Para esse ano, embora possa ser classificado de exagerado, parece-me que a parcela do aumento é de algo em torno de 16%. 
Tudo bem. É elevado: a inflação do ano anterior foi de 10%.
Mas, curioso, quando Dilma negou o aumento, desejando dar o mesmo valor a todas as categorias, ninguém noticiou ou aplaudiu.
Muito menos os ministros do Supremo, o que pode ter afetado seriamente o comportamento que adotaram, bastante estranho em muitas ocasiões, no caso do afastamento da presidenta.
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Como não é bobo nem nada, temer e sua equipe aprovaram o reajuste. 
Muito embora, para não perder a característica que marca esses primeiros dias de seu desgoverno, já haja indicações  de que pode voltar atrás, conforme notícia da coluna Painel da Folha. 
Aliás, o que seria risível caso confirmada a notícia da coluna, já que apenas os ministros não teriam o reajuste concedido, para evitar o efeito cascata, com o acordo feito com os servidores do Judiciário sendo mantidos.
OK. Me engana que eu gosto.
Ou temer já não tem mais medo de o STF começar a ver problemas na condução e nos motivos alegados para o afastamento, preliminar, de Dilma?
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Que iria trazer um efeito cascata que, por se reproduzir para os entes subnacionais iria levar à quebra definitiva dos Estados, isso não foi pensado antes de temer dar seu aval à proposta.
Mas isso, e outras questões relativas, a imprensa não cobre e nem repercute, por não serem de interesse dos Simpsons que, para ela, somos nós, famílias brasileiras.
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Mas, deixando de lado o aumento ou reajuste dos servidores do Judiciário, tampouco se noticia algo em relação ao Legislativo, talvez por ser na Câmara e nos gabinetes dos  senhores deputados que os jornalistas conseguem com mais facilidade obter algum cargo, sem concurso por ser de confiança, de assessoria especial.
Esse parece ser, às vezes, um dos motivos de tanta raiva da imprensa e alguns jornalistas tidos como sérios, em relação à vantagens concedidas aos funcionários públicos. 
Afinal, depois da Constituição de 88, só por concurso a maioria do pessoal da imprensa pode, se tiver competência para passar em concursos disputadíssimos, ocupar as funções que já ocuparam antes, cheio de regalias.
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Não está tão longe assim, quando coordenando uma área da Diretoria Comercial da Progemge, tinha na área sob minha responsabilidade, trabalhando comigo, duas pessoas da área da Comunicação, cheio de privilégios de horários e coisa e tal. 
Especificamente os dois a que me refiro, trabalhavam muito. E muito aprendi com eles. 
E, justiça seja feita, nem a Prodemge realizava concursos para quem não fosse da área técnica. Nem eu mesmo entrei na empresa por concurso público.
Mas isso não impede de lembrar-me de um tempo, em que não concursado e ainda não funcionário público como me tornei depois, admito que a imprensa tratava muito melhor os seus "colegas".
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Posso falar especificamente do aumento que os funcionários do Banco Central estão obtendo, com a aprovação desse projeto, fruto de um processo de negociação salarial coletivo, muito complicado. Processo que a imprensa também não procura conhecer nem noticiar. 
Preferível falar mal da Dilma e seus aumentos absurdos, agora encampados por temer.
Então vamos lá. Ao processo de negociação, coletivo e de médio prazo.
Como ocorrem processos semelhantes na iniciativa privada, e até mesmo em países citados sempre como modelos, a saber, Estados Unidos e Japão.
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Ao assumir e enfrentar o primeiro processo de negociação, Dilma concedeu aumentos em 3 parcelas, em torno de 5 %, totalizando algo como pouco mais de 15,8%.
Esse aumento corresponderia, a 5% relativos a 2012, que seria pago a partir de 2013, para repor as perdas de 2012, em que não houve qualquer aumento. 
Ou seja, 2011 não teve suas perdas repostas.
Em 2014, para repor as perdas de 2013, novamente 5% e outros 5% para cobrir as perdas de 2014, pagos a partir de 2015. 
A mais rápida observação indica que houve uma verdadeira redução real de salário para os funcionários, já que em 2012, a inflação foi de 5,83% resposta apenas em 5% no ano seguinte 
Em 2013, a inflação foi de 5,91%, para os mesmos 5% pagos apenas em 2014. Enquanto em 2014, a inflação foi de 6,41%, parcialmente reposta (5%) apenas em janeiro de 2015.
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Amargando já perdas, os funcionários do BC não aceitaram a proposta sugerida pelo governo Dilma para negociação. Situação que veio apenas mostrar o caráter autoritário da presidenta. Quem não aceitou não teria aumento algum. E ponto. 
Caracterizando um processo de negociação sem negociação. Apenas a apresentação de uma das partes, a mais forte, do que gostaria fazer e faria.
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Agora que em 2015 a inflação alcança 10,67%, não houve qualquer reposição. E, a negociação, nos moldes de Dilma, foi de conceder 6,5%, para pagamento em agosto, quando a inflação do exercício já está quase em 3%, ou seja, metade do valor que deveria repor o ano anterior.
Desnecessário dizer que os funcionários do BC estão, cada vez mais, enfrentando dificuldades para manterem o padrão de vida que um funcionário de uma instituição de reputação tão elevada junto à sociedade, deve manter.
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Mas nada disso a imprensa informa, e apenas combate. E critica.
E joga a população e a opinião pública contra todos nós, funcionários. 
A mesma população que, em setores privados vem negociando reajustes, sempre com algo em torno da inflação do ano anterior. É verdade, que alguns não terão reajuste algum, e nem receberão salários, daqui em diante. Em razão da crise.
Da mesma forma, os trabalhadores de salário mínimo já tiveram seus reajustes concedidos, bem como os beneficiários da Previdência, os primeiros em valor superior ao da inflação de 2015. O que é justo.
Agora, vir atacar o reajuste dos salários de funcionários, sem fazer uma pesquisa da situação de cada categoria, apenas porque algumas têm privilégios reconhecidamente inadequados. Ou ainda, alegando a crise, é punir, duplamente os funcionários - muitos dos quais dedicam toda sua vida ao serviço em prol da comunidade: uma pela crise que já atinge a todos, indistintamente; outra, pela redução de seus vencimentos reais, sem qualquer justificativa plausível.
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E ainda tem gente que acredita que qualquer funcionário público pode aplaudir a presidenta Dilma que os tratou com tanto desprezo. 
Mas, nada disso muda o fato de ela ter sido eleita (talvez, infelizmente!) e não esse usurpador que, pela impressão que passa, a de mordomo (ou Drácula), mostra bem a posição que sempre ocupou na política.
O que é curioso, se lembrarmos que o mordomo é sempre o culpado pelo crime cometido.


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