terça-feira, 29 de novembro de 2016

#ForçaChape. O dia hoje é de luto.

Luto.
Apenas o pesar por tão trágico acidente, que se abate principalmente sobre o mundo esportivo, o mundo do futebol, .mas que não se esgota apenas nessa área específica de nossas atividades, atingindo todo nosso país, todo nosso povo.
Guardadas as devidas proporções, e até pelo sentimento de comoção que carrega consigo, essa tragédia me traz à lembrança, entre outros, a perda de nosso ídolo maior, Ayrton Senna, em um 1º de maio, de 1994.
Lembro-me que à epoca, o país atravessava uma fase conturbada do ponto de vista político e econômico, e que o presidente Itamar Franco tentava uma última cartada na tentativa de controlar a ameaça de hiperinflação que rondava nosso país, lançando o Plano Real.
Em maio, data do terrível acidente em Ímola, o país já havia implantado a URV, promovento a conversão dos valores dos rendimentos e preços de cruzeiros reais para a nova moeda de conta, muito contestada por vários setores da economia, especialmente aqueles ligados aos interesses dos trabalhadores, que tiveram seus salários convertidos pela média dos últimos meses, enquanto a conversão dos preços se dava pelo valor de pico.
Sim. Havia muita esperança. Talvez mais torcida para que o plano tivesse, finalmente, êxito, colocando ponto final ao fenômeno que atormentava o povo brasileiro.
Mas havia também, como seria natural, muita incerteza no ar. E um ambiente carregado de preocupações, insegurança e medo.
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A viagem trágica da Chape, realizada para disputar o maior jogo de sua história, também me traz a recordação de outro acidente aéreo, de março de 1996, que vitimou a banda de maior sucesso do país, os Mamonas Assassinas.
Com o mesmo impacto e a mesma capacidade de provocar essa sensação de estarmos toda a população meio que órfãos.
Não apenas pelo contexto de brutalidade e violência capaz de cercar esse tipo de perda. Nem somente pelo fato de serem todos os músicos muito jovens. E mais, jovens já em pleno auge.
Assim como Senna, ainda muito moço e, no caso, sempre nos lugares mais elevados do pódio.
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Em 1996, a situação do país tanto do ponto de vista econômico quanto político já era mais tranquila, com taxas declinantes de inflação que confirmavam o êxito do Plano Real.
Mas, se o ambiente interno era favorável e de alegria, muito bem expressa e aproveitada pela irreverência dos Mamonas, algumas nuvens negras já começavam a se formar no horizonte externo, mesmo que ainda não delineadas com precisão.
Nesse sentido, o acidente aéreo com a banda parecia ser um  prenúncio negativo. Envolto em tristeza imensa.
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Agora, em meio a tanta incerteza e problemas que o país atravessa, em razão da junção de vários tipos de crise, como a crise política, moral, ética, econômica, o acidente que vitima a brilhante equipe da Chapecoense, é mais um momento com a marca da tragédia e da dor a envolver a todo o povo brasileiro.
Que já estava formando, mais uma vez, aquela corrente pra frente, na torcida para o bravo e valoroso time do interior de Santa Catarina.
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Luto.
E que a família dos jogadores, dirigentes, jornalistas, e todos os tripulantes tenham forças para superar a perda terrível que sobre eles se abate.
Solidariedade. Orações. Fé.
E a nossa eterna homenagem ao time da Chape, inegável campeão da Sul Americana desse 2016, um ano que por todas as características que o cercam, torna-se cada mais um ano para cair no esquecimento.
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#ForçaChape

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