segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Panelas; temer, o amigão e os anões com quem convive. E Fidel vira história

E, finalmente, consegui ouvir ontem o bater de panelas de algumas poucas pessoas da vizinhança, quando o Fantástico mostrava a entrevista do maior cara de pau do Brasil, o antes usurpador e golpista e agora o "amigão" temer.
Nesse mundão de meu Deus, a única pessoa que conseguiu ver problemas de conflito administrativo entre um órgão e sua reginal. O que para qualquer pessoa de pouco conhecimento em matéria de administração pública sabe que não há qualquer conflito possível.
O órgão subordinado, como deveria ser óbvio, subordina-se e deve acatar a decisão superior. Salvo se a decisão superior for flagrantemente contrária à lei, quando mesmo tendo que ser cumprido, o parecer superior deverá ser questionado em outras instâncias, senão  na própria Polícia.
Ocorre, contudo, que o parecer do órgão superior do IPHAN é que estava acobertado pela regulamentação, como o comprovam várias manifestações de órgãos da sociedade a respeito da questão, como o órgão representativo da categoria dos arquitetos.
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Se essa era a situação, não haveria qualquer motivo para se alegar a existência de um conflito entre dois ministérios, como o alegado pelo "amigão" do anão corrupto.
E, a julgar pelas versões todas apresentadas e admitidas até agora, o que deve mesmo ter acontecido é que, tendo prevalecido a decisão do órgão nacional do Instituto do Patrimônio Histórico, o anão do orçamento correu para pressionar seu colega a alterar a decisão adotada, passando por cima de órgãos, critérios e pareceres técnicos.
E tal comportamento pode ter sido, perfeitamente, inspirado no fato de que, sendo o empreendimento de alto nível de sofisticação, com uma vista para o oceano como poucas e sem qualquer possibilidade de perda da paisagem, nem no presente, nem no futuro, o ministro baiano pode até ter recebido a promessa de, caso conseguisse alterar o parecer contrário, levar um apartamento em pagamento.
Ora, se essa prática de remuneração é comum em empreendimentos imobiliários, menos ainda seria de se estranhar que acontecesse, sabendo-se que a empresa construtora é de parentes do ex-ministro.
Que pela oportunidade de ganhar um belo imóvel, ou um valioso recurso, deve ter partido com sua reconhecida disposição para o ataque e pressão.
Jogando no abafa, deve ter não apenas revelado a sua pendência com Calero, para o "amigão" e usurpador temer, como também para o resto da tropa ou bando.
Daí que, com a negativa de interferência de Calero, vieram as pressões de Eliseu Padilha (a quem, segundo as más línguas, ACM chamava de Eliseu Quadrilha, o que deve ser boato!!) e, quem diria. do próprio golpista, amigão e agora também de caráter questionável, temer.
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Mas, como Calero deixou claro, uma coisa é uma coisa. Outra coisa é outra coisa.
E, sentindo-se em situação constrangedora, o ministro fez o que era o mais óbvio, para se precaver e se proteger, no futuro: passou a gravar certos tipos de conversas, inclusive com o minúsculo ocupante do Planalto, por força de um golpe.
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Agora vem essa figura obscura, dizer que a atitude de seu ex-ministro foi indigna, ao gravar, o que ele se considera, um presidente?
Ora, porque não se manifestou antes, quando das gravações feitas e divulgadas entre a presidenta eleita Dilma e seu amigo pessoal e mentor, Lula?
Quer dizer que para uns pode??? Mas para outros a mesma atitude torna-se um ato indigno???
E já que o STF já julgou e decidiu que é lícito alguém gravar conversas de que participa, mesmo sem conhecimento de seu interlocutor, porque Moro e seus aliados semideuses podem cometer o que pode ser considerado um verdadeiro crime ao divulgar as fitas de Dilma, e o minúsculo usurpador aceitou a situação passivamente?
Moro nem podia gravar, nem fazer grampo, muito menos divulgar a fita de alguém com foro privilegiado.
No caso agora, Calero podia. E o fez.
E vem o amigão dizer que isso é uma indecência???
E o que ele fez, e ainda se defende, dizendo que apenas estava arbitrando conflito???
Conflito de que ministério com o da Cultura?
O ministério de negócios escusos e falcatruas de seu amigão???? Ou daquele Eliseu, cujo nome se presta a trocadilhos vários?
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Alegar que fez sim, considerações quanto ao envio da pendência para ser solucionada pela responsável pela AGU, que já teria a solução para o problema é caso de mais grave irregularidade, por mostrar que o conflito a ser sanado era de um interesse público, do patrimônio histórico e de um ministro, e do interesse privado do anão do orçamento.
Por mostrar apenas, não. Por ter sido reconhecida a situação de pressão já que o nosso usurpador confessou que teve mesmo a conversa.
Mas, como seus aliados afirmam, isso foi coisa menor em um país com tantos problemas para resolver, de ordem mais grave.
Ou então, vamos deixar o conteúdo da conversa criminosa de lado, para passar a criticar apenas o fato da gravação insidiosa.
Ainda bem que Calero rebateu: não é uma pessoa capaz de atos indignos, nem tampouco aceita assumir o papel de cúmplice.
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Daí que, já que o menor amigão e golpista não tem estatura moral para renunciar ao cargo, depois de tudo que fez para obtê-lo, inclusive traições etc. a solução única que se apresenta é, sem dúvida, novo processo de impeachment, se o TSE não quiser facilitar a questão para todos os envolvidos e cassar a chapa Dilma-Temer.
O que seria um absurdo em relação não ao golpista, mas à presidenta Dilma. Que se veria condenada por uma, mais uma, trapaça para salvar o anão amigo.
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Fora isso, a solução seria o povo nas ruas, como já se acostumou e já deu o ponta pé inicial ontem, na Paulista.
Fora temer. Fora temer. Fora temer.
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As reações de quem tem menos caráter que temer, se é que isso é possível

A mais curiosa para não dizer cômica, a do político de ideias tão antigas e corruptas, que poderiamos nos referir a ele, praticante da velha política, como o empoeirado Aecim...
Dizer que Calero deveria ser investigado por gravar o presidente, como se o presidente estivesse acima do bem e do mal, e para ele e situações em que ele estivesse envolvido, nada pudesse ser feito ou tornado público é, no mínimo, uma ofensa à inteligência do povo brasileiro.
Primeiro porque também ele não reagiu da mesma forma nas fitas da presidenta Dilma. Como se a regra tudo para meus amigos e a forca para meus inimigos fosse a lei única a ser adotada.
Segundo porque como um senador de ... dele mesmo, já que há muito não representa interesses do Estado que o elegeu, preferindo a defesa de seus interesses mesmo que tomados de bolor e de pó, ele deveria era cobrar, como o fez em outras oportunidades, a cabal investigação da PF. Para esclarecimento da situação e o fortalecimento da moralização de nossas instituições.
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Mas, do pequeno aecim não era mesmo de se esperar outra coisa. Apenas o império da lei de Gerson, de que o que vale é sempre levar vantagem em tudo. Embora, para registro, também eu acho que Gerson não tinha nada a ver com a situação que a propaganda criou, e da que participou sem saber no que estava se metendo.
Melhor seria mudar o nome da lei para lei do Aécio, se esse político tivesse estatura para dar nome a qualquer coisa, mesmo uma tão esdrúxula quanto essa.
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A perda de Fidel

Há pessoas que passam por toda a vida e ninguém percebe sua existência.
Seguramente não era ess o caso de Fidel Castro, o grande Comandante.
E quando essas pessoas se vão, percebe-se sua importância pela quantidade de comentários e análises, sejam de críticas ou de elogios.
É que há pessoas que saem da vida e entram na história. E isso incomoda aos que nem história de vida têm para contar.
Alegar que Fidel foi um tirano, e que matou milhares de cubanos, é ignorar que em uma luta não há lugar para confraternizações. Exceto, talvez, e parodiando Millor na briga de sexos  entre os homens e mulheres.
Dizer que Fidel não teve apoio nem de sua irmã, e apresentá-la como uma crítica de seu irmão e do regime que instaurou  na ilha, é no mínimo curioso. Afinal, ela sempre admitiu ter trabalhado ao lado da CIA e ter dado várias indicações que contribuíam para as inúmeras tentativas de assassinato de Fidel.
Quer dizer que ela pode condenar o próprio irmão à morte, mesmo que não sendo a responsável por nenhum dos atentados frustrados. Mas ele, não. Ele tinha que aceitar seus inimigos e com eles conviver harmoniosamente, mesmo que sabendo que, a menor distração lhe causaria a morte.
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Embora não sendo adepto da violência, menos ainda da institucionalizada, não tenho como entender que quando você é alvo de atentados por seus amigos, compatriotas, vizinhos, inimigos, apenas porque você não pensa como eles e não age como eles gostariam que você estivesse agindo, você não pode reagir, e matar para não morrer.
Tal como Fidel e vários outros que, mesmo com apoio de parcela significativa da população, ousaram desafiar os interesses de quem se acha mais forte e poderoso, e tanter eliminar os privilégios desses grupos, tanto acumulando inimigos internos (cujos interesses foram prejudicados), como externos, apenas para não dar espaço para o surgimento e fortalecimento do que eles não entendem, também eu acredito que agiria em prol da minha defesa e da causa que eu fui instado a liderar.
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E se houve mortes, torturas, crimes, houve também muitos benefícios para o povo cubano especialmente para o menos privilegiado, destacando-se o acesso à educação e à saúde. Simples assim: as coisas mais importantes para todos os indivíduos e para o conjunto deles.
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Quanto à situação miserável da ilha, como todos os meios de comunicação defensores dos interesses americanos fazem questão de revelar, é curioso que tal atitude, fruto e consequência do embargo comercial que aquele país experimentou por mais de 50 anos, não seja em qualquer momento colocado em questão.
Sendo uma ilha de pequenas dimensões, e pequena quantidade de recursos naturais, um embargo como o decretado pelos Estados Unidos, cumprido rigorosamente pela maioria dos países puxa-sacos ou dependentes do Tio Sam, torna-se muito mais criminoso e uma tortura de dimensões muito maiores que qualquer ato por pior que fosse decidido por Fidel.
Negar a influência do embargo é tapar o sol com a peneira. E não reconhecer que isso só acabaria tornando a situação interna mais cheia de situações de confronto em relação àqueles que eram desde sempre contrários a Fidel e à revolução, é não querer ver a realidade.
Daí então, a passar a usar o exemplo de Cuba como a ilustração do fracasso do comunismo é no mínimo risível. Ao menos para quem tem a capacidade de pensar por conta própria, o que é cada vez mais raro nos dias de hoje.
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Por que para mim, apesar de todo embargo, conseguir as vitórias em saúde e educação que Fidel obteve, é sinal justamente do contrário. Porque, caso não houvesse o interesse de outros povos em impor, de forma autoritária sua vontade e padrão de vida e costumes, e se não houvesse embargo, quanta coisa a mais e melhor para a população Fidel não teria podido fazer.
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O comandante se retira e vai ocupar um lugar nas páginas da história de um século que terá muita história para contar.
Enquanto isso, idiotas continuam comemorando a sua vitória de Pirro, porque não consideram o coletivo e suas conquistas.

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