quarta-feira, 18 de outubro de 2023

13 anos de pitacos sem comemorações. Apenas minutos de silêncio. Vários.

 



link:  https://youtu.be/lDk_vHbt7r0

7 de outubro é dia de aniversário do blog tambemquerodarpitaco.

Neste ano de 2023, completamos 13 anos. E, pela primeira vez não teve qualquer comemoração, nem mesmo uma notícia.

É que o momento vivido está mais para minuto de silêncio. Minutos vários, em função dos eventos ocorridos, e de todas as mortes, tanto em Israel quanto na Palestina. 

Às vítimas, nossa solidariedade.

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De imediato devo declarar o meu respeito pelo povo judeu, embora algumas atitudes e posturas adotadas pelo  movimento sionista não me deixem confortável.

Assim, sempre me senti agredido pelo genocídio de que o povo judeu foi vítima, a perseguição e bárbarie, e inclusive os deslocamentos a que foram forçados, a que foram a que tive conhecimento por relatos de histórias dos sobreviventes, filmes, livros (com destaque para o Diário de Anne Frank ou  Treblinka).  

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Condeno o antissemitismo por reduzir a  dignidade humana ao mais baixo nível jamais imaginado, como a qualquer outro tipo de preconceito e discriminação.

E é este sentimento que me faz, agora, solidário ao sofrimento do povo palestino como consequência do tratamento que lhes é dispensado por Israel desde a declaração de Balfour, embrião do Estado israelense (compromisso do ministro britânico Balfour de criar um Estado israelense).

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E isso, não por serem os judeus um povo rico e proprietário de capital, o que lhes permite impor sua vontade e comprar apoios que lhes asseguram o direito de continuar as práticas de exploração e espoliação sobre os povos mais pobres e oprimidos.

Classificar como esquerdismo infantil qualquer apoio à causa palestina neste momento, ou pior, enxergar aí um antissemitismo disfarçado é, no mínimo, desonestidade moral.

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Como sempre agi frente ao desconhecido, fui pesquisar algumas das causas – menos remotas – dos conflitos.

Para não ter de voltar a, entre outros fatos, a guerra que Israel travou  quando da implantação de seu Estado, contra os povos árabes, os palestinos incluídos, em 1948/49, e que terminou com a expulsão dos palestinos de suas terras, e a expansão do território que a resolução da ONU lhe cedeu (sem consulta aos seus donos).

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O território israelense ampliou-se em 1/3 enquanto os palestinos, além da perda de território foram expulsos, em número de 700 mil de suas terras, pela destruição de mais de 530 vilas,  epísódio conhecido com “nakba” ou tragédia.

Nessa ocasião, o braço militar do movimento sionista, a Haganah, foi responsável pela destruição da aldeia de Deir Yassin, próxima a Jerusalém, com a execução de 110 palestinos das quais 30 crianças. E isso aconteceu mesmo depois de líderes da aldeia fazerem um acordo de não agressão com a Haganah.

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Sem me alongar, em 1967 houve a guerra dos Seis Dias, iniciada em antecipação a possível invasão árabe; a guerra do Yon Kippur,  em reação árabe à anexação de terras ocupadas por Israel desde a guerra anterior. Entre as terras, incluíam-se a Península do Sinal, parte do Canal de Suez, a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e as colinas de Golã.

Além das forças militares de alta qualificação e treinamento, Israel conta com armamentos de alta complexidade tecnológica e sofisticação, dado o apoio que recebe dos Estados Unidos para agir como seu preposto na região.

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Em todo este período, Israel manteve verdadeiro sitiamento a ambas as faixas de terra palestinas, sobre as quais exerce mais que um simples controle: decide sobre fornecimento de gás, energia, alimentos, água, deslocamentos de entrada e saída, etc.

Alegando ser a OLP uma organização terrorista, e visando desestabilizar seu poder, incentivou a expansão da influência do grupo do Hamas.

Mais tarde Israel viria reconhecer a Autoridade Palestina, e sua liderança por sucessivos acordos e negociações em Camp David e Oslo.

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Daí em diante, o grupo do Hamas é que passa a ser considerado e tratado como terrorista, até que a realização de eleições em Gaza dão a vitória a este grupo, em 2007. Vitória nunca reconhecida nem pela OLP, nem por israel e seus aliados.

Tal vitória passou a justificar o aperto ao cerco promovido por Israel nas  terras palestinas, transformadas em verdadeiro campo de concentração a céu aberto.

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No conflito mais recente, de 7 de outubro, Dani Avelar, na Folha de São Paulo (“Entenda como foram os ataques do Hamas em Israel no 7 de Outubro”, p. A14), identifica 8 pontos de infiltração do Hamas nas terras sob domínio de Israel.

Destruídas as torres de vigilância na fronteira, e sob a cobertura do disparo de milhares de foguetes, logo cedo, os palestinos chegaram de barco à praia de Zikim para invadir um kibutz com 900 habitantes.

Foram recepcionados por residentes armados, acabando mortos.

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A partir daí, como em qualquer conflito, a maior vítima tem sido a verdade. O que me leva a criar muitas dúvidas e perguntas, para as quais não acho respostas,  listadas abaixo:

- Os palestinos do Hamas são terroristas que não representam o povo palestino que os elegeu. - Israel  tem o direito de se defender, à sua população civil e as terras de que se apossaram como intrusos. 

- Grande parte da população civil israelense tem treinamento militar, com no mínimo 3 anos de serviço militar prestado; pode portar armamentos e sabe manuseá-las. Para mim,  são civilitares.

- Os bombardeios israelenses já mataram maior número de civis -mulheres e crianças – que a agresão dita terrorista. Logo, há que se rever o critério de classificação de atos terroristas.

- Ontem na CNN, ao comentar o recado/ameaça do Hezbollah de que atacaria o norte de Israel no dia de hoje, o Dia de Fúria, em retaliação ao ataque ao hospital ontem, em Gaza, afirmou: curioso é em uma guerra, avisar ao inimigo da ofensiva, dando tempo a ele de se preparar.

- Ou seja: ato de guerra, para ter êxito deve ser de surpresa, sem aviso. Exceto se for ataque do Hamas, por situações que já teriam levado qualquer povo a reagir muito antes.

- Finalmente, o que explica que o pacífico Estados Unidos estão presentes em todas as guerras desde o fim da Iia Grande Guerra? Entre outras: Coréia, Laos, Vietnã, Cuba, República Dominicana, Afeganistão, Irã, Iraque, e agora, no Oriente.

Isso sem contar com as guerras sujas que patrocinam e golpes que aplicam por todo o mundo. Onde está o Eixo do Mal?

 

 

 

 

 


2 comentários:

Anônimo disse...

Anônimo disse...
A guerra é o resultado do fracasso do diálogo, da sensatez. Israel historicamente não respeita acordos, ciente de sua superioridade militar, bem como o braço amigo (além de bombas, tanques, mísseis, jatos, etc.) dos EUA, submete os palestinos a barbárie semelhante que sofreu em terras germânicas... Atualmente desfruta do maniqueísmo de uma imprensa cinicamente parcial. A ONU escancara sua inutilidade, uma vez mais; foi assim na covarde invasão do Iraque, no início deste século pelos EUA e seus cúmplices. O secretário da ONU deveria anunciar a falência moral da instituição e declarar seu fechamento, que repete a ineficiência de sua antecessora, a Liga das Nações. De fato é urgente a criação de uma governança mundial...
Israel teve até a desfaçatez de criticar o Papa Francisco, por considerar os pronunciamentos do Pontífice sobre a guerra suaves...
Fernando Moreira

Anônimo disse...

Anônimo disse...
Aproveito o ensejo para abraçar o blogueiro pelo do "Tambémquerodarpitaco". Como leitor frequente rendo minhas homenagens ao conteúdo consistente, equilibrado. Um abraço.

Fernando Moreira