segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O Galo, o futebol mineiro e a sina da segundona

Confesso que não engoli, até hoje, a gozação que nós torcedores do Galo sofremos há 2 anos atrás em relação à termos nos transformado em flanelinha. Guardando vaga na Libertadores, para o nosso rival mineiro.
Afinal, nosso objetivo, até o jogo contra o Flamengo, em pleno Mineirão, não era a Libertadores. Era mais! Maior!
Nós queríamos o título. E o jogo contra o Flamengo, com direito a gol olímpico de Petcovic apenas serviu para nos mostrar que não tínhamos time para nossas ambições.
Ao final, ficamos na Sulamericana, essa taça que todo time faz a maior questão de se classificar para disputar e, depois, entra com time misto porque não era um torneio muito importante... Vá entender um barulho desses...
Confesso que não entendo. E o melhor mesmo é não tentar entender.
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Mas, retomando os rumos desse pitaco, não iria agora ficar feliz se voltássemos a exercer a função de flanelinha, guardando o lugar para o time celeste lá no grupo de rebaixados para a segundona.
A oportunidade seria ótima, de vingar toda  nossa frustração. Não fosse o fato de eu achar que também nós estamos indo na mesma direção. E trilhando o mesmo caminho dolorosamente conhecido desde 2005.
E, pior, dessa vez, tudo indica que estamos indo os 3 mineiros, já que, apesar de toda a torcida, o América parece não ter mais forças para escapar do rebaixamento.

Buscando razões e culpados

Muita gente tem tentado entender e analisar as razões para a queda do futebol mineiro.
Ainda hoje, leio em  um jornal uma analogia com o péssimo instante que foi vivenciado pelo futebol carioca, quando o Maracanã esteve fechado para reformas, algum tempo atrás.
Pode parecer mesmo que, aqui como lá, a ausência de um estádio e da torcida próxima seria a explicação para a falta de futebol dos times mineiros.
Mas não acho que essa seja a razão. Afinal, o Mineirão não estava fechado quando caímos em 2005. Não apenas o estádio estava aberto, como nós não conseguíamos nos impor em nossos domínios, ao menos até as últimas rodadas, quando já era tarde para a recuperação.
Também, já há mais de um ou dois anos que, mesmo com Mineirão e Independência abertos, a torcida atleticana passa mais tempo tendo alegrias com as calculadoras que com time, que só tem dado sofrimento e tristeza.
E, o que dizer do América? Desde quando a explicação para seus fracassos se vinculam à reforma do Mineirão? Ou mesmo de sua casa, o Independência?
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Se não é o campo ausente, que explica a ausência do futebol, poderia haver alguma culpa na torcida?
No caso do Atlético, a pergunta é interessante, já que a torcida, por apaixonada, sempre implica, embirra, reclama e queima alguns jogadores, o que faz, às vezes, o time conseguir ter mais tranquilidade e render mais fora de nossos domínios.
Não vou ficar aqui listando jogadores queimados. Mas alguns exemplos vêm à memória imediatamente. Cicinho, o lateral direiro; Mancini, como lateral - embora depois, em sua segunda passagem, calou a boca de tantos quantos o vaiavam; Leandro Castan, que joga hoje no Corínthians, apontado como uma das forças do time paulista; Welington Felipe, Thiago Feltri, Rafael Cruz, Rafael Moura...
Vá lá. Alguns nem foi a torcida a responsável por estarem jogando (e bem) em outros times.
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Mas, em minha opinião, a explicação tem a ver com o fato de que o futebol mineiro, por ter tradicionamente apenas 2 times, sofre toda vez que qualquer um deles não está bem.
Ou seja, um caindo pelas tabelas, com o outro muito vitorioso, cria a falsa sensação de que o vitorioso está muito bem.
Pode até estar bem, e vencendo, para efeito interno. Mas, por falta de adversário forte, por falta de sparring capaz de testá-lo, quando vai jogar com times de outros locais, se surpreende e percebe que não estava no mesmo nível dos demais.
E nem adianta argumentar com o time azul, e suas copas em que ele consegue avançar às vezes para sua própria surpresa.
Afinal, copa é um tipo de disputa que não mede quem é melhor. Quem está melhor. E por isso, grande parte da mídia é contra a idéia de campeonato. Copa é momento e emoção. E entrega.
E, por isso, às vezes, o time pior sai vitorioso. Pior, sim. Mas mais guerreiro.
Já campeonato, é diferente. E, nessa hora, quem se alimentava da ilusão provocada pela ausência de concorrentes não consegue se impor.
Por isso, acho, caem todos. Como foi uma vez na Bahia, quando ambos os times grandes estavam mal. E no Ceará. E em tantos outros lugares de nosso país, como Pernambuco, onde os grandes eram 3.
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Saída? Antes os times mineiros, mesmo disputando os campeonatos hoje chamados rurais, tinham tempo para uma série de amistosos internacionais. Eram jogos e mais jogos, contra times da Argentina, Uruguai. No caso do Galo até mesmo disputas contra seleções como a russa, a canarinha...
Naquela hora, estávamos testando nossas forças com times de expressão. Outras escolas. Outras táticas. E testes verdadeiros. Que permitiam armar nossos times e, a eles, nos darem alegrias e vitórias.
Quem sabe não fica aí a sugestão?

Um comentário:

juliano VM disse...

rsrsrs Não é o futebol mineiro que esta em crise, mas sim o Cruzeiro que esta!

Veja, o América sabe-se lá o que esta fazendo na 1ª.
O Galo, todo ano briga pra nao cair. A exceção é o Cruzeiro que sempre esta brigando na parte de cima da tabela...
Concorda? rsrs