terça-feira, 6 de março de 2012

Vultos das sombras

Foi à noite
Eu voltava do trabalho
E parado no sinal fechado
Vi você pela primeira vez

Foi um instante
Apenas até o sinal abrir
Um relance antes de partir
Mas não consigo esquecer

Você vinha
Andando com ar inocente
Desfilando ali à minha frente
Displicente em seu caminhar
E ao passar
Com seu corpo de sereia
Fez sombra à lua cheia
Que parou para te observar
E escondeu
O reflexo das estrelas
O brilho de estrelas a piscar
Como se brincassem nos céus
Só deixou
A marca que nunca mais vai se apagar
Dos rastros deste doce caminhar
Gravado nos olhos meus

Hoje eu volto
Do trabalho para minha casa
Sempre no mesmo horário
Sem  mudar o itinerário
E procurando em cada esquina
A menina que passou por mim
E se um dia,
Novamente eu a avistar
Deixo o carro e vou correndo atrás
Não vou dar chance ao azar
E se um dia
Conseguir vê-la passar
Então para sempre a seu lado
Eu vou desejar ficar.

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