quinta-feira, 5 de maio de 2011

A derrota da soberba

Não vou dizer que o Cruzeiro tornou-se, de ontem para hoje, um time ruim ou medíocre. Como não voltei, atleticano que sou, a falar do meu Galo, mesmo depois das vitórias contra o América que lhe valeram a classificação para as finais de nosso campeonato rural.
Entendo de futebol o suficiente para saber que o Cruzeiro continua com o time melhor, mais equilibrado em campo e jogando o futebol mais aberto, mais vistoso e mais agradável de se ver.
O que aconteceu ontem foi um apagão, acho que provocado pela soberba. Nem necessariamente dos jogadores do plantel. Mas da imprensa, dos hoje infelizes cruzeirenses, de todos que já faziam planos para a partida do time celeste contra o Santos. Diziam: o jogo do ano.
O Cruzeiro ontem, sem paixão, não entrou em campo. E, não jogou. E, quando Roger foi merecidamente expulso, foi vítima do mal a que estou atribuindo a culpa pela desclassificação. Disse o locutor da Rede
Gl(b)obo que o Roger estava prejudicando o seu time, porque além de tudo, ficaria de fora contra o Santos.
Coitado: mal sabia, àquela altura, que contra o Santos também ficariam de fora Fábio, Gilberto, Victorino, etc. etc.
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Vendo o jogo, deu para perceber que o time colombiano tinha mais posse de bola, estava mais perigoso, e melhor em campo. A torcida até percebeu isso, o tempo todo se manifestando contra o juiz e suas marcações. Nervosa.
Só o pessoal da Globo não falava nada. Para eles, que inegavelmente influenciam o modo de pensar e ver as coisas, especialmente de quem é apaixonado, o Cruzeiro não estava como sempre, dando espetáculo. Mas estava fazendo o suficiente para o gasto. A saber, a classificação.
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Para mim, que fiquei sim, satisfeito com a desclassificação dos adversários, o Once Caldas já merecia estar ganhando por um gol, ao menos, ao término do primeiro tempo.
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E mais. Não sei, honestamente se houve ou não o impedimento de Gilberto. Argumentar que o braço dele estava à frente, mas que tem que levar em conta seu centro de gravidade, e cobrar isso do bandeira, é gozação. Ou falta de seriedade.
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Decepção foi o comportamento de Cuca, a quem confesso sempre respeitei. Sua atitude merecedora de suspensão de mais de seis meses, para dizer o mínimo, foi a demonstração de que a surpresa havia sido tão grande que tirou o técnico do sério. Talvez porque, inconscientemente, estava mesmo acreditando que seu time estava apenas fazendo um jogo treino.
Não há, entretanto, desculpas para seu comportamento destemperado.
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E se o time inimigo perdeu ontem, porque achou que já tinha ganho antes de jogar, o time não deixa de ser o franco favorito domingo. Agora até mais perigoso, já que tendo que ir atrás da reabilitação a qualquer custo.
E, como disse no início, se o Galo andou mostrando evolução e progresso, está ainda muito abaixo da qualidade e do futebol do time contrário.
Isso sem contar que o Cruzeiro já entra com vantagens de ter sido o melhor do campeonato, agora mineiro, já que o único que sobrou para os dois times mineiros.
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Vou torcer apaixonadamente pelo Galo. Claro! atleticano que sou. Mas se sou maluco por ser atleticano, não deixo de ser racional para admitir que, em condições normais de futebol (se isso existe em futebol), o time deles é favorito.
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Bem, ontem foi a derrota de quem esqueceu que jogo só se ganha dentro do gramado, depois de o jogo ter sido jogado.
E a soberba foi que derrotou o time celeste.
O que me faz chegar à conclusão de que, parafraseando as histórias de contos de fadas em língua inglesa, "Once upon a time.....  Once Caldas." E a calda entornou.

Um comentário:

Anônimo disse...

Domingo mostraremos porque somos o maior e melhor clube de Minas!!!!