quinta-feira, 6 de outubro de 2011

De mortos e mortos-vivos: Jobs e Felipe Massa


A morte de Steve Jobs, o criador da Apple e e do Macintosh ou Mac é, desses pitacos sem qualquer originalidade. Tipo“lugar comum”. Mas, representa bem mais que isso, uma grande perda para toda a raça humana.
Não só por sua trajetória de empresário bem sucedido, embora considerado um patrão carrasco, ou de seu gênio inventivo, reconhecido de forma unânime. A contribuição que ele trouxe para todos nós é, em minha opinião, muito maior que isso. E nos remete, obrigatoriamente ao discurso que ele pronunciou – disponível no youtube, como paraninfo de uma cerimônia de graduação em Stanford.
Nesse discurso, também agora muito mencionado, Jobs discorre, por quase 20 minutos sobre sua trajetória de vida. De menino abandonado pelos pais, a se transformar no filho adotivo de uma família que, entre outras coisas importantes, proporcionou-lhe a possibilidade de iniciar uma universidade. Universidade que ele nunca concluiu, atraído por outras matérias, como a ligada à caligrafia, onde aprendeu algo que depois pode empregar como uma fonte de escrita que se tornou um diferencial do programa redator para o Mac.
Em seu discurso, lembrou a criação do Mac, da Apple, de sua demissão da empresa que fundou. Abordou a criação da Pixar, a empresa que deu outro tratamento ao processo de produção de desenho animado. E sua volta, quando a Pixar foi incorporada, à empresa original, a Apple, onde pode lançar ainda outras tantas geringonças que fazem a alegria de tantos de nós, como o Ipod, Iphone, Ipad, etc.
E falou também na doença que, finalmente, acabou vitimando-o, no dia de ontem.
***
Relembrando seu discurso, que tanto me impressionou que me levou a apresentá-lo em sala de aula para turmas de alunos, percebo que Jobs era o cara talhado para dar errado na vida. Desde seu nascimento e abandono. Típico ser humano que tudo que poderia dar errado ou se tornar um problema capaz de derrotá-lo aconteceu.
Sem conseguir fazê-lo desistir. Ao contrário, parece que impulsionando-o a ir mais além, a avançar mais. Como se seu combustível fosse a adversidade. E sua força o inconformismo. O desejo de não se abater. O sentimento de não ser um fracassado e não se entregar.
Essa a contribuição que, em minha opinião, creio que o torna um dos seres humanos mais espetaculares que jamais existiram. Como ser humano, com defeitos, intransigências, falhas, mas acima e apesar de tudo isso, um autêntico herói desses tempos tão carentes de heróis que vimos vivendo.
Jobs foi cedo. Mas, seu exemplo e sua determinação, sua força e sua capacidade de não se entregar, deverão servir como exemplos por muito tempo mais.

E os mortos vivos

Que pena, o papel que nosso piloto Felipe Massa parece estar, agora, protagonizando.
Ninguém nega suas qualidades, sua perícia, seu arrojo, etc. etc.
Mas, depois de criticar ao seu colega Rubinho, por ter acatado uma ordem completamente inoportuna, infeliz e antiesportiva da Ferrari, que o obrigou a ceder a passagem e a vitória da corrida a Schumacher, seu companheiro de equipe; depois de ter afirmado que não se submeteria a situação tão vexatória, acabou forçado a adotar o mesmo tipo de comportamento. Pior, na mesma equipe, a Ferrari. Agora, para assegurar a vitória para o espanhol Fernando Alonso.
Depois de ter manifestado claramente sua discordância em relação ao comportamento antidesportivo de Nelsinho Piquet, que simulou um acidente para provocar a entrada na pistade um safety car, que mudou o rumo da corrida e do campeonato, com evidente prejuízo para suas aspirações, agora é flagrado recebendo uma ordem de estragar a corrida de Hamilton.
Não estou aqui para defender o piloto inglês. Hamilton tem demonstrado, ao longo de todo esse ano, um total despreparo psicológico e incapacidade para lidar com situações adversas. Por esse motivo, cometeu um sem número de erros que lhe custaram caro e vão reduzindo seu prestígio.
E, mais uma vez, Hamilton pode até mesmo ter sido o principal responsável pela batida que deu no carro de Massa, na última corrida de Fórmula 1, pegando o piloto brasileiro pela traseira.
Mas, Massa estava muito mais lento. E segurando intencionalmente Lewis. Ninguém pode, em sã consciência dizer que não teria sido possível que Massa deixasse o carro dar uma escorregadela, na entrada da curva, mesmo que imperceptível, para que Hamilton não tivesse outra alternativa a não ser a da batida.
Hamilton parou no Box, para trocar o bico do carro, como também parou Massa. Depois, Hamilton ainda teve que parar cumprindo punição.  E, ainda assim, acabou à frente de Massa, demonstrando ter muito mais carro, senão arrojo.
Ao término da corrida, Massa ironicamente, o provocou, em frente às câmaras, cumprimentando-o agressivamente e mencionando o bom trabalho do oponente.
Agora, sabe-se da ordem dada pela equipe – a mesma Ferrari. E Massa, que tanto criticou e cobrou punição maior para Hamilton, minimiza a batida e a ordem recebida. E, pondo panos quentes, já não cobra mais nenhum tipo de punição ao piloto inglês, em atitude muito esquisita.
Atitude que dá margem à observação de um comentarista esportivo americano que, desde que teve o grave acidente da peça que se soltou do carro de Rubinho e o acertou na cabeça, ocasionando uma batida violenta, Massa nunca mais foi o mesmo. Perdeu gana. E deveria reconhecer que seu tempo na fórmula 1 já é passado...
Que pena!

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